sábado, 3 de novembro de 2007

Invisível, simples e com grande valor - Dido, um suburbano.

Aqui no Sapê, enquanto o mundo gira na velocidade que não podemos acompanhar, mora um homem simples. Catador de bugingangas pelas ruas de Rocha Miranda, vendedor de lixo reciclável, anda nas ruas arrastando sucatas em seu carrinho puxado pela força de seus braços magrelos. Tem mais de 60 anos e um bom papo. Recentemente, e só recentemente, conseguiu por obra de pessoas que lhe querem bem, uma aposentadoria. Ganha R$ 380,00 por mês.
E por incrível que pareça, hoje, dia 03 de Novembro, já início do próximo vencimento, ainda tem R$ 50,00 guardados, ou 5o "mil réis" como gosta de chamar o homem que parece ter vindo do século XV.
Vive de escambo, não se importa com a idade, não conta as horas e não dá a mínima com o que escrevo aqui. Mas tem uma coisa que estamos todos perdendo: este homem, dá um enorme valor ao outro, tirando de seu barraco a comida que lhe fará falta, para dar para os amigos que ainda têm menos do que ele.
Para muitos ele é um bobo na Corte, mas de fato, é um anônimo herói brasileiro, sem nome, sem face, sem história, sem medalhas, sem títulos, mas solidário.

ONU: 188 votos pelo reparo de uma injustiça x 4 votos à favor da injustiça. Vitória do DEMOcracia

Nesta última terça-feira, dia 30 de Outubro, a Assembléia Geral da ONU votou pela décima sexta vez contra o embargo econômico que fora imposto à Cuba desde 1959!!!
Dos 192 países membros desta organização, apenas 4 votaram a favor da manutenção desta brutalidade: Os EUA por razões históricas e visceráis. Israel por ser o fiel cão de guerra no Oriente, lacaio dos interesses estadunidenses para assuntos de morte aos palestinos; As Ilhas Marshall e Palau, por razões tão desconhecidas quanto as suas localizações no mapa político munidal.
O que se sabe é que o Império do Norte se gaba mundo a fora, através dos mais diversos meios ideológicos, de ser a "maior democracia" do planeta e quando a máscara cai... vemos a farsa da democracia descortinando a espécie ditatorial travestida de liberdade. Mais um papelão do Tio Sam e seus capachos.
Para os meios de comunicação conservadores do Brasil ficam umas perguntinhas: Quem é o ditador, Fidel ou Bush? Onde temos uma ditadura, em Cuba ou nos EUA? Quando a imprensa burguesa vai tratar o terrível embargo econômico à Cuba como crime contra a humanidade, uma vez que desde 1959 todos os países que fazem comércio com os EUA estão proibidos de comercializarem com Cuba?
E o descalábrio parece não ter fim. Bu$h classificou Cuba como "Gulag tropical"!!?? Para quem não sabe, Gulag era uma prisão para trabalhos forçados na Sibéria, nos sombrios tempos de Stálin na URSS, onde o tirano disfaçado de líder mundial do comunismo, mantinha presos políticos até a morte, inclusive os comunistas anti-stalinistas. Pois é, em Cuba há um Gulag, mas não é cubano!!!
A base militar dos EUA em Guantánamo é um presídio onde centenas de presos políticos já passaram e morreram por lá. Hoje, repleto de árabes que ousaram lutar contra a invasão dos EUA no Oriente Médio. Guantánamo fere todos os preceitos de direitos humanos e convenções militares de guerra, mas curiosamente, ninguém dá àquele inferno o tratamento e os adjetivos que merece. Qual seria a razão? Perguntaria, já sabendo a resposta, qualquer pessoa dotada de um mínimo de senso crítico e humanitário.
Falar de democracia é fácil; ser o senhor da guerra é fácil; invadir o Oriente Médio armando covardemente Israel para os seus interesses é fácil; vender a imagem de país referência do mundo com essa imprensa vendida aos seus caprichos é fácil; crescer economicamente as custas de duas guerras mundiais, uma guerra fria, e mais dezenas de outras guerras continentais para aquecer o mercado de armas e a indústria bélica é fácil; difícil, pequeno Bu$h, é conviver com uma proibição comercial-econômica desde 1959 e ainda ser espelho para o mundo quanto educação, saúde e independência, provando que um outro mundo é possível, sem dominadores e dominados. Isto talvez vocês não entendam nunca.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

A Igreja Católica e o conservadorismo que se afastam dos ideais de Jesus Cristo - Parte II






"Devemos nos indagar se a perseguição do nazismo contra os judeus não teria sido facilitada pelos preconceitos anti judaicos existentes em alguns corações e mentes cristãos". - Cardeal Edward Cassidy - Nós lembramos - uma reflexão sobre o Shoah, 1998

