segunda-feira, 12 de setembro de 2011

11 de Setembro - O terrorismo estadunidense

Amanhã fará 38 anos da mais triste página da história chilena e da nossa América. Aquele ataque terrorista não foi só um golpe, foi a extirpação de um sonho, o socialismo democrático.
Pela primeira vez o socialismo chegava ao poder pelo voto, dentro dos marcos criados pela burguesia desde os primórdios iluministas. Uma frente ampla de esquerda - Unidade Popular - composta por socialistas, comunistas e anarquistas fora eleita e fizera profundas reformas.
Reforma agrária, educacional, estatização de empresas estadunidenses que infringiam as leis chilenas, ampla campanha contra fome... o Chile caminhava para uma nova experiência mundial - o socialismo sem sangue.
Mas foi com sangue que os ataques terroristas sufocaram este sonho. Os EUA, utilizando seu braço armado, a Cia, em aliança com a direita chilena que perdia os seus seculares pivilégios, bombardeou o Palácio presidencial de La Moneda e implantou a mais tirânica ditadura da América Latina, os terríveis anos Pinochet.
Neste 11 de Setembro pensemos no terrorismo para que não volte a acontecer em nenhum lugar do mundo, pois às vezes, a dor que dizemos sentir já fora por nós provocada.

Viva Allende!
Viva o Chile!
Viva a América Latina livre!

http://www.youtube.com/watch?v=WDEq1a6zYmo - Documental EE.UU. vs Allende. Recontrucción histórica basada en los archivos desclacificados de la C.I.A. y el libro "Salvador Allende Cómo la Casa Blanca provocó su muerte", de la periodista chilena Patricia Verdugo. Dirigido por Diego Marín Verdugo.

http://www.youtube.com/watch?v=xZeEfXjTNu4 - Último discurso de Salvador Allende

Em tempo: Leia algumas matérias abaixo o último discurso de Salvador Allende antes do ataque terrorista de 1973.

Monsanto lança transgênico criado no Brasil.

A Monsanto inicia em outubro as primeiras plantações da segunda geração de soja transgênica em 500 propriedades no Brasil. Trata-se do teste final para a coloca-ção do produto no mercado. A nova semente, a Intacta, possui dois genes modificados. A tecnologia está em fase final de aprovação e já foi apresentada nas feiras agrícolas no país. O produto será submetido a um último teste e a empresa vai contar com 500 produtores, que devem iniciar o plantio já na próxima safra que inicia em outubro. A pesquisa foi desenvolvida no Brasil, e aprovada por autoridades brasileiras e estadunidenses, mas, para serem vendidos no exterior, ainda são necessários avais da China, Japão a aprovação da União Europeia. Mas a nova tecnologia conta com uma desvantagem. O produto requer o plantio de uma área de 20% de soja convencional, separadamente dos campos de soja modificada. É o chamado “refúgio”, e o motivo é evitar a proliferação de insetos resistentes. Se houver o plantio do transgênico puro, as larvas mais resistentes proliferam, gerando uma seleção natural de superinsetos não afetados pela proteína transgênica. Como o refúgio atrai todos os insetos da lavoura e não recebe a proteção do inseticida, a produção dessa área é descartada pelo agricultor.

Sugestões de leituras:

http://www.agrisustentavel.com/trans/crisanto.htm
http://www.monsanto.com.br/
http://vivoverde.com.br/

Tiro pela culatra!

A direita tem tentado criar algum fato contra o governo e, para isto, resolveu eleger o tema “corrupção”. O velho movimento “cansei”, criado contra Lula por Ivete Sangalo, Ana Maria Braga e Hebe Camargo reapareceu
em alguns jornais.
Tudo foi montado para virar primeira página em jornais e revistas do PIG e matéria principal no Jornal Nacional, com direito a Wiliam Bonner fazendo aquela cara de “profunda indignação”.
Jornais como O Globo e Folha de São Paulo passaram a semana inteira chamando o “povo” para a “marcha contra a corrupção”, em Brasília, no 7 de setembro. Enviaram dezenas de repórteres e jornalistas para fazer a cobertura e enviar para agências internacionais.
Mas o tiro saiu pela culatra. A “marcha contra a corrupção” realmente aconteceu e estava bem concorrida. Mas teve como principais alvos: a TV Globo, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e seu presidente Ricardo Teixeira e o Congresso.
No início da passeata havia um cartaz escrito: “Sorria, você está sendo manipulado”, ao lado do logotipo da Globo. Uma manifestante declarou: “A Globo manipula tudo. Não basta vir na marcha. A TV vai manipular muita coisa aqui”. A repórter da Globo que acompanhava a marcha ouviu o coro “o povo não é bobo, fora a Rede Globo” e falou para outro jornalista: “Vou ter de fingir que não vi...”.
O fato é que os jornais pouco falaram da “marcha”. O tiro saiu pela culatra!

por Ernesto Germano

Algumas considerações acerca do resultado do ENEM 2010.

