A vitória do socialista
Hollande, na França, não foi a única boa notícia do domingo (06). As eleições
gregas foram significativas e marcam, também, o início de uma mudança na
Europa. Os dois principais partidos da Grécia, que sustentam o governo e
garantem a política de “austeridade”, sofreram grandes perdas nas eleições
parlamentares de domingo.
O primeiro passo da “virada” grega aconteceu em
novembro passado quando a insatisfação popular fez cair o governo de Papandreu.
É certo que ele foi substituído por outro homem de confiança do sistema europeu
(Banco Central e FMI), mas o seu partido (Pasok) acaba de sair muito queimado
das eleições e dificilmente conseguirá montar um gabinete que consiga governar
o país.
Na semana anterior, a OCDE anunciou que a renda média
grega caiu 25,3% em 2011, uma redução sem precedentes em qualquer parte do
mundo em tempos de paz (os britânicos caíram 2% no mesmo período), com um
desemprego de 21% e um desemprego entre os jovens de 50%. Mas o governo insiste
em manter a política de “austeridade” defendida por Merkozy (Angela Merkel +
Sarkozy) para a Europa.
• A esquerda ficou com o segundo lugar e rompeu o poder do
governo. Houve um considerável crescimento
da Coalizão de Esquerda Syriza nas eleições gregas, atingindo cerca de 15% dos
votos e garantindo o segundo lugar no pleito. Este avanço quebra a espinha
dorsal do governo.
Os dois partidos que formavam o antigo governo de
coalizão, ND (Nova Democracia) e Pasok (Movimento Socialista Pan-helênico),
tiveram, juntos, cerca de 34% dos votos, garantindo o primeiro e o terceiro
lugar, respectivamente. Esse cenário faz com que dependam de um terceiro
partido para poderem criar um novo governo de coalizão.
O lado preocupante das eleições gregas foi o
crescimento de um partido neonazista chamado “Amanhecer Dourado” que obteve
perto de 7% dos votos!
• A receita da direita para a crise. O partido neonazista que apareceu na recente disputa
eleitoral grega já deu sua receita para a crise: “‘Propomos minar as
fronteiras”. Nikolaos Michaloliakos, o líder neonazista da Aurora
Dourada, deu na noite de domingo seu primeiro susto num grupo de jornalistas
que aguardava na sede do partido para uma entrevista.
O auditório estava cheio para a entrevista quando um homem de cabeça
raspada gritou “Todos de pé”. Era o sinal para a entrada de Michaloliakos na
sala. Os jornalistas que não se levantaram, foram “convidados” a se retirar do
local. Depois ele anunciou sua receita para salvar a Grécia: “É preciso
proteger as fronteiras, e propomos minar toda a extensão delas. Não para
matá-los (os imigrantes), mas para impedir que entrem no país. Isso, mais a
vigilância do Exército, blindará a Grécia. Enquanto houver um único grego desempregado,
não teremos pena dos estrangeiros”.
Um comentário:
É realmente interessante pensarmos, depois de todo esse processo histórico, um fantasma do nazismo vivo na europa.
Mas, como já dizia o antigo Heráclito, a guerra é o pai de todas as coisas... É no momento de tensão que vemos definidamente o que cada lado representa!
Esperamos que o melhor lado prevaleça, seja lá o que isso signifique.
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