quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Jesus morreu no dia 25 de Dezembro de 2016... de novo.

Nesta noite do dia 25 de Dezembro, dia em que o cristianismo comemora o nascimento de seu fundamento, mataram Jesus mais uma vez.
Se propala a ideia nesta filosofia de que Ele voltará para nos redimir, assim como o fez há 2.016 anos, mas devo alertá-lo: vão te matar de novo! Aqui é o império do ódio. Homofóbicos, racistas, xenófobos, misóginos, machistas... se ajuntam aos que criminalizam a pobreza, aos que se arvoram de verdades dogmáticas, aos que demonizam os movimentos sociais, aos que usam o poder eclesiástico para falar de culpa, inferno e medo. O ódio se espalha como rastilho de pólvora: Trump, Bolsonaro, Feliciano, Malafaia e tantos outros paladinos da ojeriza e da repulsa ao diferente. É melhor não voltar Cristo. Vai por mim. Se é verdade que seu pai é uma espécie de Deus, a criação deu merda.
Segundo a Bíblia, você recebe vários nomes: Príncipe da Paz, Emanuel, Ungido, Alfa e Ômega, Leão de Judá, Filho de Davi, Cordeiro de Deus, Cristo... são 18. Eu aqui farei um adendo a décimo nono nome da lista: Luis Carlos Ruas.
Neste último dia 25 Ele apareceu como vendedor ambulante que fazia uma hora extra para levar um quinhão a mais para a família depois de um ano tão difícil e defendendo duas travestis, moradoras de rua, antes de dizer "que atire a primeira pedra quem nunca'... uma chuva de pedras no formato de chutes, socos, pisadas e movida por muito ódio, acabou por crucificá-lo, de novo. Os olhares absortos dos passantes, a segurança seletiva do Metrô, nada disto saiu em seu socorro. E Ele morreu. Assim como morreram muitos daqueles que ousaram levantar sua voz a favor dos oprimidos.
E vou além Jesus: o que tem de pastor falando em seu nome e divulgando o ódio... Estes dias mesmo vi um tal de Malafaia dizer que recebera cem mil reais de uma doação e que depositara em sua conta pessoal e não da igreja e que todas as críticas que vieram em cima dele nada mais são do que o demônio querendo destruir a obra de Deus!!!???!!!
Este Natal não significou o nascimento e sim a morte.

