sábado, 23 de março de 2013

Aldeia Maracanã: De Cabral a Cabral nada mudou



Foi num 22, mas de Abril de 1500, quando o navegante português Sérgio Cabral Filho chegou nestas terras. Trouxe na bagagem toneladas de aspiração ao lucro regadas de muita crueldade para satisfazer o interesse do Império que representava. Lacaio do grande capital foi financiado por um burguês muito assíduo da Coroa, Lúcifer Batistax, com quem mantinha relações abomináveis para os cofres públicos e que queria promover no Brasil um mega evento esportivo: a Copa do mundo de morte aos índios. Foi um evento maravilhoso. Milhares de mortos! Foram assassinados os Tupis, Tupinambás, os Caiçaras... E o legado deste evento sentimos até hoje, como o desprezo às populações indígenas, o desrespeito às suas culturas, o menosprezo por sua gente, os preconceitos sobre seus hábitos até a tentativa de apagar sua história.
Mas hoje, neste 22 só que de Março de 2013, faltando 30 dias para os exatos 513 anos, outro explorador destas terras, já desembarcado em segundo mandato - Pedro Álvares Cabral Filho -  desceu no Rio de janeiro à serviço do mesmo tipo de gente que há 5 séculos atrás: O grande capital nacional e internacional que têm interesses classistas em nossa terra e contra a nossa gente e a última e mais recente prova disto foi a ocupação da ALDEIA MARACANÃ, expulsando os poucos índios que ocupavam o antigo museu e que sonhavam em construir ali um centro cultural em memória de um povo banido desde o navegador português Sérgio Cabral e Lúcifer Batistax.
Triste fim o nosso. Um povo ora condenado pela sanha do lucro lusitano ora condenado pela sanha de lucro capitalista. Como disse num dia do século 19 o filósofo alemão Karl Marx: a história se repete, às vezes como tragédia, às vezes como farsa. Vivemos a tragédia ou a farsa? 


domingo, 17 de março de 2013

A indiferença


O Vozes da América está de volta. Não sei se isso é bom, nem para quem é bom, mas o fato é que voltamos. Voltamos porque temos muito pra falar, discutir, problematizar, ouvir, sermos criticados, criticar... Voltamos motivados por jovens alunas - sempre eles, os alunos, aqueles que acendem as luzes, aqueles que instigam a alma, aqueles que te lembram que vale a pena dar murros em pontas de facas - e por tudo que já publicamos neste reinício, um pouco da mais ácida poesia... Até sempre, pois há braços! Abraços e boas leituras. Indigne-se!

"Primeiro levaram os comunistas,
Mas eu não me importei
Porque não era nada comigo.
Em seguida levaram alguns operários,
Mas a mim não me afetou
Porque eu não sou operário.
Depois prenderam os sindicalistas,
Mas eu não me incomodei
Porque nunca fui sindicalista.
Logo a seguir chegou a vez
De alguns padres, mas como
Nunca fui religioso, também não liguei.
Agora levaram-me a mim
E quando percebi,
Já era tarde."

Bertold Brecht

Ameaça neonazista no Rio de Janeiro - I


O PCB não se intimida com neonazistas
(Nota Política do Secretariado Nacional do PCB)

O Partido Comunista Brasileiro valoriza a nota publicada pela direção estadual do PSTU no Rio de Janeiro - que reproduzimos na íntegra mais adiante - denunciando tentativa de intimidação por parte de agrupamento neonazista na cidade.

Somos tomados por maior indignação, porque o cartaz intimidatório é dirigido diretamente aos comunistas e, como se vê em sua reprodução, ataca especificamente o símbolo histórico utilizado pelo PCB: a foice e o martelo.

Não lembrou-se entretanto o PSTU de registrar que, no edifício onde se afixaram clandestinamente os cartazes anti-comunistas, além da sede estadual desse partido, está localizada a sede nacional do PCB, que vem sendo ameaçado por setores de direita, por conta da nossa firmeza na apuração e julgamento dos crimes cometidos pela ditadura contra camaradas do nosso Partido e de outras organizações que lutavam na clandestinidade e em função de nosso internacionalismo proletário na luta contra o imperialismo.

