quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Jesus morreu no dia 25 de Dezembro de 2016... de novo.

Nesta noite do dia 25 de Dezembro, dia em que o cristianismo comemora o nascimento de seu fundamento, mataram Jesus mais uma vez.
Se propala a ideia nesta filosofia de que Ele voltará para nos redimir, assim como o fez há 2.016 anos, mas devo alertá-lo: vão te matar de novo! Aqui é o império do ódio. Homofóbicos, racistas, xenófobos, misóginos, machistas... se ajuntam aos que criminalizam a pobreza, aos que se arvoram de verdades dogmáticas, aos que demonizam os movimentos sociais, aos que usam o poder eclesiástico para falar de culpa, inferno e medo. O ódio se espalha como rastilho de pólvora: Trump, Bolsonaro, Feliciano, Malafaia e tantos outros paladinos da ojeriza e da repulsa ao diferente. É melhor não voltar Cristo. Vai por mim. Se é verdade que seu pai é uma espécie de Deus, a criação deu merda.
Segundo a Bíblia, você recebe vários nomes: Príncipe da Paz, Emanuel, Ungido, Alfa e Ômega, Leão de Judá, Filho de Davi, Cordeiro de Deus, Cristo... são 18. Eu aqui farei um adendo a décimo nono nome da lista: Luis Carlos Ruas.
Neste último dia 25 Ele apareceu como vendedor ambulante que fazia uma hora extra para levar um quinhão a mais para a família depois de um ano tão difícil e defendendo duas travestis, moradoras de rua, antes de dizer "que atire a primeira pedra quem nunca'... uma chuva de pedras no formato de chutes, socos, pisadas e movida por muito ódio, acabou por crucificá-lo, de novo. Os olhares absortos dos passantes, a segurança seletiva do Metrô, nada disto saiu em seu socorro. E Ele morreu. Assim como morreram muitos daqueles que ousaram levantar sua voz a favor dos oprimidos.
E vou além Jesus: o que tem de pastor falando em seu nome e divulgando o ódio... Estes dias mesmo vi um tal de Malafaia dizer que recebera cem mil reais de uma doação e que depositara em sua conta pessoal e não da igreja e que todas as críticas que vieram em cima dele nada mais são do que o demônio querendo destruir a obra de Deus!!!???!!!
Este Natal não significou o nascimento e sim a morte.

Chico Baeta

sábado, 24 de dezembro de 2016

Pensata: O Aniversário do Justo

Está chegando o Natal. E, a cada ano que passa, os que já o viram chegar outras vezes acham-no bastante mudado. E se perguntam, como Machado de Assis: mudaria o Natal, ou mudei eu?
Machado de Assis sabia que ambos tinham mudado. A dificuldade está em extrair as conseqüências da enorme diferença nos ritmos da mudança. Enquanto o nosso genial escritor mudava na escala de uns míseros 70 anos, na escala de uma vida humana, o Natal, a celebração do nascimento de Cristo, vem se transformando ao longo de dois milênios.
Inicialmente, a celebração passou a ser, como era inevitável, um elemento que afirmava a identidade própria de um grupo. Entrou em cena um punhado de dissidentes judeus, que ansiavam por mostrar uma grande novidade religiosa: os Evangelhos.
Embora a fixação da data de nascimento do Cristo seja bastante discutível, a celebração prevaleceu. Não importava que a data fosse incerta. O que era essencial era que o aniversariante não fosse esquecido.
Um Deus nascido numa manjedoura e morto pregado na cruz era uma figura que comovia muito e dava muito o que pensar. Cresceu o número de pessoas que, mesmo quando não reconheciam nele o filho de Deus, reverenciavam-no como um justo.
Organizados na forma de uma assembléia (ecclesia), os discípulos do Cristo, desconfiados, tentaram evitar os males da propriedade privada, adotando - voluntariamente - a propriedade coletiva. Mas o crescimento e o fortalecimento da ecclesia obrigaram o movimento popular dos cristãos a recuar.
Durante a Idade Média, a fonte do poder era a propriedade da terra, e a Igreja se tornou uma grande proprietária de terra. Fazia parte dos beneficiários do sistema feudal.
Depois, veio a espertíssima classe dos burgueses e submeteu toda a sociedade à lógica do mercado. Tudo vira mercadoria, tudo se vende e se compra.
O Natal se transformou e continua se transformando. Nem sempre para o bem, ouso dizer.
Não me identifico com nenhuma religião, não sou cristão, mas o fato de ser um observador externo dos fenômenos religiosos não me impede de acompanhar, com simpatias e antipatias, os avanços e recuos dos cristãos.
Às vezes, me impaciento um pouco. Seria ridículo fazer campanha contra Papai Noel. Ele não tem culpa pelo que fazem com sua figura pitoresca, com seu carro puxado por renas voadoras, com o saco cheio de presentes para as crianças boazinhas. Não tem culpa pela risada que lhe foi atribuída, aquele som horrível: Hô-hô-hô.
Talvez, porém, seja menos inocente quando se associa à febre consumista da passagem do ano. Respeito o entusiasmo do Bom Velhinho pelos panetones e rabanadas. Porém, acho estranho vê-lo caminhar à frente de vitrinas hiperiluminadas, fazendo propaganda de carros, geladeiras e apartamentos, discutindo a cotação do dólar. Nem o sistema de pagamentos em módicas prestações vai me convencer a aceitar os truques da modernidade.
Nunca entendi qual é o vínculo desse ancião robusto com o Natal. Já tentaram me explicar que o veterano usuário do carro das renas é, de fato, um certo São Nicolaus, do qual pouco se sabe. Por isso, muitos norte-americanos e ingleses não falam em Papai Noel, como nós. Falam em Santaclaus.
Acho, sinceramente, que nenhum Santaclaus, cantando Jingle bell, vai convencer a humanidade de que as atuais formas de celebração do nascimento de Cristo incorporam e absorvem a festa de Papai Noel. E acho, também, que os festejos natalinos - expressões legítimas da alegria do povo - não têm (nem devem ter) a pretensão de absorver e incorporar a sua dinâmica peculiar a celebração do aniversário de Jesus.
No início da nova era, os escravos fizeram diversas tentativas revolucionárias de derrubar o Império Romano (lembremos de Espártaco). Os judeus também se insurgiram contra Roma, em Masada. O fracasso desses levantes sugere que o caminho revolucionário, naquelas condições, era inviável.
Cristo mobilizou pessoas que, na maioria, eram pobres. Não podendo acabar com a pobreza, encaminhou um programa de valorização da dignidade e de conquista da auto-estima. O movimento de massas desencadeado pelos cristãos era uma reação de sincero nojo contra a corrupção crescente, uma enérgica revolta contra o cinismo demoníaco das classes dominantes.
Como descrente respeitoso que sou - marxista convicto, irrecuperável - quero apenas registrar minha expectativa de que o festival consumista em torno de Santaclaus não atrapalhe a celebração do aniversário do Justo.

