domingo, 31 de março de 2013

Mais um importante passo.



Os arquivos e prontuários do extinto Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (Deops), órgão de repressão do país no período da ditadura, poderão ser acessados na internet a partir da próxima segunda-feira (1º). Ao todo, cerca de 1 milhão de páginas de documentação foram digitalizadas.
O trabalho é resultado da parceria entre a Associação dos Amigos do Arquivo Público de São Paulo e o projeto Marcas da Memória da Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça, com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
De acordo com o Ministério da Justiça, as informações, além de serem um importante registro histórico, poderão facilitar o trabalho de reparação feito pela Comissão de Anistia, uma vez que poderão ser usadas como ferramenta para que perseguidos políticos consigam comprovar parte das agressões sofridas.
A digitalização dos documentos foi feita em dois anos e deve continuar até 2014. Para a realização do trabalho, a Comissão de Anistia transferiu mais de R$ 400 mil à Associação de Amigos do Arquivo. Em dezembro de 2012, o Ministério da Justiça autorizou novo repasse, de mais R$ 370 mil, para digitalização de outros acervos.
A cerimônia de lançamento do portal na internet está marcada para a próxima segunda-feira, às 10h30, no Arquivo Nacional de São Paulo. (Matéria em Agência Brasil)

Outra confecção famosa usando trabalho escravo.


 A Superintendência Regional do Trabalho em São Paulo anunciou na sexta-feira (22) um flagrante de trabalho escravo em uma confecção que produzia roupas para as marcas Luigi Bertolli, Emme e Cori. A operação foi realizada na terça-feira (20) e resgatou 29 trabalhadores bolivianos da oficina na região do Belenzinho, zona leste da capital paulista.
A GEP Indústria e Comércio Ltda, que produz as peças das três marcas, foi alvo de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em parceria com Ministério Público Estadual e Receita Federal. A produção era repassada para a Silobay, uma empresa situada no Bom Retiro, em São Paulo, que também foi alvo de fiscalização.
Fiscais do Ministério do Trabalho flagraram trabalhadores em condições análogas à escravidão. Na fábrica, as pessoas trabalhavam de 12h à 14h por dia, ganhavam em média R$ 3 por peça produzida, faziam as refeições no mesmo local em que trabalhavam e não tinham direito a férias nem 13º salário. A fiscalização flagrou ligações elétricas clandestinas, com risco de incêndio, crianças circulando pelo local de trabalho e mantimentos guardados junto de rações de animais.
Cuidado com aquilo que você usa!

Na Argentina, continuam os julgamentos de repressores políticos.


 O julgamento de 25 acusados de repressão durante da última ditadura militar na Argentina teve continuidade na segunda-feira (25). Agora estão sendo julgados os militares acusados de participação no Plano Condor. O principal documento do processo aponta os 25 acusados como participantes de uma associação ilícita dedicada a fazer “desaparecer” pessoas utilizando estruturas formais do Exército, da Marinha e do Comando Aéreo, além de usar a Polícia Federal, a Guarda Nacional e outros serviços públicos. Eles respondem por mais de 220 casos de supostas violações de direitos humanos!

Perigosa provocação!


 Estamos acompanhando atentamente a atual situação na Coreia do Norte e as ameaças feitas pelo presidente Kim Jong-um contra os EUA. Certamente que isto é uma grande preocupação para o mundo e mais um momento de grande tensão nos dias atuais. Mas não podemos deixar de fazer alguns comentários.
Na terça-feira (26) o governo da Coreia do Norte anunciou que estava colocando suas tropas em estado de alerta total e posição de combate. Em uma clara demonstração de que está disposto a levar adiante medias extremas, Kim Jong-um disse que mandou apontar seus mísseis diretamente para os EUA. Mas, e de onde surgiu tudo isto?
Acontece que nos últimos cinco anos o exército dos EUA realizou nada menos do que oito exercícios militares na fronteira entre a Coréia do Sul, grande aliada estadunidense, e a do Norte. Durante muito tempo o governo de Washington provocou com pequenos “incidentes” e criou um clima de terror na fronteira. No último número do nosso Informativo noticiamos que servidores da Internet na República Popular Democrática da Coreia (RPDC – Coreia do Norte) sofreram uma sequência de ataques por vírus e deixaram de funcionar. Tudo provocação...
Agora a Coreia do Norte diz que colocou suas forças em “alerta total” e o governo Obama anuncia, descaradamente, que está “preparado para se defender”. Daria vontade de rir, se não fosse um assunto tão sério.

