segunda-feira, 15 de abril de 2013

Crimes da ditadura vão aparecendo.


 O Ministério Público Federal (MPF) vai encaminhar ao Superior Tribunal de Justiça uma denúncia contra o coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra e o delegado Dirceu Gravina, ainda na ativa na Polícia Civil de São Paulo. É a primeira vez que uma denúncia contra agentes da ditadura militar poderá ser analisada pelo STJ.
Os dois são acusados de sequestro qualificado do bancário e líder sindical Aluísio Palhano Pedreira Ferreira, mais conhecido como Palhano, preso em 1971 pela ditadura militar. Ustra comandava o Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi-SP) no período de 1970 a 1974.
Depois de ter sido rejeitada em primeira instância, em maio do ano passado, pela Justiça Federal em São Paulo. A denúncia foi rejeitada ontem (10), em segunda instância, por 2 votos a 1.
Para o MPF, Ustra e Gravina devem ser imputados pelo crime de sequestro. No entendimento do órgão, como Palhano nunca foi encontrado, a condição de sequestrado continua. O MPF diz ainda que o delito não prescreveu, nem está coberto pela Lei de Anistia, que perdoou os crimes políticos cometidos até 1979.
Palhano foi presidente da Confederação Nacional dos Bancários e vice-presidente da antiga Central Geral dos Trabalhadores (CGT). Com o golpe de 1964, o sindicalista teve seus direitos políticos cassados pelo Ato Institucional nº 1 e foi exonerado do cargo que ocupava no Banco do Brasil. Vítima de perseguições políticas, Palhano se exilou em Cuba e, segundo investigação do Ministério Público, teve suas atividades no exílio monitoradas pelos órgãos de repressão.
Em 1970, Palhano voltou ao Brasil e ficou na clandestinidade, chegando a integrar a Vanguarda Popular Revolucionária, grupo liderado por Carlos Lamarca. No ano seguinte, o sindicalista foi preso pela repressão em São Paulo. Seu último contato com a família data de 24 de abril de 1971. (Matéria no Portal da CUT)

EUA: Qual é a sua prioridade?


EUA: saúde pede “socorro”. Trabalhadores do setor de saúde nos EUA, entre ele cerca de 15 mil pesquisadores médicos, realizaram um grande protesto na segunda-feira (8) contra os cortes orçamentários estabelecidos por Obama. O diretor do Centro Oncológico da Universidade de Kansas, doutor Roy Jensen, participou da manifestação e disse que o acelerado corte de orçamentos federais vai obrigar muitos laboratórios a demitir trabalhadores e vai impedir a continuidade das pesquisas no setor.
Segundo um estudo publicado pela escola de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins e da Universidade de Medicina da Havard, o sistema de saúde nos EUA não cobre as necessidades da população e que cerca de 42 milhões de estadunidenses não desfrutam desses serviços.
Dinheiro para bombas ele tem! Enquanto está cortando os gastos do governo com saúde e educação, Barack Obama (Premio Nobel da Paz em 2009) acaba de enviar ao Congresso dos EUA uma nova proposta de orçamento para 2014 destacando o aumento dos fundos para o Departamento de Energia desenvolver novas armas nucleares.
Segundo sua proposta, o orçamento para os programas nucleares teriam um acréscimo de 7% (cerca de 500 milhões de dólares) sobre os valores atuais que já representam um gasto de mais de 7 bilhões de dólares. Os novos recursos seriam aplicados no desenvolvimento de novas ogivas que poderiam ser usadas tanto em mísseis quanto em bombas a serem lançadas por aviões especiais.

Quem é terrorista?


 O governo de Israel está privando de água palestinos que vivem em territórios ocupados, segundo a ONG Al-Haq. O relatório divulgado durante esta semana mostra que o governo de Tel Aviv estabeleceu uma política de “apartheid da água” contra os palestinos, privando a população do líquido para uso doméstico.
O informe é intitulado “A água só para alguns” e revela que o governo israelense está controlando o fornecimento de água em territórios ocupados na Cisjordânia e que os 500.000 israelenses que vivem na área recebem seis vezes mais água do que os 2,6 milhões de palestinos que são os verdadeiros donos da terra.
O relatório mostra que a empresa de água de Israel desvia o fornecimento e que está causando um desastre humanitário de graves consequências, condenando principalmente as crianças palestinas.

Criticar os EUA dá cadeia!


