sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Desejamos, não para o ano novo, mas para a vida inteira: Poesia!

Car@s Amig@s, este poema que se segue é de Pablo Neruda e isto bastaria para lhe publicar. Mas no livro Confesso que Vivi, ele marca com este fragmento, o momento que avaliou como sendo a hora de sair da passividade e fazer de sua poesia, arma. Seu grande amigo Federico Garcia Lorca acabara de morrer vítima do golpe fascista do General Franco, aliado de Hitler e Mussolini que invadiu não só a Espanha, mas também o sonho socialista recém eleito naquele país.

Desejo a tod@s que façam o mesmo. Que girem suas vidas para o outro, para o próximo, para a construção de um mundo justo e fraterno. Que façam de suas poesias (sejam vocês alunos, professores, operários...) armas contra os poderosos, para que um dia, em nossas velhices, possamos levantar a cabeça e, orgulhosos, dizer para os mais novos que valeu a pena. Que venha o ano novo, mais que isto, o futuro novo, a humanidade nova!

 

Chico Baeta

 

 

As máscaras e a Guerra


Minha casa ficou entre os dois setores... De um lado avançavam mouros e italianos... De cá avançavam, retrocediam ou estacavam os defensores de Madri... Pelas paredes tinha entrado a artilharia... As janelas partiram-se em pedacínhos... Encontrei no solo restos de chumbo entre meus livros... Mas minhas máscaras tinham ido embora... Minhas máscaras recolhidas no Sião, em Bali, em Sumatra, no arquipélago Malaio, em Bandoeng... Douradas, cinzentas, cor de tomate, com sobrancelhas prateadas, azuis, diabólicas, ensimesmadas, minhas máscaras eram a única recordação daquele primeiro Oriente a que cheguei solitário e que me recebeu com seu cheiro de chá, de estrume, de ódio, de suor, de jasmins intensos, de frangipán, de fruta podre nas ruas... Aquelas máscaras, recordação das puríssimas danças, dos bailes defronte do templo... Gotas de madeira coloridas pelos mitos, restos daquela mitologia floral que no ar desenhava sonhos, costumes, demônios, mistérios irreconciliáveis com minha natureza americana... E então... Talvez os milicianos tinham assomado às janelas de minha casa com as máscaras postas, assustando assim os mouros, entre um disparo e outro... Muitas delas ficaram estilhaçadas e sangrentas ali mesmo... Outras rolaram do meu sétimo andar, arrancadas por um disparo... Na frente delas tinham se estabelecido as tropas avançadas de Franco... De minha casa, trinta máscaras de deuses da Ásia se elevavam no último bàile, o baile da morte... Era um momento de trégua... As posições tinham mudado... Sentei-me olhando os despojos, as manchas de sangue na esteira... E através das novas janelas, através dos furos da metralha... Olhei para longe, para além da cidade universitária até as planícies e os castelos antigos... A Espanha me pareceu vazia... Pareceu-me que meus últimos convidados já tinham ido embora para sempre... Com máscaras ou sem máscaras, entre os disparos e as canções de guerra, a louca alegria, a incrível defesa, a morte ou a vida, aquilo tinha terminado para mim... Era o último silêncio depois da festa... Depois da última festa... De certa maneira, com as máscaras que se foram, com as máscaras que caíram, com aqueles soldados que eu nunca havia convidado, a Espanha tinha ido embora para mim...

Pablo Neruda


Obs.: Ofereço este poema e tudo que isto significa a tod@s que, neste ano que acaba, mergulharam na poesia de Neruda, Brecht, Vinicius, Chico, Vandré, Eduardo Alves da Costa, Maiakovsky, João Cabral de Mello netto... Vocês são "imprescindíveis".

Feliz ano velho: Aumentou o número de trabalho escravo no Brasil

Sentei-me em frente a esta máquina no intuito de publicar o último artigo do ano. Mas dei uma olhada no blog do Sakamoto http://blogdosakamoto.uol.com.br/2011/12/30/governo-insere-52-nomes-na-lista-suja-do-trabalho-escravo/ e me deparei com a deplorável notícia de aumento do número de trabalho escravo no Brasil.
No meio dessa falsa esperança de que tudo muda à meia noite do último dia do ano, eis a constatação: nada muda se não mudarmos o mundo.

Segue abaixo a lista com os nomes dos empregadores, também conhecidos como assassinos, FDP, ou tudo mais que quiserem chamar estes homens e mulheres que se acham donos de pessoas.

http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D33EF459C01348F5EED0C7973/Cadastro%20de%20Empregadores%20dez%2011%20Vers%C3%A3o%20Final%20DETRAE.pdf

Chico Baeta

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Natal: o anticristo 4

Parece incrível, mas terminou em briga nesta quarta-feira (28/12/2011) a limpeza natalina da igreja da Natividade, em Belém, por causa de uma disputa entre seitas religiosas pelo controle do templo que marca o local simbólico do nascimento de Jesus.
Cerca de cem padres e monges das igrejas Ortodoxa Grega e Apostólica Armênia trocaram socos e vassouradas dentro do templo. Policiais palestinos (sim Palestinos, portanto não cristãos), curvando-se para atravessar a diminuta "porta da humildade", intervieram com cassetetes para restaurar a ordem.
O argumento para não prender os arruaceiros de Deus foi... digamos, imbecil:
"É um problema trivial... ocorre todo ano", disse o tenente-coronel da polícia Khaled al Tamimi. "Tudo está bem e as coisas voltaram ao normal. Ninguém foi detido, porque todos os envolvidos eram homens de Deus."
A igreja de Belém data do século VI, e é a mais antiga da Terra Santa. Sua administração é dividida entre clérigos católicos romanos, ortodoxos gregos e armênios.
Qualquer suposta violação dos limites de jurisdição dentro da igreja pode desencadear uma briga, especialmente durante a limpeza anual para as celebrações do Natal ortodoxo, que será comemorado na semana que vem.
Perguntar não ofende: Então todos os casos que envolvam detenções no planeta, dos mais simples até os mais complexos, os envolvidos PRESOS não são homens de Deus?

Chico Baeta, um homem sem Deus. Graças a Deus.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Privataria Tucana - Debate

O Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, promoveu um debate sobre o livro "A Privataria Tucana" que contou com a participação do autor do livro, Amaury Ribeiro Jr., do jornalista Paulo Henrique Amorim e do Deputado Federal Protógenes Queiroz. Todos resistentes ao PIG (Partido da Imprensa Golpista).
Vale a pena conferir este debate:

http://www.youtube.com/watch?v=7Sa7LXVccF0

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Natal: o anticristo 3

A cena real era a seguinte: Uma menina linda de aproximadamente 5 anos. No dia 25 de Dezembro envolta das pessoas que mais a amam. Os presentes iam se desembalando e para felicidade da pequena menina negra de cachos balançantes eis que surgem: uma máquina de lavar de brinquedo e uma caixa registradora da Disney...
Com requintes de rosa nos dois presentes, o invisível e implacável mercado transforma crianças em adoradoras do deus dinheiro e da escravidão do lar.
Que sistema é este que estimula a avareza e o machismo???

Natal: o anticristo 2

Que país cristão é esse que faz limpeza humana matando 142 moradores de rua em 2011?

Natal: o anticristo 1

As rádios e TVs veicularam com todas as forças de suas indefensáveis manipulações, que os Shopings ficariam abertos no sábado (dia 25/12, sim dia de Natal) até as 18 horas. E como se não bastasse, no Domingo abririam "apenas" (?) as praças de alimentação. Mas para os consumidores vorazes se tranquilizarem, na segunda-feira o funcionamento seria normal.
Muito cristão essa história de escravizar trabalhadores em nome do sacro santo consumo em detrimento desse tal de Jesus Cristo que poucos se lembraram...

Chico Baeta

Homenagem a militantes mortos

Para homenagear 14 militantes presos e executados pelo regime militar brasileiro (1964-1985), o grupo Tortura Nunca Mais inaugurou no último dia 11, no cemitério Ricardo de Albuquerque, na cidade do Rio de Janeiro, um memorial – o primeiro do país em homenagem a vítimas da Ditadura. Com a presença de integrantes de movimentos, famílias de vítimas e pessoas que lutaram contra o regime, os ativistas e suas lutas foram relembrados.
Os restos mortais dos 14 militantes foram encontrados em uma vala clandestina no cemitério Ri-cardo de Albuquerque junto com as ossadas de indigentes mortos durante a Ditadura. A descoberta deste material só foi possível pela iniciativa do grupo Tortura Nunca Mais com a ajuda de pesquisadores.
Em maio de 1991, o Grupo começou pesquisas no Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro com apoio do então vice-governador do Estado Nilo Batista. Após pesquisas no Instituto de Criminalística Carlos Éboli, na Santa Casa de Misericórdia e por meio de conversas com antigos coveiros, conseguiram a informação de que existia em Ricardo de Albuquerque uma vala clandestina que não constava em nenhum documento do cemitério.
Os 14 homenageados são: Almir Custódio de Lima, Getúlio D'Oliveira Cabral, José Bartolomeu Rodrigues de Souza, José Gomes Teixeira, José Raimundo da Costa, José Silton Pinheiro, Lourdes Maria Wanderly Pontes, Luis Guilhardini, Mário de Souza Prata, Merival Araújo, Ramires Maranhão do Vale, Ranúsia Alves Rodrigues, Vitorino Alves Moitinho e Wilton Ferreira.

Vergonhosa retirada ou um Novo Vietnam

Mais uma vez na história, repetindo o que ocorreu no Vietnam, o “glorioso” e “imbatível” exército estadunidense sai derrotado em uma guerra. Durante mais de 10 anos os EUA mantiveram um bloqueio total ao Iraque, enfraquecendo sua economia e desgastando suas forças. Durante todo esse tempo, bombardeou quase diariamente o território iraquiano. Foram dezenas de milhares de mortos durante os dez anos de ataques aéreos, prévios à invasão. Entre os sobreviventes da agressão, houve milhares de crianças, acometidas de leucemia pela radiação das munições com urânio empobrecido.
Quando iniciaram a invasão, em 2003, encontraram um exército debilitado e parte do território arrasado. Depois disso, a ocupação causou a morte de mais de 100 mil civis, 20 mil soldados iraquianos e 4.800 militares invasores (4.500 estadunidenses). Milhares e milhares de cidadãos iraquianos ficaram feridos, bem como soldados invasores, a maioria deles mutilados. As cidades foram arrasadas — mas se dividiram os poços de petróleo entre as empresas dos países que participaram da coligação militar invasora.

Vergonha no país da “liberdade”

A cidade de Fort Lauderdale, no estado da Flórida, criou polêmica ao desenvolver um programa que dará uma passagem só de ida para que moradores de rua deixem o município. De acordo com a imprensa local, os moradores de rua serão enviados para seus familiares ou amigos, se estes estiverem dispostos a cuidar dos “beneficiados” pelo programa. Fort Lauderdale possui atualmente 165 mil habitantes e mais de duas mil pessoas morando nas ruas, de acordo com números divulgados pela imprensa local.

EUA: projeto para acabar com a liberdade na Internet

A denúncia está sendo feita por um ativista estadunidense, Aaron Swartz, conhecido por sua militância na Internet. Segundo ele, está sendo debatido um novo projeto de lei que permitiria ao governo bloquear qualquer página da Internet sob a acusação de “violar os direitos do autor”. A lei já recebeu o nome de SOPA ((Stop Online Piracy Act) e permitiria que os sites fossem fechados sem necessidade de julgamentos, processos ou mesmo comunicados oficiais aos seus donos. O ativista denuncia que o governo poderia fechar qualquer site, sem precisar comprovar a acusação.