Durante os duros anos de Guerra de Unificação na Itália, o estado pontifício de Roma, também fora unificado pela luta burguesa, fazendo assim com que a milenar Igreja perdesse sua sede mundial.
Após anos de brigas internas e sucessivas Santidades papais, fora assinado então um acordo, já no século XX, entre o Papa Pio XII e o chefe do Estado italiano, o nada menos repugnante... Mussolini!!!
Este acordo - Tratado de Latrão - fazia com que a Santa Igreja recebesse de volta um estado, o país Vaticano, sob a forma de indenização em troca do apoio a ditadura fascista que se consolidava no eixo Roma-Berlim, que levaria o mundo a se quedar paralisado ante a possibilidade nazi-fascista conquistar o planeta, neste caso com o aval vaticanista.
Chamavam-no de il Tedesco, "o alemão". E não sem razão. Ninguém nas altas esferas do Vaticano superava a germanofilia do Cardeal Eugênio Pacelli. A Alemanha era a sua segunda pátria, o alemão seu outro idioma, e os Hohenzoller, a dinastia lá reinante, os soberanos do seu coração. Ele estava em Munique em 1917 quando nomearam-no arcebispo e núncio, autorizando-o a negociar uma concordata com os bávaros. A seguir, de 1925 a 1929, fixou-se em Berlim, quando então o Papa Pio XI chamou-o à Roma nomeando-o secretário de estado. Anos perigosos e difíceis aqueles, quando a Igreja Católica, indisposta com o liberalismo e inimiga de morte do comunismo, decidiu-se associar-se ao fascismo.
Pelo Tratado de Latrão, de 1929, a roupeta preta confraternizou-se com a camisa negra. Em troca de 750 milhões de liras - o "empréstimo da conciliação"-, o Papado reconheceu o regime de Mussolini. A mão que abençoava os cristãos apertou a mão de quem sufocava as liberdades. A própria Igreja Católica apressou-se em suprimir da política italiana o Partito Popolare, e todas as demais organizações laicas católicas que pudessem atrapalhar ou impedir a implantação do regime de partido único na Itália. Quando Hitler chegou ao poder em 1933, foi o próprio Pacelli quem supervisionou os termos da concordata, assinada em 20 de Julho de 1933, redigidos pelo Monsenhor Gröber, o "bispo nazista"(der braune Bischof), de Fribourg, que, a pretexto de proteger os católicos, tirou o Führer dos nazistas do isolamento diplomático em que se encontrava nos primeiros momentos da sua ascensão.
O papa Pio XII, que dispunha da única rádio independente em toda a Europa ocupada, jamais alçou-se em fazer sequer uma denúncia pública das atrocidades que os nazistas estavam cometendo. Na reunião do Lago de Wansee, ocorrida na periferia de Berlim em Janeiro de 1942, como se sabe, os altos hierarcas do partido e do governo comprometeram-se a conjugar esforços para executar a Endlösung, a Solução Final, gazeando toda a população judaica européia (calculada em 11 milhões). O máximo que obteve-se de Sua Santidade foi uma alocução, no Natal de 1942, na qual, sem especificar quem eram as vítimas, apontou "as centenas e os milhares que, sem falta ou culpa alguma, talvez apenas em razão da sua nacionalidade ou raça, foram marcados pela morte e pela progressiva extinção." O estranho argumento dos defensores do mutismo pacellista era de que se o Sumo Pontífice delatasse os crimes, os nazistas, em represália, poderiam aumentar o número dos imolados, tornado o sofrimento ainda maior! Alegam ainda, como fez o historiador Christopher Browning, que é uma ingenuidade pensar-se que o papa pudesse, em qualquer momento, deter o genocídio que, em sua maior parte, deu-se bem longe da Itália, vitimando ciganos, judeus poloneses e russos, e prisioneiros soviéticos. Raciocínio que nos leva a concluir que o sentimento de solidariedade cristã e indignação humana contra os assassinatos em massa está limitado pela geografia! Ninguém, é bom lembrar, considera a Cúria Papal um exército, nem vê o papa como um general a quem se recorre para complicadas operações de salvamento e resgate, mas sim acredita ser a Igreja Católica uma força ética e uma reserva moral do Ocidente, de quem espera-se que aja em favor das vítimas justo nesses momentos terríveis.
Qual então a razão do seu silêncio? Segundo a historiadora Annie Lacroix-Riz (Le Vatican l 'Europe et le Reich, Paris, 1996), sabe-se que em privado, com representantes alemães, Pacelli externava os mesmos sentimentos anti judaicos deles. Mas presumo ser outra a causa do seu silêncio. Essa, de ordem subjetiva-objetiva. O papa, sendo um implacável anti comunista, um aristocrata de família toscana, nascido em Roma em 1876, tendo por um irmão um conde, encarnava os valores últimos de uma nobreza européia agonizante. Viu no nazismo, como tantos outros da sua casta, a oportunidade de liquidar com os bolcheviques ateus (versão contemporânea dos jacobinos, que tantos padecimentos fizeram sofrer a nobreza e a igreja nos tempos modernos), mesmo que o preço a pagar fosse moralmente monstruoso. Somente eles, os super-homens de Hitler e de Mussolini, com sua política de total impiedade, colocando-se bem "acima do bem e do mal", poderiam abatê-los. A pavorosa morte dos judeus era o tributo moral que exigiam dele. A política do Vaticano de sustentação incondicional do Reich, "excluía emocionar-se por suas vítimas".
Os tempos são outros, a conjuntura histórica mudou, mas a Igreja e o atual Papa insistem numa Igreja segregacionista, anti-comunista, etnocêntrica, portanto anti-cristã. Somente as vozes dos que acreditam em Deus e/ou dos que acreditam num mundo justo, fraterno e igualitário, podem frear a aberrações cometidas em nome Dele ou em nome de uma ética materialista cujos pressupostos passem pelo outro e não por interesse rasteiros como lucro e propriedade.