 Nove pessoas foram presas pela polícia turca no domingo (7) por protestarem contra a visita do Secretário de Estado estadunidense, John Kerry. Eles foram presos quando se manifestavam contra a política de Obama para a região (Oriente Médio).
As tensões entre a Turquia e Israel vão se intensificando na medida em que o exército israelense vai ampliando a ocupação de território palestino e o governo turco tem uma posição definida contra essa política. Em recente discurso na ONU, o primeiro ministro Recep Tayyip Erdogan denunciou a política do ocidente contra o Islã e a propaganda islamofóbica.
John Kerry qualificou de inaceitáveis as afirmações de Erdogan e exigiu que a Turquia restabeleça relações com Israel. Esta a razão da sua visita ao país e dos protestos populares.

Margaret Thatcher enfim reencontra Pinochet, o capeta que se cuide!

Morreu a “mãe” do neoliberalismo. Vítima de um derrame aos 87 anos, morreu na segunda-feira (08) Margaret Thatcher. Ela se tornou a primeira mulher a ser primeira-ministra do Reino Unido, em 1979, e formou, com Ronald Reagan (EUA) e Helmut Kohl (Alemanha), o tripé do avanço neoliberal no mundo. Atacou violentamente os sindicatos ingleses e privatizou quase toda a economia do país, levando ao desemprego e ao desespero milhões de trabalhadores.
Pouco depois de sua eleição, estabelecendo as linhas do seu governo e a filosofia neoliberal, Thatcher declarou aos jornais ingleses que “não existe essa coisa chamada sociedade. Eu só conheço indivíduos”. Mais adiante, enaltecendo o pensamento liberal, ela declarou que “é nossa tarefa glorificar a desigualdade e ver que se liberam e se expressam os talentos e as habilidades para o bem de todos.”
Comemorações pela morte de Thatcher. A morte de Margaret Thatcher foi lamentada por seus colegas de partido e pela oposição trabalhista. Mas, nas ruas, sindicalistas e populares demonstraram o que pensam sobre as políticas da “Dama de Ferro” e realizaram uma festa em Trafalgar Square, centro de Londres.
Militantes anti-thatcheristas do movimento “Luta de Classes” (Class War) promoveram o encontro. “Se você quer celebrar a morte da mulher mais odiada do Reino Unido, veremos você lá”, dizia o convite. A festa aconteceu ontem (13) com venda de posters e adesivos. “Traga champanhe, fogos de artifício, roupas de festa e venham”, dizia o convite.
“Quem não estava lá nos anos 1980 e sofreu com a destruição do Reino Unido sob Margaret Thatcher nunca vai entender o ódio mortal que sentíamos por ela”, escreveu o jornalista e ativista Andy Worthington, que apoia a iniciativa da festa. “Seus sucessores espirituais, [Tony] Blair e [David]Cameron/George Osborne continuaram com a destruição miserável da sociedade, mas ela quem começou - matando a indústria, promovendo a ganância como única medida da existência humana e retirando barreiras necessárias ao setor financeiro”, continuou.
Funeral vai custar muito caro. O funeral de Margaret Thatcher pode custar o equivalente a até R$ 30 milhões de reais (10 milhões de libras), de acordo com o jornal britânico Daily Mail. O governo vai arcar com o custos da cerimônia do próximo dia 17 na catedral de St.Paul, em Londres.
O cortejo fúnebre de Thatcher pode se tornar uma dor de cabeça para a polícia londrina, que receia protestos durante a cerimônia. Segundo o jornal inglês The Independent, a polícia está monitorizando as redes sociais para perceber que ações de contestação estão sendo planejadas. Sabe-se que serão realizadas “detenções preventivas” para evitar os protestos. A polícia metropolitana cancelou as folgas e há um comando especial montado para acompanhar todo o dia do funeral, enquanto grupos anarquistas ameaçam fazer outra festa em Trafalgar Square.
Argentinos proibidos de assistir ao funeral. O governo britânico vetou a presença da presidente argentina, Cristina Kirchner, e de qualquer funcionário argentino, ao funeral de Margaret Thatcher. Entre os convidados à cerimônia estarão a rainha Elizabeth II da Inglaterra, seu marido Felipe, duque de Edimburgo, o primeiro-ministro britânico, David Cameron e seus antecessores Tony Blair e Gordon Brown. A ex-secretária de Estado estadunidense Hillary Clinton e o ex-presidente da África do Sul Frederik Willem de Klerk também devem comparecer.
O serviço religioso contará com 700 membros das três Forças Armadas britânicas, em reconhecimento pela vitória militar sob o governo da Thatcher na Guerra das Malvinas (1982). 

Algum golpe em andamento na Venezuela?


