• “Aqui mora o
torturador da Dilma”. Esta era a frase escrita na faixa que foi estendida diante do prédio
número 36, Rua Tereza Moura, em Guarujá – SP. No apartamento 23 do prédio mora Mauricio Lopes Lima, acusado de
torturar a presidenta Dilma Rousseff durante a ditadura.
Na segunda-feira (14),
aproximadamente 60 pessoas estiveram em frente ao prédio do ex-agente da repressão.
Segundo os organizadores do movimento, o objetivo é expor os torturadores à
sociedade brasileira. “Nas panfletagens, a gente vê o espanto dos vizinhos, das
pessoas que trabalham no comércio. Porque geralmente são figuras que moram no
bairro já algum tempo e têm essa história oculta; A gente vai expondo de fato
quem são estes ‘bons velhinhos’”, diz Edson Magalhães Rocha, porta-voz do
movimento.
Dilma, que era uma das
líderes da organização VAR-Palmares, foi presa em 16 de janeiro de 1970. Ela
foi brutalmente torturada e seviciada, submetida a choques e pau-de-arara
durante 22 dias. No depoimento à Justiça Militar, em Juiz de Fora, cinco meses
depois de ser presa, ela deu detalhes da tortura no Dops.
O ato, realizado debaixo de
chuva, durou cerca de uma hora (entre 10h e 11h). Durante o protesto, vizinhos
desceram, aparentemente assustados, para ver o que acontecia. Funcionários
contaram que Lopes Lima estava no local – mas ele nem sequer foi visto na
janela.
• Outro
torturador denunciado. Levante Popular da Juventude
realizou protestos em diversas cidades do país contra ex-militares e
ex-policiais acusados de tortura durante a ditadura militar. No Rio, o protesto
aconteceu em frente ao número 218 da rua Marquês de Abrantes, no Flamengo, onde
reside o general da reserva José Antônio Nogueira Belham, um dos ex-chefes da
unidade do Doi-Codi na cidade em 1971, ano em que desapareceu o ex-deputado
federal Rubens Paiva, após ser detido em casa.
A manifestação aconteceu pela manhã e reuniu cerca de
50 pessoas, que com faixas, cartazes, “panelaços” em latas de tinta e esquetes
teatrais chamaram a atenção da vizinhança e dos pedestres sobre a impunidade
que desfrutam os acusados de crimes contra os direitos humanos e a necessidade
de se conhecer a história do país a partir das esquinas de cada cidade, e não
apenas dos livros e enciclopédias oficiais.
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