E a máscara caiu!


Os nossos submissos jornais não param de noticiar os avanços da chamada “oposição” síria contra o governo de Bashar Al Assad. No último número do nosso Informativo falamos que o governo Obama havia “liberado” a venda de armas para a tal oposição na Síria e que estava orientando os rebeldes. Mas agora tomamos conhecimento da verdadeira face dessa farsa.
Acontece que Ghassan Hitto, tratado pelos nossos jornais como o grande líder da oposição na Síria, é um empresário que viveu nos EUA nos últimos 30 anos, casado com uma estadunidense e com três filhos nascidos em terras do Tio Sam! Ele é um grande executivo da empresa IT, no Texas, e se mudou recentemente para a Turquia, onde passou a receber “ajuda” dos aliados Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos, todos monarquias absolutistas onde não existem parlamentos funcionando e os partidos políticos são proibidos.
Como sempre dizemos: “democracia para os EUA é isto aí”!

Obama continua protegendo criminosos.


A exemplo de Posada Carrilles, é grande o número de criminosos e de corruptos que acabam recebendo guarida nos EUA onde são tratados como “grandes personalidades” e protegidos pelo governo. Um deles é o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe!
A Corte Suprema dos EUA acaba de negar um pedido para suspender a imunidade dada a Álvaro Uribe para que ele vá depor em um processo aberto por sindicalistas colombianos sobre paramilitares acusados de assassinatos de líderes e dirigentes sindicais.
Desde 2009, o grupo tenta fazer o capacho Uribe testemunhar sobre os assassinatos de sindicalistas ligados a empresa Drummond, uma mineradora estadunidense que opera na Colômbia e teria contratado paramilitares para “se livrar” da ação sindical.
No início deste ano, a Justiça colombiana reabriu uma investigação contra Uribe por sua suposta colaboração na criação do grupo de direita conhecido como Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC). Mas o ex-presidente colombiano é “protegido” de Washington e vive confortavelmente, livre de processos e impune.

A mídia ignora a greve de fome em Guantánamo.


 É claro que se acontecesse algo parecido em Cuba todos os jornais, rádios, TVs e revistas estariam noticiando. Mas é em uma prisão estadunidense e ninguém fala nada.
Cerca de 130 prisioneiros políticos em Guantánamo estão em greve de fome há mais de sete semanas, protestando contra os tratamentos cruéis e as condições de vida na prisão, mas nenhum jornal ou revista está falando no assunto. Oficiais estadunidenses, responsáveis pelo cárcere, dizem que “apenas” 26 presos estão em greve de fome e que outros 8 estão sendo alimentados a força! 
Impressionante como Cuba tem dois universos paralelos para a mídia abutre. Um, socialista e revolucionário que ao menor "erro" aos olhos do capitalismo tudo se fala, tudo se deturpa, tudo se inventa. Outro, o único campo de concentração em funcionamento do mundo, pertencente aos EUA e, democraticamente, nada se fala, tudo se cala.

SOS Estados Unidos... Triste império em decadência.


