segunda-feira, 23 de abril de 2012

Mais uma baixaria dos “heróicos” soldados do Tio Sam.


 O jornal estadunidense “Los Angeles Times” divulgou, na quarta-feira (18) fotografias de soldados posando e rindo ao lado dos corpos de afegão suicidas. A atitude dos soldados foi criticada até mesmo pela OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
As duas imagens publicadas pelo jornal mostram cenas fortes registradas em 2010. Nas imagens, soldados da 82ª Divisão Aérea posam e sorriem ao lado de corpos de afegãos que teriam se suicidado com explosivos. Uma das fotos traz pelo menos dois soldados norte-americanos segurando as pernas de um suicida.

Irã prende suspeitos de planejar mortes de cientistas nucleares.


 O Irã anunciou nesta quarta-feira (18) a prisão de 15 suspeitos que estariam armando atentados contra cientistas do país. Entre os detidos há cidadãos iranianos e estrangeiros. O Ministério da Informação do país afirmou que os presos fazem parte de um complô “ligado ao regime sionista” para assassinar seus “especialistas”.
As informações foram divulgadas pela emissora estatal Irib, que divulgou ainda a descoberta de uma base de espiões israelenses num país vizinho não identificado.         De acordo com a Irib, a base de espiões era “administrada pela agência de espionagem Mossad (serviço secreto de Israel) com o objetivo de coordenar operações contra os interesses do Irã”.

Israel ainda planeja atacar o Irã.


 O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, afirmou na terça-feira (17) que seu país não descartou atacar o Irã, ainda que prossigam as negociações entre os persas e o G5+1 – formado pelos cinco membros permanentes do Conselho da Segurança mais a Alemanha. As informações são da Associated Press.

Nova greve de fome de prisioneiros palestinos.


Com a intenção de denunciar as péssimas condições das cadeias israelenses, além das detenções sem acusação formal, mais de 1,2 mil presos palestinos iniciaram na terça-feira (17) uma greve de fome. Outros 2,3 mil rejeitaram suas refeições apenas no dia do início do protesto. Mas o porta-voz do Ministério de Prisioneiros palestino, Hassan Abed Rabu, disse que 1,6 mil se uniram ao jejum por prazo indefinido.
Há 4.700 palestinos presos em penitenciárias israelenses, a maioria deles após ter sido julgada por tribunais militares, segundo dados oficiais palestinos. Deles, mais de 300 estão em situação de "detenção administrativa", que permite a Israel retê-los durante meses ou anos sem acusação nem julgamento e sem comunicar-lhes o motivo de sua detenção nem as provas que existem contra eles.

Israel prende 60 manifestantes internacionais.


 O governo de Israel montou um gigantesco esquema de segurança que contou com a participação de centenas de agentes para barrar a entrada de ativistas da campanha “Bem-Vindo à Palestina 2012”. Os manifestantes viajaram para Israel apenas pretendendo chamar a atenção do mundo para a situação dos palestinos. Além disso, a organização pretendia reformar escolas e construir casas na Palestina.
Cerca de 60 ativistas internacionais que haviam desembarcado no aeroporto de Tel Aviv no domingo (15), foram detidos pela polícia israelense. Entre os presos há dois espanhóis, Julio Rodríguez e Teresa Salas, ambos integrantes do movimento Paz Agora.
O ministro israelense de Segurança Interior, Isaac Aharonovich, informou em entrevista coletiva que a maioria dos detidos foi transferida para uma prisão do serviço de imigração. Entre os ativistas presos há cidadãos espanhóis, italianos, franceses, canadenses, portugueses e suíços, segundo informe das autoridades israelenses.

Crianças passam fome, na Irlanda.


 A informação é oficial e foi divulgada pelo jornal “Irish Times”. Segundo a Pesquisa sobre o Comportamento de Saúde para crianças em idade escolar, o governo irlandês constatou que uma em cada cinco crianças reconheceu ter ido para a escola ou foram dormir com fome, porque não há alimento suficiente em suas casas.

A Espanha, o rei e os elefantes.


