sábado, 11 de maio de 2013

O Ritual do Corpo entre os Sonacirema


O Ritual do Corpo entre os Sonacirema

[Horace Minner]
O antropólogo tornou-se tão familiarizado com a diversidade de modos com que diferentes povos reagem diante de situações similares, que ele não consegue se surpreender com os costumes mais exóticos possíveis. Com efeito, se quaisquer entre todas as combinações logicamente possíveis de comportamento não tiverem sido encontradas em alguma parte do mundo, ele tem o direito de suspeitar que elas devem estar presentes em alguma tribo ainda não estudada. Esta observação já foi realmente feita pro Neerdeek, no que diz respeito à organização clânica. Neste sentido, as crenças e práticas mágicas dos Sonacirema apresentam aspectos tão pouco usuais que nos parece importante descrevê-los como exemplo dos extremos a que o comportamento humano pode chegar.
O Prof. Linton foi o primeiro a chamar a atenção dos antropólogos para o complexo ritual dos Sonacirema, há vinte anos atrás, mas a cultura deste povo é ainda pouco compreendida. Os Sonacirema são um grupo norte-americano que vive no território que se estende desde os Cree do Canadá, aos Yaqui e Tarahumara do México, e aos Caribe e Aruaque das Antilhas. Pouco se sabe quanto à sua origem, embora a tradição mítica afirme que eles vieram do leste.
A cultura Sonacirema se caracteriza por uma economia de mercado altamente desenvolvida, que se beneficiou de um habitat cultural muito rico. Embora a maior parte do tempo das pessoas, nesta sociedade, seja devotada à ocupação econômica, uma grande porção de frutos destes trabalhos e uma considerável parte do dia são despendidas em atividades rituais. O foco destas atividades é o corpo humano, cuja aparência e saúde constituem a preocupação dominante de ethos deste povo. Embora tal tipo de preocupação não seja realmente pouco comum, seus aspectos cerimoniais e a filosofia aí implícitas são únicas.
A crença fundamental subjacente a todo o sistema parece ser a de que o corpo humano é feio, e que sua tendência natural é a debilidade e a doença. Encarcerado em tal corpo, a única esperança do homem é evitar estas características, através do uso de poderosas influências do ritual e de cerimônia. Todo o grupo doméstico possui um ou mais santuários dedicados a tal propósito. Os indivíduos mais poderosos desta sociedade têm vários santuários em sua casa e, de fato, a opulência de uma casa é freqüentemente aferida em termos da quantidade dos centros de rituais que abrigam. A maioria das casas é de taipa, mas os santuários dos mais ricos têm as paredes cobertas de pedra. As famílias mais pobres imitam os ricos, aplicando placas de cerâmica nas paredes dos seus santuários.
Embora cada família possua ao menos um destes santuários, os rituais a eles associados não são cerimônias familiares, mas sim privadas e secretas. Os ritos, normalmente, só são discutidos com as crianças, e isto apenas durante a fase em que elas estão sendo iniciadas nestes mistérios. Eu pude, entretanto, estabelecer com os nativos uma relação que me permitiu examinar este santuário e anotar a descrição destes rituais.
O ponto focal do santuário é uma caixa ou arca embutida na parede. Nesta arca são guardados os inúmeros feitiços e poções mágicas, sem os quais nenhum nativo acredita que poderia viver. Tais feitiços e poções são obtidos de vários profissionais especializados. Dentre estes, os mais poderosos são os curandeiros, cujos serviços devem ser retribuídos por meio de presentes substanciais. No entanto, o curandeiro não fornece as poções curativas para seus clientes, decidindo apenas os ingredientes que nelas devem entrar, escrevendo-os em seguida em uma linguagem antiga e secreta. Tal escrito só pode ser decifrado pelo curandeiro e pelos herbanários, os quais, mediante outros presentes, fornecem o feitiço desejado.
O feitiço não é descartado depois de ter servido a seu propósito, mas sim colocado na caixa de mágica do santuário doméstico. Como estes materiais mágicos são específicos para certas doenças, e considerando-se que as doenças reais ou imaginárias deste povo são muitas, a caixa de mágicas costuma estar sempre transbordando. Os pacotes mágicos são tão numerosos que as pessoas esquecem sua serventia original, e temem usá-los de novo. Embora os nativos tenham se mostrado vagos em relação a esta questão, só podemos concluir que a idéia subjacente ao costume de se guardar todos os velhos materiais mágicos, é a de que sua presença na caixa de mágica, diante da qual os rituais do corpo são encenados, protegem de alguma forma o fiel.
Embaixo da caixa de mágicas existe uma pequena fonte. Todo dia, cada membro da família, em sucessão, entra no quarto do santuário, curva a cabeça diante da caixa de mágica, mistura diferentes tipos de água sagrada na fonte e realiza um breve rito de ablução. As águas sagradas são obtidas do Templo da água da comunidade, onde os sacerdotes conduzem elaboradas cerimônias para manter o líquido ritualmente puro.
Na hierarquia dos profissionais da magia e abaixo do curandeiro em termos de prestígio, estão os especialistas, cuja designação é melhor traduzida por “homens-da-boca-sagrada”. Os Sonacirema têm um horror pela boca e uma fascinação por ela que chega às raias da patologia. Acredita-se que a condição da boca possui uma influência sobrenatural nas relações sociais. Não fosse pelos rituais da boca, os Sonacirema acham que seus dentes cairiam, suas gengivas sangrariam, suas mandíbulas encolheriam, seus amigos os abandonariam, seus amantes os rejeitariam. Eles também acreditam na existência de uma forte relação entre características orais e morais. Assim, por exemplo, existe uma ablução ritual da boca das crianças que se considera como forma de desenvolver sua fibra moral.
O ritual do corpo cotidianamente realizado por todos inclui um rito bucal. Apesar de sabermos que este povo é tão meticuloso no que diz respeito ao cuidado da boca, este rito envolve uma prática que o estrangeiro não-iniciado não consegue deixar de achar repugnante. Conforme foi descrito, o rito consiste na inserção de um pequeno feixe de cerdas de porco na boca, juntamente com certos pós mágicos, e em seguida na movimentação deste feixe segundo uma série de gestos altamente formalizados.
Além deste rito bucal privado, as pessoas procurar um homem-da-boca-sagrada uma ou duas vezes por ano. Estes profissionais possuem uma impressionante parafernália que consiste em uma variedade de perfuratrizes, furadores, sondas e agulhas. O uso destes objetos no exorcismo dos perigos da boca implica uma quase e inacreditável tortura ritual do cliente. O homem-da-boca-sagrada abre a boca do cliente e, usando as ferramentas citadas, alarga qualquer buraco que o uso tenha feito nos dentes. Materiais mágicos são então depositados nestes buracos. Se não se encontram buracos naturais nos dentes, grandes seções de um ou mais dentes são serrados, para que a substância sobrenatural possa ser aplicada. Na imaginação do cliente, o objetivo destas aplicações é deter ao apodrecimento dos dentes e atrair amigos. O caráter extremamente sagrado e tradicional do mito fica evidente no fato de que os nativos retornam todo ano ao homem-da-boca-sagrada, embora seus dentes continuem a se deteriorar.
Deve-se esperar que quando um estudo intensivo dos Sonacirema for feito, seja realizada uma pesquisa cuidadosa sobre a estrutura de personalidade destes nativos. Basta observar o brilho nos olhos de um homem-da-boca-sagrada quando ele enfia uma agulha em um nervo exposto, para que se suspeite de que uma certa dose de sadismo está presente. Se isto puder ser verificado, uma configuração muito interessante emergirá, posto que a maioria da população mostra tendências masoquistas bem definidas. Era a tais tendências que o Professor Linton se referia, ao discutir uma parte especial do ritual cotidiano do corpo, que é apenas realizada pelos homens. Esta parte do rito envolve uma arranhadura e laceração da superfície do rosto por meio de um instrumento cortante. Ritos femininos especiais ocorrem somente quatro vezes por mês lunar, mas o que lhes falta em freqüência, lhes sobra em barbárie. Como parte desta cerimônia, as mulheres assam suas cabeças em pequenos fornos durante mais ou menos uma hora. O ponto teoricamente interessante é que um povo dominantemente masoquista desenvolve especialistas sádicos.
Os curandeiros possuem um templo imponente, o latipsoh, em cada comunidade de algum tamanho. As cerimônias mais elaboradas, necessárias para o tratamento de pacientes muito doentes, só podem ser realizadas neste templo. Tais cerimônias envolvem não só o taumaturgo, mas também um grupo permanente de vestais que se movimentam nas câmaras do templo com uma roupa e um penteado distintivos.
As cerimônias latipsoh são tão violentas que chega a ser fenomenal o fato que uma razoável proporção dos nativos realmente doentes que entram no templo consiga curar-se. Crianças pequenas, cuja doutrinação é ainda incompleta, costumam resistir às tentativas de leva-las ao templo, alegando que “é aonde você vai para morrer”. Apesar disto, os doentes adultos não apenas desejam, como ficam ansiosos para submeter-se à prolongada purificação ritual, se eles possuem meios para tanto. Os guardiões de muitos templos, não importa quão doente o suplicante ou quão grave a emergência, não admitem o cliente se ele não puder dar um rico presente ao zelador. Mesmo depois que se conseguiu a admissão e se sobreviveu às cerimônias, os guardiões não permitem a saída do neófito até que este dê ainda outro presente.
O(a) suplicante, ao entrar no templo, é primeiramente despido(a) de todas as suas roupas. Na vida cotidiana, os Sonacirema evitam a exposição de seus corpos quando das suas funções naturais. O banho e a excreção são realizados somente na intimidade do santuário doméstico, aonde são ritualizados, fazendo parte dos ritos corporais. A súbita perda da privacidade corporal, ao se entrar no latipsoh, costuma causar um choque psicológico. Um homem, cuja própria mulher jamais viu quando ele realizava um ato excretório, de repente encontra-se nu, assistido por uma vestal, enquanto executa assim suas funções naturais dentro de um vaso sagrado. Este tipo de tratamento cerimonial é necessário porque as excreções são usadas por um adivinho para diagnosticar o curso e a natureza da doença do paciente. Os clientes femininos, por seu lado, vêm seus corpos nus submetidos ao escrutínio, manipulação e espetadelas dos curandeiros.
Poucos suplicantes no templo estão suficientemente bem para fazer qualquer coisa que não seja ficar deitados nas camas duras. As cerimônias, como os já citados ritos do homem-da-boca-sagrada, implicam desconforto e tortura. Com precisão ritual, as vestais acordam a cada madrugada seus miseráveis pacientes, rolam-nos em seus leitos de dor, enquanto realizam abluções, cujos movimentos formalizados são objeto de treinamento intensivo das vestais. Em outros momentos, elas inserem varas mágicas na boca do paciente, ou obrigam-no a comer substâncias que são consideradas curativas. De tempos em tempos, os curandeiros vêm até seus pacientes e atiram agulhas magicamente tratadas em sua carne. O fato de que estas cerimônias do templo possam não curar, ou possam mesmo matar o neófito, não diminui de modo algum a fé do povo nos curandeiros.
Ainda resta um outro tipo de especialista, conhecido como um “escutador”. Este feiticeiro tem o poder de exorcizar os demônios que se alojam nas cabeças das pessoas que foram enfeitiçadas. Os Sonacirema acreditam que os pais fazem feitiçaria entre sues próprios filhos. As mães são especialmente suspeitas de colocarem uma maldição na criança, enquanto ensinam a elas os ritos corporais secretos. A contra-magia do feiticeiro “escutador” é singular por sua relativa ausência de ritual. O paciente simplesmente conta ao “escutador” todos os seus problemas e medos, começando com as primeiras dificuldades de que pode se lembrar. A memória exibida pelos Sonacirema nestas sessões de exorcismo é verdadeiramente notável. Não é incomum que o paciente lamente a rejeição que sentiu ao ser desmamado, e alguns indivíduos chegam a localizar seus problemas nos efeitos traumáticos de seu próprio nascimento.
Para concluirmos, deve-se mencionar certas práticas que estão baseadas na estética nativa, mas que dependem da aversão generalizada ao corpo e às funções naturais. Há jejuns rituais para fazer pessoas gordas ficarem magras, e banquetes cerimoniais para fazer pessoas magras ficarem gordas. Outros ritos ainda são usados para fazer os seios das mulheres maiores, se eles são pequenos, e menores, se eles são grandes. Uma insatisfação geral com a forma dos seios é simbolizada pelo fato de que a forma ideal está virtualmente fora do espectro da variação humana. Umas poucas mulheres que sofrem de um quase inumano desenvolvimento hipermamário são tão idolatradas que podem viver muito bem através de simples viagens à aldeia, permitindo aos nativos admirá-los mediante uma taxa.
Já fizemos referências ao fato de que as funções excretórias são ritualizadas, rotinizadas e relegadas ao domínio do secreto. As funções reprodutivas naturais são igualmente distorcidas. O intercurso sexual é tabu como tópico de conversa, e programado e planejado enquanto ato. Grandes esforços são feitos para evitar a gravidez por meio de uso de materiais mágicos, ou pela limitação do intercurso em certas fases da lua. A concepção é realmente muito pouco freqüente. Quando grávidas, as mulheres se vestem de forma a ocultar seu estado. O parto se realiza em segredo, sem amigos ou parentes assistindo, e a maioria das mulheres não amamenta nem cuida dos seus bebês.
Nossa descrição da vida ritual dos Sonacirema certamente mostrou que eles são um povo obcecado pela magia. É difícil compreender como eles conseguiram sobreviver por tanto tempo debaixo dos pesados fardos que eles mesmos se impuseram. Mas, mesmo os costumes tão exóticos quanto estes, ganham seu verdadeiro sentido quando encarados a partir do esclarecimento feito por Malinowski, quem escreveu:
“Olhando de cima e de longe, dos lugares seguros e elevados da civilização desenvolvida, é fácil ver toda a rudeza e a irrelevância da magia. Mas sem este poder e este guia, o homem primitivo não poderia ter dominado as dificuldades práticas como fez, nem poderia o homem ter avançado até os mais altos estágios da civilização.”

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Artigo do bom sítio Cloaca News sobre os erros da grande mídia abutre

Sítio Cloaca News

quarta-feira, 20 de março de 2013

ENCONTRAMOS A EXPLICAÇÃO PARA OS ERROS GROTESCOS NAS REDAÇÕES DO ENEM

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O Brasil assistiu, estarrecido, à ribombante revelação de O Globo, publicada na edição de 18/3, de que alguns estudantes receberam a nota máxima na prova de redação do Enem, mesmo depois de cometer erros grosseiros de português. Como sói acontecer quando se trata de usar qualquer motivo para esculhambar qualquer governo do PT, a imprensa golpista "repercutiu" imediatamente o furo do jornalão carioca. Portais noticiosos e edições digitais dos principais veículos dos conglomerados mafiomidiáticos esbaldaram-se com as besteiras dos adolescentes, pinçadas com esmero de algumas redações. Que governo incompetente é esse, que confere nota 1.000 a tamanha ignorância? - era o que estava nas entrelinhas, ou no subtexto, dos editoriais indignados.

Pois, este Cloaca News, perplexo com tamanha afronta à língua-mater, resolveu investigar o problema em sua origem. Após apurar que boa parte das escolas - públicas e privadas - adotou a prática de indicar textos "jornalísticos" como referência aos estudantes, descobrimos que estavam ali as fontes inspiradoras da juventude. Constatamos ainda que, não por acaso, o governo tucano paulista comprou milhares de assinaturas de algumas porcarias impressas para “instruir” os alunos da rede pública.

A sequência de imagens a seguir é parte de nosso singelo acervo, colecionado ao longo dos últimos quatro anos, dedicado à contribuição da gloriosa "grande imprensa" brasileira à formação intelectual e moral de nossos jovens.
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G1 obteve nota máxima em estupidez
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Rosane de Oliveira, de Zero Hora: Hors Concours
do Troféu Muar de Gramática Normativa
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Revista Veja: jornalismo indecente
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RBS: na vanguarda da ignorância
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Folha: não dá pra não rir
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Analfabetismo em dose cavalar
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Zero Hora cria serviço de submarinos em Porto Alegre
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ZH: burrice gritante
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Ainda bem que não computaram as transmissíveis...
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Texto de ZH. Alguma dúvida?
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Curioso mesmo é que, ao reproduzir a reporcagem do Jornal Nacional sobre as bobagens das redações do último Enem, o portal G1, das Organizações Globo, demonstrou que se trata, na verdade, de uma feroz batalha entre os rotos e os descosidos...
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Clique aqui para conferir na fonte





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segunda-feira, 6 de maio de 2013

Folha de São Paulo financiou torturas e desaparecimentos.