Chico Baeta

sábado, 24 de dezembro de 2016

Pensata: O Aniversário do Justo

Está chegando o Natal. E, a cada ano que passa, os que já o viram chegar outras vezes acham-no bastante mudado. E se perguntam, como Machado de Assis: mudaria o Natal, ou mudei eu?
Machado de Assis sabia que ambos tinham mudado. A dificuldade está em extrair as conseqüências da enorme diferença nos ritmos da mudança. Enquanto o nosso genial escritor mudava na escala de uns míseros 70 anos, na escala de uma vida humana, o Natal, a celebração do nascimento de Cristo, vem se transformando ao longo de dois milênios.
Inicialmente, a celebração passou a ser, como era inevitável, um elemento que afirmava a identidade própria de um grupo. Entrou em cena um punhado de dissidentes judeus, que ansiavam por mostrar uma grande novidade religiosa: os Evangelhos.
Embora a fixação da data de nascimento do Cristo seja bastante discutível, a celebração prevaleceu. Não importava que a data fosse incerta. O que era essencial era que o aniversariante não fosse esquecido.
Um Deus nascido numa manjedoura e morto pregado na cruz era uma figura que comovia muito e dava muito o que pensar. Cresceu o número de pessoas que, mesmo quando não reconheciam nele o filho de Deus, reverenciavam-no como um justo.
Organizados na forma de uma assembléia (ecclesia), os discípulos do Cristo, desconfiados, tentaram evitar os males da propriedade privada, adotando - voluntariamente - a propriedade coletiva. Mas o crescimento e o fortalecimento da ecclesia obrigaram o movimento popular dos cristãos a recuar.
Durante a Idade Média, a fonte do poder era a propriedade da terra, e a Igreja se tornou uma grande proprietária de terra. Fazia parte dos beneficiários do sistema feudal.
Depois, veio a espertíssima classe dos burgueses e submeteu toda a sociedade à lógica do mercado. Tudo vira mercadoria, tudo se vende e se compra.
O Natal se transformou e continua se transformando. Nem sempre para o bem, ouso dizer.
Não me identifico com nenhuma religião, não sou cristão, mas o fato de ser um observador externo dos fenômenos religiosos não me impede de acompanhar, com simpatias e antipatias, os avanços e recuos dos cristãos.
Às vezes, me impaciento um pouco. Seria ridículo fazer campanha contra Papai Noel. Ele não tem culpa pelo que fazem com sua figura pitoresca, com seu carro puxado por renas voadoras, com o saco cheio de presentes para as crianças boazinhas. Não tem culpa pela risada que lhe foi atribuída, aquele som horrível: Hô-hô-hô.
Talvez, porém, seja menos inocente quando se associa à febre consumista da passagem do ano. Respeito o entusiasmo do Bom Velhinho pelos panetones e rabanadas. Porém, acho estranho vê-lo caminhar à frente de vitrinas hiperiluminadas, fazendo propaganda de carros, geladeiras e apartamentos, discutindo a cotação do dólar. Nem o sistema de pagamentos em módicas prestações vai me convencer a aceitar os truques da modernidade.
Nunca entendi qual é o vínculo desse ancião robusto com o Natal. Já tentaram me explicar que o veterano usuário do carro das renas é, de fato, um certo São Nicolaus, do qual pouco se sabe. Por isso, muitos norte-americanos e ingleses não falam em Papai Noel, como nós. Falam em Santaclaus.
Acho, sinceramente, que nenhum Santaclaus, cantando Jingle bell, vai convencer a humanidade de que as atuais formas de celebração do nascimento de Cristo incorporam e absorvem a festa de Papai Noel. E acho, também, que os festejos natalinos - expressões legítimas da alegria do povo - não têm (nem devem ter) a pretensão de absorver e incorporar a sua dinâmica peculiar a celebração do aniversário de Jesus.
No início da nova era, os escravos fizeram diversas tentativas revolucionárias de derrubar o Império Romano (lembremos de Espártaco). Os judeus também se insurgiram contra Roma, em Masada. O fracasso desses levantes sugere que o caminho revolucionário, naquelas condições, era inviável.
Cristo mobilizou pessoas que, na maioria, eram pobres. Não podendo acabar com a pobreza, encaminhou um programa de valorização da dignidade e de conquista da auto-estima. O movimento de massas desencadeado pelos cristãos era uma reação de sincero nojo contra a corrupção crescente, uma enérgica revolta contra o cinismo demoníaco das classes dominantes.
Como descrente respeitoso que sou - marxista convicto, irrecuperável - quero apenas registrar minha expectativa de que o festival consumista em torno de Santaclaus não atrapalhe a celebração do aniversário do Justo.

Pensata: O aniversário do Justo
Leandro Konder - Filósofo
Extraído do Jornal do Brasil de 22 de Dezembro de 2007

Véspera do Natal de 2011, mas acontece quase todos os anos...