Nos EUA: 42 milhões de pessoas dependem de auxílio federal! Para quem já esqueceu, em setembro de 2011 surgiu nos EUA um movimento que denunciava a elevada concentração de renda e denunciava o “um por cento” da população que ficava com todo o dinheiro. Esta é a origem do movimento social “Occupy Wall Street”, assinalando a famosa rua onde se concentram as grandes corporações financeiras do mundo.
Mas as novas estatísticas reveladas em um informe do Martin Prosperity Institute (http://martinprosperity.org/) revelam que a situação é ainda pior do que a denunciada pelos membros do “Occupy”. Segundo os dados agora divulgados, os super ricos representam apenas 0,019% da população estadunidense. Para ser bem exato, apenas 60.657 pessoas, em uma população de 315 milhões, possuem fortunas iguais ou maiores do que 30 milhões de dólares. E todo esse dinheiro se concentra em apenas algumas grandes capitais do país: Nova York, São Francisco, Los Angeles, Chicago, Houston, Washington e Dallas.
Por outro lado, segundo estatísticas de novembro passado, um número espantoso de estadunidenses passaram a depender do programa federal de auxílio para pobres, recebendo vales para comprar comida subsidiada, segundo estudo da Sunlight Foundation (http://sunlightfoundation.com/). Segundo a instituição, o “Programa para Assistência Nutricional Suplementar” custa ao governo cerca de 72 bilhões de dólares por ano.

PS.: Para os críticos às políticas de assistência no Brasil, do tipo bolsa família, como se comportam ao verem os EUA necessitarem de ajuda estatal?
PS. 2: Como os EUA explicam intervenções públicas quando pregam estado mínimo e todo poder às instituições privadas?
PS. 3: Como dizia um grande professor que tive: "Só existem duas coisas certas na vida, a morte e a decadência".

Quem confia nos bancos?

 Uma interessante pesquisa foi agora divulgada na Europa e mostra que 54% dos alemães não confiam no sistema bancário e acreditam que seus depósitos não estão seguros! A pesquisa foi realizada entre os dias 18 e 22 de março, durante as negociações da “troika” para salvar o Chipre, e mostra que a Europa vive uma situação de descrédito nas instituições.
Na era do capitalismo financeiro, isto soa como heresia!

Jornalistas detidos em cárceres israelenses.


 Onde estão as manchetes do jornal O Globo sobre liberdade de expressão e os belos discursos da SIP sobre defesa dos jornalistas?
A Associação Addameer de Direitos Humanos e Apoio aos Prisioneiros divulgou nota demonstrando grande preocupação com o crescente número de prisão de jornalistas e profissionais da área de comunicação na Cisjordânia e Jerusalém. O número de prisões cresceu muito desde o início deste ano, com registros de inúmeros casos de detenção sem acusação clara e específica.
A Addameer registrou 13 casos de prisão de jornalistas em cárceres israelenses. A maioria deles foi presa neste ano, sendo que seis jornalistas foram detidos durante os três primeiros meses deste ano, enquanto, no ano passado, foram presos dois.
O relatório destaca as lesões sofridas pelo fotojornalista Atta E'oissat e pelo jornalista Mahfouz Abu Turk quando as forças israelenses dispararam bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha na cidade ocupada de Jerusalém. E que no dia 08/03, o fotógrafo Haitham Khatib foi atingido diretamente por bombas e o fotojornalista Jihad El Kadi foi baleado no abdômen enquanto cobriam os confrontos no checkpoint de Ofer, perto de Ramallah.

Crise europeia: França.


Desemprego na França aumenta pelo vigésimo segundo mês consecutivo. O número de desempregados na França voltou a crescer e já alcança um total de três milhões de pessoas sem emprego, segundo comunicado oficial do governo. Se for também considerado o número de pessoas que trabalham em jornadas reduzidas ou temporárias o número chega a quase cinco milhões.
Sindicatos franceses vão protestar contra reforma trabalhista. A Confederação Geral do Trabalho (CGT) e outras organizações sindicais francesas estão preparando uma grande manifestação de protesto contra o projeto de reforma dos direitos sociais e trabalhistas que está sendo anunciado pelo governo. A manifestação está marcada para o dia 9 de abril e a CGT divulgou um manifesto conclamando todos os trabalhadores, do setor privado ou do setor público, a aderirem.
Os sindicatos denunciam que o acordo foi negociado pelos grandes empresários diretamente com o governo e que trata de flexibilizar ainda mais os já poucos direitos trabalhistas que restaram. E a manifestação pode acirrar ainda mais a situação política na França onde o presidente François Hollande já não tem grande popularidade.
960 mil franceses dependem de caridade para alimentarem-se. A organização francesa “Les Restos du Coetur” informou em seu relatório anual que serviuu 130 milhões de comidas grátis em centros de alimentação durante o inverno 2012/2013, atendendo a 960 mil pessoas. Um crescimento de 100 mil em relação ao ano anterior!
O relatório da entidade diz que são 2.040 centros de alimentação que abrem diariamente para proporcionar ajuda a pessoas necessitadas. A procura maior é durante o inverno, mas os centros funcionam durante todo o ano atendendo a idosos, menores, moradores de ruas, etc.

Professores de Paris fizeram greve contra reforma do ensino.


 Os professores parisienses realizaram na segunda-feira (25) uma jornada de greve contra o projeto de reforma escolar que está sendo anunciada pelo governo. Segundo os professores, a reforma aumentará o tempo de trabalho sem qualquer aumento nos salários. O projeto do ministro da Educação, Vincent Peillon, pretende aumentar em meia jornada semanal o trabalho dos professores e ampliar a permanência dos alunos nos centros educacionais.
O sindicato dos professores denuncia que, além de aumentar a jornada sem alterar os salários, o projeto tem apenas uma aparência externa, uma maquiagem, porque não altera o conteúdo das matérias e não melhora a qualidade do ensino. Segundo o sindicato, a qualidade do ensino na França já é considerada uma das piores da União Europeia e nada está sendo feito para melhorar.
A nossa greve vem aí. Prepare-se Cabral pois a situação daqui é um pouco pior que o caso francês.

Mais “austeridade” na Inglaterra!


 Os imigrantes que chegarem ao Reino Unido vão encontrar novas barreiras para ter acesso aos benefícios tradicionais aos cidadãos britânicos, como assistência médica, moradia e seguro desemprego. A medida foi anunciada na segunda-feira (25) pelo premiê britânico, David Cameron, em discurso em rede nacional.
A medida, segundo Cameron, servirá para “diminuir os gastos do governo com estrangeiros, limitando os direitos civis britânicos à comunidade internacional”. Além disso, o premiê britânico afirmou que novas medidas já estão sendo executadas para que no decorrer do ano haja uma redução das imigrações para o Reino Unido: a expectativa é que número passe de 100 mil para 10 mil, uma redução de 90%.

Em crise, mas exportando armas.


A Espanha está afundando numa tremenda crise, tem o maior índice de desemprego da Europa (já superando 26%), mas é o sétimo maior exportador de armas do planeta! As principais exportações são barcos de guerra construídos na fábrica de Navantia e alguns tipos de aviões militares. Por outro lado, o Ministério da Defesa da Espanha tem uma dívida monstruosa (32 bilhões de euros) pela compra de tanques de guerra (modelo Leopardo) e aviões de caça (eurofighter).

“Demitam-se”


 Os frequentes protestos em Portugal contra as medidas de austeridade econômica (elevação de impostos e corte nas despesas públicas, incluindo gastos com seguridade, saúde e educação) estão ganhando mais força a cada dia. E agora os portugueses estão exigindo que o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e integrantes do seu governo se demitam ou sejam demitidos.
A canção “Grandola, vila morena”, que serviu de senha para a Revolução dos Cravos, em abril de 1974, volta a ser cantada nas ruas pelos manifestantes.

A crise no Chipre e o papel da "troika".