Números para assustar

Muito interessante o artigo publicado no site “Information Clearing House” sob o título “50 cifras econômicas tão assustadoras que é difícil acreditar”. Vejamos alguns desses números citados na matéria:
1 – 48% de todos os estadunidenses são considerados de “baixa renda” ou vivem na pobreza;
2 – aproximadamente 57% de todas as crianças nos EUA vivem em lares que são considerados de “baixa renda” ou empobrecidos;
3 – desde 2007, a renda média das famílias estadunidenses diminuiu cerca de 6,8%, considerada a inflação;
4 – segundo pesquisa do instituto Gallup, feita em 2010, um em cada cinco estadunidenses com emprego se considera “subempregado”;
5 – um estudo recente demonstrou que um em cada três estadunidenses não poderia pagar sua hipoteca ou mesmo o aluguel se perder o emprego atual;
6 – a Receita Federal dos EUA divulgou números mostrando que o patrimônio líquido das famílias estadunidenses caiu 4,1% apenas no terceiro trimestre de 2011;
7 – calcula-se que o déficit comercial dos EUA, em 2011, ultrapassará 558 bilhões de dólares;
8 – os seis herdeiros do fundador das lojas Wal-Mart (Sam Walton) possuem um patrimônio líquido igual ao conjunto dos 30% mais pobres dos EUA;
9 – se Bill Gates entregasse cada centavo de usa fortuna ao governo dos EUA cobriria apenas o déficit orçamentário durante 16 dias!!!!!!
Para conhecer mais números: http://www.informationclearinghouse.info/article30013.htm

Acabou a “mamata”

O Senado argentino transformou em lei o projeto que declara de interesse público a produção, comer-cialização e distribuição de papel para a imprensa. Aprovada com 41 votos contra 26, a nova lei quer assegurar a democratização do processo produtivo da pasta de celulose de papel e o acesso a ela para qualquer meio de comunicação escrito do país, grande ou pequeno, em igualdade de condições. A nova legislação indica que a Papel Prensa, única fábrica de papel para jornais que existe na Argentina, deverá vender o produto para todos ao mesmo preço e garantir o acesso a todos os meios de comunicação impressos da Argentina. A lei é um triunfo do governo contra o monopólio comunicacional existente hoje na Argentina. Segundo o senador Aníbal Fernández, do total produzida pela empresa Papel Prensa, o Clarín e o La Nación utilizam 71% para atender suas necessidades e os 29% restantes se distribuem entre 168 outras publicações que pagavam até então um preço 15% maior pelo papel.

Bolívia dá um exemplo ao mundo!!!

Este é um caso inédito no planeta: a conhecida empresa McDonald’s está indo embora da Bolívia por “absoluto desinteresse da população”! Segundo nota oficial da própria McDonald’s, todos os esforços para inserir a cadeia de lojas no mercado boliviano foram infrutíferos. Depois de 14 anos no país, apesar das muitas campanhas promocionais, a famosa marca está indo embora da Bolívia que será o primeiro país da América Latina sem a conhecida McDonald’s.

Chávez manda recado para Obama: “deixe-nos em paz”

Em uma suposta entrevista de Obama, publicada no jornal “El Universal”, ele teria dito que “as relações da Venezuela com o Irã e com Cuba trazem poucos benefícios para o povo” e acusou a Venezuela de “restringir os direitos do povo, ameaçando os valores democráticos básicos”. Na tal entrevista, Obama ataca diretamente Chávez, dizendo que ele está preocupado em “reviver antigas batalhas ideológicas”. A resposta de Chávez foi direta: “Você agora está caçando votos e ataca a Venezuela. Não seja tão irresponsável! Deixe-nos em paz porque nós somos livres e nunca mais seremos colônia de ninguém. Deixe-nos em paz e vá buscar votos no seu país, atendendo ao seu povo. Isto é o que você deveria fazer.”

Fidel entra para o Guiness!

Segundo registra o Livro Guinness de Recordes, Fidel Castro é a pessoa que mais vezes sofreu tentativas de assassinato. O mesmo documento diz que a Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA) foi a principal promotora destes homicídios frustrados durante diversas administrações republicanas e democratas. O livro registra que o dirigente revolucionário foi alvo de 638 tentativas de assassinato. Os métodos planejados para matá-lo foram múltiplos, apesar de todos terem fracassado: desde franco-atiradores, explosivos colocados em seus sapatos, veneno injetado num charuto, até uma carga explosiva dentro de uma bola de beisebol (esporte favorito de Castro), entre outras variantes.

domingo, 18 de dezembro de 2011

“A privataria tucana”

Enquanto o livro de Amaury Ribeiro Jr faz um tremendo sucesso editorial, vendendo mais de 15 mil volumes em apenas um dia, a nossa “imprensa séria e descompromissada” parece desconhecer a existência do livro! Nem uma linha nos grandes jornais, nada nas revistas, nenhuma citação em rádios ou TVs. Apenas o silêncio submisso da mídia, sempre pronta a fazer escândalos quando a situação é invertida, quando se trata de atacar os movimentos populares e a esquerda.
O livro foi lançado há uma semana e já é um fenômeno de vendas cercado por um muro de silêncio. Produto de doze anos de trabalho - e, sem dúvida, a mais completa investigação jornalística feita sobre o submundo da política neste século -, o livro consegue mapear o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro montado em torno do político tucano José Serra - ex-deputado, ex-senador, ex-ministro, ex-governador, ex-prefeito e candidato duas vezes derrotado à Presidência da República. Vejamos dois casos levantados no livro:
1. Os “arapongas” do Serra - Quando ministro da Saúde do governo FHC, José Serra montou um núcleo de inteligência dentro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Gerência Geral da Secretaria de Segurança da Anvisa. O núcleo era comandado pelo deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), também delegado. O grupo foi extinto quando a imprensa denunciou que bisbilhotava a vida dos funcionários. O funcionário da Agência Brasileira de Informações Luiz Fernandes Barcellos (agente Jardim) fazia parte do esquema. Também estava lá o delegado aposentado da Polícia Federal Onézimo de Graças Souza. Mas o tal núcleo, mesmo desmontado oficialmente, teria sido usado por Serra, quando governador, para investigar os "discretos roteiros sentimentais" do governador de Minas, Aécio Neves, no Rio de Janeiro. De posse do dossiê, Serra teria tentado chantagear Aécio para que o governador mineiro não disputasse com ele a legenda do PSDB para a Presidência da República. O agente Jardim, segundo apurou Amaury, fez o trabalho de campo contra Aécio.
2. Ricardo Sérgio de Oliveira, Carlos Jereissati e a privatização das teles - O primeiro indício de que a privatização das teles encheu os cofres de tucanos apareceu no relatório sobre as movimentações financeiras do ex-caixa de campanha Ricardo Sérgio de Oliveira que transitou pela CPMI do Banestado. A operação comprova que Oliveira recebeu propina do empresário Carlos Jereissati, que adquiriu em leilão a Tele Norte Leste e passou a operar a telefonia de 16 Estados. A offshore Infinity Trading (de Jereissati) depositou US$ 410 mil em favor da Fanton Interprises (de Ricardo Sérgio) no MTB Bank, de Nova York. Comprovação do vínculo da Infinity Trading com Jereissati: Relatório 369 da Secretaria de Acompanhamento Econômico; documentos da CPMI do Banestado. Comprovação do vínculo de Oliveira com a Franton: declaração do próprio Oliveira, à Receita Federal, de uma doação à Franton, em 2008.

Ernesto Germano

O retorno dos “falcões”?

No dia 4 de dezembro de 2011, em algum lugar sobre o território iraniano, aconteceu um fato que deixou o governo de Washington muito preocupado, mas que foi quase ignorado pela nossa imprensa (o que não é de se estranhar).
Naquele dia, militares iranianos conseguiram interceptar e fazer pousar praticamente sem danos um avião não tripulado estadunidense, modelo Sentinel RQ-170, também conhecido como “drone”. Trata-se de uma das armas tidas como mais importantes pelo Pentágono, atualmente, pois permite sobrevoar território inimigo sem colocar vidas humanas em risco. São aviões que servem para espionagem, mas, em alguns casos, são também adaptados para lançar mísseis e bombas sobre forças adversárias ou mesmo destruir prédios.
Acontece que os militares iranianos conseguiram derrubar um “drone”, praticamente inteiro, e agora estão estudando cada componente da “engenhoca” e poderão reproduzir um, muito em breve. O Sentinel RQ-170 estava a mais de 250 quilômetros além das fronteiras, em pleno território do Irã, e o governo de Teerã já disse que não vai devolvê-lo.
Para desespero de Washington, uma semana depois da derrubada do avião a televisão iraniana fez um programa especial mostrando detalhes e descrevendo o seu funcionamento. Isto causou profunda irritação entre os “falcões” e, na tarde desta quarta-feira (14/12), ao visitar as páginas da excelente Telesur, deparei com uma notícia assustadora: “Dick Cheney pede ataque aéreo contra o Irã”.
Para quem não conhece, Dick Cheney foi vice-presidente de George Bush e é considerado um dos mais duros e influentes “falcões” daquele governo. Representante e um dos principais articuladores da “linha dura” nos EUA, foi o principal defensor da invasão do Iraque e do Afeganistão. (Veja mais no Blog: http://nossaamerica.webnode.com/).
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, brincou com o fato na 3ª-feira, em entrevista transmitida pela televisão venezuelana. No dia anterior, oficiais dos EUA teriam dito ser impossível que hackers especialistas em cyber-guerra do Corpo de Guardas Revolucionários do Irã tivessem rastreado e assumido o telecomando do drone RQ-170 Sentinel, de tecnologia stealth, que espionava em território iraniano. O presidente do Irã sorriu, ao ser perguntado por que os militares dos EUA recusam-se a aceitar que o Irã rastreou o sistema eletrônico do drone, assumiu o controle do aparelho e pousou-o sem danos. “Ou aceitam o óbvio ou... Quem sabe os EUA mandaram-nos de presente, o robô espião?”

Extrema-direita de Israel ataca base do próprio exército!

Uma base do exército israelense no norte da Cisjordânia foi atacada na madrugada de terça-feira (13) por um grupo de 50 colonos e ativistas de extrema-direita. A informação foi confirmada pelas Forças Armadas do Estado judeu. Segundo o jornal local Haaretz, o ataque teria ocorrido em protesto à possibilidade, ainda não confirmada, da retirada de várias colônias não-autorizadas pelo governo israelense na Cisjordânia. Os militantes pró-colonos entraram em uma base militar próxima à cidade palestina de Qalkilya, incendiando pneus, atacando veículos com pedras e garrafas e espalhando pregos nas ruas da base. Com a ajuda da polícia, os soldados expulsaram os revoltosos. Nenhum radical foi preso.

Ernesto Germano

Bandeira da Palestina é hasteada na Unesco

A bandeira da Palestina foi hasteada nesta terça-feira (13) na sede parisiense da Unesco, a primeira agência da ONU que reconheceu esse território como país e, portanto, membro de pleno direito. A solenidade contou com a presença do presidente palestino, Mahmoud Abbas, e da diretora-geral da Unesco, Irina Bokova. “Espero que esse ato de adesão influencie na inclusão da Palestina em outras organizações internacionais”, disse Abbas, que se comprometeu a respeitar os compromissos da Unesco “nas áreas de educação, cultura, ciência e paz”. Já Irina Bokova lembrou as palavras do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de que a paz no Oriente Médio chegará com a criação de dois Estados que vivam de forma conjunta, e acrescentou que a Unesco pode contribuir para esse projeto. A admissão da Palestina na Unesco foi realizada contrariamente à opinião de alguns países, entre eles os EUA, que anunciou o congelamento de sua contribuição à organização.

Europa já tem 23 milhões de desempregados

A crise Europa vive uma crise política/econômica, ampliada pelo desemprego. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela agência de estatísticas Eurostat, o índice de desemprego dos 27 países da UE atingiu 9,8% em outubro, o maior patamar da série histórica, iniciada em 1995. São 23 milhões sem emprego, e 2011 foi um dos piores anos na História recente para procurar emprego no continente. A maioria (16 milhões) está nos 17 países que compõem a zona do euro, cujo índice atingiu 10,3%, o maior desde a criação do euro, em 1999. Mas há diferenças. Enquanto Áustria, Luxemburgo e Holanda estão abaixo de 5%, a Espanha tem o impressionante índice de 22,8%. Superou até a Grécia, que registrou desemprego de 17,7% no terceiro trimestre.

Crise de emprego na Alemanha

A Alemanha, um dos países mais ricos da Europa, vive uma crise que está se aprofundando ano a ano. Segundo dados oficiais do governo alemão, um em cada quatro trabalhadores no país vive de subemprego ou emprego precário. Em 1995, segundo os dados, o subemprego afetava 15% da massa de trabalhadores, mas o número saltou para 25% em 2011. Isto equivale a 7,3 milhões de pessoas vivendo do subemprego ou do emprego precário. Os sindicatos denunciam que, além da situação degradante em que vivem esses trabalhadores, está havendo também um desmonte das conquistas sociais antes existentes. A expectativa média de vida para os pobres caiu muito nos últimos dez anos. Um informe publicado na revista Saarbrücker Zeitung mostra que, há dez anos, os alemães com rendas mais baixas tinham uma expectativa de vida de 77,5 anos. Em 2010 essa expectativa caiu para 75,5 anos.

