domingo, 18 de dezembro de 2011

O retorno dos “falcões”?

No dia 4 de dezembro de 2011, em algum lugar sobre o território iraniano, aconteceu um fato que deixou o governo de Washington muito preocupado, mas que foi quase ignorado pela nossa imprensa (o que não é de se estranhar).
Naquele dia, militares iranianos conseguiram interceptar e fazer pousar praticamente sem danos um avião não tripulado estadunidense, modelo Sentinel RQ-170, também conhecido como “drone”. Trata-se de uma das armas tidas como mais importantes pelo Pentágono, atualmente, pois permite sobrevoar território inimigo sem colocar vidas humanas em risco. São aviões que servem para espionagem, mas, em alguns casos, são também adaptados para lançar mísseis e bombas sobre forças adversárias ou mesmo destruir prédios.
Acontece que os militares iranianos conseguiram derrubar um “drone”, praticamente inteiro, e agora estão estudando cada componente da “engenhoca” e poderão reproduzir um, muito em breve. O Sentinel RQ-170 estava a mais de 250 quilômetros além das fronteiras, em pleno território do Irã, e o governo de Teerã já disse que não vai devolvê-lo.
Para desespero de Washington, uma semana depois da derrubada do avião a televisão iraniana fez um programa especial mostrando detalhes e descrevendo o seu funcionamento. Isto causou profunda irritação entre os “falcões” e, na tarde desta quarta-feira (14/12), ao visitar as páginas da excelente Telesur, deparei com uma notícia assustadora: “Dick Cheney pede ataque aéreo contra o Irã”.
Para quem não conhece, Dick Cheney foi vice-presidente de George Bush e é considerado um dos mais duros e influentes “falcões” daquele governo. Representante e um dos principais articuladores da “linha dura” nos EUA, foi o principal defensor da invasão do Iraque e do Afeganistão. (Veja mais no Blog: http://nossaamerica.webnode.com/).
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, brincou com o fato na 3ª-feira, em entrevista transmitida pela televisão venezuelana. No dia anterior, oficiais dos EUA teriam dito ser impossível que hackers especialistas em cyber-guerra do Corpo de Guardas Revolucionários do Irã tivessem rastreado e assumido o telecomando do drone RQ-170 Sentinel, de tecnologia stealth, que espionava em território iraniano. O presidente do Irã sorriu, ao ser perguntado por que os militares dos EUA recusam-se a aceitar que o Irã rastreou o sistema eletrônico do drone, assumiu o controle do aparelho e pousou-o sem danos. “Ou aceitam o óbvio ou... Quem sabe os EUA mandaram-nos de presente, o robô espião?”

Nenhum comentário: