O discurso neoliberal de “austeridade”, justificando os cortes em
direitos sociais e entrega da economia ao grande capital foi derrotado na
França. A vitória de François Hollande por 51,70% contra 48,30% dos votos
obtidos pelo “capacho” Sarkozy mostram que a ridícula versão xenófoba do
liberalismo europeu recebeu a resposta que merecia.
Na noite de domingo, Paris viveu um festival de
buzinaços. Gritos e cantos de alegria cobriram a Praça da Bastilha. “Sarkozy
terminou”, “a França Forte é a França de Esquerda”, gritava à noite a numerosa
juventude que se reuniu na sede parisiense do Partido Socialista, na rua
Solferino. A grande maioria desses jovens só conheceu até hoje a ação política
dos governos conservadores e a fulgurante agressividade de Nicolas Sarkozy.
Agora estão diante de uma nova perspectiva: “a mudança começa agora”, disse o
presidente eleito no primeiro discurso que pronunciou desde Tulle (na região de
Corrèze, centro sul do país), cidade da qual foi prefeito.
• O primeiro grande passo. A França vai retirar suas tropas do Afeganistão ainda
em 2012. A informação, publicada na segunda-feira (07) pelo jornal britânico The Telegraph, foi feita
por Manuel Valls, diretor de comunicação de François Hollande, recém-eleito
presidente da França. Segundo o assessor, a “França vai anunciar a retirada de
suas forças entre agora e o final do ano”. Oficialmente, o anúncio será feito
durante encontro de cúpula da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte)
entre os dias 20 e 21 de maio, em Chicago.
A França tem cerca de 3.308 militares no país
asiáticos, ocupado por forças de intervenção desde 2001. É o quinto maior
contingente militar das Forças de Segurança de Assistência Internacional, a
coalizão militar liderada pela OTAN. Para os comandantes militares da
organização, uma saída repentina dos franceses poderá encorajar outros países
relutantes em permanecer a fazerem o mesmo. Além de a ocupação ser extremamente
impopular na Europa, essas retiradas resultariam em um significativo
enxugamento orçamentário.
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