 Enquanto o governo da Espanha prepara mais um “pacote” econômico, pretendendo cortar parte do orçamento público para a saúde, o rei Juan Carlos participava de uma caçada de elefantes na África!
O “safári” do rei foi uma “pequena” brincadeira que incluiu deslocamento em avião até Botswana, mais pessoal de acompanhamento, armas, munições, a segurança real e o custo da expedição. Uma permanência de 12 dias num dos acampamentos com licença para abater um elefante, o exemplar mais caro e ao lado de um dos quais o rei Juan Carlos se deixou fotografar, custa cerca de 37 mil euros.
Enquanto isto, o governo espanhol reduziu o salário dos funcionários públicos entre 25% e 30% e deixou cinco milhões de desempregados.

Pobre Inglaterra.


 Os estudantes universitários ingleses estão diante de um futuro muito difícil, condenados a dívidas astronômicas e, depois de formados, salários miseráveis e congelados pelos constantes “pacotes” do governo. Segundo a “Total.jobs”, uma página na internet inglesa para oferta de empregos, há entre 20 e 50 candidatos por vaga em uma economia já em crise.
Enquanto isso, as medidas aplicadas pelo governo conservador/liberal para sair do déficit fiscal é “um prêmio” para os mais ricos. O Tesouro britânico reconheceu nesta segunda-feira que cerca de 30% dos milionários não pagam os 40% de impostos sobre suas rendas e cerca de 6%, que ganham mais de 10 milhões de libras anuais, pagam menos de 10% de impostos.
Mas os estudantes universitários estão em outra escala de prioridade. A matrícula de ingresso para o próximo período letivo, em setembro, custará 9 mil libras (cerca de 15 mil dólares). Isto é três vezes mais que o ano passado. A conta final que enfrentarão ao final dos três anos que costuma levar uma licenciatura para a maioria das carreiras chegará a uma quantia que varia entre 60 e 90 mil dólares, financiados com um empréstimo do governo que deverão pagar à medida que sua renda supere a casa de 20 mil libras anuais.
Acontece que o desemprego nacional é de 8,7%: um milhão tem entre 16 e 24 anos. Para os felizardos que conseguem um trabalho, a licenciatura não é garantia de um salto qualitativo na renda. Segundo o Income Data Service, que mede os salários em nível nacional, o salário médio de um recém formado é de 25 mil libras anuais, sem contar os impostos, o mais baixo desde 2003. Com o pagamento da dívida, somado ao valor das propriedades (em Londres é quase impossível pagar menos de 200 mil libras por um apartamento de dois ambientes), poucos poderão cumprir em sua juventude com os requisitos cada vez mais estritos dos bancos para fornecer empréstimos hipotecários.
A matéria é de Marcelo Justo, de Londres, em Carta Maior

Morre mais um cubano, na Espanha.


 Randol Roca Mursuli era mais um dos “presos políticos cubanos” que receberam asilo na Espanha com a promessa de uma renda mensal para viverem na Europa e continuarem “denunciando” o governo socialista.
Acontece que Randol Roca Mursuli estava acostumado com o sistema de saúde cubano, onde tudo é gratuito e o atendimento médico e hospitalar é eficiente e moderno. Na Espanha, ao sentir-se mal, procurou o “Serviço Médico de Urgência” em um hospital de Madri, mas foi rejeitado porque sua “carteira sanitária” havia perdido a validade. Não tendo dinheiro para o atendimento em um hospital particular, Randol Roca Mursuli morreu de infarto do miocárdio. Isto é o capitalismo...

Ernesto Germano

Um “método” para torturar e assassinar.


