O novo
titular da Secretaria de Direitos Humanos da Argentina tem 37 anos e é
advogado. Foi um dos fundadores do grupo organizado por filhos de desaparecidos
políticos H.I.J.O.S. (Filhos e Filhas pela Identidade e a Justiça, Contra o
Esquecimento e o Silêncio, na sigla em espanhol, que se traduz por FILHOS) em
Córdoba. Tinha dois anos quando seus pais foram sequestrados.
Martín Fresneda, que agora assume como secretário de
Direitos Humanos tem história e conhece bem o que foi a ditadura militar em seu
país. Quando criança, junto com seu irmão, testemunhou o sequestro de seus pais
durante a chamada “Noite das Gravatas”. As crianças, que tinham quatro e dois
anos, presenciaram a operação. Foram tirados de casa junto com sua mãe e
levados pela repressão. Ao saber que a polícia tinha a sua família, o pai se
apresentou e se entregou desarmado. Pelo testemunho de sobreviventes, anos mais
tarde se soube que o casal foi levado à La Cueva, o centro clandestino de
detenção que funcionou na Base Aérea de Mar del Plata. Os meninos ficaram com
seus avós e depois foram criados por uma tia, em Catamarca.
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