Pensata: O aniversário do Justo
Leandro Konder - Filósofo
Extraído do Jornal do Brasil de 22 de Dezembro de 2007

Véspera do Natal de 2011, mas acontece quase todos os anos...

Parece incrível, mas terminou em briga nesta quarta-feira (28/12/2011) a limpeza natalina da igreja da Natividade, em Belém, por causa de uma disputa entre seitas religiosas pelo controle do templo que marca o local simbólico do nascimento de Jesus.
Cerca de cem padres e monges das igrejas Ortodoxa Grega e Apostólica Armênia trocaram socos e vassouradas dentro do templo. Policiais palestinos (sim Palestinos, portanto não cristãos), curvando-se para atravessar a diminuta "porta da humildade", intervieram com cassetetes para restaurar a ordem.
O argumento para não prender os arruaceiros de Deus foi... digamos, imbecil:
"É um problema trivial... ocorre todo ano", disse o tenente-coronel da polícia Khaled al Tamimi. "Tudo está bem e as coisas voltaram ao normal. Ninguém foi detido, porque todos os envolvidos eram homens de Deus."
A igreja de Belém data do século VI, e é a mais antiga da Terra Santa. Sua administração é dividida entre clérigos católicos romanos, ortodoxos gregos e armênios.
Qualquer suposta violação dos limites de jurisdição dentro da igreja pode desencadear uma briga, especialmente durante a limpeza anual para as celebrações do Natal ortodoxo, que será comemorado na semana que vem.
Perguntar não ofende: Então todos os casos que envolvam detenções no planeta, dos mais simples até os mais complexos, os envolvidos PRESOS não são homens de Deus?

Chico Baeta, um homem sem Deus. Graças a Deus.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O Que Vale A Pena?

A medida que o tempo passa e as pessoas crescem, mudam-se os princípios, prioridades e objetivos. Na estrada da vida, surgem problemas e situações que mudam os pensamentos e sentimentos, abrindo ou fechando a mente. Seguir essa jornada é desafiador, porém, não perder a própria essência é um desafio ainda maior. Continuar caminhando significa fazer escolhas, tendo em mente a necessidade de curtir o presente e a preocupação de não estragar o futuro. Para fazer escolhas é preciso pensar, ter noção do que se ganha e do que se perde em cada opção, ver o que mais se encaixa no que se quer para a vida. Escolher um caminho a seguir requer trazer a memória os princípios, ver as prioridades e definir os objetivos. No mundo atual, as pessoas fazem de tudo para conseguir o que desejam, seja abrir mão de família, ir contra princípios (valores), desrespeitar o direito dos outros. Destacam-se na sociedade pessoas que priorizam dinheiro, ao ponto de suas vidas girarem em volta dele. Correm atrás para ter uma boa conta bancária, o último celular lançado, o carro do ano, mas não são capazes de enxergar a beleza das coisas mais simples. Com o passar dos anos, os verdadeiros significados de amor, amizade, respeito, família, trabalho, conforto e luxo estão mais “soterrados”. A sociedade incentiva a buscar quantidade, sendo que é a qualidade que satisfaz o ser humano. De que o mundo está caminhando, não há dúvidas. A grande questão é para onde. Cada pessoa sabe os princípios que acredita, as prioridades valorizadas e os objetivos alcançados. Cada um vive a vida do jeito que julga ser o certo. No final das contas, fica para a próxima geração as perguntas sem respostas: O que vale a pena fazer? O que vale a pena ter?

Gabriela Ribeiro

sábado, 10 de dezembro de 2016

O Vozes da América abre espaço para todas as vozes, principalmente aos que, desde muito jovens, querem se expressar. José Pacheco é aluno do Colégio Estadual Professora Alvina Valério da Silva e carrega consigo grande talento e vontade de ir além do que lhe é oferecido.