Covardia contra o povo

A polícia britânica estuda o uso de uma nova arma não letal que causa uma cegueira temporária em manifestantes e para dispersar protestos de rua. O SMU-100, segundo revelou o jornal The Telegraph, é capaz de emitir um laser para desnortear aqueles que o encaram de forma direta. A arma se parece com um rifle e possui um pode de alcance de 500 metros. Além disso, o raio de luz pode atingir uma área de três metros quadrados. Com um custo de 25 mil libras esterlinas (aproximadamente 72 mil reais), o aparelho consegue atingir até mesmo pessoas em situações de má visibilidade. Segundo o fabricante, a empresa Photonic Security Systems, o efeito do laser é similar ao ato de se olhar diretamente para o Sol por alguns segundos. Desta forma, os manifestantes seriam forçados a recuar e o protesto seria dissipado.

Ernesto Germano

Desemprego no Reino Unido bate recorde.

O número de pessoas sem emprego no Reino Unido atingiu o nível mais alto desde 1992, quando o órgão britânico de estatística começou a registrar esses dados. Ao todo, 2,64 milhões de pessoas estão desempregadas no Reino Unido, apesar de o país ser um dos menos afetados pela crise econômica que atinge a Europa. No terceiro trimestre, apesar do aumento nominal, a taxa de desemprego se manteve estável em 8,3% da população economicamente ativa. Assim como ocorre em outros países em crise (Grécia e Espanha), os jovens entre 16 e 24 anos são as maiores vítimas do desemprego, com uma taxa de 22%. São mais de 1 milhão de novos profissionais sem ocupação. O número de mulheres desempregadas também subiu, assim com o de funcionários públicos, alvos prioritários de uma política de corte de gastos do governo colocada em prática pelo premiê David Cameron.

Protestos de trabalhadores na França

As principais organizações sindicais da França organizaram uma grande mobilização na terça-feira (13) para protestar contra as medidas econômicas que estão sendo adotadas pelo governo. Bernard Thibault, dirigente máximo da CGT, declarou que o plano de ajustes anunciado em novembro pelo primeiro-ministro François Fillon não resolverá a crise da dívida, mas aumentará os riscos de uma recessão.

Em Honduras, marcha por paz termina com violência da polícia

Pela segunda vez em uma semana, jornalistas hondurenhos/as se manifestaram nas ruas de Tegucigalpa, capital do país, para protestar contra o quadro de perseguição e censura – atribuído aos grupos de traficantes de drogas –, que já resultou em 17 assassinatos de comunicadores/as desde o início do go-verno Porfirio Lobo, em janeiro de 2010. Mas o ato que seria pacífico terminou com a repressão por parte da polícia hondurenha. Segundo notícias das agências, assim que a marcha chegou perto do Palácio do Governo, homens da Guarda Nacional de Honra Presidencial foram acionados e receberam os/as manifestantes com gás lacrimogêneo. Também foram usados armas com disparos de balas de borracha.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Não somos neutros pelo simples fato deles não existirem

Car@s Amig@s,
o Vozes da América relembra sua posição a favor da democratização dos meios de comunicação e assume que não é, nunca foi ou será imparcial. Somos como todas as formas de mídia: defendemos um lado, uma ideia, uma proposta. Portanto refutamos a hipocrisia da "neutralidade".
Assim sendo, abrimos agora a discussão que toma conta dos principais meios de comunicação de massa: a crise europeia ou crise do capitalismo. A diferença é a quem se defende ou o que se defende.
A imprensa burguesa se apressa para tentar explicar que o que vemos na Grécia, em Portugal, na Espanha, nas ruas da Inglaterra... é apenas uma fase passageira, que com uma boa reforma, se arruma.
Algumas questões estão em jogo. Se for uma crise passageira, bastaria pela ótica do capitalismo, fazer cortes profundos nas conquistas sociais que os europeus lutaram séculos para conseguir. Mexer no Estado de bem estar social, bandeira que a burguesia asteou como carta na manga na luta ideológica contra o comunismo. A máscara está caindo. O sistema está caindo. O capitalismo não é o modelo de desenvolvimento que nos levará a uma sociedade justa e fraterna, nem tampouco possibilitará a nossa sobrevivência eco sustentável, pois são coisas inconciliáveis, o lucro e a vida.
O vídeo que segue abaixo neste link é uma alternativa diferente de ver este fenômeno, crise do capitalismo, por partidos e grupos da esquerda europeia.

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=QBjNcZ3HP0Y

Chico Baeta

Hasta la victoria, siempre!

Belo Monte demite mais 80 com ajuda da PM

Após nova paralisação dos canteiros de obras da Usina Hidrelétrica Belo Monte no último sábado, ao menos 80 trabalhadores foram demitidos nesta segunda, 12. As dispensas ocorreram uma semana depois da negociação do acordo trabalhista da categoria – que, entre outros pontos, garantiria três meses de estabilidade para todos os operários da obra.

Segundo os trabalhadores, a manifestação aconteceu em função do não-cumprimento, por parte da empresa, dos acordos feitos com os trabalhadores após a última paralisação. “Eles prometeram o adiantamento do salário para o dia 20, antes do recesso. Agora eles dizem que não vão dar”, explicam. Em relação a uma das principais contestações dos trabalhadores, a baixada – tempo de retorno para sua cidade de origem, hoje em 6 meses, segundo o contrato do Consórcio Construtor Belo Monte(CCBE) – , as coisas também não avançaram. “A baixada continua igual. Nós queremos 3 meses, como em qualquer obra. Também queremos o salário igual das outras obras. Belo Monte não é o que eles vendem pra gente lá fora não”, lamentou.

Como no caso dos 141 operários maranhenses demitidos em 16 de novembro, os afastamentos desta segunda foram realizadas com a presença da Polícia Militar dentro dos canteiros de obras. “Quando chegamos no RH, a PM já estava lá esperando a gente. Chegaram lá com a lista, caçando a gente no canteiro. Teve bate-boca, porque ninguém esperava ser demitido, né? Aí a polícia apontou arma na nossa cara, tentou algemar um colega nosso”, contaram os demitidos. “Fomos humilhados que nem bandido, que nem vagabundo. Por quê?”

Os trabalhadores foram então colocados em um ônibus pela polícia. Uma parte seguiu para um trecho urbano da Rodovia Transamazônicano no sentido Altamira-Itaituba, onde fica um dormitório do Consórcio, e outra foi liberada. No local, a polícia cercou a área do prédio de Belo Monte. “Não sabemos porquê fomos parar lá, pra que polícia”, afirmou um pedreiro demitido. Tanto a PM quanto um funcionário com uniforme do CCBE teriam dito a eles que “se fosse continuar a baderna, ninguém vai entrar”. “Eles tratam a gente como se fosse marginal! Eles estão demitindo a gente, sem explicar, sem motivo, e ainda botam a polícia na história”, contou um armador, concluindo: “nem comida direito tinha nessa casa, e pediram pra voltarmos amanhã pra pegar o dinheiro da rescisão”.

Paralisação – Parte dos trabalhadores agora demitidos estavam envolvidos na última greve de final de novembro. Contudo, há outros que, segundo eles, sequer participaram dos movimentos. “Eu mesmo não participei de greve nenhuma. Não queria me envolver, sempre saía de perto, ia embora porque sei que é perigoso. Os meus colegas tentaram falar pro encarregado que eu não tinha nada a ver com a história, mas ninguém fez nada”, expôs um operário.

“No sábado, eles tinham ameaçado o pessoal, dizendo que o acordo só valia para a outra greve, e que dessa vez ia ser todo mundo demitido”, contou um trabalhador. Entre os demitidos, havia ao menos dois membros da comissão que negociou, mediada pelo sindicato, a pauta de reivindicações dos operários.

Ameaça – Durante o processo das demissões, dois homens não identificados se aproximaram do jornalista do Movimento Xingu Vivo para Sempre, que estava cobrindo o caso do lado de fora do prédio da CCBE, para ameaça-lo. De acordo com depoimento colhido pelo procurador Bruno Gütshow, do Ministério Público Federal, um dos homens chamou o jornalista de “vagabundo, e o outro agente ameaçou repetidamente ‘vamos dar cabo de você agora’”. As agressões voltaram a ocorrer quando o jornalista estava registrando a cena. Repetindo os insultos, o primeiro homem afirmou que a policia não poderia ser fotografada e tentou tomar o equipamento, o que não ocorreu em função da interferência dos trabalhadores. Os policiais presentes assistiram à cena e não interferiram, mesmo após serem interpelados pelo jornalista, relata o depoimento.

Após o ocorrido, o jornalista tentou registrar boletim de ocorrência na polícia, mas o delegado de Altamira afirmou que estava com déficit de escrivão, uma vez que ocorreram cinco homicídios de domingo para segunda, e pediu gentilmente que retornasse nesta terça às 8h da manhã.

Direitos Humanos – Em enquete virtual, o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) foi eleito como a pior empresa de 2011, em termos de violação de direitos.

FONTE: Xingu Vivo

O colapso da educação no Brasil

O sistema educacional brasileiro atravessa uma crise estrutural e crônica. Paradoxalmente, essa crise ocorre em meio a um rico contexto de avanços tecnológicos e novas descobertas científicas (genoma humano, nanotecnologia, desenvolvimento da informática, por exemplo). Mas as políticas neoliberais aplicadas à educação ao longo dos anos 1990 pelo governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), o Plano Decenal de Educação Para Todos - 1990, e mantidas por Lula e Dilma (PT) retiraram qualquer possibilidade dos filhos dos trabalhadores se apropriarem deste conhecimento.

O colapso da educação pública básica sequer permite os alunos desenvolverem satisfatoriamente o raciocínio aritmético e matemático. A imensa maioria dos alunos da escola pública não domina a leitura e a escrita, e estão muito distantes dos benefícios proporcionados pela informática. Não por acaso, o analfabetismo funcional atinge mais de 30% da população, segundo o PNAD 2009. Quer dizer, a cada três pessoas, uma sabe ler, mas não é capaz de entender o sentido do que lê. Como se não bastasse, nosso país é campeão de analfabetismo na América Latina, com taxa de 9,7%.
As políticas educacionais implementadas pelos governos tucanos e pelo PT foram ditadas pelos grandes órgãos do capital financeiro internacional, FMI e Banco Mundial. O objetivo era claro: transformar a educação em mercadoria.

O primeiro Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em 2001 pelo governo FHC, tinha por objetivo investir 7% do PIB na educação. Mas o compromisso com o capital financeiro falou mais alto e a medida foi vetada pelo governo tucano. Com Lula no governo a situação não foi diferente. O veto foi mantido e o PNE amargou um retumbante fracasso (veja quadro abaixo).

Hoje, se gasta por volta de 5% do PIB com a educação, mas o governo Dilma promete ir a 7% do PIB até 2020. A meta, porém, é irrisória diante da montanha de dinheiro enviada para o pagamento da dívida pública (veja ao lado). E, diante do compromisso de Dilma com o capital financeiro, é muito difícil que essa promessa, mesmo irrisória, seja cumprida.

Por que chegamos a esta situação?
Ao longo dos anos 1990, toda a política em relação à educação esteve em sintonia com a política de “Estado mínimo” neoliberal. Ou seja, estavam a serviço de desobrigar o Estado em relação à educação, tornando-a cada vez mais privatizada, com a política de criar as “ilhas de excelência”. Todas elas reforçaram o caráter excludente, segregacionista e racista do sistema de ensino no Brasil. Podemos resumir, sumariamente, da seguinte forma as diretrizes centrais da nova LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) e da Emenda Constitucional n° 14:


Prioridade no Ensino Fundamental, como responsabilidade dos estados e municípios. A Educação Infantil é delegada aos municípios. Assim, aplicou-se a municipalização e “escolarização” do ensino, com o Estado repassando adiante sua responsabilidade. Hoje os custos são repassados às prefeituras e às próprias escolas.


Aceleração da aprovação para desocupar vagas. O “rápido e barato” é apresentado como critério de eficiência. Também é marcante o aumento de matrículas, utilizadas pelos governos como jogo de marketing. No entanto, apenas são feitas mais inscrições, sem a criação de uma
nova estrutura efetiva para novas vagas. O resultado é superlotação de salas.


