sexta-feira, 2 de novembro de 2007

A Igreja Católica e o conservadorismo que se afastam dos ideais de Jesus Cristo

O Papa Bento XVI pode ser visto na fotografia ao lado junto ao médico alemão Josef Menguele, que ficou famoso na Segunda Guerra Mundial por fazer "experiências" com prisioneiros de guerra judeus, comunistas, prostitutas, críticos ao nazismo. O jovem Ratznger foi militante da União de Jovens Nazistas e hoje, chefe maior da Igreja católica, faz valer seu ultraconservadorismo.
No papado do também conservador João Paulo II, ele foi o braço direito, responsável pela versão moderna do Tribunal da Santa Inquisição, que na Idade média condenava à fogueira os "hereges", homens e mulheres que questionavam os dogmas da Santa Igreja. Na versão século XX, este Tribunal, entre outras calaminades, calou as oposições dentro da própria Igreja, como a Teologia da Libertação. O próprio Ratznger decretou o silêncio por dois anos do então frei, Leonardo Boff, hoje professor e excomungado da Igreja Católica.
O artigo que se segue foi escrito pelo Núcleo de Estudos Anarquistas da UFF (Universidade Federal Fluminense) sobre a mais recente polêmica envolvendo o Papa e os rumos conservadores desta Instituição, que em recente visita ao Brasil, afirmou em discurso na sessão inaugural dos trabalhos da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe (CELAM), que se realizou na Basílica de N. Sra. Aparecida, Bento 16 negou que o catolicismo tenha sido imposto pela Igreja aos povos indígenas que viviam na América do Sul. Falando em espanhol, o papa disse que a cultura indígena permite afirmar que, mesmo sem saber, os índios procuravam Jesus Cristo. "O que significou para os povos latino-americanos ter aceitado a fé cristã? Para eles, significou conhecer e acolher Cristo, o Deus desconhecido que seus antepassados, sem saber, procuravam em suas ricas tradições religiosas. Cristo era o Salvador que buscavam silenciosamente", disse o pontífice.
Segundo ele, o anúncio de Jesus e seu Evangelho não supôs, em nenhum momento, a alienação das culturas pré-colombianas, nem foi a imposição de uma cultura estranha, acrescentou. Para o papa, as culturas autênticas não estão fechadas em si mesmas ou petrificadas em um determinado ponto da história. "Mais ainda, buscam o encontro com outras culturas, esperam alcançar a universalidade no encontro e diálogo com outras formas de vida e com os elementos que possam levá-las a uma nova síntese, em que se respeite a diversidade das expressões e sua realização cultural concreta", reiterou.

Vaticano beatifica 498 "mártires" da Guerra Civil espanhola

CIDADE DO VATICANO - Neste domingo no palco da Praça São Pedro aconteceu uma das mais patéticas ações promovidas pelo Vaticano nestes
últimos anos: a beatificação de 498 espanhóis considerados mártires das
"perseguições religiosas" durante a Guerra Civil espanhola (1936-1939).
Essa foi a maior beatificação coletiva da história da Igreja. Após a cerimônia, o
Papa Bento XVI disse que o"com seus gestos de perdão em relação a seus
perseguidores, (os novos beatos) nos impulsionam a trabalhar pela
reconciliação e convivência pacífica". "Com seu testemunho, iluminam
nosso caminho espiritual para a santidade e ns levam a entregar nossas vidas
como oferenda de amor a Deus e aos irmãos"
- disse funebremente o pontífice,
após a cerimônia celebrada pelo cardeal português José Saraiva Martins,
prefeito da Congregação para a Causa dos Santos e representante oficial do
Papa.
O Papa Bento XVI (que, não por coincidência, é egresso das
fileiras nazistas, filho um combatente da SS e tendo participado da
União de Jovens Nazistas da Alemanha), assistiu a cerimônia do
Palácio Apostólico e não mencionou as circunstâncias históricas nas
quais os "mártires" morreram. Muitos padres e líderes da Igreja
Católica se aliaram ao genral fascista Francisco Franco durante a
Guerra Civil, fazendo mais de 500.000 pessoas mortas, dentre eles
grande número de trabalhadores socialistas e anarquistas.
Grande parte destes "mártires" eleitos pelo Vaticano foi assassinada
pela própria população espanhola, organizada contra a ditadura
fascista de Franco. Durante décadas, a Igreja Católica na Espanha colheu provas de que centenas de seus membros morreram durante a guerra "devido à crença que seguiam", o que os torna, na opinião dela, "elegíveis à beatificação".

Na cerimônia, o Cardeal José Saraiva Martins disse que os 498 novos beatos
"derramaram seu sangue pela fé durante a "perseguição religiosa" na
Espanha". Completando essa cena asquerosa, o Cardeal afirmou que, "antes de morrer perdoaram os que os perseguiam e rezaram por eles". E, de acordo
com "as estatísticas" da Igreja, os """"mártires"""" dos anos da Guerra Civil
Espanhola, classificados no que o Papa João Paulo II denominou como os
"Mártires do Século XX", podem chegar a 10 mil. O resultado do teatro bizarro
foi a beatificação de 977 destes indivíduos e a santificação de 11 deles em
outras cerimônias celebradas no Vaticano, e avisou que caso católicos
devotos relatem milagres decorrentes de preces direcionadas aos """mátires"""
que foram beatificados neste domingo, eles podem ser colocados na lista do
longo processo de santificação.
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Aos que almejam a justiça social e a liberdade, resta o repúdio e a denúncia desta barbaridade que o Vaticano está proclamando!

Neste momento, os que forem religiosos cabe prestar reverências e
preces e os que não forem religiosos cabe prestar as devidas
homenagens à população espanhola que lutou na Guerra Civil,
contra a ditadura fascista apoiada pela Igreja Católica, e aos muitos
que foram assassinados nesta luta.

GEA-NEC / UFF

Agradecemos a colaboração do professor e amigo J.J. pelo artigo enviado.
Abraços fraternos, Vozes da América.

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