"Que se foda a sua cultura
Que se foda se eles tentaram apagar ela
Que se foda esse seu turbante
Que se foda esse seu cabelo crespo
Que se foda essa sua macumba
Que se foda suas dificuldades
Que se foda se vocês são mais abordados pela polícia
Chama o batman então
Que se foda se vocês são mais da metade da população brasileira
Que se foda se vocês são menos de 10% nas faculdades
Cota é coisa de vagabundo
Que se foda se seus objetos são parecidos com armas
Mesmo que eu coma pipoca também
Que se foda se vocês não se encaixam no padrão de beleza branco
Que se foda se vocês nasceram de uma puta que deu por que quis
Que se foda a sua cor
Que se foda a sua escravidão
Ela não existe mais
Racismo não existe
Quem vive de passado é museu
Que se foda macaco
Ops, to brincando
Foi SÓ uma piada
O que, não tem senso de humor?
Hoje em dia tudo é racismo,machismo,homofobia,misoginia
Antigamente era melhor
Mesmo com a ditadura militar
Mesmo com tanto sangue
Mesmo com tanta guerra
Mesmo com tanto preconceito
Hoje em dia vocês não se calam
Protestam contra essas piadinhas que não machucam ninguém
Hoje em dia você não pode nem dar uma lição na mulher
Hoje em dia você não pode nem bater nos seus filhos
PORRA ! Sou eu que pago as contas ,caralho!
Que mal tem um assobio? Um ELOGIO ?
Vocês tavam pedindo
Olha a roupa
Olha a hora
Olha o local
Ela bebeu
Ela dançou
Ela disse não
Ela pediu, não é?
Mulher tem que se dar o respeito
E ainda tem esses viadinhos né?
Ah, não tenho nada contra sabe?
Quero que eles urrem de prazer
Mas ensinar nas escolas que eles fazem parte da sociedade e que merecem respeito?
Que porra de privilegio é esse?
Que se foda se eles levam porrada
Deus não gosta disso não
É um castigo
São pecadores
Falta de porrada dos pais
Isso é por que não comeram uma bucetinha né?
Que? Clitóris ? Isso é nome de Filosofo?
Não acredita em deus?
Que porra é essa?
Ateu por modinha
Ateu Toddynho
Ta revoltado com deus
Ciência? Ciência é o caralho porra
Chega me deu dor de cabeça, tem dipirona ai?
Pelo menos eu vou para o céu
Esses Muçulmanos ai tão errado
Esses Híndus também tão errado
Esses Budístas tão tudo errado
Essas milhares de religiões são falsas
Só Jesus salva
Jesus é o meu pastor
Sou a favor da tortura
Da pena de morte
Sou contra o aborto
Falando em aborto
Tenho que comprar a pílula do dia seguinte
Aborto mata um bebe inocente
Que se foda as milhares de mulheres conscientes que morrem
Que se foda se as ricas se salvam
Deu por que quis cara
Só fechar as pernas
É mais culpa dela do que dele
MULHER TEM QUE SE DAR O RESPEITO!
Ai, viu o nude daquela ali?
Quer que eu te passe?
Que se foda se é crime porra
Empatia é o caralho
Redução da maior idade penal sim porra!
Cresceu sem base?
O pai abandonou?
A mãe não tinha condições, pensou em aborto mas é proibido graças a deus né
Mas agora que ta vivo
Bora matar
Bora bater
Bora prender esse bicho
Bota lá na cadeia
Lá ele aprende
Aprende o que?
Que ninguém liga para ele
Que a sociedade quer mais que ele se foda
Ai é claro que ele sai de lá
Um novo homem
Com uma visão melhor sobre o mundo
Ai nós não empregamos ele por que ele é ex-detento
Ele que cate latinha
e aí dele se roubar ou traficar de novo hein !
Eu nasci e cresci rico
Mas caso eu nascesse pobre
Através do meu mérito eu chegaria até o topo
Qual a diferença entre eu e um pobre favelado?NENHUMA
Temos as mesmas oportunidades de EDUCAÇÃO !
Eu ter essa profissão não tem nada a ver com o dinheiro do meu pai!
O cara que espera a mulher ficar inconsciente
Para ter RELAÇÕES SEXUAIS com ela
Deveria ser chamado de gênio
Todos os problemas são culpa do PT".

                                                                                                         José Pacheco

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Tempos bicudos

Que tempos bicudos são estes...
Um avião cai na selva colombiana e desperta um mar de solidariedade no mundo inteiro. Dezenas de homenagens inundaram como lágrimas nossos olhos e nos fizeram acreditar num outro mundo possível. O futebol, geralmente associado a um "simples" e rentabilíssimo produto, frio e monstruoso como tudo aquilo que o capitalismo se apropria, se transformou num profundo mergulho para dentro de nós mesmos, onde encontramos nossa fragilidade, nossa mortalidade, nossa mesquinharia, nossa absoluta irrelevância enquanto seres vivos, capazes de morrer por um sopro qualquer. A Colômbia, em especial Medellin, país e cidade marcados pela ditadura do narco tráfico, em colaboração generosa com governos canalhas e impérios oportunistas, sobrepôs qualquer expectativa e deu uma demonstração de unidade latino americana.
Enquanto isto era abundantemente exposto nos jornais de todas as espécies, na calada da noite e sobre a penumbra desta mesma imprensa, o Senado brasileiro aprovava a PEC 55 (na Câmara PEC 241) e impunha em nome de um pseudo ajuste fiscal um corte nos investimentos na educação e na saúde por 20 anos. Nós, com os olhos marejados pelo que exala da selva colombiana e devidamente sonegados dos acontecimentos de Brasília, não assistimos os Deputados fatiarem os 10 pontos para se controlar a corrupção, cujas mudanças fazem virar lei a prática de corromper e ser corrompido. E o pior... as notícias ruins não param.
Neste mesmo momento, a Reforma do Ensino médio devolveu a artes e a educação física o posto de importância que nunca deveriam ter sido questionado, mas transformaram o que queriam de fato: sociologia e filosofia passaram, pelo novo texto, a serem optativas. Não bastasse isso, o texto modificado fala de mudanças já para o primeiro ano do ensino médio e não na metade desta fase de formação, o que já seria muito complicado.
A solução que as pessoas que pensam com o intestino dão a este mar revolto não poderia ser diferente. É  igualmente simplista e intestinal: ir às ruas com a bandeira do Brasil, gritar "sou brasileiro com muito orgulho e muito amor", cantar o hino nacional, tirar foto com a polícia que mais mata e mais morre no mundo, pedir intervenção militar e culpar como problema único e emblemático a corrupção. Lembremos que todos os fascistas de todos os tempos históricos elegeram a bandeira da corrupção para chegarem ao poder. Lembremos que o Congresso Nacional não é composto só  por corruptos e que a corrupção não é o pior dos males que temos hoje no Brasil: A PEC 55, a PEC 241, a reforma do ensino médio tal como este governo a quer, a lei da mordaça travestida em "escola sem partido", o fechamento das escolas públicas, a invenção maldita das O.Ss. no serviço de saúde pública, a flexibilização do Pré Sal e consequentemente a entrega das riquezas do país ao capital estrangeiro, as propostas de mudanças nas leis traballhistas, as mudanças previdenciárias, a criminalização dos moviementos sociais, o abuso de autoridade policial e jurídica nas favelas, o sucateamento das escolas e universidades públicas, o baixo salário pago à segurança pública... tudo isto faz parte de uma política pensada, arquitetada, planejada pelas elites nacionais em parceria com as elites internacionais para controle total da oitava economia do mundo e de um povo que, ainda que por vias questionáveis, conhecia avanços sociais e apenas isto, ameaçava a tranquilidade secular dos coroneis que reinam o Brasil como se fossemos colônia. Este elenco rápido de pauta trás muito mais prejuízo que a pauta única que tentam nos fazer crer da "corrupção". Esta porém é de fácil entendimento e digestão.
O estado de coisas que vivemos hoje não foi forjado nos últimos 10 ou 15 anos... Se quem pensa com o intestino conseguir elevar o pensamento ao cérebro, refletirá que a ditadura civil e militar de 1964 nos deixou rombos financeiros terríveis (tínhamos uma dívida externa de 2 bi dólares e passamos para 89 bi dólares), mas as dívidas sociais são as grandes marcas deste regime: a violência estatal promovida por uma PM que aprendera técnicas de torturas que até hoje utilliza, a entrada do narcotráfco organizado na década de 1960/1970, escandalosos crimes de corrupção como Abi Akel, Coroa Brastel, Maluf..., a imprensa vendida e amordaçada que hoje continua sobre os mesmos controladores e, portanto, vendida e amordaça para seus interesses corporativos e ideológicos, o custo social sem valor quantitativo para mensurar que consolidou Sarneys no Maranhão, Collor de Mello em Alagoas, Cavalcantis no Ceará, Magalhães na Bahia, Votorantins e vulcabrás em São Paulo e a história de concentração de renda e pulverização da pobreza parece não ter fim. Este é o "legado" dos anos de chumbo que aparecem como soluções nos brados de ignorantes ou mal intencionados.
Os olhos que hoje são janelas para a emoção que vem de todos os cantos e que não param de ver beleza na solidariedade e tristeza na dor, precisam estar também atentos para os desmonte do estado brasileiro e a catástrofe que significa. Que a resistência do índio Condá nos inspire para lutar por uma sociedade justa e fraterna, nos direcionando para soluções distantes do autoritarismo militar de inspiração fascista.