Em nossa trajetória, que está prestes a completar 91 anos de luta, os comunistas do PCB fomos a força política que mais fortemente combateu a variante brasileira do nazi-fascismo, o integralismo. Orgulhamo-nos de ter enviado camaradas - verdadeiros heróis da humanidade - para combater tal ideologia na Guerra Civil Espanhola e na Resistência Francesa e de ter lutado para o Brasil entrar na Segunda Guerra contra o Eixo. Não nos intimidaremos com essa ameaça.

Conclamamos todas as forças progressistas a ficarem atentas e somarem esforços para enfrentarmos essas tentativas de intimidação. A história registra que sempre os primeiros a serem perseguidos pelos nazi-fascistas são os comunistas.

Por isso, lembramos Bertold Brecht em seu poema 'A Indiferença', escrito durante a escala nazista na Europa:

"Primeiro levaram os comunistas,
Mas eu não me importei
Porque não era nada comigo.
Em seguida levaram alguns operários,
Mas a mim não me afetou
Porque eu não sou operário.
Depois prenderam os sindicalistas,
Mas eu não me incomodei
Porque nunca fui sindicalista.
Logo a seguir chegou a vez
De alguns padres, mas como
Nunca fui religioso, também não liguei.
Agora levaram-me a mim
E quando percebi,
Já era tarde."

Ameaça neonazista do Rio de Janeiro - II


Ameaça neonazista no Rio de Janeiro
Organização neonazista ameaça movimentos sociais e partidos de esquerda com cartazes espalhados pela cidade
PSTU - RJ            

• Na semana do 8 de Março, dia Internacional de Luta da Mulher Trabalhadora, o bairro da Lapa foi coberto por cartazes de uma organização neonazista denominada“Combat 18 – Divisão RJ”. O 18 é derivado das iniciais de Adolf Hitler. O “A” e o “H” são a primeira e oitava letras do alfabeto latino.
Em uma clara tentativa de intimar e provocar os movimentos sociais, muitos dos cartazes foram afixados nas colunas do prédio onde está situado o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU. Um dos cartazes afirma: “Comunistas e subversivos, o Combat 18 está de olho em vocês.(...) Ninguém será poupado!!!(...) Estejam preparados pois a única alternativa para vocês é a MORTE!!! (...) Lixo vermelho a sua hora chegou”.
Original da Inglaterra, o Combat 18 tem seções em alguns países do mundo, inclusive no Brasil. É o braço armado do National Front, partido inglês de extrema direita nacionalista, fundado na década de 70. Nas eleições de 1979, recebeu mais de 190 mil votos. Em 2010, apresentou 17 candidaturas nas eleições gerais e 18 nas locais, não obtendo uma única representação. Possui ligações com os famosos torcedores hooligans e uma rede de bandas que promovem músicas neonazistas, o Blood&Honour (Sangue e Honra).
O blog da seção do Rio de Janeiro exibe os “Códigos da Raça Ariana”; os “25 pontos do Partido Nacional-Socialista Alemão (1920)”; imagens de espancamentos de moradores negros de rua; cartazes de agitação, além de inúmeras “teorias” raciais e antissemitas.
Campanha antineonazista
Em primeiro lugar, não toleraremos nenhum tipo de provocação, ameaça ou intimidação de nossos militantes, ou de qualquer organização democrática. O Combat 18 têm aproximadamente 5 ou 6 membros na cidade do Rio e não possui absolutamente nenhum lastro social. São um grupo de classe média, provavelmente moradores da região do Centro, Zona Sul e Tijuca, que escondem seus rostos e praticam a covardia contra aqueles que julgam ser inferiores.
Ao mesmo tempo, procuraremos demais partidos operários, partidos democráticos em geral, centrais sindicais e sindicatos, entidades estudantis, ONGs, quilombos, organizações LGBTs, lideranças dos movimentos sociais e parlamentares para fazer uma ampla campanha antineonazista. Iremos também prestar queixa na polícia. Por mais que o Combat 18 não tenha nenhuma expressão social, o PSTU entende que devemos nos precaver de qualquer inciativa desse grupo.
Por último, o Combat 18 não conhece as tradições do movimento operário. Somos sobreviventes dos campos de concentração nazistas no período que antecedeu a II Guerra Mundial; vencemos as ditaduras na América Latina nas décadas de 60, 70 e 80; morremos e resistimos aos torturadores do regime militar; e agora estamos impulsionando a Caravana da Anistia da antiga Convergência Socialista em todo o Brasil. Nos reconhecemos em cada militante que luta contra os planos de austeridade na Europa ou contra as ditaduras no Norte da África e Oriente Médio. Somos homens e mulheres de todas as cores e nacionalidades, de todas as orientações sexuais e livres de todos os tipos de preconceitos. Nós somos grandes, e não admitiremos que toquem em um de nossos militantes.

