• Morreu a “mãe” do
neoliberalismo. Vítima de um derrame aos 87 anos, morreu na segunda-feira (08) Margaret
Thatcher. Ela se tornou a primeira mulher a ser primeira-ministra do Reino
Unido, em 1979, e formou, com Ronald Reagan (EUA) e Helmut Kohl (Alemanha), o
tripé do avanço neoliberal no mundo. Atacou violentamente os sindicatos
ingleses e privatizou quase toda a economia do país, levando ao desemprego e ao
desespero milhões de trabalhadores.
Pouco depois de sua eleição, estabelecendo as linhas do
seu governo e a filosofia neoliberal, Thatcher declarou aos jornais ingleses
que “não existe essa coisa chamada
sociedade. Eu só conheço indivíduos”. Mais adiante, enaltecendo o
pensamento liberal, ela declarou que “é nossa tarefa glorificar a desigualdade e ver
que se liberam e se expressam os talentos e as habilidades para o bem de
todos.”
• Comemorações pela
morte de Thatcher. A morte de Margaret Thatcher foi
lamentada por seus colegas de partido e pela oposição trabalhista. Mas, nas
ruas, sindicalistas e populares demonstraram o que pensam sobre as políticas da
“Dama de Ferro” e realizaram uma festa em Trafalgar Square, centro de Londres.
Militantes anti-thatcheristas do movimento “Luta de
Classes” (Class War) promoveram o encontro. “Se você quer celebrar a morte da
mulher mais odiada do Reino Unido, veremos você lá”, dizia o convite. A festa aconteceu
ontem (13) com venda de posters e adesivos. “Traga champanhe, fogos de
artifício, roupas de festa e venham”, dizia o convite.
“Quem não estava lá nos anos 1980 e sofreu com a
destruição do Reino Unido sob Margaret Thatcher nunca vai entender o ódio
mortal que sentíamos por ela”, escreveu o jornalista e ativista Andy
Worthington, que apoia a iniciativa da festa. “Seus sucessores espirituais,
[Tony] Blair e [David]Cameron/George Osborne continuaram com a destruição
miserável da sociedade, mas ela quem começou - matando a indústria, promovendo
a ganância como única medida da existência humana e retirando barreiras
necessárias ao setor financeiro”, continuou.
• Funeral vai custar muito caro. O funeral de Margaret Thatcher pode custar o
equivalente a até R$ 30 milhões de reais (10 milhões de libras), de acordo com
o jornal britânico Daily
Mail. O governo vai arcar com o custos da cerimônia do próximo dia
17 na catedral de St.Paul, em Londres.
O cortejo fúnebre de Thatcher pode se tornar uma dor de
cabeça para a polícia londrina, que receia protestos durante a cerimônia.
Segundo o jornal inglês The Independent, a
polícia está monitorizando as redes sociais para perceber que ações de
contestação estão sendo planejadas. Sabe-se que serão realizadas “detenções preventivas”
para evitar os protestos. A polícia metropolitana cancelou as folgas e há um
comando especial montado para acompanhar todo o dia do funeral, enquanto grupos
anarquistas ameaçam fazer outra festa em Trafalgar Square.
• Argentinos proibidos de assistir ao funeral. O governo britânico vetou a presença da presidente argentina,
Cristina Kirchner, e de qualquer funcionário argentino, ao funeral de Margaret
Thatcher. Entre os convidados à cerimônia estarão a rainha Elizabeth II da
Inglaterra, seu marido Felipe, duque de Edimburgo, o primeiro-ministro
britânico, David Cameron e seus antecessores Tony Blair e Gordon Brown. A
ex-secretária de Estado estadunidense Hillary Clinton e o ex-presidente da
África do Sul Frederik Willem de Klerk também devem comparecer.
O serviço religioso contará com 700 membros das três
Forças Armadas britânicas, em reconhecimento pela vitória militar sob o governo
da Thatcher na Guerra das Malvinas (1982).
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