A página da Wikileaks, na internet, divulgou na segunda-feira (8)
documentos do departamento de Estado dos EUA que revelam o apoio do Vaticano
para o golpe no Chile em 1973. Segundo informações do jornal italiano La Republicca, “em nome
do Santo Padre”, a Igreja negou denúncias contra os militares, dizendo que as
repressões reportadas no país sul-americano se tratavam de “propaganda
comunista”.
Um dos documentos divulgados - datados na década de
1970 - mostram o então secretário de Estado do Vaticano, Giovanni Benelli, em
diálogo com diplomatas estadunidenses expressando “grave preocupação do Papa
Paulo VI (1963-1978) com a campanha de esquerda para distorcer completamente a
realidade da situação política no Chile”.
As conversas entre Igreja e EUA ocorreram cinco semanas
depois de Pinochet tomar o poder por meio de um golpe de Estado, derrubando o
regime socialista de Salvador Allende. Na ocasião, milhares de simpatizantes do
regime de esquerda foram presos e mortos.
Na ocasião, o Vaticano
admitiu que houve sangue derramado nas ruas chilenas, porém, acenou que os bispos
chilenos “estavam fazendo de tudo para corrigir a situação e as reportagens que
falam de repressão brutal, pois elas são infundadas”, afirma o documento
divulgado. O Vaticano também afirma que “a cobertura exagerada dos eventos
ocorridos no Chile foram uma grande vitória da propaganda comunista”.
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