O que acontece com Chipre? (1) A pequena ilha no Mediterrâneo, vizinha da Grécia, tem uma história tumultuada de invasões e dominações. Hoje está dividida principalmente entre duas etnias em permanente conflito: 77% dos cipriotas são de origem grega e 18% são de origem turca. No início de 2008, quando os investimentos especulativos mundiais estavam no auge, o país foi aceito na União Europeia. E vale recordar que Chipre tem consideráveis reservas de gás e petróleo que interessam à Europa! As reservas são avaliadas em 3.7 bilhões de barris de petróleo e cerca de 5 a 8 bilhões de pés-cúbicos de gás.
Mas a principal origem da crise cipriota está na sua opção de aceitar essa especulação mundial e se transformar em um dos mais famosos “paraísos fiscais”. O governo de Chipre aceitou sediar grandes bancos internacionais, na maioria bancos gregos, atraindo grande fluxo financeiro. Os bancos gregos usavam o território do Chipre para realizar operações bancárias nem sempre muito lícitas. Também a Rússia passou a operar no país e para lá se dirigiram grandes investidores da “nova oligarquia russa” que investiram na indústria petroleira.
Acontece que o agravamento da crise internacional, principalmente da crise grega, foi fazendo escassear esse fluxo de dinheiro. Os bancos gregos retiraram seus depósitos para tentar salvar a crise de liquidez em suas matrizes e a economia cipriota entra em crise, em 2012. Para piorar, desde o início do problema a União Europeia não deu muita atenção ao que acontecia por lá e a Alemanha via a ilha como irrelevante e incapaz de trazer riscos para o sistema.
O que acontece com Chipre? (2) Como sempre acontece, a receita preparada pela “troika” para o Chipre seria a famosa “austeridade” com supressão de direitos trabalhistas, a redução do emprego e do crescimento econômico visando possibilitar os pagamentos devidos pelos Estados das dívidas contraídas com os grandes bancos. Mas essa receita, agora, esbarrava em um problema que não estava previsto: acontece que o país vive do setor financeiro, turismo e negócios imobiliários que empregam cerca de 70% da força de trabalho nacional.
Estando o setor no centro da crise, esses trabalhadores foram os primeiros atingidos e não tem como tirar mais deles. Atualmente, o setor de serviços representa 80% do PIB cipriota. A agricultura, por outro lado, emprega 8,5% da população ativa e é responsável por apenas 2,1% do PIB, produzindo, principalmente, batatas e frutas cítricas para exportação e alimentos para consumo interno. O Chipre é altamente dependente de importações. Mas, segundo o Banco Central Europeu, seriam necessários 10 bilhões de euros para o salvamento. Qual seria, então, a saída para a crise?
Para a “troika”, nada é difícil! Sem qualquer compromisso com o que é ético, social e humano, eles não hesitam em aplicar os remédios que forem necessários para salvar o sistema, mesmo que levando populações inteiras ao desespero. E a saída encontrada é bem conhecida dos brasileiros e dos argentinos.
Lembram o que fez Zélia Cardoso no governo de Fernando Collor? Lembram do que fez Domingos Cavallo, na Argentina, em 2001 (Governo de Fernando de La Rua)? Pois a solução encontrada para o Chipre foi a mesma: o confisco para todos os depósitos superiores a 100 mil euros até somar mais de 5 bilhões de euros. Em outras palavras, os poupadores terão que enfrentar perdas equivalentes a mais da metade do pacote pactuado com a Troika.
O que acontece com Chipre? (3) Demonstrando total desprezo pela democracia e pelo povo, o “acordo” assinado entre o governo do Chipre e a “troika” dispensa a aprovação pelo Parlamento. A reestruturação da economia do país terá participação direta do FMI, confirmada pela presidente da instituição, Christine Lagarde (aquela que está respondendo a um inquérito na França por corrupção). Enquanto isso, os saques estão limitados a 100 euros por dia para impedir a fuga de capital.
Olli Rehn, comissário europeu para assuntos econômicos e monetários, admitiu que “o futuro próximo será bastante difícil para o Chipre e para seu povo”. “A Comissão [Europeia, parte da troika] fará de tudo para aliviar as consequências desse choque econômico e ajudar a defender as pessoas mais vulneráveis”, afirmou.
O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, peça principal no xadrez econômico do bloco, disse considerar o acordo “justo” e que o setor financeiro será reduzido a três vezes o PIB da ilha. O Banco Popular do Chipre, o segundo maior do país, será dissolvido. Os depósitos abaixo de 100 mil euros serão congelados e transferidos para o Banco do Chipre, o principal da ilha. 
Afinal, o que é a “troika”? Em todas as atuais crises da Europa vemos a interferência da chamada “troika” e suas “receitas” sempre de mais arrocho, mais austeridade e mais recessão. E todos já sabemos que a tal “troika” é composta pelo Banco Central Europeu (BCE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Comissão Europeia. Qual a função de cada uma dessas entidades?
O FMI é a mais antiga das três e foi criado logo depois da Segunda Guerra tendo como principal finalidade estabilizar as moedas dos países para promover o crescimento do comércio internacional, a favor do modelo.
A Comissão Europeia é formada em 1993, com a assinatura do Tratado de Maastricht e a criação da chamada União Europeia (na época formada por Portugal, Bélgica, Alemanha, Espanha, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos, Áustria , Finlândia e Inglaterra que não adotou o euro). A Comissão é o mais importante organismo da UE e tem diversas funções: propor legislação ao Parlamento Europeu e ao Conselho, gerir e aplicar as políticas da UE, assegurando a execução das regras estabelecidas pelo Conselho Europeu, etc.
O Banco Central Europeu foi fundado em junho de 1998 com a adesão dos onze estados membros que tinham cumprido as condições necessárias para adotarem a moeda única em janeiro de 1999. O BCE estabelece e aplica a política monetária europeia, dirige as operações de câmbio e garante o bom funcionamento dos sistemas de pagamentos.