Chico Baeta

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Eleição no inferno, vitória do Trump. E qual é a novidade?

Nesta semana os EUA elegeram Donald Trump. E daí? Qual é a novidade para o país que desde sua independência em 1776 não passa nenhuma década sem promover uma guerra no mundo? Qual é a novidade para o país que viveu até a década de 1960 uma política de Apartheid e segregação de seus negros? Qual é a surpresa para quem impôs um bloqueio econômico à Cuba desde 1961 impondo-lhes toda a sorte de sacrifícios e privações financeiras em nome da sanha de sua Guerra Fria? Onde está a surpresa para quem possui um classe média que valoriza o consumo como se fosse um deus e a cultura como se não fosse nada? Alguém realmente se apavora com um Trump no país de Simpsons? Onde está o ineditismo de quem sempre colocou "muros" entre seu território e o México? Em que diferem, o discurso do tenebroso Donald e a prática cotidiana de xenofobia contra árabes e latinos? Em que sentido o fascista eleito é mais fascista que James Monroe, quinto presidente estadunidense e propulsor de uma política externa que até hoje sofremos na nossa América? No que são diferentes este protótipo de Bolsonaro do Norte e o simpático e queridinho da mídia J. F. Kennedy com suas ordens estúpidas no Vietnam, no muro de Berlim e na invasão a Playa Girón? E o que falar do Democrata Lindon Jonhson que deu a ordem para o início das sangrentas ditaduras militares e civis latino americanas?
Este texto não tem fim... a comparação do neo fascismo milionário recém eleito nos EUA não pode ser feita à luz da política interna, pois sua chegada ao poder se confunde com a história de poder dos EUA no mundo desde sempre.
Deus (se houver um ou mais) salve a América (latina) e o restante do mundo, pois ali é morada eterna do capiroto.

domingo, 6 de novembro de 2016

Hoje, 06 de Novembro de 2016

O Vozes da América está de volta. Depois de um longo período de silêncio provocado pela falta de tempo e por pouca inspiração... voltamos.
Este retorno foi impulsionado pela chama que arde nos estudantes que, em todas as partes, cada um ao seu jeito, incendeiam de ideias a vida de quem quer um outro mundo possível.
De todos os lados vêm turbilhões: escolas e universidades ocupadas contra uma política que subjuga a educação; A PEC 241 aprovada na casa de negócios do Congresso Nacional e que agora virou PEC 55 no Senado, irmão siamês em negociatas e maus tratos à coisa pública; Estudantes dentro das salas de aula querendo reverter o destino que lhes foram imposto pelas condições materiais e intelectuais de escolas sucateadas em corpo e alma; uma lei que ameça amordaçar os professores que ousarem a criticidade... São muitas as razões do nosso retorno. Mas estamos de volta. Há braços. Abraços.