Colaboração do síto mundo história

A Igreja Católica e o conservadorismo que se afastam dos ideais de Jesus Cristo

O Papa Bento XVI pode ser visto na fotografia ao lado junto ao médico alemão Josef Menguele, que ficou famoso na Segunda Guerra Mundial por fazer "experiências" com prisioneiros de guerra judeus, comunistas, prostitutas, críticos ao nazismo. O jovem Ratznger foi militante da União de Jovens Nazistas e hoje, chefe maior da Igreja católica, faz valer seu ultraconservadorismo.
No papado do também conservador João Paulo II, ele foi o braço direito, responsável pela versão moderna do Tribunal da Santa Inquisição, que na Idade média condenava à fogueira os "hereges", homens e mulheres que questionavam os dogmas da Santa Igreja. Na versão século XX, este Tribunal, entre outras calaminades, calou as oposições dentro da própria Igreja, como a Teologia da Libertação. O próprio Ratznger decretou o silêncio por dois anos do então frei, Leonardo Boff, hoje professor e excomungado da Igreja Católica.
O artigo que se segue foi escrito pelo Núcleo de Estudos Anarquistas da UFF (Universidade Federal Fluminense) sobre a mais recente polêmica envolvendo o Papa e os rumos conservadores desta Instituição, que em recente visita ao Brasil, afirmou em discurso na sessão inaugural dos trabalhos da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe (CELAM), que se realizou na Basílica de N. Sra. Aparecida, Bento 16 negou que o catolicismo tenha sido imposto pela Igreja aos povos indígenas que viviam na América do Sul. Falando em espanhol, o papa disse que a cultura indígena permite afirmar que, mesmo sem saber, os índios procuravam Jesus Cristo. "O que significou para os povos latino-americanos ter aceitado a fé cristã? Para eles, significou conhecer e acolher Cristo, o Deus desconhecido que seus antepassados, sem saber, procuravam em suas ricas tradições religiosas. Cristo era o Salvador que buscavam silenciosamente", disse o pontífice.
Segundo ele, o anúncio de Jesus e seu Evangelho não supôs, em nenhum momento, a alienação das culturas pré-colombianas, nem foi a imposição de uma cultura estranha, acrescentou. Para o papa, as culturas autênticas não estão fechadas em si mesmas ou petrificadas em um determinado ponto da história. "Mais ainda, buscam o encontro com outras culturas, esperam alcançar a universalidade no encontro e diálogo com outras formas de vida e com os elementos que possam levá-las a uma nova síntese, em que se respeite a diversidade das expressões e sua realização cultural concreta", reiterou.

Vaticano beatifica 498 "mártires" da Guerra Civil espanhola

CIDADE DO VATICANO - Neste domingo no palco da Praça São Pedro aconteceu uma das mais patéticas ações promovidas pelo Vaticano nestes
últimos anos: a beatificação de 498 espanhóis considerados mártires das
"perseguições religiosas" durante a Guerra Civil espanhola (1936-1939).
Essa foi a maior beatificação coletiva da história da Igreja. Após a cerimônia, o
Papa Bento XVI disse que o"com seus gestos de perdão em relação a seus
perseguidores, (os novos beatos) nos impulsionam a trabalhar pela
reconciliação e convivência pacífica". "Com seu testemunho, iluminam
nosso caminho espiritual para a santidade e ns levam a entregar nossas vidas
como oferenda de amor a Deus e aos irmãos"
- disse funebremente o pontífice,
após a cerimônia celebrada pelo cardeal português José Saraiva Martins,
prefeito da Congregação para a Causa dos Santos e representante oficial do
Papa.
O Papa Bento XVI (que, não por coincidência, é egresso das
fileiras nazistas, filho um combatente da SS e tendo participado da
União de Jovens Nazistas da Alemanha), assistiu a cerimônia do
Palácio Apostólico e não mencionou as circunstâncias históricas nas
quais os "mártires" morreram. Muitos padres e líderes da Igreja
Católica se aliaram ao genral fascista Francisco Franco durante a
Guerra Civil, fazendo mais de 500.000 pessoas mortas, dentre eles
grande número de trabalhadores socialistas e anarquistas.
Grande parte destes "mártires" eleitos pelo Vaticano foi assassinada
pela própria população espanhola, organizada contra a ditadura
fascista de Franco. Durante décadas, a Igreja Católica na Espanha colheu provas de que centenas de seus membros morreram durante a guerra "devido à crença que seguiam", o que os torna, na opinião dela, "elegíveis à beatificação".