 O candidato da direita à presidência da Venezuela, Henrique Capriles, apoiado por Obama e outros golpistas conhecidos, assinou na terça-feira (9) um documento próprio no qual se compromete a respeitar a “vontade do povo” na eleição que acontece hoje (14). Um dia antes, o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) do país propôs a assinatura de um acordo para que os candidatos reconheçam o resultado do pleito e a autoridade do órgão como árbitro eleitoral, proposta não aceita por Capriles. O seu documento, no entanto, não deixa claro se o candidato reconhecerá o resultado das eleições, como proposto no acordo do CNE. Em outras palavras, algum golpe pode estar sendo armado, com apoio dos EUA.
Para o governo, a negativa de Capriles em assinar o documento disponibilizado pelo CNE indica que o candidato opositor se prepara para não reconhecer o escrutínio dos votos da eleição. O chefe da campanha de Maduro, Jorge Rodríguez, afirmou que a MUD “não vai reconhecer” os resultados de 14 de abril. “Assinem e sejam dignos, sejam valentes, respeitem o resultado”, pediu o dirigente.


PS.: No início desta madrugada de segunda-feira, 15/04 o resultado na Venezuela foi divulgado e a democracia chavista na figura de Maduro venceu. Vitória do povo da Venezuela! Mas o Capriles não reconheceu de fato. Não sabemos como esta segunda-feira vai amanhecer, mas é bom ficarmos atento, pois a revolução bolivariana não pode parar.

Vaticano apoiou a ditadura de Pinochet.


 A página da Wikileaks, na internet, divulgou na segunda-feira (8) documentos do departamento de Estado dos EUA que revelam o apoio do Vaticano para o golpe no Chile em 1973. Segundo informações do jornal italiano La Republicca, “em nome do Santo Padre”, a Igreja negou denúncias contra os militares, dizendo que as repressões reportadas no país sul-americano se tratavam de “propaganda comunista”.
Um dos documentos divulgados - datados na década de 1970 - mostram o então secretário de Estado do Vaticano, Giovanni Benelli, em diálogo com diplomatas estadunidenses expressando “grave preocupação do Papa Paulo VI (1963-1978) com a campanha de esquerda para distorcer completamente a realidade da situação política no Chile”.
As conversas entre Igreja e EUA ocorreram cinco semanas depois de Pinochet tomar o poder por meio de um golpe de Estado, derrubando o regime socialista de Salvador Allende. Na ocasião, milhares de simpatizantes do regime de esquerda foram presos e mortos.
Na ocasião, o Vaticano admitiu que houve sangue derramado nas ruas chilenas, porém, acenou que os bispos chilenos “estavam fazendo de tudo para corrigir a situação e as reportagens que falam de repressão brutal, pois elas são infundadas”, afirma o documento divulgado. O Vaticano também afirma que “a cobertura exagerada dos eventos ocorridos no Chile foram uma grande vitória da propaganda comunista”.

A “democracia” deles é diferente.


 Enquanto faz propaganda mentirosa contra Cuba e paga uma fortuna para a blogueira mentirosa, Yoani Sánchez, o governo dos EUA recusa visto de entrada para pesquisadora séria e reconhecida internacionalmente.
Na última semana, a professora da Universidade de Havana, Elaine Díaz Rodrígues, teve o seu visto negado para entrar nos EUA. Elaine, que também é jornalista e blogueira, teve o seu trabalho aprovado para ser apresentado no XXXI Congresso Internacional de Estudo Latino-Americanos - que é um dos maiores eventos de Ciências Sociais do Mundo. As informações são do site Jornalismo B Notícias.
“Quem cerceia a liberdade? Cuba ou os EUA? Não tive nenhum problema com Cuba para sair, nunca”, ponderou a professora. Elaine também criticou a administração de Obama e questionou o porquê do visto de Yoani Sanchez ter sido aceito e o dela não.  “É humilhante que neguem vistos a acadêmicos enquanto recebem de braços abertos a Yoani (Sanchez)”, reiterou.
Elaine teve seu trabalho aprovado pela Associação de Estudos Latino-Americanos, organizadora do evento, que também deu a ela uma bolsa para a viagem. Mesmo assim, o governo dos EUA não concedeu o visto – documento que garante a presença legal em solo norte-americano.

Na Argentina a trambiqueira não vai!