sábado, 11 de maio de 2013

O Ritual do Corpo entre os Sonacirema


O Ritual do Corpo entre os Sonacirema

[Horace Minner]
O antropólogo tornou-se tão familiarizado com a diversidade de modos com que diferentes povos reagem diante de situações similares, que ele não consegue se surpreender com os costumes mais exóticos possíveis. Com efeito, se quaisquer entre todas as combinações logicamente possíveis de comportamento não tiverem sido encontradas em alguma parte do mundo, ele tem o direito de suspeitar que elas devem estar presentes em alguma tribo ainda não estudada. Esta observação já foi realmente feita pro Neerdeek, no que diz respeito à organização clânica. Neste sentido, as crenças e práticas mágicas dos Sonacirema apresentam aspectos tão pouco usuais que nos parece importante descrevê-los como exemplo dos extremos a que o comportamento humano pode chegar.
O Prof. Linton foi o primeiro a chamar a atenção dos antropólogos para o complexo ritual dos Sonacirema, há vinte anos atrás, mas a cultura deste povo é ainda pouco compreendida. Os Sonacirema são um grupo norte-americano que vive no território que se estende desde os Cree do Canadá, aos Yaqui e Tarahumara do México, e aos Caribe e Aruaque das Antilhas. Pouco se sabe quanto à sua origem, embora a tradição mítica afirme que eles vieram do leste.
A cultura Sonacirema se caracteriza por uma economia de mercado altamente desenvolvida, que se beneficiou de um habitat cultural muito rico. Embora a maior parte do tempo das pessoas, nesta sociedade, seja devotada à ocupação econômica, uma grande porção de frutos destes trabalhos e uma considerável parte do dia são despendidas em atividades rituais. O foco destas atividades é o corpo humano, cuja aparência e saúde constituem a preocupação dominante de ethos deste povo. Embora tal tipo de preocupação não seja realmente pouco comum, seus aspectos cerimoniais e a filosofia aí implícitas são únicas.
A crença fundamental subjacente a todo o sistema parece ser a de que o corpo humano é feio, e que sua tendência natural é a debilidade e a doença. Encarcerado em tal corpo, a única esperança do homem é evitar estas características, através do uso de poderosas influências do ritual e de cerimônia. Todo o grupo doméstico possui um ou mais santuários dedicados a tal propósito. Os indivíduos mais poderosos desta sociedade têm vários santuários em sua casa e, de fato, a opulência de uma casa é freqüentemente aferida em termos da quantidade dos centros de rituais que abrigam. A maioria das casas é de taipa, mas os santuários dos mais ricos têm as paredes cobertas de pedra. As famílias mais pobres imitam os ricos, aplicando placas de cerâmica nas paredes dos seus santuários.
Embora cada família possua ao menos um destes santuários, os rituais a eles associados não são cerimônias familiares, mas sim privadas e secretas. Os ritos, normalmente, só são discutidos com as crianças, e isto apenas durante a fase em que elas estão sendo iniciadas nestes mistérios. Eu pude, entretanto, estabelecer com os nativos uma relação que me permitiu examinar este santuário e anotar a descrição destes rituais.
O ponto focal do santuário é uma caixa ou arca embutida na parede. Nesta arca são guardados os inúmeros feitiços e poções mágicas, sem os quais nenhum nativo acredita que poderia viver. Tais feitiços e poções são obtidos de vários profissionais especializados. Dentre estes, os mais poderosos são os curandeiros, cujos serviços devem ser retribuídos por meio de presentes substanciais. No entanto, o curandeiro não fornece as poções curativas para seus clientes, decidindo apenas os ingredientes que nelas devem entrar, escrevendo-os em seguida em uma linguagem antiga e secreta. Tal escrito só pode ser decifrado pelo curandeiro e pelos herbanários, os quais, mediante outros presentes, fornecem o feitiço desejado.
O feitiço não é descartado depois de ter servido a seu propósito, mas sim colocado na caixa de mágica do santuário doméstico. Como estes materiais mágicos são específicos para certas doenças, e considerando-se que as doenças reais ou imaginárias deste povo são muitas, a caixa de mágicas costuma estar sempre transbordando. Os pacotes mágicos são tão numerosos que as pessoas esquecem sua serventia original, e temem usá-los de novo. Embora os nativos tenham se mostrado vagos em relação a esta questão, só podemos concluir que a idéia subjacente ao costume de se guardar todos os velhos materiais mágicos, é a de que sua presença na caixa de mágica, diante da qual os rituais do corpo são encenados, protegem de alguma forma o fiel.
Embaixo da caixa de mágicas existe uma pequena fonte. Todo dia, cada membro da família, em sucessão, entra no quarto do santuário, curva a cabeça diante da caixa de mágica, mistura diferentes tipos de água sagrada na fonte e realiza um breve rito de ablução. As águas sagradas são obtidas do Templo da água da comunidade, onde os sacerdotes conduzem elaboradas cerimônias para manter o líquido ritualmente puro.
Na hierarquia dos profissionais da magia e abaixo do curandeiro em termos de prestígio, estão os especialistas, cuja designação é melhor traduzida por “homens-da-boca-sagrada”. Os Sonacirema têm um horror pela boca e uma fascinação por ela que chega às raias da patologia. Acredita-se que a condição da boca possui uma influência sobrenatural nas relações sociais. Não fosse pelos rituais da boca, os Sonacirema acham que seus dentes cairiam, suas gengivas sangrariam, suas mandíbulas encolheriam, seus amigos os abandonariam, seus amantes os rejeitariam. Eles também acreditam na existência de uma forte relação entre características orais e morais. Assim, por exemplo, existe uma ablução ritual da boca das crianças que se considera como forma de desenvolver sua fibra moral.
O ritual do corpo cotidianamente realizado por todos inclui um rito bucal. Apesar de sabermos que este povo é tão meticuloso no que diz respeito ao cuidado da boca, este rito envolve uma prática que o estrangeiro não-iniciado não consegue deixar de achar repugnante. Conforme foi descrito, o rito consiste na inserção de um pequeno feixe de cerdas de porco na boca, juntamente com certos pós mágicos, e em seguida na movimentação deste feixe segundo uma série de gestos altamente formalizados.
Além deste rito bucal privado, as pessoas procurar um homem-da-boca-sagrada uma ou duas vezes por ano. Estes profissionais possuem uma impressionante parafernália que consiste em uma variedade de perfuratrizes, furadores, sondas e agulhas. O uso destes objetos no exorcismo dos perigos da boca implica uma quase e inacreditável tortura ritual do cliente. O homem-da-boca-sagrada abre a boca do cliente e, usando as ferramentas citadas, alarga qualquer buraco que o uso tenha feito nos dentes. Materiais mágicos são então depositados nestes buracos. Se não se encontram buracos naturais nos dentes, grandes seções de um ou mais dentes são serrados, para que a substância sobrenatural possa ser aplicada. Na imaginação do cliente, o objetivo destas aplicações é deter ao apodrecimento dos dentes e atrair amigos. O caráter extremamente sagrado e tradicional do mito fica evidente no fato de que os nativos retornam todo ano ao homem-da-boca-sagrada, embora seus dentes continuem a se deteriorar.