 Cláudio Guerra é um ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo e, há pouco tempo, concedeu uma entrevista aos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros contando como funcionava o sistema de repressão e como eram realizadas as execuções sumárias de opositores do regime militar. O depoimento de Guerra virou um livro – “Memórias de uma guerra suja” – muito interessante e cheio de importantes detalhes sobre o funcionamento da “máquina repressiva”
Na terça-feira (23) ele compareceu à Comissão Municipal da Verdade de São Paulo para um novo depoimento e fez uma série de revelações importantes sobre episódios da ditadura militar. Detalhou o caso conhecido como “chacina da Lapa” e confirmou o que todos já sabiam: a participação do dono da Folha de S. Paulo e de outros empresários no apoio financeiro à repressão.
Ele confirmou ter sido o autor da explosão de uma bomba no jornal O Estado de S. Paulo, na década de 1980, e afirmou que os militares decidiram, a partir de 1980, desencadear em todo o Brasil atentados com o objetivo de desmoralizar a esquerda. “Depois de 1980 ficou decidido que seria desencadeada em todo o País uma série de atentados para jogar a culpa na esquerda e não permitir a abertura política”, disse ele.
Guerra também citou o Coronel Brilhante Ustra e o delegado Sérgio Paranhos Fleury. Este último, segundo Guerra, era o principal torturador e assassino. Segundo ele, Fleury “cresceu e não obedecia mais ninguém”. “Fleury pegava dinheiro que era para a irmandade (grupo de apoiadores da ditadura, segundo ele)”, acusou. E disse ainda que Fleury torturava pessoalmente os presos políticos e metralhou os líderes comunistas no episódio que ficou conhecido como Chacina da Lapa, em 1976.
Guerra disse que recebia da irmandade “por determinadas operações bônus em dinheiro”. O ex-delegado afirmou que os recursos vinham de bancos, como o Banco Mercantil do Estado de São Paulo, e empresas, como a Ultragas e o jornal Folha de S. Paulo. “Frias (Otávio, então dono do jornal) visitava o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), era amigo pessoal de Fleury”, afirmou.
Segundo Guerra, os mortos pelo regime passaram a ser cremados, e não mais enterrados, a partir de 1973, para evitar “problemas”. “Enterrar estava dando problema e a partir de 1973 ou 1974 começaram a cremar. Buscava os corpos da Casa de Morte, em Petrópolis, e levava para a Usina de Campos”, relatou.

Os donos das terras e o Brasil.



Muito boa a publicação do Dieese sobre o peso dos impostos na arrecadação federal. Através do documento, ficamos sabendo que os grandes latifúndios do país contribuem com uma migalha para os cofres da União.
Para se ter uma ideia, os latifúndios pagaram em 2011 apenas 0,04% de todos os impostos arrecadados pela União (governo federal, estados e municípios), segundo cálculo do Dieese publicado na cartilha 10 Ideias para uma Tributação mais Justa, lançada este mês, em São Paulo. O Dieese ainda não tem os dados fechados de 2012, mas já sabe que, em relação à arrecadação federal (R$ 992 bilhões), os grandes proprietários arcaram com menos de 0,07%.
“Além de os impostos serem baixos, o problema é reforçado porque os latifundiários designam grandes extensões das suas propriedades como área de conservação, que não são oneradas”, explica o responsável pela publicação, Clóvis Scherer. Em 2012, o agronegócio faturou R$ 357,3 bilhões, 8,7% a mais do que em 2011, segundo a CNA (Confederação Nacional da Agricultura), e pagou cerca de R$ 670 milhões em impostos.
As propriedades com mais de mil hectares, ou 10 milhões de metros quadrados, representam apenas 0,92% dos estabelecimentos agropecuários do país. Em contrapartida, correspondem a 45% da área total das propriedades rurais, de acordo com o Censo Agropecuário do IBGE, de 2006. “O ideal seria que o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) fosse menor para os pequenos produtores ou para os voltados exclusivamente para produção de alimentos”, sugere Scherer.

Adolescente brasileiro preso por soldados de Israel!


 E os nossos jornais “tão livres” não dedicaram uma única linha para denunciar mais um abuso das tropas israelenses. Por que se calam?
Majd Hamad tem 15 anos e nasceu em Goiás. Com sua família, mudou-se para uma região da Cisjordânia que agora foi ocupada por tropas e “colonos” de Israel em um assentamento próximo da cidade de Silwad. Na madrugada de segunda-feira (22) sua casa foi invadida por soldados israelenses que o levaram preso sob a acusação de ter “jogado pedras em soldados”.
Sua mãe, Najat Hamad, e o ministro-conselheiro do escritório de Representação do Brasil em Ramallah, João Marcelo Soares, compareceram ao posto policial de Binyamin, perto de Ramallah, onde estava o jovem brasileiro, mas não puderam presenciar o interrogatório. De acordo com a mãe, “quando saiu do interrogatório, estava muito nervoso e com olhos vermelhos, mas não me deixaram falar com ele”. Segundo informações, Majd Hamad foi transferido para a prisão de Ofer.
Sua mãe, também nascida no Brasil, assegura que o filho não participou da manifestação em questão. “Naquele dia, eu e meu marido decidimos não deixar Majd sair de casa, pois a situação estava tensa em Silwad, depois que colonos de um assentamento próximo espancaram um agricultor palestino”, disse à BBC Brasil.
Segundo o porta-voz do Exército israelense, capitão Barak Raz, “o Exército não prende ninguém à toa. Se foi preso, é sinal de que há provas contra ele”.
Em março, o Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) publicou um relatório acusando Israel de violar os direitos de crianças e adolescentes palestinos presos. O relatório afirma que “menores de idade palestinos detidos por militares israelenses são sujeitos a maus tratos que violam a lei internacional”.
De acordo com o Unicef, a cada ano cerca de 700 menores palestinos, entre 12 e 17 anos, são interrogados e detidos pelo Exército, pela polícia e por agentes de segurança de Israel. Segundo o presidente da Associação dos Prisioneiros Palestinos, Kadura Farez, atualmente há cerca de 200 menores palestinos presos em cadeias israelenses.

Na Argentina, 66 caixas com documentos sobre ditadura militar no Brasil.


 A CNV (Comissão Nacional da Verdade) identificou em Buenos Aires 66 caixas com documentos que podem ajudar a esclarecer violações de direitos humanos cometidas durante a ditadura militar brasileira. Em visita oficial à Argentina, a CNV visitou arquivos e se reuniu com organismos de direitos humanos, integrantes da chancelaria e da Secretaria de Direitos Humanos.
“Nessas caixas há um universo muito grande de informação sobre o Brasil que temos que analisar. Nos interessa especialmente informações sobre mortes e desaparecimentos, que é o nosso foco central, e sobre estratégias de colaboração entre os diversos países durante o período da repressão”, contou Paula Ballesteros, pesquisadora da CNV.
A CNV fez um levantamento inicial sobre cidadãos brasileiros desaparecidos, entre eles Tenório Cerqueira Júnior, pianista sequestrado em Buenos Aires em março de 1976, quando acompanhava Vinícus de Moraes e Toquinho em shows na cidade. Tenório Jr. está entre os 11 brasileiros desaparecidos na Argentina durante a última ditadura militar.
A CNV visitou arquivos da chancelaria argentina nos quais há documentos desclassificados sobre a colaboração entre as ditaduras da América do Sul, mas Paulo Sérgio Pinheiro afirmou que, caso surjam dados relevantes, é possível pedir o acesso a novos arquivos, também em outros países. (Matéria em Opera Mundi).