Parceria com comunidade e empresa. A sociedade civil deveria adotar os “órfãos” do Estado (o programa “Amigos da Escola”, por exemplo). Se as pessoas não tiverem acesso à escola a culpa é colocada na sociedade que “não se organizou”. Assim, o governo fica isento de sua responsabilidade com a educação. Na antiga LDB a educação era tarefa do “Estado e da família”. Na nova, houve uma mudança na ordem e a educação se tornou uma tarefa da “família e do Estado”.


Formação menos abrangente e mais profissionalizante. Assim, divide-se o Ensino Médio entre educação regular e profissionalizante, com a tendência de priorizar este último. Ou seja, a ênfase do ensino é dada na produtividade e eficiência empresarial. Não interessa o conhecimento crítico, mas, sim, a formação desqualificada de ‘mão-de-obra’, levando ao empobrecimento curricular.


Descentralização administrativa e financeira. Ou seja, tudo que se refere à parte financeira (como infra-estrutura, merenda, transporte), passa a ser descentralizada, isto é, mais uma iniciativa que isenta o Estado de responsabilidades. Mas a
autonomia é apenas administrativa. Tudo o que se refere ao conteúdo didático continua dirigido e centralizado.


Avaliação de desempenho e do rendimento escolar. Sistema de Avaliação do Ensino Superior, Enem, Seab e “Provão” foram alguns dos instrumentos criados para transformar as escolas em “empresas”, sob a inspiração do programa de qualidade produtiva, adaptando-a ao mercado. Mas não houve aumento de verbas, apenas alocação dos recursos para “melhores resultados”. Avaliação externa na verdade é uma inspeção escolar.

Vanessa Portugal, de Belo Horizonte (BH) e João Zafalão, de São Paulo (SP)


Veja também: http://www.youtube.com/watch?v=TiIVZ_elYuo&feature=youtu.be

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Os “desaparecidos” da era Bush

A força aérea dos EUA usou secretamente um aterro sanitário para fazer desaparecer restos mortais incinerados de centenas de soldados mortos em ação durante a tal “guerra ao terror”. Os números agora são oficiais: 274 homens e mulheres mortos em combate foram enviados para o depósito de lixo no condado de King George, na Virgínia, entre 2004 e 2008. Mas a denúncia feita pelo Washington Post pode ser ainda mais grave. Segundo a matéria, além dos 976 fragmentos de corpos identificados pelo Pentágono, há 1.762 restos trazidos do campo de batalha sem identificação, demasiadamente destruídos para fazer teste de DNA. Funcionários do Pentágono declararam que “não há um plano para comunicar as famílias dos soldados” porque estabelecer as suas identidades seria demasiado caro e tomaria muito tempo. Fonte: http://www.pagina12.com.ar/diario/elmundo/4-182990-2011-12-09.html

Camila Vallejo perde eleição no Chile

Camila Vallejo, a jovem que ganhou espaço na imprensa por sua atividade no movimento estudantil chileno e que, nos últimos sete meses, abalou o governo de Sebastián Piñera com protestos, choques e greves, foi derrotada nesta terça-feira (06) na eleição para presidente da Fech (Federação de Estudantes da Universidade do Chile), a entidade mais importante do setor. Segundo analistas, o resultado mostra que há uma vontade de radicalizar ainda mais o movimento, já que a corrente vencedora, mais radical, rechaça a via parlamentar como espaço de resolução das demandas estudantis. O novo presidente, o estudante de Direito Gabriel Boric, falou em estabelecer alianças com outros movimentos sociais em 2012. Oito listas concorreram na eleição, realizada na segunda e terça-feira. A lista vencedora, F, Criando Esquerda, recebeu 4.053 votos. A lista J, Esquerda Estudantil, de Camila Vallejo, terminou com 3.964, uma diferença de apenas 89 votos.

Pedido para exumar restos de Pablo Neruda

O Partido Comunista do Chile solicitou oficialmente, na última quinta-feira, que a justiça chilena determine a exumação dos restos mortais do poeta Pablo Neruda a fim de confirmar se sua morte se deveu ao câncer de próstata ou a um possível envenenamento. O motorista particular de Neruda, Manuel Araya, declarou recentemente que, na clínica Santa María, teriam injetado um veneno para provocar a sua morte. Manuel Araya afirma que a ordem partiu da junta militar que havia dado o golpe no Chile poucos dias antes.

“Quem nega o passado é covarde”

O general Pedro Aguerre, comandante do Exército uruguaio mandou suspender qualquer pacto de silêncio em torno de crimes praticados na ditadura. Aguerre disse que o Exército que comanda não encobrirá delinqüentes e homicidas em suas fileiras, e ordenou que seja posta à disposição da Justiça toda informação possível para esclarecer os crimes de terrorismo de Estado. Quer que a Justiça estabeleça a responsabilidade material do Exército em casos de assassinato, seqüestro e tortura de presos políticos. “Não sei de nenhum pacto de silêncio para acobertar crimes dentro da Força que comando. E, mesmo desconhecendo se existiu ou se ainda existe esse pacto, neste momento dou a ordem de sua suspensão ime-diata”. O artigo é de Eric Nepomuceno, em Carta Maior.

Duas grandes notícias na saúde...

A vacina cubana CIMAVax-EGF, única de seu tipo no mundo para o câncer avançado de pulmão, foi aplicada em mais de dois mil cubanos. A vacina foi desenvolvida pelo Centro de Imunologia Molecular (CIM), há dois anos, e está sendo empregada largamente em toda a Ilha. Distribuída em 65 centros clínicos especializados, a CIMAVax-EGF é uma terapia segura contra o câncer e eleva a expectativa e a qualidade de vida. Cuba já autorizou a fabricação da vacina em vários países, incluindo Brasil, Argentina e Peru.
A recém concluída XXIX Feira Internacional de Havana (FIHAV 2011), em Havana, mostrou mais uma grande conquista da medicina cubana. O Heberprot-P, um composto desenvolvido no Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia (CIGB) que tem revolucionado o tratamento das úlceras de origem diabética, ao reduzir ao mínimo o número de amputações de membros inferiores por esta causa. Cerca de 41 mil pacientes de 12 países foram tratados até o momento com este medicamento fruto da biotecnologia cubana. Isto sem falarmos na vacina anti-meningite, a vax-MEN-AC, específica para os sorotipos A e C. Milhões de doses já foram entregues à Organização Mundial da Saúde (OMS) para sua distribuição e aplicação, comentou o especialista.

Governo aprova anistia para Marighella.

Segunda-feira (05/12), no dia em que Marighella faria 100 anos, a Comissão de Anistia do Ministério da Jus-tiça reconheceu que ele foi perseguido pelo Estado desde os anos 30, na ditadura de Getúlio Vargas. Após ser libertado, em 1945, Marighella foi eleito deputado federal constituinte. Teve o mandato cassado em 1947, quando o Partido Comunista foi declarado ilegal, e passou à clandestinidade. O período final de perseguições foi entre o golpe militar de 1964 e o seu assassinato por agentes do Dops (Departamento de Operações Políticas e Sociais), numa emboscada em São Paulo.
A viúva de Carlos Marighella, Clara Charf, 86, disse segunda-feira (5) que a concessão da anistia política restabelece a verdade sobre o guerrilheiro, morto em novembro de 1969. “Durante muitos anos, eles mentiram, acusaram e jogaram o nome das pessoas na lama para tirar a resistência do povo brasileiro”, discursou, em ato em Salvador.

“A Privataria Tucana”

Neste fim de semana chega às livrarias “A Privataria Tucana”, de Amaury Ribeiro Jr., resultado de 12 anos de trabalho do premiado repórter, que durante a campanha eleitoral do ano passado foi acusado de participar de um grupo cujo objetivo era quebrar o sigilo fiscal e bancário de políticos tucanos. Ribeiro Jr. acabou indiciado pela Polícia Federal e tornou-se involuntariamente personagem da disputa presidencial. A obra apresenta documentos inéditos de lavagem de dinheiro e pagamento de propina, todos recolhidos em fontes públicas, entre elas os arquivos da CPI do Banestado. José Serra é o personagem central dessa história. Amigos e parentes do ex-governador paulista operaram um complexo sistema de maracutaias financeiras que prosperou no auge do processo de privatização.
Ribeiro Jr. elenca uma série de personagens envolvidas com a “privataria” dos anos 1990, todos ligados a Serra, aí incluídos a filha, Verônica Serra, o genro, Alexandre Bourgeois, e um sócio e marido de uma prima, Gregório Marín Preciado. Mas quem brilha mesmo é o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, o economista Ricardo Sérgio de Oliveira. Ex-tesoureiro de Serra e FHC, Oliveira, ou Mister Big, é o cérebro por trás da complexa engenharia de contas, doleiros e offshores criadas em paraísos fiscais para esconder os recursos desviados da privatização.
O livro traz, por exemplo, documentos nunca antes revelados que provam depósitos de uma empresa de Carlos Jereissati, participante do consórcio que arrematou a Tele Norte Leste, antiga Telemar, hoje OI, na conta de uma companhia de Oliveira nas Ilhas Virgens Britânicas. Também revela que Preciado movimentou 2,5 bilhões de dólares por meio de outra conta do mesmo Oliveira. Segundo o livro, o ex-tesoureiro de Serra tirou ou internou no Brasil, em seu nome, cerca de 20 milhões de dólares em três anos.
A Decidir.com, sociedade de Verônica Serra e Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, também se valeu do esquema. Outra revelação: a filha do ex-governador acabou indiciada pela Polícia Federal por causa da quebra de sigilo de 60 milhões de brasileiros. Por meio de um contrato da Decidir com o Banco do Brasil, cuja existência foi revelada por CartaCapital em 2010, Verônica teve acesso de forma ilegal a cadastros bancários e fiscais em poder da instituição financeira.

Ernesto Germano

Um dica, uma boa dica cultural...

Ao Vivo entre Amigos - Rádio Mec AM


Na próxima quarta-feira (14/12/2011) às 17h o músico e professor Rodrigo Ferreira vai participar do pragrama Ao Vivo entre Amigos. O programa já se tornou referência obrigatória para quem curte a Música Popular Brasileira.
A entrada é franca e as senhas são distribuídas a partir das 16h. Tem a produção de Lídia Costa e Marina Barreto e epresentação de Marina Barreto.
http://radiomec.com.br/aovivoentreamigos/

Apareçam para assistir ao vivo
Praça da República 141 - A
Centro / Rio de Janeiro - RJ

O blog do Rodrigo é www.rodrigoferreiraoficial.com

Trabalho escravo no campo cresceu 23% em 2011, diz Comissão Pastoral da Terra

Levantamento parcial divulgado nesta segunda-feira (12) pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) mostra que as ocorrências de trabalho escravo no campo tiveram aumento significativo no período de janeiro a setembro de 2011, na comparação com igual período do ano passado.

Neste ano, foram registradas 218 denúncias à CPT e ao Ministério do Trabalho, contra 177 em 2010, o que representa um aumento de 23%. Para Antonio Canuto, secretário da coordenação nacional da CPT, os flagrantes cresceram devido ao aumento da fiscalização e à maior participação da sociedade, mas o número de trabalhadores vivendo em condições análogas à escravidão também cresceu.

“O sistema vai lançando mão de formas de trabalho arcaicas para obter cada vez mais lucro”, disse. Segundo ele, tais condições são encontradas com mais frequência no corte da cana-de-açúcar, na colheita de frutas como o tomate e na extração de madeira.

O número de pessoas resgatadas do trabalho escravo também passou de 3.854 em 2010 para 3.882 em 2011. De acordo com a CPT, a região Centro-Oeste concentrou quase 50% dos trabalhadores resgatados (1.914 do total), sendo 1.322 apenas em Mato Grosso do Sul. O maior crescimento, no entanto, foi verificado no Nordeste: a região, que registrou 19 ocorrências de trabalho escravo nos nove primeiros meses de 2010, foi responsável por 35 ocorrências no mesmo período de 2011 (aumento de 84%).

Crimes têm maior repercussão

De janeiro a setembro de 2011, 17 trabalhadores do campo foram assassinados no país, 32% a menos que o registrado em 2010 (25 mortes). Segundo a CPT, apesar da queda, os crimes ocorridos neste ano tiveram uma repercussão maior. “Os assassinatos tiveram uma ‘seleção’ de pessoas defensoras do meio ambiente”, disse Canuto.