Deve-se esperar que quando um estudo intensivo dos Sonacirema for feito, seja realizada uma pesquisa cuidadosa sobre a estrutura de personalidade destes nativos. Basta observar o brilho nos olhos de um homem-da-boca-sagrada quando ele enfia uma agulha em um nervo exposto, para que se suspeite de que uma certa dose de sadismo está presente. Se isto puder ser verificado, uma configuração muito interessante emergirá, posto que a maioria da população mostra tendências masoquistas bem definidas. Era a tais tendências que o Professor Linton se referia, ao discutir uma parte especial do ritual cotidiano do corpo, que é apenas realizada pelos homens. Esta parte do rito envolve uma arranhadura e laceração da superfície do rosto por meio de um instrumento cortante. Ritos femininos especiais ocorrem somente quatro vezes por mês lunar, mas o que lhes falta em freqüência, lhes sobra em barbárie. Como parte desta cerimônia, as mulheres assam suas cabeças em pequenos fornos durante mais ou menos uma hora. O ponto teoricamente interessante é que um povo dominantemente masoquista desenvolve especialistas sádicos.
Os curandeiros possuem um templo imponente, o latipsoh, em cada comunidade de algum tamanho. As cerimônias mais elaboradas, necessárias para o tratamento de pacientes muito doentes, só podem ser realizadas neste templo. Tais cerimônias envolvem não só o taumaturgo, mas também um grupo permanente de vestais que se movimentam nas câmaras do templo com uma roupa e um penteado distintivos.
As cerimônias latipsoh são tão violentas que chega a ser fenomenal o fato que uma razoável proporção dos nativos realmente doentes que entram no templo consiga curar-se. Crianças pequenas, cuja doutrinação é ainda incompleta, costumam resistir às tentativas de leva-las ao templo, alegando que “é aonde você vai para morrer”. Apesar disto, os doentes adultos não apenas desejam, como ficam ansiosos para submeter-se à prolongada purificação ritual, se eles possuem meios para tanto. Os guardiões de muitos templos, não importa quão doente o suplicante ou quão grave a emergência, não admitem o cliente se ele não puder dar um rico presente ao zelador. Mesmo depois que se conseguiu a admissão e se sobreviveu às cerimônias, os guardiões não permitem a saída do neófito até que este dê ainda outro presente.
O(a) suplicante, ao entrar no templo, é primeiramente despido(a) de todas as suas roupas. Na vida cotidiana, os Sonacirema evitam a exposição de seus corpos quando das suas funções naturais. O banho e a excreção são realizados somente na intimidade do santuário doméstico, aonde são ritualizados, fazendo parte dos ritos corporais. A súbita perda da privacidade corporal, ao se entrar no latipsoh, costuma causar um choque psicológico. Um homem, cuja própria mulher jamais viu quando ele realizava um ato excretório, de repente encontra-se nu, assistido por uma vestal, enquanto executa assim suas funções naturais dentro de um vaso sagrado. Este tipo de tratamento cerimonial é necessário porque as excreções são usadas por um adivinho para diagnosticar o curso e a natureza da doença do paciente. Os clientes femininos, por seu lado, vêm seus corpos nus submetidos ao escrutínio, manipulação e espetadelas dos curandeiros.
Poucos suplicantes no templo estão suficientemente bem para fazer qualquer coisa que não seja ficar deitados nas camas duras. As cerimônias, como os já citados ritos do homem-da-boca-sagrada, implicam desconforto e tortura. Com precisão ritual, as vestais acordam a cada madrugada seus miseráveis pacientes, rolam-nos em seus leitos de dor, enquanto realizam abluções, cujos movimentos formalizados são objeto de treinamento intensivo das vestais. Em outros momentos, elas inserem varas mágicas na boca do paciente, ou obrigam-no a comer substâncias que são consideradas curativas. De tempos em tempos, os curandeiros vêm até seus pacientes e atiram agulhas magicamente tratadas em sua carne. O fato de que estas cerimônias do templo possam não curar, ou possam mesmo matar o neófito, não diminui de modo algum a fé do povo nos curandeiros.
Ainda resta um outro tipo de especialista, conhecido como um “escutador”. Este feiticeiro tem o poder de exorcizar os demônios que se alojam nas cabeças das pessoas que foram enfeitiçadas. Os Sonacirema acreditam que os pais fazem feitiçaria entre sues próprios filhos. As mães são especialmente suspeitas de colocarem uma maldição na criança, enquanto ensinam a elas os ritos corporais secretos. A contra-magia do feiticeiro “escutador” é singular por sua relativa ausência de ritual. O paciente simplesmente conta ao “escutador” todos os seus problemas e medos, começando com as primeiras dificuldades de que pode se lembrar. A memória exibida pelos Sonacirema nestas sessões de exorcismo é verdadeiramente notável. Não é incomum que o paciente lamente a rejeição que sentiu ao ser desmamado, e alguns indivíduos chegam a localizar seus problemas nos efeitos traumáticos de seu próprio nascimento.
Para concluirmos, deve-se mencionar certas práticas que estão baseadas na estética nativa, mas que dependem da aversão generalizada ao corpo e às funções naturais. Há jejuns rituais para fazer pessoas gordas ficarem magras, e banquetes cerimoniais para fazer pessoas magras ficarem gordas. Outros ritos ainda são usados para fazer os seios das mulheres maiores, se eles são pequenos, e menores, se eles são grandes. Uma insatisfação geral com a forma dos seios é simbolizada pelo fato de que a forma ideal está virtualmente fora do espectro da variação humana. Umas poucas mulheres que sofrem de um quase inumano desenvolvimento hipermamário são tão idolatradas que podem viver muito bem através de simples viagens à aldeia, permitindo aos nativos admirá-los mediante uma taxa.
Já fizemos referências ao fato de que as funções excretórias são ritualizadas, rotinizadas e relegadas ao domínio do secreto. As funções reprodutivas naturais são igualmente distorcidas. O intercurso sexual é tabu como tópico de conversa, e programado e planejado enquanto ato. Grandes esforços são feitos para evitar a gravidez por meio de uso de materiais mágicos, ou pela limitação do intercurso em certas fases da lua. A concepção é realmente muito pouco freqüente. Quando grávidas, as mulheres se vestem de forma a ocultar seu estado. O parto se realiza em segredo, sem amigos ou parentes assistindo, e a maioria das mulheres não amamenta nem cuida dos seus bebês.
Nossa descrição da vida ritual dos Sonacirema certamente mostrou que eles são um povo obcecado pela magia. É difícil compreender como eles conseguiram sobreviver por tanto tempo debaixo dos pesados fardos que eles mesmos se impuseram. Mas, mesmo os costumes tão exóticos quanto estes, ganham seu verdadeiro sentido quando encarados a partir do esclarecimento feito por Malinowski, quem escreveu:
“Olhando de cima e de longe, dos lugares seguros e elevados da civilização desenvolvida, é fácil ver toda a rudeza e a irrelevância da magia. Mas sem este poder e este guia, o homem primitivo não poderia ter dominado as dificuldades práticas como fez, nem poderia o homem ter avançado até os mais altos estágios da civilização.”

