sexta-feira, 11 de julho de 2008

Globalização em cadeia

O termo globalização é relativamente novo. Surge com a afirmação da hegemonia capitalista sobre o mundo, em especial após o término da Guerra Fria, uma vez que o perigo vermelho deixou de pairar sobre todas
as cabeças. Uma sociedade justa e igualitária, sem concentração de poderes, era assustadora demais para ser concebida.
A idéia, no entanto, remonta ao século XV, com a expansão capitalista européia rumo ao Novo Mundo.O Brasil de hoje, inclusive, arca com as conseqüências dessa globalização primitiva: ainda é, apesar dos avanços,um país essencialmente agrário - exportador. Falta uma integração econômica e tecnológica que impulsione a nação
para frente, a fim de fazer com que o slogan "Brasil, o país do futuro" deixe de ser apenas uma frase vazia, solta no ar.
Essa integração, contudo, não deve ser feita de modo a exaltar o modelo internacional vigente. Caso isso ocorra, o Brasil perde sua autonomia e passa a importar, além de tecnologia, uma cultura que não a sua própria, colocando-se à mercê dos países desenvolvidos, que, com isso, exercem um modelo de dominação muito mais eficiente, sem precisar usar sua força bélica.
Para muitos, a globalização tem como efeito mais impactante a abertura de um verdadeiro abismo entre as pessoas, o que contribui de maneira decisiva para uma segregação social, política e econõmica, um Apartheid à brasileira: não só a cidade, como o país em si, encontram-se divididos entre ricos e pobres, brancos e negros, Zona Sul e o resto,esquecido por todos, inclusive pelo Cristo Redentor, braços abertos sobre a Guanabara e de costas para os que estão à margem da sociedade.
Por ora, quem realmente se beneficia com a globalização é a elite, obviamente, enquanto o pobre tem uma chance maior de perder seu emprego para uma mão-de-obra mais qualificada. Apesar de tudo, uma integração mais incisiva entre os mercados produtores e consumidores se faz necessária, mas não como está sendo feita. As arcaicas estruturas do Brasil precisam ser quebradas e reinventadas, de modo que o termo globalização possa ser entendido de forma literal, como ato ou efeito de globalizar, como ato ou efeito de dispor todos ao redor de um mesmo ponto. Todos, sem exceção.

Danielle Veras, estudante, faz parte de uma nova geração que ainda sonha e não se conforma. Que venha seu futuro.