Paraguai:
avanço da direita, com ajuda de brasileiros. Dias depois do golpe da direita no Paraguai, depondo o presidente
legitimamente eleito, Fernando Lugo, um pequeno grupo de proprietários
brasileiros do Mato Grosso do Sul foi a Assunção levar uma “mensagem de
confiança e apoio” aos golpistas.
A perseguição política e a repressão aos movimentos
organizados fez avançar a política dos grandes proprietários e da direita no
país. Desde o golpe, a esquerda está desarticulada e dividida, facilitando
ainda mais o trabalho a favor da desagregação e entrega do país ao grande
capital.
Pesquisas recentes revelam que a divisão da esquerda
(Mario Ferreiro, da coligação Avança País e Aníbal Carrillo, apoiado pelo
ex-presidente Fernando Lugo e pela Frente Guaçu) torna ainda mais fácil o
trabalho dos conservadores “amigos de Washington”. O mais certo, até agora, é
que os setores da direita que perpetraram, em junho do ano passado, o golpe de
Estado que destituiu Lugo, deverão conquistar a presidência.
Horacio Cartes, do Partido Colorado, encabeça as
pesquisas eleitorais. Empresário, sua fortuna econômica é polêmica. Dono de 26
empresas, a maioria delas do setor de tabaco, é acusado de ligação com o
narcotráfico e lavagem de dinheiro, tendo sido investigado no Brasil por
contrabando de cigarros.
• Vitória para o agronegócio. Ao que tudo indica, o grande vencedor nas eleições paraguaias será o setor
de agronegócios, envolvendo, é claro, os grandes proprietários brasileiros que
são vizinhos dos paraguaios. Nos debates presidenciais na televisão, os
candidatos da direita se apresentam como exemplares administradores do modelo
do agronegócio. Entre outros compromissos de campanha, juram que não cobrarão
impostos diretos sobre a exportação de soja bruta. No Paraguai, a exportação
não paga nenhum guarani ao Estado.
Se os gigantes do agronegócio pagassem 15% de impostos
na exportação de soja, o Estado teria 225 milhões de dólares por ano para
destinar à reforma agrária, à saúde e à educação, considerando a exportação de
US$ 1,5 milhões de dólares como em 2011. Em 2010, de acordo com o departamento
de Agricultura dos Estados Unidos, as exportações paraguaias foram de mais de
seis milhões de toneladas de soja.
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