domingo, 25 de março de 2012

Quando Thor Encontrou Wanderson




Thor

Os dois têm, em comum, o nome estranho e improvável e a nacionalidade brasileira.
Thor e Wanderson.
O resto são diferenças que jamais os levariam a se encontrar. Thor, 1%, para usar a expressão consagrada no protesto Ocupe Wall St, anda num carro de quase 3 milhões de reais, uma McLaren. As multas por excesso de velocidade que Thor recebeu no período “probatório”, em que o motorista é testado logo depois de receber carteira de motorista, deveriam tê-lo impedido de dirigir.  Mas regras no Brasil não costumam ser aplicadas para o 1%. A família de Thor tem dinheiro e as conexões que isso traz: não há muito tempo, o governador do Estado tomou carona no helicóptero do pai de Thor, um homem cuja maior ambição não é ser o homem mais sábio do mundo,  ou o mais feliz, ou o mais generoso — e sim o mais rico, um recordista de moedas.
Wanderson é o 99%. Bicicleta em vez de McLaren, e não por modismo ou por consciência ecológica. Simplesmente por necessidade. Feio por não ter a boniteza outorgada pelo dinheiro: não poderia comprar o corpo de jogador de rugby adquirido por Thor com duas horas de exercícios diárias, e nem as roupas, e nem os produtos de beleza. Pobre não pode aspirar a grandes feitos estéticos, e nem pequenos, para ser franco.
Wanderson
Contra todas as probabilidades, Thor e Wanderson, com suas vidas paralelas e opostas, acabaram se encontrando na noite de sábado, numa estrada.  Foi um encontro rápido. Thor em sua McLaren e Wanderson em sua bicicleta. Thor mal viu Wanderson. Salvo em circunstâncias excepcionais, os 99% são invisíveis.
No final da reunião relâmpago, Wanderson estava em pedaços, destruído pela McLaren. A imprudência, segundo o pai de Thor, foi de Wanderson.  Não há surpresa nisso porque no Brasil a culpa sempre foi dos 99%.
E agora Thor retoma sua vida de herdeiro enquanto Wanderson lentamente vai desaparecendo de nossas mentes e de nossas conversas até ser devolvido à miserável invisibilidade em que esteve imerso até o breve encontro de sábado à noite.

Paulo Nogueira
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Com a primavera, retornam os protestos.


 O fim do inverno nos EUA está trazendo de volta para as ruas os manifestantes da “Occupy Wall Street”. No sábado (17), os manifestantes do Occupy voltaram ao Parque Zuccotti, ao sul da ilha de Manhattan, para protestar contra o capitalismo e o mercado financeiro. Eles haviam tomado o local pela primeira vez em 17 de setembro de 2011. Mas a polícia de Nova Iorque estava atenta e prendeu 73 manifestantes. No domingo (18), os protestos foram retomados. Aos gritos de “Fora, polícia!” os “occupiers” voltaram e encontraram a área do parque cercada por grades.

Estão ficando ridículos!


 A secretária de Estado do governo Obama, “la Clinton”, acaba de dar uma demonstração de como a política estadunidense está se tornando ridícula. Há pouco tempo o governo anunciou um total boicote ao Irã e disse que os países que comprassem petróleo iraniano sofreriam sanções. Agora a secretária anuncia que os EUA excluem Japão e países da UE de sanções por compra de petróleo do Irã.

Claro que encontraram uma desculpa bem esfarrapada. Segundo “la Clinton”, os dez países europeus em questão (Espanha, França, Itália, Grécia, Alemanha, Reino Unido, Bélgica, Holanda, Polônia e República Tcheca) e o Japão “reduziram significativamente seu volume de compras”. Mentira! A realidade é que não teriam como sobreviver sem o petróleo do Irã, principalmente com a crise econômica se alastrando mais e mais!

Ainda sobre a HR 347.


 A Lei HR 345 foi assinada por Obama no final do ano passado. Oficialmente conhecida como “Federal Restricted Buildings and Grounds Improvement Act of 2011”, popularmente foi chamada de “Lei do Fim da Liberdade de Expressão”. Ela determina que é crime federal, castigado com até 10 anos de prisão, ultrapassar os limites de uma área onde trabalham funcionários do governo ou onde o governo federal realize suas funções. Curiosamente, quando a tal lei foi votada na Casa de Representantes (espécie de Câmara dos Deputados de lá) teve 338 votos a favor e apenas 3 contrários. Os três votos contrários eram de deputados republicanos!

