Na sexta-feira (15), em uma solenidade na Faculdade de
Geociências da USP (Universidade de São Paulo), aconteceu o ato oficial de
anistia a Alexandre Vannuchi Leme, assassinado pela ditadura militar em 1973. O
governo federal, através da Comissão da Anistia, reconheceu sua responsabilidade
pela morte do jovem e pediu desculpas à família. A ministra da Secretaria dos
Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse sentir-se envergonhada com as
atrocidades cometidas pelo Estado durante o período da ditadura, “mas que numa
sociedade democrática o Estado tem o dever de reconhecer que foi o responsável
pelas mortes, torturas e assassinatos cruéis, ceifando vidas e acabando com
famílias. Para ela, “se estamos vivendo o período mais longo da democracia,
isso se deve a figuras como Alexandre Vannuchi, Vladimir Herzog e tantos outros
que ousaram lutar e deram suas vidas por um ideal.”
Na mesma solenidade, a esposa, o filho e o neto de Vladimir Herzog receberam
pelas mãos de Rosa Cardoso, integrante da Comissão Nacional da Verdade, o novo
atestado de óbito do jornalista. A retificação foi acatada pela Justiça depois
de pedido feito pela Comissão Nacional da Verdade. O novo documento rechaça a
versão dos torturadores de ‘suicídio’. Constava no laudo da época assinado pelo
legista Harry Shibata que Vlado, como era conhecido o jornalista, havia morrido
"por asfixia mecânica". A versão oficial agora consta que Vladimir
Herzog foi assassinado em decorrência de lesões e maus tratos sofridos nas
dependências do 2º Exército de SP, acabando de vez com a farsa montada pela
ditadura.
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