A extrema direita reage a Comissão da Verdade: bomba!


A Comissão Nacional da Verdade emitiu nota na noite em solidariedade à subseção fluminense da Ordem dos Advogados do Brasil, cujo prédio foi evacuado à tarde após uma ameaça de bomba e a explosão de um artefato no oitavo andar do edifício Sobral Pinto, sede da entidade, localizada no Centro do Rio.
Leia abaixo a íntegra da nota:
Há três décadas o Brasil e o povo brasileiro decidiram superar o período de violência e medo gerados pelo golpe civil-militar imposto em 1964. A população apostou na democracia e nas liberdades para enfrentar o desafio de construir um país justo e próspero, que gere oportunidades para todos.
Hoje um explosivo foi detonado na sede da OAB, no Rio de Janeiro. Trata-se de um tardio ato de terror dos que não querem viver num país democrático. Criando um clima de confronto e desatino “eles” afetam adversários e a si próprios.
A Comissão Nacional da Verdade, que visa investigar e reconstituir as graves violações de direitos humanos ocorridas em nossa história política recente, repudia com veemência o ato intimidatório cometido na sede da Ordem dos Advogados do Brasil-RJ, e a ameaçadora mensagem recebida no local afirmando que o ato visava matar seu ex-presidente, Wadih Damous, a ser nomeado Presidente da Comissão Estadual da Verdade, na segunda-feira, pelo governador Sérgio Cabral.
A democracia não se constrói com bombas, nem se sustenta com violência. A coragem de defendê-la deve superar o nosso medo do terror.
No ano de 1980 uma bomba matou Lyda Monteiro e feriu outra pessoa na sede da OAB no Rio de Janeiro. Felizmente agora não houve vítimas. Precisamos, contudo, estar atentos aos acontecimentos e solidários na resistência.
As autoridades competentes estão sendo mobilizadas para adotar as providências cabíveis. A Comissão Nacional da Verdade espera que se apure a autoria e se puna os que pretendem  negar ao Brasil o caminho da democracia e das liberdades.
Rio de Janeiro, 7 de março de 2013    
Rosa Maria Cardoso da Cunha
Coordenadora Pro Tempore da CNV