A nova lei assinada por Obama, a HR 347, amplia a anterior e transforma em crime o ato de entrar ou permanecer em uma área que seja normalmente visitada por um funcionário federal, mesmo que a pessoa desconheça que é um local onde podem circular funcionários federais.

EUA: Mais uma derrota vergonhosa?

O exército da “nação mais poderosa do planeta” parece estar marchando para uma derrota tão vergonhosa quanto a sofrida no Vietnam. A situação no Afeganistão está dramática e os últimos acontecimentos já fizeram o governo Obama desistir de seu projeto de “uma retirada negociada das tropas” para preservar a imagem dos EUA. Nas bases estadunidenses o clima é de derrota ou desespero, como demonstrou o recente caso do sargento que saiu matando camponeses na Província de Kandahar.

Dois oficiais superiores dos EUA foram mortos a tiro no Ministério do Interior numa zona de alta segurança. O alto comando estadunidense, alarmado, proibiu a partir de agora a presença dos seus militares em qualquer tarefa de cooperação em edifícios do governo afegão.

O balanço de onze anos da guerra afegã é desastroso. A maioria do território está sob controle da Resistência (na qual lutam inclusive quadros do Partido Popular marxista da Revolução). As tropas estrangeiras, em muitas cidades, somente saem dos quartéis para realizar patrulhas. Todos os projetos de reconstrução econômica e política fracassaram. As plantações da papoula do ópio e a produção de heroína aumentam sob a proteção de altos funcionários ligados ao narcotráfico; a corrupção mergulha as raízes nos próprios Ministérios; a fome é uma realidade em muitas províncias.

Israelenses criam movimento "Nós amamos o Irã".


Israelenses criam movimento “Nós amamos o Irã”. Apesar da política oficial do governo, um casal israelense iniciou uma campanha pela internet em defesa pela paz entre seu país e o Irã. E a iniciativa rapidamente se tornou um sucesso não apenas entre israelenses, mas também conquistou apoio de internautas iranianos. A campanha, que pode ser encontrada no site “israelovesiran.com ou na página “Love and Peace”, na rede social Facebook.

Ronny Edry e sua esposa Michal Tamir, artistas gráficos de Tel Aviv, deram o pontapé na campanha no último sábado (17), publicando fotos deles ao lado de seus filhos com os dizeres, em inglês: “Iranianos: nós nunca iremos bombardear o seu país. Nós amamos vocês”. A mensagem da foto ainda acrescentava a seguinte mensagem: “Ao povo iraniano, a todos os pais, mães, crianças, irmãos e irmãs, para ocorrer uma guerra entre nós, antes precisamos ter medo e odiar. Não tenho medo de vocês, não odeio vocês. Sequer conheço vocês. Nenhum iraniano jamais me fez mal algum”.

Em poucos dias, a campanha ganhou adesão de milhares de israelenses, que colocaram fotos com outras mensagens de teor pacífico. O apelo pela paz encontro"u eco também em usuários iranianos. Uma das mensagens mais destacadas no Facebook foi da iraniana Pirmadtanha Abdan, que escreveu: “Sou iraniana e amo todas as pessoas, não importando sua origem; tudo o que desejamos é paz, esperemos que nossos políticos entendam isso”.

Ernesto Germano

Robin Hood ao contrário?


 No Reino Unido, governo reduz imposto para ricos enquanto cria uma nova taxa sobre os idosos e corta benefícios sociais. Não, não é brincadeira! O discurso oficial fala de austeridade e que se aproxima uma tormenta, com déficit fiscal projetado de 126 bilhões de libras esterlinas para 2012.

Mas o ministro das Finanças britânico, George Osborne, braço-direito do conservador David Cameron, anunciou na quarta-feira (21) um corte no imposto sobre altos salários no Reino Unido. A medida foi acompanhada por outras iniciativas como o fim de isenções para aposentados acima de 65 anos e cortes em benefícios sociais. Popularmente, a medida já está sendo chamada de “taxa da vovó”!

O nazifascismo está se aproximando perigosamente: Cuidado!

Um homem sozinho, adepto da eliminação racial, assassinou a tiros quatro pessoas, três crianças e um adulto, na porta de uma escola judaica, em Toulouse, no sul da França. Este indivíduo já havia empregado o mesmo método entre os dias 11 e 15 de março quando assassinou três soldados franceses de origem magrebina e feriu gravemente um quarto, oriundo das Antilhas francesas. Ele usou a mesma arma nos dois atentados.