Parece incrível, mas terminou em briga nesta quarta-feira (28/12/2011) a limpeza natalina da igreja da Natividade, em Belém, por causa de uma disputa entre seitas religiosas pelo controle do templo que marca o local simbólico do nascimento de Jesus.
Cerca de cem padres e monges das igrejas Ortodoxa Grega e Apostólica Armênia trocaram socos e vassouradas dentro do templo. Policiais palestinos (sim Palestinos, portanto não cristãos), curvando-se para atravessar a diminuta "porta da humildade", intervieram com cassetetes para restaurar a ordem.
O argumento para não prender os arruaceiros de Deus foi... digamos, imbecil:
"É um problema trivial... ocorre todo ano", disse o tenente-coronel da polícia Khaled al Tamimi. "Tudo está bem e as coisas voltaram ao normal. Ninguém foi detido, porque todos os envolvidos eram homens de Deus."
A igreja de Belém data do século VI, e é a mais antiga da Terra Santa. Sua administração é dividida entre clérigos católicos romanos, ortodoxos gregos e armênios.
Qualquer suposta violação dos limites de jurisdição dentro da igreja pode desencadear uma briga, especialmente durante a limpeza anual para as celebrações do Natal ortodoxo, que será comemorado na semana que vem.
Perguntar não ofende: Então todos os casos que envolvam detenções no planeta, dos mais simples até os mais complexos, os envolvidos PRESOS não são homens de Deus?

Chico Baeta, um homem sem Deus. Graças a Deus.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

O Que Vale A Pena?

A medida que o tempo passa e as pessoas crescem, mudam-se os princípios, prioridades e objetivos. Na estrada da vida, surgem problemas e situações que mudam os pensamentos e sentimentos, abrindo ou fechando a mente. Seguir essa jornada é desafiador, porém, não perder a própria essência é um desafio ainda maior. Continuar caminhando significa fazer escolhas, tendo em mente a necessidade de curtir o presente e a preocupação de não estragar o futuro. Para fazer escolhas é preciso pensar, ter noção do que se ganha e do que se perde em cada opção, ver o que mais se encaixa no que se quer para a vida. Escolher um caminho a seguir requer trazer a memória os princípios, ver as prioridades e definir os objetivos. No mundo atual, as pessoas fazem de tudo para conseguir o que desejam, seja abrir mão de família, ir contra princípios (valores), desrespeitar o direito dos outros. Destacam-se na sociedade pessoas que priorizam dinheiro, ao ponto de suas vidas girarem em volta dele. Correm atrás para ter uma boa conta bancária, o último celular lançado, o carro do ano, mas não são capazes de enxergar a beleza das coisas mais simples. Com o passar dos anos, os verdadeiros significados de amor, amizade, respeito, família, trabalho, conforto e luxo estão mais “soterrados”. A sociedade incentiva a buscar quantidade, sendo que é a qualidade que satisfaz o ser humano. De que o mundo está caminhando, não há dúvidas. A grande questão é para onde. Cada pessoa sabe os princípios que acredita, as prioridades valorizadas e os objetivos alcançados. Cada um vive a vida do jeito que julga ser o certo. No final das contas, fica para a próxima geração as perguntas sem respostas: O que vale a pena fazer? O que vale a pena ter?

Gabriela Ribeiro

sábado, 10 de dezembro de 2016

O Vozes da América abre espaço para todas as vozes, principalmente aos que, desde muito jovens, querem se expressar. José Pacheco é aluno do Colégio Estadual Professora Alvina Valério da Silva e carrega consigo grande talento e vontade de ir além do que lhe é oferecido.