O primeiro crime que teve grande repercussão foi o assassinato do casal extrativista Maria do Espírito Santo e José Claudio Ribeiro da Silva, no Pará, no dia 24 de maio. Três dias depois, o líder camponês Adelino Ramos, um dos sobreviventes do massacre de Corumbiara, foi morto em Rondônia. Em novembro, o cacique Nísio Gomes desapareceu da aldeia em que vivia na fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai.

De acordo com o levantamento da CPT, ao menos oito das 17 mortes estão diretamente relacionadas com a defesa do meio ambiente, e outras quatro se relacionam com comunidades (duas mortes de quilombolas e duas de indígenas).

Ameaças de morte

Segundo a análise da CPT, o número de pessoas ameaçadas de morte cresceu significativamente. Em 2010, houve registro de 83 pessoas ameaçadas, e em 2011 esse número saltou para 172 (aumento de 107%). Para a entidade, esse crescimento é reflexo das ações que se desenvolveram após os assassinatos de maio, quando foi entregue à Secretaria de Direitos Humanos a lista dos ameaçados de morte na última década, destacando que as ameaças haviam se concretizado em 42 casos.

Disputa por terra e água

Na contramão dos conflitos trabalhistas (trabalho escravo), que cresceram, as ocorrências de disputa por terra caíram de 535, em 2010, para 439, em 2011. Também houve redução nos conflitos por água (de 65 para 29).

Retirado do sítio www.uol.com.br empresa ligada ao grupo Folha de São Paulo.

Comentário Vozes da América: Se a imprensa burguesa, que se resfatela com a miséria alheia, pois significa concentração de renda nas mãos de seus pares e parceiros, veicula uma notícias dessas, é porque a situação está tão calamitosa que prejudica até a falsa ideia de que estamos "saindo do terceiro mundo" ou que "lideramos os BRICS" ou qualquer outra balela que nos encha de falso orgulho.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Sócrates, companheiro imprescindível...

Escrevo para os mais jovens, para aqueles que nasceram da década de 90 em diante e não viram o maior movimento político dentro do mais popular de todos os esportes mundiais: a Democracia Corinthiana.
O Brasil viveu no início dos anos 80 um tempo de grande instabilidade política. A ditadura caía de podre, mas insistia em não largar o osso, até porque precisava afinar a estratégia (que infelizmente foi bem sucedida) de sair do governo e continuar no poder. O fato é que, naquele momento - 1980, 81, 82, 83, não se sabia se de fato haveria uma redemocratização brasileira. Por um lado os movimentos oposicionistas ganhavam força, as greves no ABC paulista que revelaram Lula e o PT (naquela época um partido combativo, socialista e popular, muito diferente dos dias em que vivemos). Por outro, os militares de linha dura jogavam bombas no Rio Centro e enviavam cartas bombas à OAB, numa tentativa de forçar a sociedade a ter medo da insegurança da democracia e levá-la a apoiar o recrudescimento de um regime autoritário.
Neste cenário, no clube mais popular do Brasil (assim como o Flamengo), o Corinthians, nasceu a DEMOCRACIA CORINTHIANA. Graças a uma série de relações internas como a saída do Presidente Vicente Matheus e a subida à Presidência do Corinthians um grupo que optou por uma gestão participativa, a conjuntura política brasileira que vivia a campanha das Diretas Já e a junção de jogadores privilegiados do ponto de vista da consciência dos seus papéis sociais, não só como profissionais do esporte, mas como cidadãos. Vladimir, Biro Biro, Casagrande, Zenon e sob a liderança do inesquecível Sócrates.
Todo meu respeito ao maior cérebro que vi jogar: Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira morreu no dia 04 de Dezembro de 2011 e deixa uma imensa lacuna dentro do futebol. Primeiro se formou em medicina, depois foi jogar futebol, já com 24 anos, idade que hoje consideramos "velha" para começar um esporte de alto nível.
No Corinthians encontrou um grupo que nunca mais tivemos o privilégio de ver de novo, que contestava não só a ditadura militar brasileira, mas que também ousou fazer daquele clube um local de decisões colegiadas, onde o auxiliar do roupeiro tinha o mesmo peso, voz e voto do que o Presidente do clube. Eram eles, todos eles, que decidiam salários, pensavam em contratações, discutiam a necessidade ou não de se concentrarem antes dos jogos, votavam quem deveria ser titular ou reserva, enfim, fizeram daquele momento e daquele clube a maior experiência coletiva e organizada do Brasil nas barbas dos tiranos, tanto do país quanto da tradicional e ascendente máfia do futebol.
Foram campeões paulistas em 1982 e 1983, influenciaram toda uma geração de atletas e torcedores e deixaram o legado que se a sociedade se organizar, outra sociedade será possível de ser montada. Isto assustou muita gente. Fora do clube o exemplo da Democracia Corinthiana poderia se espalhar, chegar nas escolas, nas Universidades, nas fábricas... E dentro do futebol poderia levar ao fim do monopólio de meia dúzia de cartolas mafiosos e seus comparsas dos meios de comunicação preocupados em formar idiotas para consumirem bola e não da bola fabricar consciência.
Sócrates era perigoso. A Democracia, a verdadeira, a popular e coletiva é perigosa.
Sócrates, Vladimir e Casagrande participaram ativamente do movimento das Diretas Já e num dos comícios, o líder desse movimento chegou a dizer que se a Emenda Dante de Oliveira (Diretas Já) não fosse aprovado ele sairia do Brasil. Perdemos todos. A Emenda não foi aprovada, a ditadura seguiu até 1985, só votaríamos para Presidente do país em 1989 e Sócrates foi jogar na Itália.
O Corinthians aproveitou para vender todos os jogadores "perigosos" e contratou um monte de acéfalos, destes que conhecemos bem, que se juntaram a ideologia conservadora que predomina no mundo do futebol e que naquele clube tinha o goleiro Leão, hoje técnico do São Paulo, como representante dos reacionários.
Acabou a Democracia e o Corinthians virou um clube perverso como todos os outros, que tratam jogadores como comandados, técnicos como comandantes e patrocinadores como deuses. O resultado está aí: O Corinthians/CBF foi campeão brasileiro ironicamente no dia da morte do mais importante jogador de sua história política, como se ensinasse que a morte física do homem é a metáfora da morte do futebol-consciência que pode transformar. Pois se as torcidas organizadas soubessem do poder que têm, do palco semanal que possuem, se se associassem a outros movimentos populares, se exigissem democratização e não caíssem nas mãos assassinas das diretorias autoritárias, o futebol iria se orgulhar de ser de fato e de direito a mais popular de todas as manifestações coletivas no Brasil.

Obs.:
O agradecimento aqui é extensivo a dois outros jogadores que antecederam a geração de Sócrates, mas que também foram destes raros, que aliaram suas técnicas ao pensamento crítico: Alfonsinho - Santos e Reinaldo - Atlético-MG.
Que venham outros, que venham mais!

Chico Baeta

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Isto é Cuba!

O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA em inglês), na apresentação do Informe sobre o Estado da População Mundial 2011, além de analisar o fato de que o mundo chegou aos 7 bilhões de habitantes, assegurou que Cuba é a nação com mais alto desenvolvimento humano latino-americano, chegando a afirmar que conta com um desenvolvimento equivalente a um quarto de século de avanço em relação aos demais países da América Latina e do Caribe.
Isso ocorre devido aos baixos níveis de mortalidade do país, a elevada esperança de vida, seu acesso à saúde e educação, sua saúde sexual e reprodutiva, e os indicadores de envelhecimento de sua população, todos com valores similares e, inclusive, maiores aos de nações industrializadas. Esta conquista de Cuba se soma a sua reconhecida luta contra o racismo, a desnutrição infantil e sua comprovada qualidade em todos os níveis de educação.
Ao longo de todos esses anos que nos separam desde 1959 - ano da Revolução cubana - muito se foi dito sobre aquela ilha. Mitos foram construídos e destruídos, mas o que sobrou hoje, foi um apanhado histórico tão irrefutável que nem a ONU é capaz de mistificar. Que apareçam os críticos e que eles olhem para Cuba para ver que com toda carga ideológica que suas canetas carregam, lá estão Fidel, Che, Raúl, Camilo, e todo o povo cubano a, em silêncio, rir comedidamente, pelos feitos sociais alcançados nestes longos e duros anos de tentativas militares contra suas liberdades e de um bloqueio genocida. Agora entendo quando Che dizia "hasta la victória, siempre!" Eles venceram! E contra isto, nada se pode dizer.

Ernesto Germano e Chico Baeta

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Estudante da USP: "A única visão que eu tinha era das botas"

Uma estudante da USP denuncia, em depoimento, que foi agredida e ameaçada por PMs na ação de reintegração de posse da reitoria. Ela tentou registrar as agressões na polícia, mas não conseguiu. "Um deles pegou na minha nuca, bateu minha cabeça no chão várias vezes, na parte do couro cabeludo, para não deixar hematoma. Nisso passou um repórter da Globo, o primeiro a chegar no local. Quando eu o vi achei que era minha salvação: comecei a gritar e falar o que estava acontecendo. O repórter olhou com o maior desprezo e passou direto".

Raphael Ken Ichi Sassaki

Leia a íntegra no sítio http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19076&boletim_id=1065&componente_id=17021

Os jovens guerreiros da praça Tahrir

Os guerreiros de Tahrir não levam armas. Óculos de natação para proteger os olhos das balas de borracha da polícia, um que outro pano ou lenço para se proteger dos gases lacrimogêneos letais, tênis velozes e uma expressão comum que atravessa o rosto de uma geração de guerreiros democráticos que têm entre 20 e 30 anos e já vão para sua segunda revolução. Estão unidos por uma fraternidade a toda prova e uma coragem capaz de desafiar a de qualquer soldado de elite de um exército profissional. A reportagem é de Eduardo Febbro, direto do Cairo.

Leia a íntegra no sítio http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19071&boletim_id=1065&componente_id=17022

Cinismo genocida - (primeira parte)

NENHUMA pessoa sã, especialmente aquelas que tiveram acesso aos conhecimentos elementares que se adquirem em uma escola primária, estaria de acordo com que nossa espécie, de modo particular as crianças, os adolescentes ou jovens, sejam privados hoje, amanhã e para sempre do direito de viver. Jamais os seres humanos, ao longo de sua turbulenta história, como pessoas dotadas de inteligência, conheceram experiência semelhante.

Sinto-me no dever de transmitir àqueles que se ocupam em ler estas reflexões, o critério de que todos, sem exceção, estamos na obrigação de criar consciência acerca dos riscos que a humanidade está correndo de forma inexorável, rumo a uma catástrofe definitiva e total, em consequência das decisões irresponsáveis de políticos a quem o acaso, mais que o talento ou o mérito, pôs em suas mãos o destino da humanidade.

Sejam ou não os cidadãos de seu país portadores de uma crença religiosa ou céticos com relação ao tema, nenhum ser humano, em seu juízo são, estaria de acordo com que seus filhos, ou familiares mais próximos, pereçam de forma abrupta ou vítimas de atrozes e torturantes sofrimentos.

Depois dos crimes repugnantes que, com frequência crescente, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, sob a égide dos Estados Unidos e dos países mais ricos de Europa, vem cometendo, a atenção mundial se concentrou na reunião do G20, onde se devia analisar a profunda crise econômica que hoje afeta todas as nações. A opinião internacional, e particularmente a europeia, esperava respostas à profunda crise econômica que, com suas profundas implicações sociais, e inclusive climáticas, ameaça todos os habitantes do planeta. Nessa reunião se decidia se o euro podia manter-se como a moeda comum da maior parte da Europa e, inclusive, se alguns países poderiam permanecer dentro da comunidade.

Não houve resposta nem solução alguma para os problemas mais sérios da economia mundial, apesar dos esforços da China, Rússia, Indonésia, África do Sul, Brasil, Argentina e outros de economia emergente, desejosos de cooperar com o resto do mundo na busca de soluções aos graves problemas econômicos que o afetam.

O insólito é que logo que a OTAN desse por concluída a operação na Líbia – depois do ataque aéreo que feriu o chefe constitucional desse país, destruiu o veículo que o transportava e o deixou à mercê dos mercenários do império, que o assassinaram e o exibiram como troféu de guerra, ultrajando costumes e tradições muçulmanas – a Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA), órgão das Nações Unidas, uma instituição que deveria estar a serviço da paz mundial, lançou um informe político, carimbado e sectário, que põe o mundo à beira da guerra com o emprego de armas nucleares que o império ianque, em aliança com a Grã-Bretanha e Israel, vem preparando minuciosamente contra o Irã.