Pobre Paraguai, voltou às mãos da direita bandida!


Eleito é investigado por lavagem de dinheiro e contrabando de cigarros. Eleito presidente do Paraguai, Horacio Cartes tem um histórico de problemas na Justiça - não só de seu país, mas também do Brasil. O empresário, no entanto, diz que não sofreu nenhuma condenação em última instância.
No início da década de 1980, Cartes foi preso no Paraguai por evasão de divisas. Além disso, tem sido investigado nos últimos anos por lavagem de dinheiro e vínculos com o narcotráfico. No Brasil, ele é acusado pela empresa Souza Cruz de contrabando de cigarros. No processo, a empresa brasileira diz que parte da produção de Cartes entra no país de forma legal, mas outra parcela não paga impostos. Tal iniciativa, de acordo com a Souza Cruz, configura-se “concorrência desleal”.
Além dos problemas na Justiça, Cartes também foi investigado pelos EUA, segundo telegramas vazados pelo Wikileaks. Em documento de janeiro de 2010, o empresário é classificado como o mandante de um esquema de lavagem de dinheiro. Três anos antes, em 2007, Cartes é citado de passagem em outro documento, no qual é relacionado com 80% do dinheiro lavado no Paraguai. 

E se fosse contra os EUA?


 É cada vez mais desavergonhada a ação estadunidense contra os países que fogem do seu poder e começam uma vida independente e mais voltada para as necessidades do povo. Não bastasse o criminoso bloqueio contra Cuba e as constantes propagandas feitas, com muito dinheiro público, para atacar a imagem da Ilha, agora se voltam também para outras nações que não rezam pela sua cartilha.
Fernando Hidalgo, um animador da Mega TV, emissora instalada no paraíso dos terroristas e golpistas internacionais – Miami – passou a pregar abertamente um golpe na Venezuela e conclamar os militares a derrubarem o governo legitimamente eleito.
Aberta e descaradamente ele defendeu um golpe ao dizer que “Quero falar diretamente com os membros das Forças Armadas Nacionais da Venezuela...”. Ele acusou Cuba de estar “dando as ordens” no exército venezuelano. Mas vale registrar que Fernando Hidalgo é muito amigo de Posada Carriles, o assassino protegido pelo governo Obama.

Desemprego cai na América Latina.


 O desemprego na América Latina e no Caribe atingiu 6,4% em 2012, o menor nível em 20 anos, divulgou na quarta-feira (22) a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). O número representa queda em relação a 2011, quando o total de trabalhadores parados tinha atingido 6,7%.
O levantamento leva em conta o desemprego aberto urbano, abrangendo apenas moradores das cidades que estão procurando emprego. De acordo com a Cepal, o desempenho do mercado de trabalho fez o total de desempregados na região diminuir em 400 mil no ano passado. No entanto, cerca de 15 milhões de pessoas permanecem sem trabalho nas zonas urbanas da região. 

Os jornais não falam nisto!


 Ao final das eleições na Venezuela, o candidato derrotado da direita, apoiado por Washington, utilizou veículos de comunicação privados e conclamou o povo para realizar protestos em todo o país. O resultado foi muito prejuízo público e dez pessoas mortas nos confrontos. Nossos jornais, sempre subservientes, apenas anunciaram que “nove pessoas morreram nos protestos contra o resultado eleitoral na Venezuela”. Nenhum deles disse que os nove mortos eram defensores do chavismo e que defendiam a campanha de Maduro!
E também não vão noticiar que um estadunidense acaba de ser preso pela polícia venezuelana como responsável pelos distúrbios no país. Timothy Hallet Tracy, de 35 anos, foi identificado e detido na Venezuela por suposto envolvimento em “planos desestabilizadores”. Segundo o ministro de Relações Interiores e da Venezuela, Miguel Rodríguez, o suspeito teria recebido financiamento de ONGs para que estudantes e jovens promovessem ações violentas no país.
“A missão era nos levar a uma guerra civil”, garantiu o ministro, afirmando que o objetivo final do plano de instabilidade seria provocar “a intervenção de uma potência estrangeira para colocar o país em ordem” e, segundo eles, “restabelecer a democracia”. De acordo com Rodríguez, o financiamento teria relação com a onda de violência que se alastrou por vários Estados venezuelanos no dia seguinte à eleição presidencial que deu vitória a Nicolás Maduro.

Mais protestos em Portugal.


 No dia 25 de Abril de 1974 aconteceu a “Revolução dos Cravos”, em Portugal. O movimento marcava a queda do regime salazarista. Em 1926 Portugal sofre um golpe militar e tem início a ditadura no país. Salazar assume em 1932 e permanece no cargo até 1968, quando sofre um derrame. Mas é substituído por um seguidor, Marcelo Caetano, que continua a política salazarista.
Em 25 de abril de 1974, explode a revolução comandada pelos chamados “jovens oficiais”. O sinal combinado para o início do levante dos quartéis foi dado à meia-noite através de uma emissora de rádio tomada pelos rebeldes: a senha era a música proibida pela censura “Grândola Vila Morena”, de Zeca Afonso.
Lamentável que, depois, a belíssima “Revolução dos Cravos” tenha degringolado e Portugal esteja agora na situação em que está... entregue à sanha da Troika!
Na quinta-feira (25), alguns capitães daquele 25 de abril que mudou o curso da história portuguesa se negaram a participar dos atos oficiais que lembram o aniversário da Revolução. Um dos mais radicais, Otelo Saraiva de Carvalho, que fez parte do Conselho da Revolução, sustenta que o país necessita de outra revolução, agora de “mentalidades”, para escapar dos graves problemas econômicos e sociais.
Nos últimos meses, tanto grandes manifestações como pequenos grupos de ativistas cantaram o hino revolucionário para expressar o descontentamento popular e interromper falas de autoridades, inaugurações e até um discurso do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho. A música “Grândola Vila Morena”, de Zeca Afonso, tem sido ouvida em todo o país.