Ernesto Germano

O perigoso retrocesso paraguaio


No Paraguai, polícia expulsa camponeses. Em uma localidade conhecida como Sidepar, um efetivo policial com mais de 200 homens, usando apoio de helicópteros, expulsou da área dezenas de famílias de camponeses e usou tratores para destruir suas moradias. A área de 900 hectares vem sendo reclamada pelos camponeses que alegam pertencer ao governo e terem sido adquiridas por latifundiários de forma ilegal. Na área, as famílias plantavam milho e feijão para a própria subsistência. A ação policial foi acompanhada pelo juiz Jalil Raschid, o mesmo que em junho passado comandou uma operação em Curuguaty que deixou 11 camponeses mortos. 

Isto é Cuba!


 A bioquímica cubana e mestrado em Ciência em Biotecnologia, Ariana Barberá, encontra-se na França onde recebeu um reconhecimento da Unesco a destacadas mulheres na investigação científica. Barberá, que trabalha no Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia de Havana, foi premiada com uma bolsa para continuar seus estudos sobre o tratamento de doenças autoimunes. Em declarações à Prensa Latina, a jovem cientista explicou que seus trabalhos estão focados no tratamento da artrite reumatoide, diabetes mellitus e doença de Crohn, que causa inflamação do sistema digestivo.
A bolsa, outorgada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura e com o patrocínio da empresa L'Oreal, durará cerca de seis meses na Universidade de Utrecht, uma das maiores e mais antigas da Holanda, considerada entre as mais prestigiosas da Europa.
Em sua conversa com a Prensa Latina, Barberá destacou as possibilidades oferecidas pela Revolução para o desenvolvimento profissional das mulheres. “Nós, em Cuba, temos as mesmas possibilidades que os homens de estudar carreiras de ciências, tal é de modo que ao redor de 50 por cento do pessoal que trabalha no setor são mulheres”, disse.