"Que se foda a sua cultura
Que se foda se eles tentaram apagar ela
Que se foda esse seu turbante
Que se foda esse seu cabelo crespo
Que se foda essa sua macumba
Que se foda suas dificuldades
Que se foda se vocês são mais abordados pela polícia
Chama o batman então
Que se foda se vocês são mais da metade da população brasileira
Que se foda se vocês são menos de 10% nas faculdades
Cota é coisa de vagabundo
Que se foda se seus objetos são parecidos com armas
Mesmo que eu coma pipoca também
Que se foda se vocês não se encaixam no padrão de beleza branco
Que se foda se vocês nasceram de uma puta que deu por que quis
Que se foda a sua cor
Que se foda a sua escravidão
Ela não existe mais
Racismo não existe
Quem vive de passado é museu
Que se foda macaco
Ops, to brincando
Foi SÓ uma piada
O que, não tem senso de humor?
Hoje em dia tudo é racismo,machismo,homofobia,misoginia
Antigamente era melhor
Mesmo com a ditadura militar
Mesmo com tanto sangue
Mesmo com tanta guerra
Mesmo com tanto preconceito
Hoje em dia vocês não se calam
Protestam contra essas piadinhas que não machucam ninguém
Hoje em dia você não pode nem dar uma lição na mulher
Hoje em dia você não pode nem bater nos seus filhos
PORRA ! Sou eu que pago as contas ,caralho!
Que mal tem um assobio? Um ELOGIO ?
Vocês tavam pedindo
Olha a roupa
Olha a hora
Olha o local
Ela bebeu
Ela dançou
Ela disse não
Ela pediu, não é?
Mulher tem que se dar o respeito
E ainda tem esses viadinhos né?
Ah, não tenho nada contra sabe?
Quero que eles urrem de prazer
Mas ensinar nas escolas que eles fazem parte da sociedade e que merecem respeito?
Que porra de privilegio é esse?
Que se foda se eles levam porrada
Deus não gosta disso não
É um castigo
São pecadores
Falta de porrada dos pais
Isso é por que não comeram uma bucetinha né?
Que? Clitóris ? Isso é nome de Filosofo?
Não acredita em deus?
Que porra é essa?
Ateu por modinha
Ateu Toddynho
Ta revoltado com deus
Ciência? Ciência é o caralho porra
Chega me deu dor de cabeça, tem dipirona ai?
Pelo menos eu vou para o céu
Esses Muçulmanos ai tão errado
Esses Híndus também tão errado
Esses Budístas tão tudo errado
Essas milhares de religiões são falsas
Só Jesus salva
Jesus é o meu pastor
Sou a favor da tortura
Da pena de morte
Sou contra o aborto
Falando em aborto
Tenho que comprar a pílula do dia seguinte
Aborto mata um bebe inocente
Que se foda as milhares de mulheres conscientes que morrem
Que se foda se as ricas se salvam
Deu por que quis cara
Só fechar as pernas
É mais culpa dela do que dele
MULHER TEM QUE SE DAR O RESPEITO!
Ai, viu o nude daquela ali?
Quer que eu te passe?
Que se foda se é crime porra
Empatia é o caralho
Redução da maior idade penal sim porra!
Cresceu sem base?
O pai abandonou?
A mãe não tinha condições, pensou em aborto mas é proibido graças a deus né
Mas agora que ta vivo
Bora matar
Bora bater
Bora prender esse bicho
Bota lá na cadeia
Lá ele aprende
Aprende o que?
Que ninguém liga para ele
Que a sociedade quer mais que ele se foda
Ai é claro que ele sai de lá
Um novo homem
Com uma visão melhor sobre o mundo
Ai nós não empregamos ele por que ele é ex-detento
Ele que cate latinha
e aí dele se roubar ou traficar de novo hein !
Eu nasci e cresci rico
Mas caso eu nascesse pobre
Através do meu mérito eu chegaria até o topo
Qual a diferença entre eu e um pobre favelado?NENHUMA
Temos as mesmas oportunidades de EDUCAÇÃO !
Eu ter essa profissão não tem nada a ver com o dinheiro do meu pai!
O cara que espera a mulher ficar inconsciente
Para ter RELAÇÕES SEXUAIS com ela
Deveria ser chamado de gênio
Todos os problemas são culpa do PT".