Novo papa já foi acusado de cumplicidade com crimes da ditadura argentina


 Arcebispo de Buenos Aires, o cardeal chegou a testemunhar em julgamento sobre a desaparecimento de sacerdotes
Recém-eleito papa, o argentino Jorge Mario Bergoglio é acusado de ter sido cúmplice de crimes cometidos pela ditadura cívico-militar de seu país (1976-1983). Arcebispo de Buenos Aires, o cardeal chegou a ser convocado para testemunhar em julgamento sobre a desaparecimento de sacerdotes durante os anos de terrorismo de Estado.
De acordo com a Associação Mães da Praça de Maio, Bergoglio foi "cúmplice da ditadura". O cardeal é acusado de facilitar o sequestro dos sacerdotes jesuítas Francisco Jalics e Orlando Yorio, versão corroborada pelo jornalista Horacio Verbistky, autor de diversos livros sobre o assunto. “[Ele] era chefe da Companhia de Jesus, às quais eles pertenciam, mas em vez de protegê-los, lhes tirou a proteção eclesiástica e poucos dias depois foram sequestrados”.
“Ele os denunciou por estarem vinculados com a subversão e de terem desobedecido seus superiores hierárquicos”, continuou o jornalista, afirmando que a informação estava documentada na chancelaria argentina.
Em 2011, durante as audiências do processo sobre o plano sistemático de roubo de bebês - nascidos em prisões clandestinas, durante a ditadura, e adotados ilegalmente por outras famílias, em sua maioria próximas a autoridades militares –, Bergoglio chegou a ser citado para declarar, após testemunhas apontarem que ele estava ciente deste tipo de crime.
“Como é que o Bergoglio diz que só sabe do roubo de bebês há 10 anos?”, questionou em uma audiência Estela de la Cuadra, que apresentou ao tribunal cartas de seu pai ao arcebispo, agora papa, nos quais pedia que este intercedesse na procura por sua filha desaparecida, e de sua neta, que nasceu em um centro clandestino de prisão e tortura da ditadura. 
Segundo o depoimento de Alicia De la Cuadra, primeira presidente da Associação Avós da Praça de Maio, durante a busca por sua neta, Bergoglio teria dado a ela uma carta na qual dizia que o bispo argentino Mario Piqui intercederia no caso. Após o contato com autoridades policiais, no entanto, o bispo teria afirmado que a criança estava vivendo com um "bom casal” e que a suposta adoção já não tinha “volta atrás”.
Além dos indícios de cumplicidade no esquema de roubo e apropriação ilegal de menores, Bergoglio deveria declarar acerca da morte de religiosos durante a repressão. Segundo a imprensa local, em depoimento de cerca de quatro horas, o cardeal afirmou que se reuniu com integrantes da Junta Militar que governava o país - Jorge Rafael Videla e Emilio Eduardo Massera - para pedir a libertação dos sacerdotes.
Em entrevista à televisão pública argentina, no entanto, o jornalista Verbitsky afirma que na audiência ante os tribunais, Bergoglio negou informações concedidas a ele em uma entrevista.
Segundo a reportagem, o novo papa deu ao jornalista detalhes sobre uma ilha chamada El Silencio, no delta do Rio Tigre, que teria sido vendida em 1979 pelo episcopado argentino para a Marinha, com o objetivo de servir como centro clandestino de prisão. “[Ele] negou [perantes os juízes] fatos que eu tenho claramente documentados”, disse Verbistky.
Em audiência sobre crimes cometidos na Escola de Mecânica da Marinha (Esma), centro de detenção clandestino da ditadura, a ex-presa e desaparecida María Elena Funes relatou que o arcebispo de Buenos Aires tinha proibido um dos jesuítas de atuar como padre na região de Bajo Flores, no sul da capital argentina, por razões ideológicas.
Berglogio foi denunciado pela primeira vez por cumplicidade com crimes da ditadura em 1986, no livro Igreja e Ditadura, escrito por Emilio Mignone, autor defensor dos direitos humanos que teve sua filha desaparecida.

* Matéria em Opera Mundi, com informações dos jornais Página 12 e Tiempo Argentino