Depois do "Veni, vidi, vici" do famoso imperador romano há mais de dois mil anos, traduzido para o "vim, vi e morreu" transmitido à opinião pública através de uma importante rede de televisão logo que se tomou conhecimento da morte de Gadafi, as palavras são desnecessárias para qualificar a política dos Estados Unidos.

O que importa agora é a necessidade de criar nos povos uma consciência clara do abismo para onde a humanidade está sendo conduzida. Duas vezes nossa Revolução conheceu riscos dramáticos: em outubro de 1962, o mais crítico de todos, em que a humanidade esteve à beira do holocausto nuclear; e em meados de 1987, quando nossas forças enfrentavam as tropas racistas sul-africanas, dotadas com as armas nucleares que os israelenses as ajudaram a criar.

O xá do Irã também colaborou junto a Israel com o regime racista e fascista sul-africano.

O que é a ONU? – uma organização impulsionada pelos Estados Unidos antes do final da Segunda Guerra Mundial. Essa nação, cujo território estava consideravelmente distante dos cenários de guerra, tinha-se enriquecido enormemente; acumulou 80% do ouro do mundo e, sob a direção de Roosevelt, sincero antifascista, impulsionou o desenvolvimento da arma nuclear que Truman, seu sucessor, oligarca e medíocre, não vacilou em usar contra as cidades indefesas de Hiroshima e Nagasaki, no ano de 1945.

O monopólio do ouro mundial na posse dos Estados Unidos e o prestígio de Roosevelt permitiram o acordo de Bretton Woods, que atribuiu aos Estados Unidos o papel de emitir o dólar como única divisa que se utilizou durante anos no comércio mundial, sem outra limitação que seu respaldo em ouro metálico.

Os Estados Unidos, ao finalizar aquela guerra, eram também o único país que possuía a arma nuclear, privilégio que não vacilou em transmitir a seus aliados e membros do Conselho de Segurança: Grã-Bretanha e França, as duas mais importantes potências coloniais do mundo naquela época.

À URSS, Truman nem sequer informou uma palavra sobre a arma atômica antes de usá-la. A China, então governada pelo general nacionalista, oligárquico e pró-ianque Chiang Kai-shek, não podia ser excluída daquele Conselho de Segurança.

A URSS, golpeada duramente pela guerra, a destruição e a perda de mais de 20 milhões de seus filhos pela invasão nazista, consagrou ingentes recursos econômicos, científicos e humanos para equiparar sua capacidade nuclear com a dos Estados Unidos. Quatro anos depois, em 1949, testou sua primeira arma nuclear; a de hidrogênio, em 1953; e em 1955 seu primeiro megaton. A França dispôs de sua primeira arma nuclear em 1960.

Eram apenas três os países que possuíam a arma nuclear em 1957, quando a ONU, sob a égide ianque, criou a Agência Internacional da Energia Atômica. Alguém imagina que esse instrumento dos Estados Unidos fez algo para advertir o mundo sobre os terríveis riscos a que se exporia a sociedade humana quando Israel, aliado incondicional dos Estados Unidos e da OTAN, situado em pleno coração das mais importantes reservas do mundo em petróleo e gás, se constituía em perigosa e agressiva potência nuclear?

Suas forças, em cooperação com as tropas coloniais inglesas e francesas, atacaram Port Said quando Abdel Nasser nacionalizou o canal de Suez, propriedade da França, o que obrigou o primeiro-ministro soviético a transmitir um ultimato, exigindo o cessar daquela agressão, que os aliados europeus dos Estados Unidos não tiveram outra alternativa senão acatar.

(Continuará)



Fidel Castro Ruz
12 de novembro de 2011
20h15.

Cinismo genocida - (Segunda e última parte)

Para termos uma ideia do potencial da URSS em seus esforços para manter a paridade com os Estados Unidos nesta esfera, basta assinalar que quando se produziu sua desintegração, em 1991, na Bielorrúsia havia 81 ogivas nucleares, no Cazaquistão 1.400 e na Ucrânia aproximadamente 5 mil, as quais passaram à Federação Russa, único Estado capaz de sustentar seu imenso custo, para manter a independência.

Em virtude dos tratados START e SORT sobre a redução de armas ofensivas, assinados entre as duas grandes potências nucleares, o número destas se reduziu para vários milhares.

Em 2010, foi assinado um novo Tratado deste tipo entre ambas as potências.

Desde então, os maiores esforços foram consagrados ao aperfeiçoamento dos meios de direção, alcance, precisão e engano da defesa adversária. Imensas quantias são investidas na esfera militar.

Muito poucos no mundo, salvo raros pensadores e cientistas, se dão conta e advertem de que bastaria a explosão de 100 armas nucleares estratégicas para pôr fim à existência humana no planeta. A imensa maioria teria um fim tão inexorável como horrível, em consequência do inverno nuclear que seria gerado.

O número de países que possuem armas nucleares, neste momento se eleva a oito, cinco deles são membros do Conselho de Segurança: Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França, e China. Índia e Paquistão adquiriram o caráter de países possuidores de armas nucleares, em 1974 e 1998, respectivamente. Os sete mencionados reconhecem esse caráter.

Israel, ao avesso, nunca reconheceu seu caráter de país nuclear. Contudo, calcula-se que possui entre 200 e 500 armas desse tipo, ficando indiferente quando o mundo se inquieta pelos gravíssimos problemas que ocorreriam, em decorrência da eclosão de uma guerra, na região onde se produz grande parte da energia que move a indústria e a agricultura do planeta.

Graças à posse das armas de destruição em massa é que Israel pôde desempenhar seu papel como instrumento do imperialismo e do colonialismo, nessa região do Oriente Médio.

Não se trata do direito legítimo do povo israelense a viver e trabalhar em paz e liberdade, se trata precisamente do direito dos demais povos da região à liberdade e à paz.

Enquanto Israel criava aceleradamente um arsenal nuclear, atacou e destruiu, em 1981, o reator nuclear iraquiano de Osirak. Fez exatamente o mesmo com o reator sírio, em Dayr az-Zawr, no ano de 2007, um fato sobre o qual estranhamente a opinião pública mundial não foi informada. As Nações Unidas e a AIEA conheciam perfeitamente o ocorrido. Tais ações contavam com o apoio dos Estados Unidos e da Aliança Atlântica.

Nada tem de estranho que as mais altas autoridades de Israel proclamem agora sua intenção de fazer o mesmo com o Irã. Esse país, imensamente rico em petróleo e gás, tinha sido vítima das conspirações da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos, cujas empresas petrolíferas saqueavam seus recursos. Suas forças armadas foram equipadas com o armamento mais moderno da indústria bélica dos Estados Unidos.

O xá Reza Pahlevi também aspirava a dotar-se de armas nucleares. Ninguém atacava seus centros de pesquisas. A guerra de Israel era contra os muçulmanos árabes. Os do Irã não, porque tinham se transformado em um baluarte da OTAN, que apontava suas armas para o coração da URSS.

As massas dessa nação, profundamente religiosas, sob a direção do aiatolá Khomeini, desafiando o poder daquelas armas, desalojaram o xá do trono e desarmaram um dos exércitos melhor equipados do mundo sem disparar um tiro.

Por sua capacidade de luta, o número de habitantes e a extensão do país, uma agressão ao Irã não guarda semelhança com as aventuras bélicas de Israel no Iraque e na Síria. Uma sangrenta guerra se desencadearia inevitavelmente. Sobre isso não deve haver nenhuma dúvida.

Israel dispõe de um elevado número de armas nucleares e da capacidade de fazê-las chegar a qualquer ponto da Europa, Ásia, África e Oceania. Eu me pergunto: A AIEA tem o direito moral de sancionar e asfixiar um país, se tenta fazer em sua própria defesa o que Israel fez no coração do Oriente Médio?

Penso realmente que nenhum país do mundo deve possuir armas nucleares e que essa energia deve ser posta a serviço da espécie humana. Sem esse espírito de cooperação a humanidade marcha inexoravelmente rumo a sua própria destruição. Entre os próprios cidadãos de Israel, um povo sem dúvida laborioso e inteligente, muitos não estarão de acordo com essa disparatada e absurda política que também os leva ao desastre total.

De que se fala hoje no mundo acerca da situação econômica?

As agências internacionais de noticias informam que "O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e seu par chinês, Hu Jintao, apresentaram agendas comerciais divergentes […] ressaltando as crescentes tensões entre as duas maiores economias do mundo."

"Obama usou seu discurso ― afirma a agência Reuters ― para ameaçar a China com sanções econômicas, a menos que comece a ‘jogar segundo as regras do jogo’…". Tais regras são, sem dúvida, os interesses dos Estados Unidos.

"Obama ― afirma a agência ― está envolvido na batalha pela reeleição, no próximo ano, e seus opositores republicanos o acusam de não ser suficientemente severo com a China."

As notícias publicadas na quinta-feira e sexta-feira últimas, refletiam muito melhor as realidades que estamos vivendo.

A agência estadunidense AP, a melhor informada desse país, comunicou: "O líder supremo iraniano advertiu os Estados Unidos e Israel de que a resposta do Irã será enérgica se seus arqui-inimigos lançarem um ataque militar ao Irã…"

A agência noticiosa alemã informou que a China tinha declarado que, como sempre, acreditava que o diálogo e a cooperação eram a única forma de aproximação ativa para resolver o problema.

A Rússia se opôs igualmente às medidas punitivas contra o Irã.

A Alemanha rechaçou a opção militar, mas se mostrou partidária de fortes sanções contra o Irã.

O Reino Unido e a França defendem fortes e enérgicas sanções.

A Federação Russa assegurou que fará todo o possível para evitar uma operação militar contra o Irã e criticou o informe da AIEA.

"‘Uma operação militar contra o Irã pode acarretar graves consequências e a Rússia terá que fazer tudo de sua parte para aplacar os ânimos’, afirmou Contantín Cosakov, chefe da comissão das Relações Exteriores da Duma" (Parlamento) e criticou, segundo a agência Efe, "as afirmações por parte dos Estados Unidos, França e Israel sobre o possível uso da força e de que o lançamento de uma operação militar contra o Irã está cada vez mais próxima".

O editor da revista estadunidense Executive Intelligence Review, Edward Spannaus, declarou que o ataque contra o Irã desencadeará a Terceira Guerra Mundial.

O próprio secretário da Defesa dos Estados Unidos, depois de viajar a Israel, há alguns dias, reconheceu que não pôde obter do governo israelense um compromisso de se consultar previamente com os Estados Unidos sobre um ataque contra o Irã. Chegou-se a esses extremos.

O subsecretário de Assuntos Políticos e Militares dos Estados Unidos desvelou cruamente os obscuros propósitos do império:

"Israel e Estados Unidos se envolverão nas manobras conjuntas ‘mais importantes’ e ‘de maior transcendência’ da história dos aliados, declarou no sábado (12) Andrew Shapiro, subsecretário dos Assuntos Políticos e Militares dos Estados Unidos".

"…no […] Instituto Washington para a Política do Oriente Médio, Shapiro anunciou que participarão nas manobras mais de 5 mil efetivos das forças armadas estadunidenses e israelenses e simularão a defesa de mísseis balísticos de Israel".

"‘A tecnologia israelense é essencial para melhorar nossa segurança nacional e proteger nossas tropas’, acrescentou…"

"Shapiro destacou o apoio do governo de Obama a Israel, apesar dos comentários da sexta-feira por parte de um alto funcionário estadunidense que expressou sua preocupação de que Israel não avisasse os Estados Unidos, antes de levar a cabo uma ação militar contra as instalações nucleares do Irã."

"Nossa relação com a segurança de Israel é mais ampla, mais profunda e mais intensa do que nunca antes."

"‘Apoiamos Israel porque é de nosso interesse nacional fazê-lo’ […] É a pura força militar de Israel o que dissuade os possíveis agressores e ajuda a fomentar a paz e a estabilidade."

Hoje, 13 de novembro, a embaixadora norte-americana na ONU, Susan Rice, disse à rede BBC que a possibilidade de uma intervenção militar no Irã não só não está fora da mesa, mas é uma opção real que está crescendo, por culpa do comportamento iraniano.

Ele insistiu em que a administração norte-americana está chegando à conclusão de que será necessário acabar com o atual regime do Irã para evitar que este crie um arsenal nuclear. "Estou convencida de que a mudança de regime vai ser a nossa única opção aqui", reconheceu Rice.