 Uma grande vitória foi alcançada pelo Movimento Argentino de Solidariedade com Cuba e o Comitê Argentino pela Liberdade dos Cinco. Em um processo de discussão que envolveu centenas de militantes, conseguiram unir as organizações sociais, políticas, estudantis e sindicais no país e publicaram uma nota em vários jornais repudiando a visita da blogueira Yoani Sánchez.
As entidades denunciam que Yoani é uma mercenária, financiada por entidades estadunidenses e que seu “passeio” por vários países está sendo pago pela direita para fazer propaganda contra Cuba.
A nota, assinada por milhares de intelectuais e entidades sociais, diz que: “repudiamos a presença desses mensageiros do imperialismo e suas políticas destrutivas contra os povos da América Latina e Caribe”; “defendemos que seja aprofundada a integração da América Latina, ampliando as propostas emancipadoras para todos os países do continente” e “reafirmamos nossa solidariedade e exigimos a libertação dos 5 patriotas cubanos, presos políticos nos EUA”. 

Diante da ação da sociedade argentina, os patrocinadores da trambiqueira resolveram suspender a visita.

Amaury Ribeiro Jr. x FHC.



Pilantra é assim mesmo: quando foi eleito presidente, depois de uma farsa de um plano econômico, Fernando Henrique Cardoso disse claramente “esqueçam tudo o que escrevi”! E ele tinha muitos motivos para dizer aquilo pois sabia que iria impor ao Brasil uma política neoliberal nefasta e prejudicial ao conjunto do povo, em particular aos trabalhadores. Era preciso que os brasileiros esquecessem seu passado de sociólogo, pretensamente preocupado com as condições nacionais.
Mas o seu ego é muito grande. Ele não consegue conviver com o esquecimento em que caiu, com as diversas derrotas políticas sofridas e com a aprovação atual do governo que ele tanto combate. Convenceu alguns “amigos” muito bem adestrados e ajudados durante seu governo a indicar seu nome para uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. Mas esqueceu da contradição: se ele mandou que todos esquecessem o que havia escrito, vai concorrer a uma vaga na Academia com qual obra?
Mas, tudo bem... Se Barack Obama pode ganhar o Prêmio Nobel da Paz sendo quem mais patrocinou guerras e mortes no planeta, por que FHC não poderia ser um “imortal” sem ter escrito alguma obra importante?
Mas ele não contava com uma disputa. Achava que tudo estava certo e que seus “amigos” resolveriam tudo para que, enfim, vestisse o “fardão”. Seu susto foi muito grande quando soube que um grupo de jornalistas, intelectuais e professores universitários progressistas lançou na segunda-feira (8) uma campanha para defender o nome do jornalista Amaury Ribeiro Júnior para a Academia Brasileira de Letras (ABL).
Jornalista premiado, hoje funcionário da TV Record, Ribeiro Jr. é autor do best-seller “A privataria tucana”, livro-reportagem denuncia irregularidades na venda de empresas estatais durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Leia a seguir o manifesto a favor da candidatura de Amaury.
“A PRIVATARIA É IMORTAL - Amaury Ribeiro Júnior para a Academia Brasileira de Letras
Não é a primeira vez que a Academia Brasileira de Letras tem a oportunidade de abrir suas portas para o talento literário de um jornalista. Caso marcante é o de Roberto Marinho, mentor de obras inesquecíveis, como o editorial de 2 de abril de 64:
"Ressurge a Democracia, Vive a Nação dias gloriosos" – o texto na capa de "O Globo" comemorava a derrubada do presidente constitucional João Goulart, e não estava assinado, mas trazia o estilo inconfundível desse defensor das liberdades. Marinho tornou-se, em boa hora, companheiro de Machado de Assis e de José Lins do Rego.
Incomodada com a morte prematura de "doutor" Roberto, a Academia acolheu há pouco outro bravo homem de imprensa: Merval Pereira, com a riqueza estilística de um Ataulfo de Paiva, sabe transformar jornalismo em literatura; a tal ponto que – sob o impacto de suas colunas – o público já não sabe se está diante de realidade ou ficção.
Esses antecedentes, "per si", já nos deixariam à vontade para pleitear – agora - a candidatura do jornalista Amaury Ribeiro Junior à cadeira 36 da Academia Brasileira de Letras.
Amaury, caros acadêmicos e queridos brasileiros, não é um jornalista qualquer. É ele o autor de "A Privataria Tucana" – obra fundadora para a compreensão do Brasil do fim do século XX.