Na cerimônia, o Cardeal José Saraiva Martins disse que os 498 novos beatos
"derramaram seu sangue pela fé durante a "perseguição religiosa" na
Espanha". Completando essa cena asquerosa, o Cardeal afirmou que, "antes de morrer perdoaram os que os perseguiam e rezaram por eles". E, de acordo
com "as estatísticas" da Igreja, os """"mártires"""" dos anos da Guerra Civil
Espanhola, classificados no que o Papa João Paulo II denominou como os
"Mártires do Século XX", podem chegar a 10 mil. O resultado do teatro bizarro
foi a beatificação de 977 destes indivíduos e a santificação de 11 deles em
outras cerimônias celebradas no Vaticano, e avisou que caso católicos
devotos relatem milagres decorrentes de preces direcionadas aos """mátires"""
que foram beatificados neste domingo, eles podem ser colocados na lista do
longo processo de santificação.
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Aos que almejam a justiça social e a liberdade, resta o repúdio e a denúncia desta barbaridade que o Vaticano está proclamando!

Neste momento, os que forem religiosos cabe prestar reverências e
preces e os que não forem religiosos cabe prestar as devidas
homenagens à população espanhola que lutou na Guerra Civil,
contra a ditadura fascista apoiada pela Igreja Católica, e aos muitos
que foram assassinados nesta luta.

GEA-NEC / UFF

Agradecemos a colaboração do professor e amigo J.J. pelo artigo enviado.
Abraços fraternos, Vozes da América.

domingo, 28 de outubro de 2007

Um pedido sincero aos amigos e inimigos deste sítio

Caros amigos e caras amigas,

A vocês, os quase 10 leitores que temos, viemos fazer um pedido: divulguem esta página!
Quem nos conhece sabe que não queremos expor verdades, mas sim, fomentar a discussão e o debate sobre o mundo que nos cerca e, assim, falar de uma visão de mundo incomum aos grandes meios de comunicação de massa.
Veja a seguir algumas declarações de personalidades que já passaram por aqui:

"Eu não li, não tenho nada a ver com isto, e se tiver algum assessor meu ligado a este sítio precisamos investigar rapidamente, ainda que tenhamos que cortar nossa própria carne".
(Luis Ignácio Lula da Silva - Presidente do Brasil)
"Sou leitor desta página, mas confesso que não entendo quase nada do que está escrito. A Condolezza leu e já estamos pensando num ataque militar ao Brasil por conta das provocações contidas neste site. Claro que antes invadiremos Cuba, Venezuela e Bolívia".
(George Bu$h - Imperador do Planeta)
"É bestial o que se publica nesta página com a petulância de se chamar Vozes da América. Os únicos que podem ter visões sobre o mundo somos nós e as Organizações Globo. Precisamos achar um meio de tirar do ar essas infantilidades advindas do movimento estudantil"
(Revista Veja)
"Nota de esclarecimento: As organizações Globo, bem ao seu estilo burocrático, vêm através desta nota, repudiar o sítio vozesdaamérica e reafirmar o nosso compromisso com a democracia e concluir que democracia somos nós que definimos. Ah, não concordamos com a Veja, pois acreditamos que o monopólio da comunicação e de sua formação de opinião é apenas desta Organização, que desde os tempos de ditadura militar vem zelando pelo povo brasileiro, levando informação e deformação".
(Organizações Globo)
"Precisamos urgentemente invadir esta página com os nossos veículos blindados com caveiras estupradas por um faca desenhada na lataria. Se descobrirmos que os responsáveis são brancos e da zona sul, recuaremos imediatamente. Agora, se forem negros e/ou favelados, não teremos outra alternativa que não o extermínio sumário. Afinal, é diferente quando uma crítica vem de Copacabana ou do Leblon de quando uma crítica vem da Favela da Coréia ou do Complexo de Alemão".
(Sérgio Cabral Filho e Beltrame)