segunda-feira, 23 de abril de 2012

Pobre Inglaterra.


 Os estudantes universitários ingleses estão diante de um futuro muito difícil, condenados a dívidas astronômicas e, depois de formados, salários miseráveis e congelados pelos constantes “pacotes” do governo. Segundo a “Total.jobs”, uma página na internet inglesa para oferta de empregos, há entre 20 e 50 candidatos por vaga em uma economia já em crise.
Enquanto isso, as medidas aplicadas pelo governo conservador/liberal para sair do déficit fiscal é “um prêmio” para os mais ricos. O Tesouro britânico reconheceu nesta segunda-feira que cerca de 30% dos milionários não pagam os 40% de impostos sobre suas rendas e cerca de 6%, que ganham mais de 10 milhões de libras anuais, pagam menos de 10% de impostos.
Mas os estudantes universitários estão em outra escala de prioridade. A matrícula de ingresso para o próximo período letivo, em setembro, custará 9 mil libras (cerca de 15 mil dólares). Isto é três vezes mais que o ano passado. A conta final que enfrentarão ao final dos três anos que costuma levar uma licenciatura para a maioria das carreiras chegará a uma quantia que varia entre 60 e 90 mil dólares, financiados com um empréstimo do governo que deverão pagar à medida que sua renda supere a casa de 20 mil libras anuais.
Acontece que o desemprego nacional é de 8,7%: um milhão tem entre 16 e 24 anos. Para os felizardos que conseguem um trabalho, a licenciatura não é garantia de um salto qualitativo na renda. Segundo o Income Data Service, que mede os salários em nível nacional, o salário médio de um recém formado é de 25 mil libras anuais, sem contar os impostos, o mais baixo desde 2003. Com o pagamento da dívida, somado ao valor das propriedades (em Londres é quase impossível pagar menos de 200 mil libras por um apartamento de dois ambientes), poucos poderão cumprir em sua juventude com os requisitos cada vez mais estritos dos bancos para fornecer empréstimos hipotecários.
A matéria é de Marcelo Justo, de Londres, em Carta Maior

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