PS.: Tem que ser bonita mais esta festa Pá!!!

A Espanha e a crise.


Desemprego na Espanha já atinge 6 milhões de pessoas. O número de desempregados na Espanha superou pela primeira vez a marca de seis milhões de pessoas, ao alcançar 27,16% da população ativa no primeiro trimestre do ano. Os dados oficiais, publicados nesta quinta-feira (25/04), foram levantados em uma pesquisa da EPA (Enquete de População Ativa), e registram um recorde de uma série histórica iniciada em 1970.
O país agora conta 6.202.700 desempregados, depois que, nos três primeiros meses do ano, o contingente de pessoas sem trabalho aumentou em 237.400. O número de pessoas que perderam seus empregos há mais de um ano subiu para 2.901.100 nesse período, 111.200 mais que no quarto trimestre de 2012. A situação mais crítica se encontra na faixa etária dos jovens (menores de 25 anos): 57,22% no primeiro trimestre do ano, ou 960.400 pessoas nessa faixa etária sem trabalho.
            Espanha: aumenta a violência contra crianças. Um dado assustador, mas que mostra os efeitos da crise econômica e social do país, é o aumento da violência contra a criança na Espanha. Segundo informe divulgado na segunda-feira (22) pela Fundação de Ajuda a Crianças e Adolescentes em Risco (ANAR), a violência contra menores de idade cresceu 13,6% em 2012!
O documento diz que 1.778 casos de violência contra crianças foram registrados em 2012 e que a entidade recebeu 324.643 chamadas para ajudar menores de idade que estavam sendo violentados ou agredidos. 

O poder das grandes empresas.


 Um estudo de grande importância, realizado por três pesquisadores da área de sistemas complexos do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça, está mostrando pela primeira vez de forma abrangente como se estrutura o poder global das empresas transnacionais. É um trabalho muito importante para o estudo do que ocorre na atual crise mundial porque mostra a o poder das participações cruzadas entre as empresas, que permite que um núcleo muito pequeno (na ordem de centenas) exerça imenso controle sobre a economia mundial. Por outro lado, os interesses estão tão entrelaçados que os desequilíbrios se propagam instantaneamente, representando risco sistêmico.
O estudo analisou as relações entre 43.000 grandes empresas transnacionais e concluiu que um pequeno número delas, principalmente bancos, tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global.
A análise usa a mesma matemática empregada há décadas para criar modelos dos sistemas naturais e para a construção de simuladores dos mais diversos tipos. Agora ela foi usada para estudar dados corporativos disponíveis mundialmente. E o resultado é um mapa que traça a rede de controle entre as grandes empresas transnacionais em nível global.
Trabalhando os dados recolhidos pelos pesquisadores, o modelo final revelou um núcleo central de 1.318 grandes empresas com laços com duas ou mais outras empresas - na média, cada uma delas tem 20 conexões com outras empresas. Mais do que isso, embora este núcleo central de poder econômico concentre apenas 20% das receitas globais de venda, as 1.318 empresas em conjunto detêm a maioria das ações das principais empresas do mundo - as chamadas blue chips nos mercados de ações. Ou seja, elas detêm um controle sobre a economia real que atinge 60% de todas as vendas realizadas no mundo todo.
Quando os cientistas desfizeram o emaranhado dessa rede de propriedades cruzadas, eles identificaram uma “super-entidade” de 147 empresas intimamente inter-relacionadas que controla 40% da riqueza total daquele primeiro núcleo central de 1.318 empresas! (A matéria está em Carta Maior)

A água deve ser privatizada? Mais uma da Nestlé...


 Peter Brabeck-Letmathe, um empresário austríaco que é presidente do grupo Nestlé desde 2005, afirma que é necessário privatizar o fornecimento da água. Mas vale destacar que a empresa suíça é a líder mundial na venda de água engarrafada. Um setor que representa 8% de seu capital, que em 2011 totalizaram aproximadamente 68,5 bilhões de euros.
Brabeker diz que o fato de muitas pessoas terem a percepção de que a água é gratuita faz com que em várias ocasiões não lhes dê valor e a desperdiçam.  Ele defende que os governos devem garantir que cada pessoa disponha de 5 litros de água diária para beber e outros 25 litros para sua higiene pessoal, mas que o resto do consumo teria que ser gerido segundo critérios empresariais. Em sua opinião, a água deveria ser tratada como qualquer outro bem alimentício e ter um valor de mercado, estabelecido pela lei de oferta e procura.

Estadunidenses: República Tcheca NÂO é a mesma coisa que Chechênia!!!


O povo estadunidense está acostumado a olhar para o próprio umbigo e conhece muito pouco do restante do mundo. O ensino de geografia é uma vergonha e o máximo que eles conseguem é reconhecer o próprio país e seus estados em um mapa. A vergonha vai aparecendo aos poucos, mas agora se tornou piada internacional que circula na internet para mostrar a total ignorância dos estadunidenses diante da geografia mundial.
O embaixador tcheco, Petr Gandalovic, encaminhou uma mensagem aos estadunidenses onde pede que “melhores seus conhecimentos de Geografia para não confundirem a República Tcheca com a Chechenia”! Em sua mensagem, Petr Gandalovic esclarece que “A República Tcheca é um Estado da Europa Central, enquanto a Chechenia faz parte da Federação Russa”.
A nota do embaixador tem um motivo: depois do atentado em Boston, no dia 15 de abril, grupos de estadunidenses passaram a divulgar através do Twitter e do Facebook mensagens contra a República Tcheca porque os jornais anunciaram que os dois suspeitos eram de origem chechena! As mensagens nas redes sociais pedem que o governo Obama invada a República Tcheca para vingar o ocorrido em Boston! As mensagens dizem que: “Os terroristas vieram da República Tcheca”; “Que a República Tcheca vá para o diabo”; “É hora de bombardear a República Tcheca”; etc.
E este é o povo que se acha “senhor” do mundo!