                                                                                                         José Pacheco

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Tempos bicudos

Que tempos bicudos são estes...
Um avião cai na selva colombiana e desperta um mar de solidariedade no mundo inteiro. Dezenas de homenagens inundaram como lágrimas nossos olhos e nos fizeram acreditar num outro mundo possível. O futebol, geralmente associado a um "simples" e rentabilíssimo produto, frio e monstruoso como tudo aquilo que o capitalismo se apropria, se transformou num profundo mergulho para dentro de nós mesmos, onde encontramos nossa fragilidade, nossa mortalidade, nossa mesquinharia, nossa absoluta irrelevância enquanto seres vivos, capazes de morrer por um sopro qualquer. A Colômbia, em especial Medellin, país e cidade marcados pela ditadura do narco tráfico, em colaboração generosa com governos canalhas e impérios oportunistas, sobrepôs qualquer expectativa e deu uma demonstração de unidade latino americana.
Enquanto isto era abundantemente exposto nos jornais de todas as espécies, na calada da noite e sobre a penumbra desta mesma imprensa, o Senado brasileiro aprovava a PEC 55 (na Câmara PEC 241) e impunha em nome de um pseudo ajuste fiscal um corte nos investimentos na educação e na saúde por 20 anos. Nós, com os olhos marejados pelo que exala da selva colombiana e devidamente sonegados dos acontecimentos de Brasília, não assistimos os Deputados fatiarem os 10 pontos para se controlar a corrupção, cujas mudanças fazem virar lei a prática de corromper e ser corrompido. E o pior... as notícias ruins não param.
Neste mesmo momento, a Reforma do Ensino médio devolveu a artes e a educação física o posto de importância que nunca deveriam ter sido questionado, mas transformaram o que queriam de fato: sociologia e filosofia passaram, pelo novo texto, a serem optativas. Não bastasse isso, o texto modificado fala de mudanças já para o primeiro ano do ensino médio e não na metade desta fase de formação, o que já seria muito complicado.
A solução que as pessoas que pensam com o intestino dão a este mar revolto não poderia ser diferente. É  igualmente simplista e intestinal: ir às ruas com a bandeira do Brasil, gritar "sou brasileiro com muito orgulho e muito amor", cantar o hino nacional, tirar foto com a polícia que mais mata e mais morre no mundo, pedir intervenção militar e culpar como problema único e emblemático a corrupção. Lembremos que todos os fascistas de todos os tempos históricos elegeram a bandeira da corrupção para chegarem ao poder. Lembremos que o Congresso Nacional não é composto só  por corruptos e que a corrupção não é o pior dos males que temos hoje no Brasil: A PEC 55, a PEC 241, a reforma do ensino médio tal como este governo a quer, a lei da mordaça travestida em "escola sem partido", o fechamento das escolas públicas, a invenção maldita das O.Ss. no serviço de saúde pública, a flexibilização do Pré Sal e consequentemente a entrega das riquezas do país ao capital estrangeiro, as propostas de mudanças nas leis traballhistas, as mudanças previdenciárias, a criminalização dos moviementos sociais, o abuso de autoridade policial e jurídica nas favelas, o sucateamento das escolas e universidades públicas, o baixo salário pago à segurança pública... tudo isto faz parte de uma política pensada, arquitetada, planejada pelas elites nacionais em parceria com as elites internacionais para controle total da oitava economia do mundo e de um povo que, ainda que por vias questionáveis, conhecia avanços sociais e apenas isto, ameaçava a tranquilidade secular dos coroneis que reinam o Brasil como se fossemos colônia. Este elenco rápido de pauta trás muito mais prejuízo que a pauta única que tentam nos fazer crer da "corrupção". Esta porém é de fácil entendimento e digestão.
O estado de coisas que vivemos hoje não foi forjado nos últimos 10 ou 15 anos... Se quem pensa com o intestino conseguir elevar o pensamento ao cérebro, refletirá que a ditadura civil e militar de 1964 nos deixou rombos financeiros terríveis (tínhamos uma dívida externa de 2 bi dólares e passamos para 89 bi dólares), mas as dívidas sociais são as grandes marcas deste regime: a violência estatal promovida por uma PM que aprendera técnicas de torturas que até hoje utilliza, a entrada do narcotráfco organizado na década de 1960/1970, escandalosos crimes de corrupção como Abi Akel, Coroa Brastel, Maluf..., a imprensa vendida e amordaçada que hoje continua sobre os mesmos controladores e, portanto, vendida e amordaça para seus interesses corporativos e ideológicos, o custo social sem valor quantitativo para mensurar que consolidou Sarneys no Maranhão, Collor de Mello em Alagoas, Cavalcantis no Ceará, Magalhães na Bahia, Votorantins e vulcabrás em São Paulo e a história de concentração de renda e pulverização da pobreza parece não ter fim. Este é o "legado" dos anos de chumbo que aparecem como soluções nos brados de ignorantes ou mal intencionados.
Os olhos que hoje são janelas para a emoção que vem de todos os cantos e que não param de ver beleza na solidariedade e tristeza na dor, precisam estar também atentos para os desmonte do estado brasileiro e a catástrofe que significa. Que a resistência do índio Condá nos inspire para lutar por uma sociedade justa e fraterna, nos direcionando para soluções distantes do autoritarismo militar de inspiração fascista.