• Wikileaks: EUA viam em Bergoglio um “poderoso” anti-Kirchner


 (em Carta Capital)
Despachos oriundos da embaixada de Buenos Aires, vazados pelo Wikileaks, revelam que o novo papa da Igreja Católica, o argentino Jorge Bergoglio, era um nome bastante citado pela oposição argentina em conversas com diplomatas americanos.
Embora não haja nenhuma conversa direta entre o líder religioso e os diplomatas dos Estados Unidos, os oito cables que citam o cardeal no período de 2006 a 2010 mostram que a oposição do país vizinho, assim como os americanos, via nele um agente político poderoso contra os Kirchner.
O atual papa Francisco I é citado em um documento do final de outubro de 2006 que trata do revés político sofrido pelo aliado de Néstor Kirchner, então presidente, na província de Missiones, no nordeste do país. Carlos Rovira, tentara um plebiscito para alterar a constituição da província e tornar possível sua própria reeleição por indefinidas vezes. Mas foi batido pela oposição liderada pelo bispo emérito de Puerto Iguazú, Monsignor Piña.
“O Cardeal Jorge Mario Bergoglio, líder da Arquidiocese Católica de Buenos Aires, ofereceu seu apoio pessoal aos esforços de Piña, mas também desencorajou qualquer envolvimento oficial da Igreja em política”, relata o documento. O engajamento de outros religiosos na política é descrito neste mesmo telegrama. “A lista de candidatos da oposição era constituída principalmente de líderes religiosos, incluindo ministros católicos e protestantes, que eram amplamente vistos como líderes morais livres de qualquer bagagem política”, apontaram os diplomatas.
E se Bergoglio descartava o envolvimento “oficial” da Igreja, outros documentos revelam que ele não se mantinha longe da política. Em um documento de maio de 2007, a relação entre a Igreja Católica e o governo Néstor Kirchner é descrita como “tensa”: “Bergoglio recentemente falou de sua preocupação com a concentração de poder de Kirchner e o enfraquecimento das instituições democráticas na Argentina”. Além disso, reportam os documentos, Bergoglio agia fortemente nos bastidores, provocando a irritação dos partidários de Kirchner. “O prefeito de Buenos Aires, Jorge Telerman, e sua parceira de coalizão e candidata a presidência, Elisa Carrio, supostamente encontraram-se com Bergoglio em abril, e a inclusão do líder muçulmano Omar Abud na lista de candidatos ao legislativo de Telerman foi supostamente ideia de Bergoglio”, reportaram os diplomatas. O religioso também era muito próximo de Gabriela Michetti, então ex-vice prefeita de Buenos Aires e atualmente deputada federal da oposição, segundo outro telegrama, de 26 de janeiro de 2010.
A relação desgastada entre a Casa Rosada e a Arquidiocese de Buenos Aires chegou ao rompimento entre as duas instituições. Os laços institucionais entre a presidência argentina e o cardeal só seriam retomados por Cristina Kirchner em 2008, quando ela se encontrou com Bergoglio, segundo telegrama de abril daquele ano. Dias depois, os americanos especulam sobre a possibilidade do Cardeal negar-se a celebrar a missa de 25 de maio – data nacional na Argentina – em decorrência da mudança das festividades de Buenos Aires para Salta.
Relação com a ditadura.
Outro telegrama que cita Bergoglio, de outubro de 2007, narra a condenação de Christian Von Wernich, padre e ex-capelão da polícia de Buenos Aires durante a ditadura na Argentina. Wernich foi considerado cúmplice em sete assassinatos, 31 casos de tortura e 42 sequestros.
Após o veredito, a arquidiocese de Buenos Aires publicou uma nota em que convocava o sacerdote a se arrepender e pedir perdão em público. “A Arquidiocese disse que a Igreja Católica Argentina estava transtornada pela dor causada pela participação de um dos seus padres nestes crimes graves”, relata o despacho.
Para os americanos, este evento acabaria impactando na imagem de Bergoglio. “Entretando, numa época em que alguns observadores consideram o primaz católico romano Cardeal Bergoglio ser um líder da oposição à administração Kirchner por conta de seus comentários sobre questões sociais”, comenta o documento, “o caso Von Wernich pode ter o efeito, alguns acreditam, de minar a autoridade moral ou capacidade da Igreja (e, por conseguinte, do Cardeal Bergoglio) de comentar questões politicais, sociais ou econômicas”.

Argentina: mais um condenado à prisão perpétua. Justiça!


 A Justiça argentina condenou na terça-feira (12) à prisão perpétua Reynaldo Bignone, último presidente da ditadura militar do país, por crimes contra a humanidade cometidos no centro clandestino de Campo de Maio. As penas impostas pelo Tribunal Federal 1 de San Martín correspondem aos crimes cometidos contra 23 vítimas, entre elas sete mulheres grávidas, nas instalações de Campo de Maio durante a última ditadura argentina (1976-1983).
No processo, foram ainda condenados à prisão perpétua os ex-militares Omar Riveros, Luis Sadi, Eduardo Oscar Corrado e Carlos Tomás Macedra.
Bignone, hoje com 84 anos, foi o último dos generais ditadores (1982-1983) e entregou a faixa presidencial ao civil Raúl Alfonsín. Ele negociou a transição para a democracia após aprovar uma Lei de Anistia, de imediato anulada, e ordenar a destruição de toda a documentação sobre detenções, torturas e assassinatos de desaparecidos.
Ele já havia sido condenado em outras três ocasiões. A última, por 15 anos de prisão, foi pela repressão orquestrada dentro do hospital Posadas de Haedo, que ocupou militarmente com tanques e helicópteros em 1976.

Naquele país genocida...


