• Londres:
parque olímpico livre de pobres. Os organizadores da Olimpíada de Londres esperam
que 80.000 pessoas estejam no Parque Olímpico na hora de acender a tocha, mas
não falam de quantos cidadãos estão sendo expulsos da área em uma “limpeza” que
está sendo feita pela polícia londrina.
Segundo o jornal inglês “The
Guardian” e a rede de TV BBC, milhares de pessoas estão sendo expulsas da área
do parque por serem pobres ou “indesejados”. O governo está criando as chamadas
“zonas de dispersão”, com o intuito de
facilitar abordagens e remoção de pessoas com “comportamento anti-social” da
área do Parque Olímpico. A BBC denunciou que os aluguéis na região estão
sofrendo aumentos absurdos para expulsar os moradores de aumentar o lucro dos
proprietários que esperam faturar com os turistas.
A zona leste de Londres, local onde está o Parque
Olímpico e uma das áreas mais pobres do país, foi o bairro visitado e estudado
por Friedrich Engels quando escreveu seu conhecido livro “A situação da classe operária na Inglaterra”. Agora é palco
de especulação imobiliária e perseguição aos pobres.
A irritação com as medidas do governo britânica é
evidente em Julian Cheyne, entrevistado pela BBC. Ex-morador de um condomínio
social, o Clays Lane Peabody Centre, em Stratford, ele foi despejado e o
conjunto, demolido para dar lugar ao Parque Olímpico. O Clays Lane, construído
em 1977 e composto por 57 casas, era conhecido como a maior co-operativa de
moradores do Reino Unido e a segunda maior da Europa. Todos foram removidos
para outras áreas.
• Olimpíada diferente. O jornalista Dave Zirin, do jornal especializado inglês Edge of Sports, acaba de fazer um balanço dos preparativos para a Olimpíada de
Londres. Serão 48.000 homens da força de segurança inglesa, 13.500 soldados,
mísseis terra-ar montados no alto de prédios residenciais, armas sônicas para
dispersar multidões e aviões sem tripulantes (drones) para vigiar os céus! Além
disto, uma cerca eletrificada de 18 quilômetros, cercada de agentes de
segurança e 55 equipes com cães de ataque! E vale lembrar que Londres, normalmente,
já possui mais câmaras de vigilância de rua “per capita” do que qualquer outra
cidade no mundo.
Não, isto não é um balanço
das forças da OTAN no Oriente Médio. São os preparativos ingleses para a Olimpíada.
O jornalista Stephen Graham, do jornal Guardian, diz que a situação é como um “Cerco de Londres” e a maior mobilização
de forças militares e de segurança do Reino Unido. Ele afirma que a quantidade
de soldados mobilizados é maior do que a quantidade de soldados ingleses no
Afeganistão.
• Crise cortou 21 milhões de emprego desde 2008. A crise econômica mundial já comprometeu, desde seu
início, em 2008, 21,3 milhões de emprego nas vinte economias mais dinâmicas do
planeta mais a União Europeia, bloco conhecido como o G20. A conclusão é o resultado
de um relatório realizado em conjunto pela OIT (Organização Mundial do
Trabalho) e a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico),
divulgado nesta quinta-feira (17/05).
O relatório faz referência “a gravidade” da taxa de
desemprego juvenil e lembra que em alguns países esse índice é três vezes maior
entre a população jovem. A taxa média de desemprego juvenil nos países do G20 é
de 19,2%, mas existem grandes diferenças entre as distintas nações que formam o
grupo: enquanto em alguns este índice é 7%, em outros esse número chega a quase
50%. “Adotar políticas que favoreçam a inserção dos jovens entrem no mercado de
trabalho com educação adequada, formação profissional, experiência inicial de
trabalho e orientação é essencial para nossas sociedades integrarem a nova
geração”, disse o diretor-geral da OIT, Juan Somavia.
• Derrota eleitoral de Angela Merkel é um aviso. No último domingo (13), o SPD (Partido
Social-Democrata Alemão) ganhou as eleições legislativas no estado federado da
Renânia do Norte-Vestfália, superando amplamente a CDU (União Democrata-Cristã)
da chanceler Angela Merkel. Os social-democratas obtiveram 38,3% dos votos e a
CDU, até agora a primeira força política regional, 25,8%, o pior resultado de
sua história nesse território.
• Alemanha está apoiando oposição a Chávez. A notícia foi dada em Berlim, na segunda-feira (14). O
governo alemão está apoiando abertamente a oposição venezuelana e seus
diplomatas defenderam esta posição durante a reunião do Grupo de Trabalho do
Conselho da União Europeia sobre a América Latina.
Enquanto Portugal, Polônia e França pediam que o apoio
acontecesse de forma “discreta”, os representantes de Angela Merkel defenderam
que o apoio deve ser direto, sem ocultações. E isto ficou claro em uma viagem
recente de parlamentares alemães que estiveram na Venezuela, mas se reuniram
apenas com os opositores de Chávez.
• Grécia vive agora crise política. Os gregos irão às urnas mais uma vez em junho para
escolher um novo Parlamento, em uma eleição que deve definir o futuro político
e econômico do país nos próximos anos. Após o fracasso na formação de um
governo, devido ao impasse envolvendo os principais partidos, o presidente Karolos
Papoulias confirmou nesta terça-feira (15) a convocação do novo pleito. Em
jogo, estará a opção por continuar ou não com as políticas de austeridade
fiscal impostas pela União Europeia que tem penalizado a população, e a
manutenção do país na Zona do Euro.
Enquanto isto, a Grécia permanece sem um governo
oficial, já que nenhuma das forças políticas conseguiu maioria parlamentar para
indicar os integrantes do gabinete. O novo pleito colocará mais uma vez em
lados opostos os partidos tradicionais (Pasok e Nova Democracia), que defendem
o cumprimento das medidas de austeridade fiscal impostas pela União Europeia
para equilibrar as contas públicas do país, e as legendas que querem romper o
acordo por considerá-lo injusto com a população grega. Dentre eles, destaca-se
a frente de esquerda Syriza, que foi a principal surpresa das eleições de 6 de
maio, alcançando o segundo lugar.
• Como
um país deixa o euro? Pelas
legislações vigentes na Europa, um país não pode ser “expulso” da zona do euro.
Mas pode ser pressionado a sair. Para os países da zona do euro, a saída da
Grécia ainda é uma preocupação, porque pode gerar pânico nos mercados. O maior
medo deles é que os investidores podem pensar: “se a Grécia sucumbiu, Portugal,
Irlanda, Espanha e Itália também vão sucumbir”. Mas há outra face desta moeda.
Para os líderes europeus estarem falando abertamente na saída da Grécia, é por
que já têm algum plano para isso. Os países de economia mais fraca teriam
disponíveis, por exemplo, os 240 bilhões de euros prometidos para a Grécia. É
tudo uma questão de “negócios”, sem qualquer preocupação com o povo grego.