 O ex-ditador Jorge Rafael Videla relatou ao jornalista Ceferino Reato o “método” usado pelos militares para a detenção e desaparição de pessoas durante a ditadura. Videla não expressou arrependimento pelos assassinatos e desaparecimentos, alegando que “não havia outra solução”. “Eram sete ou oito mil as pessoas que deviam morrer para ganhar a guerra contra a subversão; não podíamos fuzilá-las. Também não podíamos levá-las à Justiça”, afirmou.
Videla relatou ao jornalista Reato o “método” para a detenção e desaparecimento de pessoas e suas quatro etapas: 1. A detenção ou o sequestro de milhares de “líderes sociais” e “subversivos” seguindo listas elaboradas entre janeiro e fevereiro de 1976, antes do golpe, com a colaboração de empresários, sindicalistas, professores e dirigentes políticos e estudantis; 2. Os interrogatórios em lugares secretos ou centros clandestinos; 3. A morte dos detidos considerados “irrecuperáveis”, geralmente em reuniões específicas encabeçadas pelo chefe de cada uma das cinco zonas nas quais foi dividido o país; 4. A desaparição dos corpos, que eram jogados no mar, em rios, arroios ou canaia; ou ainda enterrados em lugares secretos, ou queimados em um forno ou em uma pilha de pneus de automóveis.
Diante da pergunta de por que os chefes militares haviam chegado à conclusão de que não podiam levar os detidos diante da Justiça, Videla respondeu: “Também não podíamos fuzilá-los. Como íamos fuzilar toda essa gente? A justiça espanhola, comparou, condenou à morte três integrantes do ETA, uma decisão que Franco avalizou apesar dos protestos de boa parte do mundo: só pôde executar o primeiro, e isso que era Franco. Também existia o temor mundial que a repressão de Pinochet no Chile havia provocado”.
A matéria é de Francisco Luque, de Buenos Aires, e está em Carta Maior.

Ernesto Germano

Não poderia ser diferente!


 A União Europeia, o FMI e o governo dos EUA criticaram na terça-feira (17) a decisão do governo argentino de reestatizar a petrolífera YPF e advertiram que as nacionalizações apenas comprometerão o fluxo de investimentos no país.
Solidarizando-se com a multinacional espanhola Repsol, o bloco europeu considerou a ação como “ilegal” e suspendeu uma reunião bilateral agendada para os próximos dias 19 e 20 de abril, em Buenos Aires.
A Repsol, que havia comprado a YPF durante a privataria do governo Ménem, vai reivindicar à Argentina pelo menos 10,5 bilhões de dólares em compensação pela expropriação e alega que sua participação nos ativos da petrolífera equivale a um total de 15,8 bilhões de dólares.
Repsol iria vender a YPF. A Repsol estava em negociações para a venda da petrolífera argentina à companhia chinesa Sinopec, e todas as negociações  foram feitas nas costas do governo argentino, que teria uma palavra final sobre a operação. A nacionalização anunciada por Cristina Kirchner abortou o negócio que podia render 7,7 bilhões de euros, de acordo com reportagem do jornal britânico Financial Times.

A YPF é do povo argentino.


 A presidenta Cristina Fernández assinou nesta semana um Decreto de Necessidade e Urgência decretando a intervenção do Estado na empresa petroleira YPF Sociedade Anônima. Pelo decreto, 51% das ações da empresa passam para as mãos do Estado argentino. No mesmo decreto, são empossados como interventores na YPF o ministro do Planejamento Federal, Julio de Vido, e o secretário de Política Econômica, Axel Kicilov.
Mas é importante que tenhamos conhecimento de alguns fatos do que está acontecendo na Argentina e que estão sendo escondidos pelos nossos jornais. Afinal, o que levou a presidenta Cristina Fernández de Kirchner a tomar tal posição?
Em primeiro lugar, da maneira que nossos jornais estão tratando do tema ficamos com a impressão de que foi uma atitude intempestiva. Mas esta é uma visão totalmente errada, pois o governo argentino já vinha, nos últimos anos, denunciando que a empresa Repsol não estava cumprindo com o estipulado no acordo de privatização.
Para se ter uma idéia do que acontecia, basta dizer que entre 1998 e 2011 houve uma redução na produção de petróleo do país na ordem de 54% e a produção de gás caiu 97%. E estes resultados são fruto da política usada pela Repsol que priorizava a máxima exploração dos poços e jazidas já existentes, levando ao quase esgotamento, e deixava de investir em novas áreas de exploração.
Enquanto empresa estatal, a YPF tinha mais de 55 mil trabalhadores em seus quadros. Depois de privatizada reduziu este número para 6 mil empregados e levou algumas cidades argentinas (General Mosconi, Tartagal, Luján de Cuyo, Berisso, Ensenada, Cutral Có, Plaza Huincul e outras) a uma terrível situação social de desemprego e desesperança.
Até 1999, data da privatização, a YPF engarrafava e vendia o GLP (gás liquefeito de petróleo). Além da tarifa social (mais baixa em determinadas regiões), a garrafa de 10 quilos custava 7 pesos. Passando para a exploração da Repsol, a garrafa de 10 quilos chegou a custar 30 pesos e desapareceu a tarifa social para populações de baixa renda.
E, é bom que se diga, o governo argentino não está reestatizando a empresa. O governo tomou de volta 51% das ações (classe D) que pertenciam à Repsol. Deste total, o Estado ficará com a maior parte (51%) e passará 49% para as províncias petroleiras do país. Isto permitirá a criação de um Conselho Federal de Hidrocarbonetos que passará a ser o centro da política para o setor. A família Eskenazi continua de posse de 25% das ações da YPF e a Repsol ainda terá 7% das ações, enquanto os 17% restantes permanecem nas mãos dos investidores que compraram na Bolsa de Valores.