 Ibrahim al-Aaraj, advogado de prisioneiros palestinos, denunciou no domingo (10) que o Serviço de Prisões de Israel está fazendo pressão contra os que protestam fazendo greve de fome. Ele informou que Muhamad al-Nayar, Zacariya al-Heih e Ibrahim al-Sheij estão sem comer desde 26 de fevereiro em protesto contra a prisão sem acusação formal e sem julgamento. Muhamad al-Nayar disse ao advogado que “oficiais do serviço de inteligência estão ameaçando com punições e suspensão de visitas se não suspendermos o protesto”.
Outros dois prisioneiros, Jafar Izz al Din e Tareq Qadan, que estão em “prisão administrativa”, estão sem comer desde 28 de novembro de 2012 e também são ameaçados por militares israelenses. A chamada “prisão administrativa” é uma invenção do governo israelense que permite a prisão de palestinos sem qualquer acusação formal e sem julgamentos, podendo ser prorrogada a qualquer momento, sem justificativa.
Entidades internacionais denunciam que há cerca de 5.000 palestinos presos em Israel, vivendo em condições desumanas, sem água limpa, comida saudável, atendimento médico e acompanhamento de advogados.
UNICEF condena Israel. 
Claro... Nós sabemos que nada vai acontecer e todos vão continuar calados! Mas não vamos nunca cansar de denunciar o que acontece em Israel, com o apoio e os aplausos dos EUA.
Em comunicado oficial, o Fundo nas Nações Unidas para a Infância (UNICEF) denunciou e condenou o Estado de Israel pelo tratamento dado às crianças palestinas e prisões irregulares de menores de idade que são mantidos em cárceres junto com adultos e sem direito a advogados e visitas. O comunicado pede que a Comunidade Internacional e entidades de direitos humanos assumam suas responsabilidades éticas, jurídicas e políticas na defesa das crianças palestinas presas em cárceres israelenses.
Será que a Rede Globo e o Didi vão fazer um programa “criança esperança” a favor das crianças palestinas?

Maduro é candidato na Venezuela.

 Acompanhado por milhares de simpatizantes na Praça Diego Ibarra, o presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, inscreveu na segunda-feira (11) sua candidatura para as eleições de 14 de abril que definirão o sucessor de Hugo Chávez. Henrique Capriles, apoiado pelos EUA e pela direita da América Latina, confirmou que representará o bloco oposicionista MUD (Mesa de Unidade Democrática), o mesmo pelo qual disputou as últimas eleições contra Chávez, e foi derrotado.

Cuba já formou mais de 100.000 médicos!


 No ano passado Cuba formou mais de 11.000 médicos que estudaram durante seis anos em faculdades de medicina no país. Foram 5.315 cubanos e 5.694 estudantes procedentes de 59 países na América Latina, África, Ásia e até EUA!
O ensino e a prática de medicina em Cuba são respeitados internacionalmente e tidos como entre os mais respeitáveis no mundo. Desde a vitória da Revolução, em 1959, Cuba já formou 109.000 médicos. Atualmente, Cuba é o país que tem o maior número de médicos por habitantes no mundo!

Vergonha


 O deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados na quinta-feira, dia 7. No sábado (09) aconteceram protestos contra ele em várias capitais do país.
Ele é conhecido por suas posições racistas e discriminatórias e já causou diversas polêmicas com seus comentários. Em um discurso durante um congresso evangélico, ele afirmou que a Aids era o “câncer gay”. Em 2011, publicou no Twitter que os descendentes de africanos seriam pessoas amaldiçoadas. “A maldição que Noé lança sobre seu neto, Canaã, respinga sobre o continente africano, daí a fome, pestes, doenças, guerras étnicas!”
 Marco Feliciano (PSC-SP) usa seu mandato em benefício das suas empresas e da sua igreja, segundo o jornal Correio Braziliense. A reportagem diz que ele repassa verbas públicas para funcionários ligados a seus negócios particulares.
Segundo a reportagem, o seu gabinete “é quase uma filial da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento.” Cinco pastores da sua congregação e pastores que trabalharam na gravação de um CD de Feliciano trabalham no local.  A matéria também diz que ele paga salário a um funcionário fantasma. Com a verba de gabinete, ele trabalha em um escritório de advocacia em Guarulhos e não dá expediente na Câmara.
A reportagem também diz que Wellington Josoé Faria de Oliveira, secretário parlamentar da Câmara, produz todos os programas de televisão da empresa de Feliciano. Segundo o jornal, o site de sua produtora, a Wap TV, tem mais de 420 vídeos encomendados pelo pastor. Eles incluem programas de televisão, entrevistas com Feliciano imagens de amigos desejando feliz aniversário ao parlamentar. O gabinete do deputado não se pronunciou sobre a reportagem. (Matéria em Carta Capital)