O caráter racista das ações não deixa lugar a dúvidas. O atirador matou em dois dias pessoas de origem magrebina, judeus e feriu um negro. No atentado de segunda, atirou para matar, não importando se fossem crianças ou adultos.

Vale lembrar que a atual crise na Europa está fazendo ressurgir em vários países grupos neonazistas e novos partidos de extrema direita. Não devemos ver o que ocorreu agora na escola francesa como “ato de um louco”. Isto está claramente vinculado ao atual modelo europeu, a uma crise social que vai se aprofundando.

Mais armas no mundo... Para que? Para quem? Para atender a quais interesses?

O comércio mundial de armas convencionais cresceu 24% entre 2007 e 2011, segundo um informe do Instituto Internacional de Estudos para a Paz, em Estocolmo. Os EUA continuam tendo a hegemonia como principal exportador e a Índia foi o país que mais comprou armas no mesmo período.

Os cinco maiores exportadores mundiais são: EUA, Rússia, Alemanha, França e Reino Unido. Os principais “clientes” dos EUA são: Coréia do Sul, Austrália e Emirados Árabes. A Ásia e Oceania receberam 45% de todas as exportações estadunidenses; o Oriente Médio recebeu 27% e a Europa 18%.

Ernesto Germano

A questão da água (1).


No dia 22 de março comemoramos o “Dia Mundial da Água” e, mais do que nunca, esta questão está na ordem do dia. Duas visões diferentes dominam as discussões no mundo. A primeira visão tem por meta a mercantilização da água e pretende transformar o precioso líquido em uma “commodity” sujeita ao mercado. O principal foco desta posição está no Conselho Mundial da Água, grupo composto por representantes das empresas privadas de água que dominam 75% do mercado mundial. A outra visão, defendida pelo conjunto do movimento social no planeta, defende a água como “um direito universal, humano e inalienável”. Este grupo não reconhece o Conselho Mundial da Água e defende uma discussão mundial e a necessidade de uma gestão pública deste recurso natural.

A questão da água (2).


Segundo os cientistas, há quinhentos milhões de anos, a quantidade de água é praticamente constante. 70% da superfície da Terra é coberta de água: 97,5%, salgada e apenas 2,5%, doce. Destes menos de 3% de água doce, 2,2% estão nas calotas polares e apenas 0,3% está disponível para nós (rios, lagos e lençóis subterrâneos)

Há bastante água, mas desigualmente distribuída: 60% se encontra em apenas 9 países, enquanto 80 outros enfrentam escassez. Pouco menos de um bilhão de pessoas consome 86% da água existente enquanto para 1,4 bilhões é insuficiente e para dois bilhões, não é tratada, o que gera 85% das doenças. O Brasil é a potência natural das águas, com 13% de toda água doce do Planeta perfazendo 5,4 trilhões de metros cúbicos.

A questão da água (3).


Os maiores aquíferos da Europa se encontram na região euro-asiática, destacando-se, por sua dimensão, a bacia Russa, mais próxima à região polar. A Europa ocidental se vê reduzida a um único aquífero de médio porte, na bacia de Paris. Em quase todos os casos, as reservas de água da Europa padecem de problemas que afetam sua qualidade, o que ampliou drasticamente o consumo de água engarrafada. A Europa registra, proporcionalmente, a maior taxa mundial de extração de água para consumo humano: do total de água que se extrai, mais de 50% é utilizada pelos municípios, aproximadamente 40% se destina à agricultura e o resto é consumido pelo setor industrial.

A Ásia depende dos grandes aquíferos do norte de China e a Sibéria, mais próxima da região polar. Um dos casos mais graves é o da Índia, que junto com os Estados Unidos, tem uma das taxas mais altas de extração de água subterrânea do mundo.

A América do Sul possui três grandes aquíferos: a Bacia do Amazonas, a Bacia do Maranhão e o sistema aquífero Guarani, que mais parece um “mar subterrâneo” de água doce que se estende por quatro países do cone sul: Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai. Pelo volume das reservas destes aquíferos e pela capacidade de reposição de água destes sistemas, a América do Sul representa a principal reserva de água doce do planeta.

A questão da água (4).


Segundo dados de institutos internacionais, em 1980 eram 12 milhões de domicílios servidos por empresas privadas de água, hoje são mais de 700 milhões! Os países pioneiros são a Inglaterra, a França e o Chile. Quatro grandes multinacionais avançam sobre os serviços públicos de saneamento básico no mundo inteiro. São elas: Ondeo, uma filial da Suez-Lionnaise, com 125 milhões de clientes; Veolia (ex-Vivendi), com 110 milhões de clientes; Saur, com 29 milhões de clientes. A estas três companhias francesas se soma a RWE alemã e sua filial inglesa, a Thames Water.