Estudantes chilenos convocam manifestação.


 A Confech (Confederação de Estudantes do Chile) anunciou sua primeira manifestação de 2012. Um comunicado divulgado no último domingo (15) anunciava o protesto marcado para o dia 25 de abril.
Eles planejam retomar as reivindicações de 2011, ano em que os protestos ganharam notoriedade internacional pela relevância das causas. A passeata dos estudantes deverá começar na Praça Itália e avançar para a Alameda, na capital do país, Santiago. Os estudantes já solicitaram uma autorização às autoridades locais para que a marcha aconteça.

Cúpula termina vergonhosamente.


A Cúpula das Américas terminou no domingo (15) sem declaração final já que não houve consenso entre os líderes presentes a respeito da participação de Cuba no próximo evento deste tipo na região. Os EUA vetaram dois pontos abordados no que pretendia ser divulgado como a declaração final da Cúpula. Nas duas questões, referentes a Cuba, os estadunidenses receberam o apoio apenas do Canadá.
O primeiro ponto diz respeito à participação dos cubanos na próxima Cúpula, que deverá ser realizada no Panamá. A delegação comandada por Obama vetou o texto que, em seu parágrafo 17 dizia: “os chefes de Estado decidem convidar a República de Cuba a participar da próxima Cúpula das Américas, a realizar-se no Panamá”.
EUA e Canadá vetaram também a parte que tratava do bloqueio imposto pelos EUA à ilha há mais de 50 anos. O parágrafo 18 da declaração apontava: “os chefes de Estado lembram com interesse as recentes resoluções aprovadas pela Assembleia Geral das Nações Unidas relativas à necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico e comercial da República de Cuba”.
Isolamento dos EUA. A 6ª Cúpula das Américas chegou ao fim no domingo (15) e marcou a nova imagem dos países da América Latina e o isolamento cada vez mais evidente dos EUA. “Essa conferência inverte um comportamento tradicional do início do século XX, quando os EUA comandavam como um maestro a pauta da América Latina. Isso mudou. Os EUA não comandam mais [a região]”, afirmou William da Silva Gonçalves, professor de Relações Internacionais da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).


Crianças bebiam água do gado.


 Crianças e adultos bebiam a mesma água que o gado na Fazenda Bonfim, zona rural de Codó (MA), onde foram resgatadas sete pessoas de condições análogas às de escravos após denúncia de trabalhadores que não quiseram se identificar. A libertação aconteceu no início de março e foi realizada por ação conjunta de Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do Maranhão (SRTE/MA), Ministério Público do Trabalho e Polícia Federal. 
A propriedade em que foram flagradas condições degradantes pertence à Líder Agropecuária Ltda., empresa da família Figueiredo, que tem como sócios o deputado estadual Camilo de Lellis Carneiro Figueiredo (PSD/MA), além de Rogério Carneiro Figueiredo, Rodrigo De Lellis Salem Figueiredo e Camilo De Lellis Carneiro Figueiredo Filho.

Ernesto Germano

No Maranhão, líder camponês é executado.


Raimundo Alves Borges, o “Cabeça”, liderança camponesa e presidente do assentamento Terra Bela, em Buriticupu, Maranhão, foi executado a tiros por pistoleiros, no sábado, 14, por volta das 18 horas, no momento em que se dirigia para a sua residência. Sua morte tem relação direta com conflitos de terra no assentamento.
Segundo relatos, os assassinos estavam em uma moto e colocaram paus na estrada. No momento em que Raimundo retirava os obstáculos os homens encapuzados dispararam vários tiros. Ele teve morte instantânea.
Raimundo Cabeça realizou várias denúncias contra criminosos que compravam e vendiam terras de assentamento da reforma agrária. Além disso, havia contra ele ações de reintegração de posse, movidas por grileiros de terra. Em uma ação, a audiência de instrução e julgamento está marcada para o próximo dia 26 de abril. 