Não é necessário nem uma palavra mais.



Fidel Castro Ruz
13 de novembro de 2011
20h17

domingo, 27 de novembro de 2011

Ato em homenagem a Convergência Socialista emociona

A emoção tomou conta do ato público em homenagem aos militantes da Convergência Socialista que foram perseguidos e presos pela ditadura militar. O ato, que lotou o Auditório Paulo Kobayashi da Assembleia Legislativa de São Paulo na noite desse 17 de novembro, também reivindica reparação e Justiça aos militantes perseguidos da extinta organização. A atividade, que contou com mais de 250 pessoas, teve o apoio do deputado estadual Carlos Gianazzi do PSOL de São Paulo.

Bernardo Cerdeira, ex-editor do jornal Convergência Socialista e ex-preso político, explicou a motivação do ato. “Esse ato se insere nas comemorações dos 10 anos da Comissão de Anistia e é também uma homenagem aos militantes mortos, presos, demitidos, perseguidos pela ditadura,”, lembrando que a antiga organização fez parte da história da luta contra o regime de exceção.

Bernardo lembrou da ocupação do campus da USP pela PM, como prova da manutenção dos aparatos de repressão da ditadura militar e disse: “defender que a Verdade venha à tona, que se possa reconstituir a memória das vítimas desta perseguição, que haja Justiça e punição aos torturadores e assassinos, não é um exercício de nostalgia. É uma iniciativa para que isso nunca mais volte a acontecer em nossa história para que não haja torturas nem criminalização dos movimentos sociais”, sendo bastante aplaudido.

Também dirigiu uma critica contundente ao governo do PT que até hoje se recusa a abrir todos os arquivos secretos da ditadura. “Só pode haver uma verdade se os documentos forem abertos sem segredo de Estado” .

A Comissão da Verdade foi alvo de quase todos os oradores. A maior parte da criticas são dirigidas ao caráter totalmente limitado que não prever a possibilidade de punir os torturadores. “Uma verdadeira Comissão da Verdade indicia processa e pune os torturadores da ditadura” , avalia Bernardo Cerdeira.

Mas o momento de maior emoção no ato foi quando os presos políticos da CS foram chamados para frente da mesa. Lá estavam os ex-presos políticos da antiga Liga Operária e da Convergência Socialista que sofreram torturas e perseguições sob o regime militar

Na história desta repressão destacam-se duas operações movidas pelos órgãos de segurança. A primeira, em maio de 1977 contra a Liga Operária, que resultou em prisões e torturas dos militantes políticos. A segunda foi em agosto de 1978, quando a repressão coloca em prática a “Operação Lótus” e prende a direção da CS, além de três militantes estrangeiros, entre eles Nahuel Moreno. Toda história é contada em um documentário sobre as perseguições dos militantes da CS. O documentário foi exibido durante o ato e emocionou muitos ativistas.

Mais de 150 militantes da CS foram presos e enquadrados pela Lei de Segurança Nacional. Calcula-se que pelo menos 100 ativistas foram demitidos em razão de seus empregos devido a perseguição política. Hoje, uma Comissão de ex-presos e perseguidos políticos destas antigas organizações, que reúne 75 pessoas, reivindicam justiça e reparações junto ao Estado brasileiro.

Em sua fala, Agmar Oliveira, vice-presidente da Comissão Nacional de Anistia, explicou que os trabalhos desenvolvidos pela comissão nestes 10 anos correm o risco de paralisia. Por isso alertou: “É necessário uma pressão maior sobre a Comissão da Anistia e sobre o Ministério da Justiça para que sejam julgados os 6 mil processos que ainda precisam ser julgados” . O advogado ainda completou: “Não é demérito nenhum ser anistiado. O Estado brasileiro tem uma dívida com aqueles que litaram e foram torturados ou assassinados”, disse.
Márcia Basseto Paes, presa em 1977 por distribuir panfletos do 1° de maio, emocionou o plenário ao relatar sua experiência no cárcere ao lado de Zé Maria de Almeida e Celso Bambrila. Incomunicáveis, os presos corriam risco de morte nas mãos da polícia, que até então não reconhecia as prisões. Foi quando um grupo de operários foi a uma assembleia de estudantes na USP para denunciar as prisões. O fato levou o movimento estudantil às ruas, produzindo a maior mobilização contra a ditadura desde 1968. “Os companheiros tiveram muita coragem para ir à USP pedir liberdades democráticas e a nossa libertação. E isso não era fácil naquela época. Eu tenho certeza que se não fosse isso a gente não estaria mais aqui”, disse. Ela arrancou aplausos do plenário quando denunciou o papel do ex-senador Romeu Tuma, como um dos chefes da repressão durante a ditadura. “Tuma foi um torturador sim!”, disse sob aplausos.

Finalizando o ato e com a voz embargada, Zé Maria de Almeida criticou o governo por “blindar” os torturados da ditadura com a Comissão da Verdade. “Nós temos uma dívida com aqueles que não estão mais entre nós. Devemos isso para aqueles que morreram na luta. A presidente Dilma foi torturada, mas seu governo impede a punição e o esclarecimento dos crimes da ditadura”, criticou.

“Liberdade de imprensa”?

Esta aconteceu em Washington e mostra que “liberdade de imprensa” é uma expressão que os estadunidenses só usam quando interessa a eles, mas lá a coisa é diferente.
O fato aconteceu com o jornalista independente Sam Husseini que compareceu a uma coletiva do príncipe Turki al-Faisal, da Arábia Saudita (grande aliada dos EUA), no Clube Nacional de Imprensa de Washington. Ele aguardou pacientemente sua vez para fazer uma pergunta ao príncipe e perguntou: “que legitimidade tem o seu regime, caro senhor. O senhor se apresenta entre nós como representante de um dos regimes mais autocráticos do planeta (...). Que legitimidade tem o seu regime, além de bilhões de dólares e armas?”
O príncipe não respondeu, mas o governo dos EUA respondeu. No mesmo dia, Sam Husseini recebeu uma carta informando que estava suspenso do Clube Nacional de Imprensa.

Ernesto Germano

Criança pobre tem que trabalhar! ?

A idade média não está tão distante! Newt Gingrich, líder nas pesquisas do Partido Republicano para as eleições presidenciais de 2012, defendeu que crianças pobres deveriam trabalhar “para ganharem dinheiro e ética de trabalho”. A declaração foi feita em um encontro na Universidade de Havard e divulgada pe-la CNN. Gingrich, ex-congressista da Geórgia e um dos intelectuais do partido, disse que as leis contra o trabalho infantil são “absolutamente estúpidas” e propôs que as próprias escolas paguem os estudantes mais pobres para, por exemplo, limparem os edifícios. Uma pesquisa da Universidade Quinnipiac (Nova York) lançada nesta terça-feira (22) mostrou que Gingrich lidera as preferências para concorrer à Presidência pelo Partido Republicano, com o apoio de 26% dos partidários, passando o rival Mitt Romney, que tem 22%.
O que é ruim - os EUA - pode ainda piorar. Parece incrível...

Estão preparando a censura em larga escala

O Pentágono e o governo de Washington estão montando o cenário para uma grande guerra contra a liberdade na internet e vai afetar usuários no mundo inteiro. Um projeto de lei apresentado no Congresso cria as condições para que desapareçam páginas da Internet. O projeto, inicialmente, é simples: criar as condições técnicas para “apagar” sítios na internet que coloquem em risco a “propriedade intelectual”. Defendido arduamente por grupos de pressão de Hollywood, é apoiado por inúmeros congressistas estadunidenses (deputados e senadores) e estabelece um mecanismo pelo qual um certo “fiscal” poderia suspende e tirar do ar, páginas contrárias aos interesses da grande indústria de entretenimentos esta-dunidense.
O grande problema no projeto é que poderão ser fechadas páginas na internet e até mesmo determinado o bloqueio através do Sistema Nominal de Domínios (DNS), um mecanismo que permite a identificação das páginas.

Israel e seus crimes impunes

Todas as casas do povoado beduíno de Deqeiqa, no sul de Hebron, receberam ordem militar de demolição, em um mais um exemplo da política de expulsão israelense na Cisjordânia ocupada. O povoado, situado nas empobrecidas e desérticas colinas do sul de Hebron, é lar de cerca de 400 pessoas que vivem da pecuária e não têm eletricidade, nem água corrente. Em janeiro, o exército israelense demoliu 17 estruturas, entre elas um sala de aula, precários estábulos e 12 casas, e agora outras 75 estruturas, a maioria casas, também correm o risco de serem derrubadas. A denúncia está sendo feita pela Alon Cohen, uma ONG israelense. Yariv Mohar, porta-voz dos Rabinos pelos Direitos Humanos, acredita que as auto-ridades israelenses “querem anexar o sul de Hebron para que passe a ser parte do Neguev, porque está muito perto da fronteira e tem poucos habitantes palestinos”. O argumento do Exército é que Deqeiqa, fora dos mapas israelenses, é um mero “agrupamento de casas” e que não pode se manter como comunidade.
Curiosamente, procurei em todos os jornais e sites da internet, mas não encontrei uma só denúncia contra Israel. Não foi realizada qualquer reunião na ONU sobre o tema e ninguém pediu a intervenção da OTAN para garantir “ajuda humanitária” na região. Nada! Apenas o silêncio cúmplice enquanto Israel comete suas barbaridades!

Ernesto Germano

Pega a mentirosa!

María Corina Machado é uma representante da direita na Venezuela e possível candidata nas próximas eleições para disputar com Hugo Chávez. Há poucos dias, María Corina concedeu uma escandalosa entrevista em redes de rádio e TV, todas dominadas pela direita, dizendo que sofreu um atentado a tiros quando passava por um bairro popular da capital. A denúncia sobre o possível atentado ganhou páginas de jornais e muito destaque, mas a máscara caiu pouco depois.
Acontece que uma conversa telefônica entre ela e sua mãe foi divulgada e desmente tudo. Na conversa ela diz que “Mamãe, estou no escritório. Estamos bem. Olha, vai sair uma notícia de que sofremos um atentado a tiros e outras coisas, mas estou avisando que estamos bem. Eu estou em meu escritório, não venha para cá.” Na mesma conversa, sua mãe pergunta “Mas, como podem inventar isto?” e ela responde “Fique tranquila”.
Para ouvir a conversa: http://www.youtube.com/watch?v=ArO1BXkMXj8&feature=player_embedded

Honduras: 59 assassinatos políticos, sob as bênçãos de Obama.

Vamos supor que algum militante da oposição fosse assassinado a tiros, em plena luz do dia, em grande cidade da Venezuela, da Bolívia, do E-quador, da Argentina ou mesmo no Brasil, para não falar em Cuba. No mesmo dia, em questão de minutos, todos os jornais estariam estampando matérias sobre os “crimes bárbaros de opositores do regime” e, com certeza, o Departamento de Estado dos EUA faria uma série de pronunciamentos na ONU exigindo intervenção imediata para garantir a “democracia”. Não é?
Mas quando 59 opositores de um regime que tem as bênçãos de Washington são mortos, em um ano apenas, ninguém fala nada!
É o que está acontecendo em Honduras, onde o governo golpista derrubou o presidente democraticamente eleito (Zelaya) e depois recebeu o aval do governo Obama, com direito a visita da senhora Clinton para garantir que todos entenderiam a mensagem. Só para se ter uma idéia, em outubro passado o presidente golpista de Honduras, Porfírio Lobo, visitou Washington e foi recebido pessoalmente por Obama, com saudações calorosas. Nenhuma palavra foi dita sobre os assassinatos de membros da oposição ao regime!
Um dos casos mais recentes foi o assassinato de Pedro Salgado, vicepresidente do Movimento Unificado Camponês de Aguán. Ele foi morto a tiros e depois decapitado, dentro de sua casa! Sua esposa, Reina Irene Mejía também foi morta a tiros. Mas não se viu uma só palavra de Obama sobre isto! Direitos humanos só quando interessam...

No Chile, torturador foi homenageado.

A homenagem feita ao ex-repressor Miguel Krassnoff nesta segunda-feira (22), em Santiago, no Chile, provocou confrontos entre simpatizantes e opositores do regime de Augusto Pinochet (1973-1990). “É inaceitável para o povo chileno a homenagem ao violador dos direitos humanos Miguel Krassnoff”, disse a porta-voz da Associação de Familiares de Detentos Desaparecidos (AFDD), Mireya García, citada pelo Prensa Latina. A dirigente do grupo de direitos humanos rejeitou a iniciativa do prefeito de Providencia, Cristián Labbé, a favor do ex-repressor e ex-membro da polícia secreta de Pinochet. De acordo com investigações judiciais, Krassnoff está envolvido nos assassinatos do cantor e compositor Víctor Jara e do líder do Movimento de Esquerda Revolucionária, Miguel Enríquez, entre muitos outros crimes.