A questão da água (5).

Você sabia? Qual o consumo de água para: produzir 1 Kg de trigo = 1.500 litros de água; produzir 1 Kg de arroz = 4.500 litros de água; produzir 1 litro de leite = 2,5 a 5 litros de água; fabricar 1 carro = 35.000 litros de água; abater uma cabeça de gado = 500 litros de água; produzir 1 Kg de cimento = 35 litros de água; regar 1m² de jardim = 17 litros de água; descarga vaso sanitário = 10 a 12 litros de água; consumo 1 paciente hospitalizado = 450 litros de água por dia; consumo 1 criança na escola = 100 litros de água por dia.

“Dor de cabeça” para Obama.


 A Venezuela tem reservas provadas de petróleo iguais a 297.570.543 barris de petróleo! Ou seja, a Venezuela tem agora a maior reserva do planeta. O governo venezuelano está formulando agora uma nova política para o setor, visando principalmente o desenvolvimento, conservação e aproveitamento dos recursos.

Homenagem a militante paraguaio desaparecido durante a ditadura.

O dirigente sindical Rubén González foi detido na represa Acaray por policiais logo após uma ação contra dirigentes e militantes do PCP (Partido Comunista Paraguaio), em dezembro de 1975. O general Alfredo Strossner, líder da mais longa ditadura militar da América do Sul, estava no poder. No mesmo dia, González foi levado para o Departamento de Investigações da Polícia em Assunção, onde sofreu seguidas sessões de tortura. Seus restos nunca foram encontrados.

Trinta e seis anos depois, o governo do Paraguai, após um acordo com a Corte Interamericana de Direitos Humanos de reconhecimento dos crimes da ditadura, realizou na terça-feira (20) um ato em homenagem a González. Estiveram presentes o ministro das Relações Exteriores, Jorge Lara Castro, o vice-ministro de Assuntos Políticos do Ministério do Interior, Osmar Sostoa e familiares das vítimas. Além deles, numerosos defensores dos direitos humanos e dirigentes do PCP.

Ernesto Germano

Fidel Castro avisou

O ex-presidente cubano Fidel Castro criticou a possibilidade dos EUA e de Israel atacarem o Irã. Em um artigo publicado pela imprensa cubana, Fidel disse não ter “a menor dúvida” de que Washington “está a ponto de cometer e conduzir o mundo ao maior erro de sua história”.

Segundo ele, esse ataque partiria do pressuposto de que “os combatentes iranianos, que somam milhões de homens e mulheres conhecidos por seu fervor religioso e sua tradição de luta, vão se render sem disparar um tiro”. “Imaginemos as forças dos EUA lançando monstruosas bombas contra instituições industriais capazes de penetrar 60 metros de concreto. Jamais semelhante aventura havia sido concebida”, disse. Ele estimou ainda que, dessa maneira, “nossa espécie será conduzida inexoravelmente ao desastre”.

Ernesto Germano

É uma questão de educação.


 Educação e diplomacia são virtudes que poucos podem realmente ostentar. E isto acaba de ficar comprovado com a visita do Papa a Cuba. Antes mesmo de pisar em solo cubano, Bento XVI foi para a imprensa criticar o marxismo e o regime cubano, demonstrando uma grande falta de educação uma vez que está visitando o país.

Mas a resposta cubana foi educada, mostrando que trata-se de um povo diferenciado. O chanceler de Cuba, Bruno Rodríguez, afirmou na sexta-feira (23) que as declarações do papa Bento XVI com críticas ao marxismo são escutadas “com respeito”. Rodriguez disse que “nós, os cubanos, respeitamos todas as opiniões”. Será que o outro lado pode dizer a mesma coisa?

Ernesto Germano

Militante estadunidense vai a Cuba e denuncia repressão em seu país.

Michael Barglow é um professor aposentado da Califórnia, membro ativo do movimento “Occupy Wall Street” e está em Cuba para difundir o que realmente está acontecendo nos EUA e a repressão que os militantes estão sofrendo.

Em uma entrevista realizada em Havana, Michael disse que “os indignados estadunidenses defendem uma postura contra o capitalismo e exigem mudanças na sociedade”. Disse que “a maioria dos manifestantes é de jovens porque eles estão sentindo mais a insegurança com o futuro”. 