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Artigo do bom sítio Cloaca News sobre os erros da grande mídia abutre

Sítio Cloaca News

quarta-feira, 20 de março de 2013

ENCONTRAMOS A EXPLICAÇÃO PARA OS ERROS GROTESCOS NAS REDAÇÕES DO ENEM

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O Brasil assistiu, estarrecido, à ribombante revelação de O Globo, publicada na edição de 18/3, de que alguns estudantes receberam a nota máxima na prova de redação do Enem, mesmo depois de cometer erros grosseiros de português. Como sói acontecer quando se trata de usar qualquer motivo para esculhambar qualquer governo do PT, a imprensa golpista "repercutiu" imediatamente o furo do jornalão carioca. Portais noticiosos e edições digitais dos principais veículos dos conglomerados mafiomidiáticos esbaldaram-se com as besteiras dos adolescentes, pinçadas com esmero de algumas redações. Que governo incompetente é esse, que confere nota 1.000 a tamanha ignorância? - era o que estava nas entrelinhas, ou no subtexto, dos editoriais indignados.

Pois, este Cloaca News, perplexo com tamanha afronta à língua-mater, resolveu investigar o problema em sua origem. Após apurar que boa parte das escolas - públicas e privadas - adotou a prática de indicar textos "jornalísticos" como referência aos estudantes, descobrimos que estavam ali as fontes inspiradoras da juventude. Constatamos ainda que, não por acaso, o governo tucano paulista comprou milhares de assinaturas de algumas porcarias impressas para “instruir” os alunos da rede pública.

A sequência de imagens a seguir é parte de nosso singelo acervo, colecionado ao longo dos últimos quatro anos, dedicado à contribuição da gloriosa "grande imprensa" brasileira à formação intelectual e moral de nossos jovens.
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G1 obteve nota máxima em estupidez
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Rosane de Oliveira, de Zero Hora: Hors Concours
do Troféu Muar de Gramática Normativa
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Revista Veja: jornalismo indecente
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RBS: na vanguarda da ignorância
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Folha: não dá pra não rir
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Analfabetismo em dose cavalar
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Zero Hora cria serviço de submarinos em Porto Alegre
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ZH: burrice gritante
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Ainda bem que não computaram as transmissíveis...
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Texto de ZH. Alguma dúvida?
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Curioso mesmo é que, ao reproduzir a reporcagem do Jornal Nacional sobre as bobagens das redações do último Enem, o portal G1, das Organizações Globo, demonstrou que se trata, na verdade, de uma feroz batalha entre os rotos e os descosidos...
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Clique aqui para conferir na fonte





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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Folha de São Paulo financiou torturas e desaparecimentos.


 Cláudio Guerra é um ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo e, há pouco tempo, concedeu uma entrevista aos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros contando como funcionava o sistema de repressão e como eram realizadas as execuções sumárias de opositores do regime militar. O depoimento de Guerra virou um livro – “Memórias de uma guerra suja” – muito interessante e cheio de importantes detalhes sobre o funcionamento da “máquina repressiva”
Na terça-feira (23) ele compareceu à Comissão Municipal da Verdade de São Paulo para um novo depoimento e fez uma série de revelações importantes sobre episódios da ditadura militar. Detalhou o caso conhecido como “chacina da Lapa” e confirmou o que todos já sabiam: a participação do dono da Folha de S. Paulo e de outros empresários no apoio financeiro à repressão.
Ele confirmou ter sido o autor da explosão de uma bomba no jornal O Estado de S. Paulo, na década de 1980, e afirmou que os militares decidiram, a partir de 1980, desencadear em todo o Brasil atentados com o objetivo de desmoralizar a esquerda. “Depois de 1980 ficou decidido que seria desencadeada em todo o País uma série de atentados para jogar a culpa na esquerda e não permitir a abertura política”, disse ele.
Guerra também citou o Coronel Brilhante Ustra e o delegado Sérgio Paranhos Fleury. Este último, segundo Guerra, era o principal torturador e assassino. Segundo ele, Fleury “cresceu e não obedecia mais ninguém”. “Fleury pegava dinheiro que era para a irmandade (grupo de apoiadores da ditadura, segundo ele)”, acusou. E disse ainda que Fleury torturava pessoalmente os presos políticos e metralhou os líderes comunistas no episódio que ficou conhecido como Chacina da Lapa, em 1976.
Guerra disse que recebia da irmandade “por determinadas operações bônus em dinheiro”. O ex-delegado afirmou que os recursos vinham de bancos, como o Banco Mercantil do Estado de São Paulo, e empresas, como a Ultragas e o jornal Folha de S. Paulo. “Frias (Otávio, então dono do jornal) visitava o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), era amigo pessoal de Fleury”, afirmou.
Segundo Guerra, os mortos pelo regime passaram a ser cremados, e não mais enterrados, a partir de 1973, para evitar “problemas”. “Enterrar estava dando problema e a partir de 1973 ou 1974 começaram a cremar. Buscava os corpos da Casa de Morte, em Petrópolis, e levava para a Usina de Campos”, relatou.

Os donos das terras e o Brasil.



Muito boa a publicação do Dieese sobre o peso dos impostos na arrecadação federal. Através do documento, ficamos sabendo que os grandes latifúndios do país contribuem com uma migalha para os cofres da União.
Para se ter uma ideia, os latifúndios pagaram em 2011 apenas 0,04% de todos os impostos arrecadados pela União (governo federal, estados e municípios), segundo cálculo do Dieese publicado na cartilha 10 Ideias para uma Tributação mais Justa, lançada este mês, em São Paulo. O Dieese ainda não tem os dados fechados de 2012, mas já sabe que, em relação à arrecadação federal (R$ 992 bilhões), os grandes proprietários arcaram com menos de 0,07%.
“Além de os impostos serem baixos, o problema é reforçado porque os latifundiários designam grandes extensões das suas propriedades como área de conservação, que não são oneradas”, explica o responsável pela publicação, Clóvis Scherer. Em 2012, o agronegócio faturou R$ 357,3 bilhões, 8,7% a mais do que em 2011, segundo a CNA (Confederação Nacional da Agricultura), e pagou cerca de R$ 670 milhões em impostos.
As propriedades com mais de mil hectares, ou 10 milhões de metros quadrados, representam apenas 0,92% dos estabelecimentos agropecuários do país. Em contrapartida, correspondem a 45% da área total das propriedades rurais, de acordo com o Censo Agropecuário do IBGE, de 2006. “O ideal seria que o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) fosse menor para os pequenos produtores ou para os voltados exclusivamente para produção de alimentos”, sugere Scherer.

Adolescente brasileiro preso por soldados de Israel!