O nível geral da educação está muito baixa. Mais da metade das escolas foi “reprovada” no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2010: exatas 63,64% de todas as que tiveram a nota das provas objetivas divulgadas não conseguiram atingir a nota média de 511,21. Ou seja: se o que estivesse em jogo fosse a aprovação ou a reprovação, elas não “passariam de ano”.
A situação pode ser ainda pior, já que em 9.176 dessas escolas abaixo da média (mais de 70% delas) a participação dos alunos não chegou à metade do total de matriculados. Ou seja: sendo o Enem voluntário, a tendência é que estudantes em tese mais “preparados” façam a prova, mesmo que, como mostra o resultado, não estejam exatamente bem qualificados. Além disso, há escolas que colocam somente seus melhores alunos para prestar o exame.
O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foi criado para avaliar a qualidade do ensino médio. Desde 2006, o MEC (Ministério da Educação) tem divulgado a nota do Enem por escola, com dados da prova do ano anterior. E esse indicador tem sido bastante utilizado como critério de escolha da escola principalmente entre as particulares.
A recomendação é que os pais prestem atenção nos seguintes quesitos: taxa de participação, fazer a comparação entre escolas semelhantes e considerar outros fatores, além da nota do Enem. Aqui, neste último alerta, entra uma questão fundamental: Uma análise bem fundamentada sobre um aluno ou uma escola não pode passar pela nota fim, ou seja, uma única avaliação quantitativa. Há de se levar em conta todo o processo deste aluno ou desta escola, e assim, uma infinidade de avaliações subjetivas, qualitativas, são feitas e que levam a outros critérios e olhares que seguramente, não saem no resultado final do Enem.
Outro erro que se incorre com freqüência é a comparação direta entre as escolas privadas e públicas. É fato que vivemos tempos muito gris sobre a educação. É certo que há muito, ou desde sempre, a educação pública sofre o sucateamento imposto por governantes elitistas e compromissados com seus pares, gerindo a coisa pública sobre a ótica e o benefício da privada. É fato que o governo Sérgio Cabral vem se desenhando como uma das piores gestões educacionais da vida do nosso estado, tendo a ousadia de criminalizar professores por reivindicarem o óbvio e ter a pachorra de pagar aviltantes R$ 845,00 de salário. Mas...
O professor Ocimar Munhoz Alavarse, da Faculdade de Educação da USP, alerta para o risco da comparação: “Você pode avaliar alunos, mas não pode comparar as escolas porque é uma injustiça com as públicas. Elas não estão preparadas para que seus alunos façam o Enem, enquanto as privadas escolhem os melhores alunos ( ou unidades) para fazerem as provas”.
As escolas particulares perceberam que o ranking do Enem é uma propaganda forte. As melhores escolas, não raro, fazem um processo seletivo entre os alunos, enquanto a escola pública regular trabalha com todo o público, sem distinções.
Uma outra observação entre as escolas melhores e piores ranquiadas, reside na epistemologia da educação: O binômio professor e instituição também merecem profundas análises.
A primeira requer atenção a formação deste professor, que não pode (ou não deve) funcionar apenas pelo fator financeiro. Pois isto leva a uma lógica fascista na educação que comumente vê o mesmo profissional dando sangue onde é bem pago e fazendo “corpo mole” na escola pública. E o pior é que o argumento deste fascismo educacional reforça a falta de oportunidade futura desta criança ou adolescente: “Para quê que eu vou cobrar deste aluno algo tão específico se ele não é capaz de fazer?”. Quando isto é feito, reproduzimos o elitismo educacional que só se aprofunda para os filhos das elites e colocamos mais uma pá de cal no futuro despreparado dos filhos dos pobres. Ora nossa função primordial é ensinar, se “este aluno não é capaz”, quem seria incapaz, ele de aprender ou eu de ensinar?
A última análise é institucional. Se analisarmos os traços que existem em comum nas escolas (a que me refiro as escolas de verdade, aquelas que se preocupam também com seus projetos políticos pedagógicos) veremos a grande preocupação com disciplinas cuja função é fazer o alunado abrir seus conectivos para o conhecimento, desenvolvendo o prazer pelo pensamento, pelo esforço intelectual: Filosofia, Sociologia, Música, Teatro, Cinema...