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Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Santa Catarina (SRTE/SC)
libertou doze pessoas de condições análogas à escravidão na fazenda Pelotinhas,
localizada no bairro rural de Morrinhos, em Lages (SC). A fazenda de 800
hectares pertence a empresa Arruda Rodrigues Participações Ltda. e está
arrendada para a Klabin S.A., gigante no setor de papel e celulose.
Os trabalhadores realizavam os serviços de corte de
madeira e foram encontrados utilizando motosserras sem qualquer treinamento e
sem equipamentos de proteção individual. Eles declararam que os poucos EPIs que
possuíam foram comprados por eles. O empregador Marcos Antonio de Barba não
disponibilizou água potável e nem instalações sanitárias aos funcionários, que
bebiam água de uma sanga, espécie de brejo, e utilizavam o mato como banheiro.
A água, de cor e origem duvidosa, também era usada para tomar banho preparar as
refeições. Os empregados disseram que é comum os cavalos beberem água no mesmo
local.
Um galpão e um trailer eram usados como alojamento. O
galpão estava escorado por madeiras e apresentava grandes frestas e buracos no
chão. No ambiente também eram armazenados sacas de cereais, maquinários, fogões
e botijões de gás. Os empregados dormiam em colchões ou espumas próprios, em
péssimo estado de conservação. “Um dos maiores absurdos que a equipe constatou
foi que tábuas foram improvisadas no forro do galpão, e um colchão foi
colocado, sobre a fiação elétrica, para que um dos empregados dormisse”, conta
Lilian Carlota Rezende, coordenadora da operação.
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