Um estudo de grande importância, realizado por três pesquisadores da área de sistemas complexos do
Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça, está mostrando pela primeira vez de forma abrangente como
se estrutura o poder global das empresas transnacionais. É um trabalho muito
importante para o estudo do que ocorre na atual crise mundial porque mostra a o
poder das participações cruzadas entre as empresas, que permite que um núcleo
muito pequeno (na ordem de centenas) exerça imenso controle sobre a economia
mundial. Por outro lado, os interesses estão tão entrelaçados que os desequilíbrios
se propagam instantaneamente, representando risco sistêmico.
O estudo analisou as relações entre 43.000 grandes
empresas transnacionais e concluiu que um pequeno número delas, principalmente
bancos, tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global.
A análise usa a mesma matemática empregada há décadas
para criar modelos dos sistemas naturais e para a construção de simuladores dos
mais diversos tipos. Agora ela foi usada para estudar dados corporativos disponíveis
mundialmente. E o resultado é um mapa que traça a rede de controle entre as
grandes empresas transnacionais em nível global.
Trabalhando os dados recolhidos pelos pesquisadores, o
modelo final revelou um núcleo central de 1.318 grandes empresas com laços com
duas ou mais outras empresas - na média, cada uma delas tem 20 conexões com
outras empresas. Mais do que isso, embora este núcleo central de poder
econômico concentre apenas 20% das receitas globais de venda, as 1.318 empresas
em conjunto detêm a maioria das ações das principais empresas do mundo - as
chamadas blue chips nos mercados de ações. Ou seja, elas detêm um controle
sobre a economia real que atinge 60% de todas as vendas realizadas no mundo
todo.
Quando os cientistas desfizeram o emaranhado dessa rede
de propriedades cruzadas, eles identificaram uma “super-entidade” de 147
empresas intimamente inter-relacionadas que controla 40% da riqueza total daquele
primeiro núcleo central de 1.318 empresas! (A matéria está em Carta Maior)
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