Segundo ele, o sistema ainda é muito poderoso e tem uma estrutura bem definida, mas é evidente que os EUA estão perdendo seu poder no mundo e, portanto, devem ocorrer grandes mudanças, porque a situação já é insustentável.

Oficialmente, Michael Barglow está visitando Cuba para fazer uma pesquisa sobre a educação na Ilha e a campanha de alfabetização.

Ernesto Germano

Tomara que os ventos da liberdade também soprem nos quartéis, assim poderemos passar a história a limpo!

Em fevereiro passado, um documento apoiado por mais de duzentos militares criticava o fato de a presidenta Dilma Rousseff não ter desautorizado as ministras Maria do Rosário (Direitos Humanos), em suas declarações sobre a Comissão da Verdade, e Eleonora Menicucci (Secretaria de Políticas para Mulheres), que comentou sobre o tempo em que lutou contra o regime ditatorial. Em resposta, Dilma advertiu que os autores seriam punidos.

Agora tomamos conhecimento de um novo manifesto, assinado por dois Capitães de Mar e Guerra (Fernando Santa Rosa e Carlos de Souza), afirmando que o primeiro texto foi redigido por fascistas, “saudosos da ditadura”! E o o manifesto recebeu o apoio do brigadeiro Rui Moreira Lima, um dos dois únicos pilotos sobreviventes que participaram do 1.º Grupo de Aviação de Caça da Força Aérea Brasileira (FAB). Ele diz apoiar a Comissão da Verdade, para esclarecer o que realmente ocorreu durante a ditadura.

O novo manifesto critica os torturadores que não responderam a nenhum processo, continuaram suas carreiras e nunca precisaram requerer, administrativa ou judicialmente. Ao contrário, as vítimas do período foram obrigadas a esse tipo de procedimento para continuar suas vidas, argumentam os capitães. Por fim, o texto questiona a localização dos corpos de desaparecidos na ditadura.

Trabalhadores dormiam com ratos e morcegos

Trabalhadores de lavouras de soja, café e milho que dormiam com ratos e morcegos foram resgatados do trabalho escravo, de acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, no interior de Goiás. Além das péssimas condições de vida, as jornadas de trabalho chegavam a 16 horas por dia.

Os 24 trabalhadores resgatados estavam nas fazendas Monte Alegre, Pindaíbas e Cachoeira de Montividiu, todas pertencentes ao grupo Ypagel, nos municípios de Rio Verde e Montividiu. O gerente responsável pela colheita de soja, Antônio Osvaldo Gonçalves, afirmou a Daniel Santini, da Repórter Brasil, que todos os sócios estavam viajando e que não poderiam se pronunciar.

De acordo com matéria da Repórter Brasil, o estado dos alojamentos era precário, com condições inadequadas de habitação. “Esses locais estavam em péssimas condições. Eram sujos e sem higiene, não tendo nenhuma estrutura para servir como moradias. Os únicos móveis existentes no local eram as camas velhas. Tinha trabalhador que nem colchão tinha, estavam dormindo ‘na tábua’. Era uma situação de total degradância. Os alojamentos estavam infestados de ratos e morcegos, que, durante o dia, dormiam sossegadamente na cozinha”, disse o auditor fiscal do trabalho Roberto Mendes, coordenador da ação.

PEC do Trabalho Escravo pode ser votada em maio.

 Após mobilização em Brasília, Contag recebe do governo e de deputados a confirmação de que a PEC do Trabalho Escravo (PEC 438) será votada até 13 maio, dia em que a abolição da escravidão no Brasil completa 124 anos.
A PEC 438 endurece as penas para quem for flagrado mantendo condições de trabalho degradantes. “É inadmissível imaginar que num país com as dimensões do Brasil ainda aconteçam práticas da época da colonização e, pior, patrocinadas pelo governo [financiamentos do BNDES]. Até hoje nenhum escravista foi preso. A PEC trata disso e também da reversão da terra para a reforma agrária sem indenização”, disse o diretor de Política Salarial da Contag, Antônio Lucas.
Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), de 1995 a 2010, 39.180 trabalhadores foram flagrados, e resgatados, em condições análogas às da escravidão. A Organização Internacional do Trabalho (OIT), no relatório “Uma aliança global contra o trabalho escravo”, apontou que cerca de 25 mil pessoas ainda trabalham, no Brasil, nestas condições.

Ernesto Germano