Chico Baeta

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Eleição no inferno, vitória do Trump. E qual é a novidade?

Nesta semana os EUA elegeram Donald Trump. E daí? Qual é a novidade para o país que desde sua independência em 1776 não passa nenhuma década sem promover uma guerra no mundo? Qual é a novidade para o país que viveu até a década de 1960 uma política de Apartheid e segregação de seus negros? Qual é a surpresa para quem impôs um bloqueio econômico à Cuba desde 1961 impondo-lhes toda a sorte de sacrifícios e privações financeiras em nome da sanha de sua Guerra Fria? Onde está a surpresa para quem possui um classe média que valoriza o consumo como se fosse um deus e a cultura como se não fosse nada? Alguém realmente se apavora com um Trump no país de Simpsons? Onde está o ineditismo de quem sempre colocou "muros" entre seu território e o México? Em que diferem, o discurso do tenebroso Donald e a prática cotidiana de xenofobia contra árabes e latinos? Em que sentido o fascista eleito é mais fascista que James Monroe, quinto presidente estadunidense e propulsor de uma política externa que até hoje sofremos na nossa América? No que são diferentes este protótipo de Bolsonaro do Norte e o simpático e queridinho da mídia J. F. Kennedy com suas ordens estúpidas no Vietnam, no muro de Berlim e na invasão a Playa Girón? E o que falar do Democrata Lindon Jonhson que deu a ordem para o início das sangrentas ditaduras militares e civis latino americanas?
Este texto não tem fim... a comparação do neo fascismo milionário recém eleito nos EUA não pode ser feita à luz da política interna, pois sua chegada ao poder se confunde com a história de poder dos EUA no mundo desde sempre.
Deus (se houver um ou mais) salve a América (latina) e o restante do mundo, pois ali é morada eterna do capiroto.

domingo, 6 de novembro de 2016

Hoje, 06 de Novembro de 2016

O Vozes da América está de volta. Depois de um longo período de silêncio provocado pela falta de tempo e por pouca inspiração... voltamos.
Este retorno foi impulsionado pela chama que arde nos estudantes que, em todas as partes, cada um ao seu jeito, incendeiam de ideias a vida de quem quer um outro mundo possível.
De todos os lados vêm turbilhões: escolas e universidades ocupadas contra uma política que subjuga a educação; A PEC 241 aprovada na casa de negócios do Congresso Nacional e que agora virou PEC 55 no Senado, irmão siamês em negociatas e maus tratos à coisa pública; Estudantes dentro das salas de aula querendo reverter o destino que lhes foram imposto pelas condições materiais e intelectuais de escolas sucateadas em corpo e alma; uma lei que ameça amordaçar os professores que ousarem a criticidade... São muitas as razões do nosso retorno. Mas estamos de volta. Há braços. Abraços.