 E os nossos jornais “tão livres” não dedicaram uma única linha para denunciar mais um abuso das tropas israelenses. Por que se calam?
Majd Hamad tem 15 anos e nasceu em Goiás. Com sua família, mudou-se para uma região da Cisjordânia que agora foi ocupada por tropas e “colonos” de Israel em um assentamento próximo da cidade de Silwad. Na madrugada de segunda-feira (22) sua casa foi invadida por soldados israelenses que o levaram preso sob a acusação de ter “jogado pedras em soldados”.
Sua mãe, Najat Hamad, e o ministro-conselheiro do escritório de Representação do Brasil em Ramallah, João Marcelo Soares, compareceram ao posto policial de Binyamin, perto de Ramallah, onde estava o jovem brasileiro, mas não puderam presenciar o interrogatório. De acordo com a mãe, “quando saiu do interrogatório, estava muito nervoso e com olhos vermelhos, mas não me deixaram falar com ele”. Segundo informações, Majd Hamad foi transferido para a prisão de Ofer.
Sua mãe, também nascida no Brasil, assegura que o filho não participou da manifestação em questão. “Naquele dia, eu e meu marido decidimos não deixar Majd sair de casa, pois a situação estava tensa em Silwad, depois que colonos de um assentamento próximo espancaram um agricultor palestino”, disse à BBC Brasil.
Segundo o porta-voz do Exército israelense, capitão Barak Raz, “o Exército não prende ninguém à toa. Se foi preso, é sinal de que há provas contra ele”.
Em março, o Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) publicou um relatório acusando Israel de violar os direitos de crianças e adolescentes palestinos presos. O relatório afirma que “menores de idade palestinos detidos por militares israelenses são sujeitos a maus tratos que violam a lei internacional”.
De acordo com o Unicef, a cada ano cerca de 700 menores palestinos, entre 12 e 17 anos, são interrogados e detidos pelo Exército, pela polícia e por agentes de segurança de Israel. Segundo o presidente da Associação dos Prisioneiros Palestinos, Kadura Farez, atualmente há cerca de 200 menores palestinos presos em cadeias israelenses.

Na Argentina, 66 caixas com documentos sobre ditadura militar no Brasil.


 A CNV (Comissão Nacional da Verdade) identificou em Buenos Aires 66 caixas com documentos que podem ajudar a esclarecer violações de direitos humanos cometidas durante a ditadura militar brasileira. Em visita oficial à Argentina, a CNV visitou arquivos e se reuniu com organismos de direitos humanos, integrantes da chancelaria e da Secretaria de Direitos Humanos.
“Nessas caixas há um universo muito grande de informação sobre o Brasil que temos que analisar. Nos interessa especialmente informações sobre mortes e desaparecimentos, que é o nosso foco central, e sobre estratégias de colaboração entre os diversos países durante o período da repressão”, contou Paula Ballesteros, pesquisadora da CNV.
A CNV fez um levantamento inicial sobre cidadãos brasileiros desaparecidos, entre eles Tenório Cerqueira Júnior, pianista sequestrado em Buenos Aires em março de 1976, quando acompanhava Vinícus de Moraes e Toquinho em shows na cidade. Tenório Jr. está entre os 11 brasileiros desaparecidos na Argentina durante a última ditadura militar.
A CNV visitou arquivos da chancelaria argentina nos quais há documentos desclassificados sobre a colaboração entre as ditaduras da América do Sul, mas Paulo Sérgio Pinheiro afirmou que, caso surjam dados relevantes, é possível pedir o acesso a novos arquivos, também em outros países. (Matéria em Opera Mundi).

Pobre Paraguai, voltou às mãos da direita bandida!


Eleito é investigado por lavagem de dinheiro e contrabando de cigarros. Eleito presidente do Paraguai, Horacio Cartes tem um histórico de problemas na Justiça - não só de seu país, mas também do Brasil. O empresário, no entanto, diz que não sofreu nenhuma condenação em última instância.
No início da década de 1980, Cartes foi preso no Paraguai por evasão de divisas. Além disso, tem sido investigado nos últimos anos por lavagem de dinheiro e vínculos com o narcotráfico. No Brasil, ele é acusado pela empresa Souza Cruz de contrabando de cigarros. No processo, a empresa brasileira diz que parte da produção de Cartes entra no país de forma legal, mas outra parcela não paga impostos. Tal iniciativa, de acordo com a Souza Cruz, configura-se “concorrência desleal”.
Além dos problemas na Justiça, Cartes também foi investigado pelos EUA, segundo telegramas vazados pelo Wikileaks. Em documento de janeiro de 2010, o empresário é classificado como o mandante de um esquema de lavagem de dinheiro. Três anos antes, em 2007, Cartes é citado de passagem em outro documento, no qual é relacionado com 80% do dinheiro lavado no Paraguai. 

E se fosse contra os EUA?


 É cada vez mais desavergonhada a ação estadunidense contra os países que fogem do seu poder e começam uma vida independente e mais voltada para as necessidades do povo. Não bastasse o criminoso bloqueio contra Cuba e as constantes propagandas feitas, com muito dinheiro público, para atacar a imagem da Ilha, agora se voltam também para outras nações que não rezam pela sua cartilha.
Fernando Hidalgo, um animador da Mega TV, emissora instalada no paraíso dos terroristas e golpistas internacionais – Miami – passou a pregar abertamente um golpe na Venezuela e conclamar os militares a derrubarem o governo legitimamente eleito.
Aberta e descaradamente ele defendeu um golpe ao dizer que “Quero falar diretamente com os membros das Forças Armadas Nacionais da Venezuela...”. Ele acusou Cuba de estar “dando as ordens” no exército venezuelano. Mas vale registrar que Fernando Hidalgo é muito amigo de Posada Carriles, o assassino protegido pelo governo Obama.

Desemprego cai na América Latina.


 O desemprego na América Latina e no Caribe atingiu 6,4% em 2012, o menor nível em 20 anos, divulgou na quarta-feira (22) a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). O número representa queda em relação a 2011, quando o total de trabalhadores parados tinha atingido 6,7%.
O levantamento leva em conta o desemprego aberto urbano, abrangendo apenas moradores das cidades que estão procurando emprego. De acordo com a Cepal, o desempenho do mercado de trabalho fez o total de desempregados na região diminuir em 400 mil no ano passado. No entanto, cerca de 15 milhões de pessoas permanecem sem trabalho nas zonas urbanas da região.