Da série “e se fosse em Cuba”?

Vejam o absurdo da matéria. No sábado, dia 19, o Ministério de Comunicações de Israel usou forças policiais para cortar as transmissões de uma estação de rádio em Jerusalém Oriental, a “Kol Hashalom” (“Tudo pela Paz”, em hebraico). O governo israelense resolveu fechar a emissora porque tem uma programação favorável à paz entre israelenses e palestinos. É claro que arrumaram uma desculpa logo divulgada pelos “jornalistas amestrados”. Dizem que a emissora foi fechada porque se tratava de uma “rádio pirata”. A emissora foi estabelecida por pacifistas israelenses em cooperação com palestinos, com a tentativa de substituir a lendária “The Voice of Peace” (A Voz da Paz), do ativista Abie Nathan. O deputado do partido conservador Likud Dany Danon disse que o Ministério de Comunicações fechou a emissora a seu pedido após alegar que a mesma “instigava” as pessoas contra Israel.
A pergunta é sempre a mesma: e se isto acontecesse em Cuba? E se o governo cubano fechasse uma estação de rádio? Certamente estaríamos vendo “protestos” em todo o mundo e nossos jornais estariam cheios de matérias sobre as maravilhas da “liberdade de imprensa”. Talvez a OTAN já estivesse programando uma “ajuda humanitária” com toneladas de bombas para serem lançadas sobre a Ilha. Mas foi o governo de Israel, um eterno aliado, então fazem questão de calar.

Estudantes fazem mobilização continental pela educação.

Estudantes latino-americanos marcharam nesta quinta-feira (24) em mobilizações por todo continente para defender o direito à educação pública e gratuita. O ato contou com a adesão de organizações estudantis e movimentos do Chile, Colômbia, Peru, Argentina, Brasil, México, Equador, Venezuela, Costa Rica, Paraguai, El Salvador, Bolívia, Uruguai, Espanha, França e Alemanha. As manifestações também acontecerão nas redes sociais. Chile e Colômbia são países que vivem atualmente intensas manifestações estudantis. No Chile, a mobilização por educação pública e gratuita começou há mais de seis meses e desencadeou mobilizações em diversos países da América Latina. Ontem, cerca de 12 mil pessoas participaram dos protestos. Na Colômbia, estudantes protestam desde o dia 12 de outubro contra a lei de reforma da educação superior. Os estudantes colombianos, que junto com os chilenos organizaram o 24N dizem que o objetivo da marcha vai além da queda da reforma da educação. Para eles, “o objetivo é alcançar uma educação gratuita, de excelência, e a serviço da sociedade a que se deve a universidade”.
Em São Paulo, as mobilizações estavam relacionadas às reivindicações dos estudantes da USP (Universidade de São Paulo), pela saída da Polícia Militar do campus da universidade e contra declarações do governador do Estado, Geraldo Alckmin, que sugeriu "uma aula de democracia” aos alunos que ocupavam a reitoria da USP. No Rio de Janeiro, os estudantes se reuniram na Ocupario, praça da Cinelândia contra a mercantilização da educação.

Mais trabalhadores resgatados em condições degradantes no Rio Grande do Sul

Ação conjunta do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e do Ministério Público do Trabalho (MPT) possibilitou o resgate de três pessoas submetidas a condições degradantes análogas ao trabalho escravo. Eles trabalhavam no corte de pinus, no distrito Eletra Blang, na zona rural de São Francisco de Paula (RS). Em outra fazenda, na zona rural de Cambará do Sul (RS), dois adolescentes de 17 anos foram encontrados trabalhando na mesma atividade, que é proibida para menores de idade.
Os três trabalhadores resgatados em São Francisco de Paula ficavam alojados em local sem higienização, água potável, lençóis e sem armários. Não possuíam registro em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) e não recebiam equipamentos de proteção individual. A ação também constatou que não foram realizados exames médicos admissionais, além de os três se deslocarem entre o alo-jamento e as frentes de trabalho de forma improvisada, em um trator. Entre outras irregularidades, não havia sanitários na frente de trabalho, a comida era escassa e os trabalhadores que operavam motosserra não receberam qualquer capacitação.

Ernesto Germano

Trabalho escravo em obras da construtora MRV

A construtora MRV Engenharia poderá ser multada em até R$ 11 milhões pela utilização de trabalhadores em condição análoga à escravidão em duas obras no interior de São Paulo. As ações civis públicas foram propostas pelo Ministério Público do Trabalho, depois que fiscais flagraram a existência de trabalho escravo na construção do empreendimento residencial Beach Park, em Americana, e nas obras do condomínio Spazio Mont Vernon, em São Carlos.
No caso de Americana, a precarização do trabalho foi decorrente da terceirização dos serviços nas obras. Segundo o Ministério Público, a MRV utiliza-se de empreiteiras para fazer a intermediação da mão de obra e, com isso, tenta transferir a responsabilidade trabalhista às pequenas empresas. Nessa obra, o Ministério Público observou casos de operários sem receber salários, alojamentos e moradias fora do padrão legal e aliciamento de trabalhadores. Cerca de 60 trabalhadores estão nessa situação.
Em São Carlos, a fiscalização flagrou um canteiro de obras desorganizado, com detritos acumulados e desrespeito às normas de segurança e saúde do trabalho. Entre as irregularidades foram relatadas falta de proteção contra quedas e alojamentos improvisados. A fiscalização também documentou péssimas condições de conservação e higiene de colchões e o não fornecimento de armários, roupas de cama e travesseiros para os trabalhadores. De acordo com o procurador, entre 10 ou 12 trabalhadores foram encontrados nessa situação em São Carlos, que “não era da mesma gravidade que em Americana”.

Ernesto Germano

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Caros Amigos: Uma voz diferente!

Sem mais delongas

Não dá mais para adiar: o Brasil precisa enfrentar e desmontar
o oligopólio da mídia. Já está claro, para boa parte da sociedade,
que o aperfeiçoamento e o funcionamento da democracia
– mesmo nos marcos do capitalismo – pressupõem a democratização da comunicação social.

O modelo vigente de concessões da radiodifusão possibilita a
concentração de emissoras de rádio e TV nas mãos de alguns poucos grupos empresariais, os quais controlam a informação, restringem a liberdade de expressão, influenciam decisivamente na vida cultural, política e social do povo brasileiro. Mais do que isso: o atual sistema burla a vontade popular expressa na Constituição de 1988 e representa uma ameaça efetiva para a diversidade cultural e política.

A sociedade brasileira é testemunha do partidarismo e da manipulação dos meios nas eleições. Não faz o menor sentido que
o serviço público de radiodifusão, operado mediante concessão,
seja utilizado por interesses particulares para favorecer partidos
e candidatos do agrado dos grupos econômicos, religiosos e políticos.Está na hora do Brasil aperfeiçoar os critérios de controle
social da mídia.

A sociedade é testemunha, também, do uso dos meios para criminalizar os movimentos sociais, as populações negras, faveladas e pobres em geral. Há muito tempo que a grande mídia tem sido conivente com as violências do Estado contra os segmentos populares, ao mesmo tempo em que sonega e omite informações e fatos relevantes para o desenvolvimento nacional.

A edição especial da Caros Amigos fornece aos leitores
uma coletânea de reportagens e artigos sobre a atual situação
da comunicação, aponta os grandes nós e desafios, compara com
as saídas construídas em outros países e mostra as várias alternativas e frentes de luta para melhorar, aperfeiçoar e – principalmente – democratizar o sistema de comunicação no Brasil.

Esperamos, com isso, contribuir para a reflexão e o debate.

A edição especial está nas bancas! Vá em frente!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Protestos pedem fechamento da Escola das Américas

Está marcada para este domingo (20) a grande concentração popular diante das portas do Fort Benning – instalação do Exército dos EUA (Columbos, na Georgia) – para uma grande manifestação humanitária pelo fechamento do Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança, mais conhecido como Escola das Américas (ou “Escola de Torturadores”), e pelo fim da militarização imposta pelos Estados Unidos. De acordo com a Rede de Alternativas, a Escola das Américas é considerada hoje um lugar para o treinamento de assassinos. Nas palavras do padre Roy Bourgeois, fundador da SOA Watch, “a SOA é o braço militar [dos EUA] para proteger a ganância de 1%, à custa de 99%, ao longo das Américas”.
Entre os mais destacados ex-alunos da “Escola” estão Manuel Noriega, militar que participou do golpe de estado que derrubou o Governo de Arnulfo Arias (Panamá); Elías Wessin, também envolvido em golpe de Estado, derrubou o Governo de Juan Bosh (República Dominicana); Hugo Banzer, militar que chegou à presidência em 1971 ao derrubar o general Juan José Torres em um golpe de Estado e após isso instaurou uma ditadura; Vladimiro Montesinos, assessor do ex-ditador peruano Alberto Fujimori, atualmente preso por corrupção e tráfico de drogas; e Roberto Eduardo Viola, militar ex-presidente da Argentina durante o ano de 1981.

domingo, 20 de novembro de 2011

• Aconteceu nos EUA!

Richard James Verone, cidadão estadunidense de 59 anos, residente em Gastonia, na Carolina do Norte, entrou em um banco de sua cidade e dirigiu-se ao caixa entregando um bilhete onde comunicava que era um assalto. Exigiu que lhe fosse entregue a quantia de $1 (um dólar!) e avisou que estaria sentado no saguão do banco. Parece coisa de maluco, não é? Mas o problema é que Richard James Verone estava apenas querendo ser preso para poder receber tratamento médico na cadeia, pois havia ficado sem o seu plano de saúde em função dos cortes feitos pelo governo Obama. O que Richard não sabia é que todo o seu sacrifício foi em vão, porque o governo também suspendeu os atendimentos gratuitos de saúde nas prisões estadunidenses! A matéria é do jornalista Mark Engler (https://www.facebook.com/pages/Mark-Engler-Democracy-Uprising/117982368212095 )

E se fosse em Cuba?

Desculpem insistir neste tema, mas não consigo deixar de pensar nisto. Dorli Rainey é uma senhora estadunidense de 84 anos que, nesta terça-feira (15), foi levada para atendimento médico de emergência depois de ser atingida por spray de pimenta lançado em seu rosto por policiais de Sattle. Dorli participava dos protestos convocados pelo movimento “Occupy”, contra a situação econômica nos EUA, quando foi agredida pelos policiais. Um porta-voz da polícia, defendendo a ação covarde dos soldados, disse que “o gás de pimenta foi disparado apenas contra indivíduos que se recusavam a obedecer a ordem para dispersar ou que tinham comportamento ofensivo em relação aos policiais”. Uma senhora de 84 anos? Os policiais de Seattle se sentiram ameaçados por uma senhora de 84 anos? Mas a minha pergunta ainda está posta: e se fosse em Cuba?
Vamos supor que, em alguma cidade cubana, uma senhora de 84 anos fosse agredida por um policial. O que aconteceria? Em primeiro lugar, nossos jornais estariam cheios de declarações contra o “ditador” Fidel Castro. Provavelmente, os fuzileiros navais dos EUA estariam preparando um desembarque na Ilha e a OTAN já estaria afundando Havana em bombas lançadas de moderníssimos aviões. Tudo isto sob o signo de “ajuda humanitária” para derrubar o regime repressor.
Mas a história aconteceu em Seattle. A foto de Dorli Rainey, a mulher de idade, sendo carregada por dois manifestantes e com resquícios do produto químico em seu rosto tornou-se uma das imagens-símbolo do movimento civil, que se espalha por todas as grandes cidades dos EUA e luta contra a desigualdade social no país. “É uma imagem horrível. Eu não sou tão feia assim”, disse Dorli, ex-professora, em uma entrevista à agência Associated Press. Ela é uma ativista conhecida no círculo político da cidade, e se descreve como “uma velha senhora em botas de combate”. Ela afirmou, mesmo após o incidente, que continuará a participar dos protestos. “Sou bem durona”.
Para mais detalhes da covardia e ver as imagens:
http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/17886/policia+joga+spray+de+pimenta+em+idosa+ao+reprimir+protesto+nos+eua.shtml