• Grécia: a esquerda que pode chegar ao poder. A Syriza, Coligação da Esquerda Radical da Grécia,
surgiu em 2004 e resulta de um processo de diálogo iniciado em 2001. Participaram
muitas correntes da esquerda grega, de inspiração socialista, eurocomunista,
ecologista, maoísta e trotskista. Atualmente, a Coligação que tem chances de
chegar ao poder na Grécia, é composta por doze organizações e muitas
personalidades independentes, entre elas algumas figuras que se afastaram do
PASOK (Partido Socialista) nos últimos anos.
A coligação disputou pela primeira vez uma eleição em
2004 e conseguiu passar a barreira dos 3% para eleger seis deputados. Em 2006
durante as eleições autárquicas, a Syriza lançou um jovem de 32 anos, Alexis
Tsipras, líder estudantil nos anos 90. Ele alcançou uma votação expressiva e
transformou a Coligaçào na terceira força política na capital grega.
A corrente majoritária na Syriza é o Synaspismos, uma
antiga coligação entre comunistas que se transformou em partido. As outras
organizações são a AKOA (Esquerda Comunista Ecológica e Renovadora); DEA (Esquerda
Internacionalista dos Trabalhadores, próxima da tendência trotskista internacional
IST, fundada por Tony Cliff); DKKI (Movimento Democrático Social, corrente que
saiu do PASOK em 1995); KOE (Organização Comunista da Grécia, de inspiração
maoísta, integrou a Syriza em 2007); Kokkino (Vermelho, corrente de inspiração
trotskista); Ecosocialistas da Grécia; Cidadãos Ativos (corrente fundada pelo
herói da Resistência Manolis Glezos); KEDA (Movimento pela Esquerda Unida na
Ação, cisão do PC grego em 2000); Rizospastes (Radicais, cisão dos Cidadãos
Ativos, sublinham o patriotismo no discurso); Omada Roza (Grupo Rosa, esquerda
radical); e APO (Grupo Político Anticapitalista, corrente de inspiração
trotskista).
• O programa do Syriza. Em documento divulgado no início da semana passada, a coligação de
esquerda grega (Syriza) apresenta seu programa eleitoral. Redigido de forma
simples, o programa tem 40 pontos. Vamos ver alguns: 1) realizar uma auditoria
da dívida pública, renegociar e suspender os pagamentos até que a economia
tenha se recuperado; 2) mudar a Lei Eleitoral para que a representação
parlamentar seja verdadeiramente proporcional; 3) adotar um imposto sobre
transações financeiras e sobre produtos de luxo; 4) abolir os privilégios
fiscais da igreja e dos armadores (donos de estaleiros); 5) acabar com o
segredo bancário e a evasão de capitais; 6) cortar os gastos militares; 7)
devolver ao salário mínimo o seu valor antes dos cortes exigidos pelo Banco
Central Europeu (751 euros brutos mensais); 8) nacionalizar os bancos; 9)
nacionalizar os hospitais privatizados e eliminar toda a participação
particular no sistema de saúde; 10) retirar as tropas gregas do Afeganistão;
11) romper os acordos militares com Israel e 12) fechar as bases militares
estrangeiras na Grécia.
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