A miséria avança no “país mais rico do mundo”.


 Quase metade dos moradores de Nova York, cidade mais populosa dos EUA, vive próxima da linha da pobreza. A informação foi divulgada na semana passada pelo centro oficial de pesquisa da prefeitura, com base em dados e indicativos sociais coletados durante os anos de 2005 e 2011.
Os dirigentes de Nova York classificam como pobre uma família composta por, no mínimo, dois adultos e dois dependentes cuja renda chegue até 30.949 dólares por ano. O levantamento revela que 46% da população da cidade – estimada em 8,175 milhões de habitantes – vive abaixo ou próxima desse valor.
A pesquisa, conduzida por Mark Levitan, foi feita a partir de uma amostra de 25 mil domicílios. Os índices mostram que a pobreza aumentou em três dos cinco distritos da cidade: Brooklyn (1,6%), Queens (4,8%) e Staten Island (3,9%).
As informações sobre pobreza reveladas pela pesquisa reacendem o debate acerca da desigualdade social em Nova York. Segundo a informação Coalizão Contra a Fome , a renda dos bilionários da cidade cresceu 11 bilhões de dólares no último ano, o que equivale “à saída de quatro milhões de pessoas da linha da pobreza”.

PS.: O Haiti, o Maranhão, Serra Leoa e outras potências econômicas que foram vitimadas por políticas imperialistas estão fazendo um fundo de ajuda aos pobres estadunidenses... O Haiti é ali?! 

Um estranho silêncio!


Nossos jornais gastaram (e ainda gastam) centenas de páginas para falar sobre o ocorrido durante a maratona de Boston e informando sobre a prisão do suspeito pela explosão da bomba. Mas ninguém se lembra de falar sobre o ocorrido na pequena cidade de West, no estado do Texas (EUA)!
Na tarde do dia 17 de abril, uma quarta-feira, uma explosão impressionante destruiu o prédio de uma fábrica de fertilizantes (West Fertilizer Co.) causando ondas de choque, escombros e vários incêndios. Resultado: 15 pessoas mortas, incluindo oito bombeiros que tentavam controlar o incêndio. Mas a imprensa estadunidense está “abafando” o caso e nossos jornais “amestrados” não falam sobre isto.
O motivo? A fábrica tinha em seu estoque 2.700 toneladas de nitrato de amônia, um fertilizante usado na agricultura industrial. O problema é que isto representa 1.350 vezes o mínimo permitido por lei sem necessidade de comunicação com as autoridades. Provavelmente, ninguém será investigado ou acusado pelo “acidente” em West, mas os jornais continuarão falando da maratona de Boston.

domingo, 21 de abril de 2013

“A América Latina é nosso quintal...”


 A declaração foi feita pelo secretário de Estado estadunidense, John Kerry, em um discurso diante do Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara de Representantes, na quinta-feira (18). Ele declarou que “América Latina é nosso quintal (…) temos que nos aproximar deles de maneira vigorosa”.
Referindo-se aos países que fugiram do controle neoliberal e estão estabelecendo uma nova política na região, Kerry afirmou que “Faremos o nosso melhor possível para tentar mudar a atitude de um número de nações, onde, obviamente, tivemos uma espécie de ruptura nos últimos anos.” Ele declarou que tem planos de viajar, em breve, para a Colômbia e Brasil, e confirmou visitas de Obama para o México e Costa Rica, em maio.
Desde a Doutrina Monroe os EUA se acham donos do nosso continente e é aí que William Evarts, secretário de Estado dos EUA (1877 – 1881), em reunião com financistas e dignitários mexicanos em Nova York, lança uma “pérola” que parecia antever o futuro, explicando o que seria a tal Doutrina Monroe:

“A América para os americanos. Ora, eu proporia com prazer um aditamento: para os americanos, sim, senhores, entendamo-nos, para os americanos do norte (aplausos). Comecemos pelo nosso caro vizinho, o México, de que já comemos um bocado em 1848. Tomemo-lo (risos). A América central virá depois, abrindo nosso apetite para quando chegar a vez da América do sul. Olhando para o mapa, vemos que aquele continente tem a forma de um presunto. Uncle Sam é bom de garfo; há de devorar o presunto (aplausos e risos demorados). Isto é fatal, isto é apenas questão de tempo”.Extraído do livro A Ilusão Americana, de Eduardo Prado (1894), que frisava esta “premonição” no maior estilo capitalismo selvagem, zombando com toda possibilidade de aliança ou crédito ou complacência, e ainda acrescentando: “ ... entre gargalhadas dos americanos e sorrisos amarelos dos mexicanos”.

Honestamente, isto vindo dos EUA, não me assusta. O que me apavora é entrarmos nesta malha ideológica reproduzindo a língua daqueles que querem nos engolir, as roupas, o estilo, a estética, os filmes, as músicas, as lógicas.... e ainda usando o discurso do "dominado conformado": "É a globalização". Assim a "profecia" se completa. E isto explica o "ódio" que se sentem de todos aqueles que se contrapõem ao projeto estadunidense de engolir a América Latina. 
Viva Zapata! Viva Che! Viva Fidel! Viva Morales! Viva Correa! Viva Sandino! Viva Chávez! Viva Neruda!  Viva Frida! Viva Ariano Suassuna! Viva a todo o povo anônimo de nossa América que resiste em ser "quintal"!

Boston? Os terroristas são EUA!!!