Ernesto Germano

A “pior empresa do mundo”.


 Os muitos problemas sociais e ambientais produzidos pela empresa depois da sua privatização e a violação de direitos humanos em várias partes do planeta renderam à Vale o titulo de pior empresa do mundo. A “vitória” foi anunciada após 21 dias de acirrada disputa, no dia 26 de janeiro no Public Eye Awards, conhecido como o “Nobel” da vergonha corporativa mundial. Criado em 2000, o Public Eye é concedido anualmente à empresa vencedora, escolhida por voto popular em função de problemas ambientais, sociais e trabalhistas, durante o Fórum Econômico Mundial, na cidade suíça de Davos.
A Vale concorreu com as empresas Barclays, Freeport, Samsung, Syngenta e Tepco. Nos últimos dias da votação, a Vale e a japonesa Tepco, responsável pelo desastre nuclear de Fukushima, se revezaram no primeiro lugar da disputa, vencida com 25.041 votos pela mineradora brasileira.
Mais uma da Vale. O embarque clandestino de crianças e adolescentes nos trens de mineração e de passageiros da Ferrovia de Carajás, sob controle da Vale foi tema de uma audiência pública realizada no dia 13 de abril, em São Luis (MA). Ninguém consegue precisar quantas crianças e adolescentes, ao longo de quase trinta anos, embarcaram clandestinamente nos veículos da empresa. Além do trabalho infantil há denúncias de casos de prostituição em trechos de duplicação da ferrovia. 

Ernesto Germano

OAB pede libertação dos cinco cubanos.


 O Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) reafirmou sua posição em defesa da libertação dos cinco cubanos presos nos EUA enquanto atuavam contra grupos anti-castristas.
No último dia 10 de abril, o presidente da Comissão Nacional de Relações Internacionais da OAB, Cezar Britto, recebeu uma delegação de Cuba para tratar do caso. Dois parentes dos prisioneiros e o representante da embaixada de Cuba no Brasil estiveram no encontro. A OAB vai reforçar o pedido para que outras entidades internacionais também se mobilizem em torno da questão. Segundo Cezar Britto, a movimentação tem o objetivo de pressionar o presidente Barack Obama a conceder indulto aos cubanos presos.

Ernesto Germano

Ex-agentes da ditadura serão chamados a depor.


 A Comissão Parlamentar da Verdade vai convocar ex-agentes da ditadura militar para prestarem esclarecimentos sobre os crimes contra os direitos humanos durante o regime. A decisão foi tomada na terça (17), pela coordenadora da Comissão, deputada Luíza Erundina (PSB-SP), após a exibição do documentário “Perdão, Mister Fiel – o operário que derrubou a ditadura no Brasil”, de Jorge Oliveira.
No documentário de 2010, que já recebeu oito prêmios no Brasil e no exterior, Jorge Oliveira colheu depoimentos de ex-presos políticos, familiares de desaparecidos, militantes dos direitos humanos, ex-presidentes da república e ex-militares do DOI-CODI. Conseguiu, assim, traçar um panorama criterioso do período. E arrancou dos entrevistados informações preciosas, que ajudam a lançar luz sobre aquele um dos períodos mais escuros da história brasileira.
Entre os depoimentos mais impactantes está o do ex-agente do DOI/CODI, Marival Chaves, que se desligou do Serviço Nacional de Informação (SNI) tão logo a ditadura chegou ao fim, no governo do ex-presidente José Sarney. Ele narra, com riqueza de detalhes, estupros, torturas e assassinatos cometidos pelo regime. Dá valiosas pistas sobre o destino de desaparecidos, como o deputado Rubens Paiva. Relata episódios absurdos ocorridos durante a Operação Condor, como o esquartejamento de um ex-militante argentino, que foi entregue aos ditadores daquele país em uma caixa de papelão, despachada em vôo de carreira. E revela nomes e sobrenomes dos principais responsáveis pelas práticas.

Ernesto Germano