Graças ao trabalho de Amaury, a Privataria já é imortal! Amaury Ribeiro Junior também passou pelo diário criado por Irineu Marinho (o escritor cubano José Marti diria que Amaury conhece, por dentro, as entranhas do monstro).
Mas ao contrário dos imortais supracitados, Amaury caminha por outras tradições. Repórter premiado, não teme o cheiro do povo. Para colher boas histórias, andou pelas ruas e estradas empoeiradas do Brasil. E não só pelos corredores do poder.
Amaury já trabalhou em "O Globo", "Correio Braziliense", "IstoÉ", "Estado de Minas", e hoje é produtor especial de reportagens na "TV Record". Ganhou três vezes o Prêmio Esso de Jornalismo. Tudo isso já o recomendaria para a gloriosa Academia. A obra mais importante do repórter, entretanto, não surge dos jornais e revistas. "A Privataria Tucana" – com mais de 120 mil exemplares comercializados – é o livro que imortaliza o jornalista.
A Privataria é imortal - repetimos!
O livro de Amaury não é ficção, mas é arte pura. Arte de revelar ao Brasil a verdade sobre sua história recente. Seguindo a trilha aberta por Aloysio Biondi (outro jornalista que se dedicou a pesquisar os descaminhos das privatizações), Amaury Ribeiro Junior avançou rumo ao Caribe, passeou por Miami, fartou-se com as histórias que brotam dos paraísos fiscais.
Estranhamente, o livro de Amaury foi ignorado pela imprensa dos homens bons do Brasil. Isso não impediu o sucesso espetacular nas livrarias - o que diz muito sobre a imprensa pátria e mais ainda sobre a importância dos fatos narrados pelo talentoso repórter.
A Privataria é imortal! Mas o caminho de Amaury Ribeiro Junior rumo à imortalidade, bem o sabemos, não será fácil. Quis o destino que o principal contendor do jornalista na disputa pela cadeira fosse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
FHC é o ex-sociólogo que – ao virar presidente – implorou aos brasileiros: "Esqueçam o que eu escrevi". A ABL saberá levar isso em conta, temos certeza. É preciso esquecer.
Difícil, no entanto, é não lembrar o que FHC fez pelo Brasil. Eleito em 1994 com o apoio de Itamar Franco (pai do Plano Real), FHC prometeu enterrar a Era Vargas. Tentou. Esmerou-se em desmontar até a Petrobras.
Contou, para isso, com o apoio dos homens bons que comandam a imprensa brasileira. Mas não teve sucesso completo.
O Estado Nacional, a duras penas, resistiu aos impulsos destrutivos do intelectual Fernando.
Em 95, 96 e 97, enquanto o martelo da Privataria tucana descia velozmente sobre as cabeças do povo brasileiro, Amaury dedicava-se a contar histórias sobre outra página vergonhosa do Brasil - a ditadura militar de 64. Em uma de suas reportagens mais importantes, sobre o massacre de guerrilheiros no Araguaia, Amaury Ribeiro Junior denunciou os abusos cometidos pela ditadura militar (que "doutor" Roberto preferia chamar de Movimento Democrático).
FHC vendia a Vale por uma ninharia. Amaury ganhava o Prêmio Esso...
FHC entregava a CSN por uns trocados. Amaury estava nas ruas, atrás de boas histórias, para ganhar mais um prêmio logo adiante...
As críticas ao ex-presidente, sabemos todos nós, são injustas. Homem simples, quase franciscano, FHC não quis vender o patrimônio nacional por valores exorbitantes. Foi apenas generoso com os compradores - homens de bem que aceitaram o duro fardo de administrar empresas desimportantes como a Vale e a CSN. A generosidade de FHC foi muitas vezes incompreendida pelo povo brasileiro, e até pelos colegas de partido - que desde 2002 teimam em esquecer (e esconder) o estadista Fernando Henrique Cardoso.
Celso Lafer - ex-ministro de FHC - é quem cumpre agora a boa tarefa de recuperar a memória do intelectual Fernando, ao apresentar a candidatura do ex-presidente à ABL. A Academia, quem sabe, pode prestar também uma homenagem ao governo de FHC, um governo simples, em que ministros andavam com os pés no chão - especialmente quando tinham que entrar nos Estados Unidos.
Amaury não esqueceu a obra de FHC. Mostrou os vãos e os desvãos, com destaque para o caminho do dinheiro da Privataria na volta ao Brasil. Todos os caminhos apontam para São Paulo. A São Paulo de Higienópolis e Alto de Pinheiros. A São Paulo de 32, antivarguista e antinacional. A São Paulo de FHC e do velho amigo José Serra - também imortalizado no livro de Amaury.
Durante uma década, o repórter debruçou-se sobre as tenebrosas transações. E desse trabalho brotou "A Privataria Tucana".
Por isso, dizemos: se FHC ganhar a indicação, a vitória será da Privataria. Mas se Amaury for o escolhido, aí a homenagem será completa: a Privataria é imortal!