 Jornais, rádios e TVs não param de falar no que chamam de “atentado terrorista” ocorrido em Boston na segunda-feira (15). Segundo os noticiários, três pessoas teriam morrido. Mas nenhum jornal gasta uma linha sequer para falar dos outros atentados terroristas perpetrados pelos EUA e comandados por Obama.
Um dia antes do ocorrido em Boston, no domingo (14), um avião não tripulado estadunidense do tipo “drone” matou 30 pessoas que participavam de um casamento, no Afeganistão. Segundo nota oficial do governo Obama, eles foram “confundidos” com terroristas! Na véspera, sábado (13), outro “drone” estadunidense matou 10 crianças que brincavam na rua. Mais uma vez, em nota oficial, o governo de Washington alega que foram “confundidas” com terroristas. São milhares de “confundidos” já assassinados no Afeganistão e em outras partes do mundo, mas ninguém fala nisto!
Ontem, depois da prisão de um suspeito pelo atentado em Boston, o governo Obama já anunciou que ele será interrogado sem a presença de advogados. E ainda dizem que é uma “democracia”.

PS.: Não aguento mais a imprensa lacaia mostrar os policiais assassinos, que caçam, julgam e executam sem saber se os suspeitos eram os criminosos, me lembrando as PMs do Brasil, como "os novos heróis dos EUA". Não aguento mais a imprensa abutre tentar ligar os suspeitos com grupos terroristas, fazendo verdadeiros malabarismos geopolíticos para isto. Não aguento mais a nossa população - sobretudo de classe média -  reproduzindo estes noticiários como se fossem as vozes da verdade, que una e absoluta, não permite sequer a dúvida.

Polícia reprime estudantes secundaristas no Bahrein. E os EUA...


 Um protesto estudantil em um colégio secundarista para homens em Manama foi duramente reprimido na terça-feira (16) pela polícia, que usou cassetetes e atirou bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Os estudantes exigem, desde 2011, reformas no regime do país e se mobilizaram durante o início da Primavera Árabe exigindo maior abertura política. Em 2011 o Grande Prêmio de F-1 chegou a ser suspenso devido aos protestos estudantis.
Os protestos são incentivados com cânticos como “sua corrida é um crime”, “abaixo Hamad” (em referência ao monarca do Bahrein, Hamad bin Isa Al Khalifa) e “o povo quer a queda do regime”. Rapidamente, a polícia local reagiu para dispersar a multidão.
O Bahrein é uma monarquia constitucional, mas o primeiro-ministro e todo o gabinete são escolhidos pelo Monarca, sem qualquer consulta à população. Tem uma localização estratégica na parte norte do Golfo, entre a Arábia Saudita, o Iraque, o Kuwait e o Irã. Lá está sediada a V Frota Naval dos EUA e seu porto serve de ancoragem de navios de guerra estadunidenses em missão na região. Cerca de 5.000 cidadãos americanos, em sua maior parte militares, vivem no Bahrein.

Vaias e protestos durante o funeral.


Apesar das ameaças da polícia inglesa que anunciou reprimir protestos durante o funeral da “Dama de Ferro”, houve muitas vaias durante a cerimônia e centenas de manifestantes viraram as costas para o cortejo do corpo de Margaret Thatcher, na quarta-feira (17) em Londres. Os manifestantes ironizaram o custo do funeral: “Desperdício de dinheiro”, gritavam no momento que o corpo da ex-primeira-ministra passou em frente ao grupo de manifestantes. “Dez milhões de euros para o funeral e cortes e austeridade para nós?”, bradaram durante todo o funeral.
O inferno está ficando saturado. Lúcifer corre risco mais uma vez de perder seu posto máximo de "anjo do mal". Roberto Marinho, Médici, Pinochet, Reagan, Hitler, Antonio Carlos Magalhães... e agora Thatcher? 

Breve giro europeu


Portugal: governo corta salários dos funcionários públicos e aumenta a idade da aposentadoria. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (18). O governo português pretende alcançar uma redução de até 800 milhões de euros em todo o orçamento público e um corte nos gastos de mais 500 milhões de euros para atender às novas imposições da “troika”!
Entre os cortes já aprovados estão os salários de cerca de 600.000 empregados públicos e o aumento da idade de aposentadoria que passará de 65 para 67 anos! Também haverá mudanças nos fundos de pensões, segundo o anúncio feito pela televisão. Os outros 500 milhões de euros seriam conseguidos através da “reprogramação de fundos e projetos de investimentos públicos e privados”.
Na Grécia, demissão de mais 15.000 empregados públicos. Atendendo a mais uma imposição da “troika”, o governo grego anunciou que serão demitidos mais 15.000 empregados públicos ainda neste ano. A intenção do governo é obter dos credores europeus um “perdão” de 2,8 bilhões de euros. Sindicatos, partidos de esquerda e organizações sociais estão preparando grandes atos de protestos pelas novas medidas.
Novo protesto dos aposentados gregos. Milhares de aposentados gregos tomaram as ruas de Atenas na sexta-feira (19) para protestar contra os novos cortes nos valores de suas pensões impostos ao governo grego pela “troika”. Os manifestantes se concentraram diante do Parlamento e saíram em passeata até o prédio do Ministério da Administração Pública onde foram interceptados pela polícia grega.
Os aposentados gregos apresentaram estudos mostrando que os cortes feitos nos valores das pensões e o aumento dos impostos estão levando uma grande parte da população para a pobreza.
Cresce o tráfico de seres humanos na UE. Em um comunicado distribuído na segunda-feira (15), representantes da Comissão Europeia anunciaram que houve um aumento significativo no tráfico de pessoas nos Estados membros da UE entre 2008 e 2010. O relatório precisa o aumento ano a ano: 2008 - 6.309 casos; 2009 – 7.795; 2010 – 9.528.
Apesar do aumento de casos identificados, a realidade é que houve uma queda acentuada no número de traficantes presos no mesmo período. A maior parte das pessoas vem de antigos países socialistas, principalmente a Romênia e a Bulgária, mas também há africanos, asiáticos e latinoamericanos. 62% das vítimas são destinadas à escravidão sexual, 25% para trabalhos forçados e uma pequena parte para roubo de órgãos humanos!