domingo, 21 de abril de 2013

“A América Latina é nosso quintal...”


 A declaração foi feita pelo secretário de Estado estadunidense, John Kerry, em um discurso diante do Comitê de Assuntos Exteriores da Câmara de Representantes, na quinta-feira (18). Ele declarou que “América Latina é nosso quintal (…) temos que nos aproximar deles de maneira vigorosa”.
Referindo-se aos países que fugiram do controle neoliberal e estão estabelecendo uma nova política na região, Kerry afirmou que “Faremos o nosso melhor possível para tentar mudar a atitude de um número de nações, onde, obviamente, tivemos uma espécie de ruptura nos últimos anos.” Ele declarou que tem planos de viajar, em breve, para a Colômbia e Brasil, e confirmou visitas de Obama para o México e Costa Rica, em maio.
Desde a Doutrina Monroe os EUA se acham donos do nosso continente e é aí que William Evarts, secretário de Estado dos EUA (1877 – 1881), em reunião com financistas e dignitários mexicanos em Nova York, lança uma “pérola” que parecia antever o futuro, explicando o que seria a tal Doutrina Monroe:

“A América para os americanos. Ora, eu proporia com prazer um aditamento: para os americanos, sim, senhores, entendamo-nos, para os americanos do norte (aplausos). Comecemos pelo nosso caro vizinho, o México, de que já comemos um bocado em 1848. Tomemo-lo (risos). A América central virá depois, abrindo nosso apetite para quando chegar a vez da América do sul. Olhando para o mapa, vemos que aquele continente tem a forma de um presunto. Uncle Sam é bom de garfo; há de devorar o presunto (aplausos e risos demorados). Isto é fatal, isto é apenas questão de tempo”.Extraído do livro A Ilusão Americana, de Eduardo Prado (1894), que frisava esta “premonição” no maior estilo capitalismo selvagem, zombando com toda possibilidade de aliança ou crédito ou complacência, e ainda acrescentando: “ ... entre gargalhadas dos americanos e sorrisos amarelos dos mexicanos”.

Honestamente, isto vindo dos EUA, não me assusta. O que me apavora é entrarmos nesta malha ideológica reproduzindo a língua daqueles que querem nos engolir, as roupas, o estilo, a estética, os filmes, as músicas, as lógicas.... e ainda usando o discurso do "dominado conformado": "É a globalização". Assim a "profecia" se completa. E isto explica o "ódio" que se sentem de todos aqueles que se contrapõem ao projeto estadunidense de engolir a América Latina. 
Viva Zapata! Viva Che! Viva Fidel! Viva Morales! Viva Correa! Viva Sandino! Viva Chávez! Viva Neruda!  Viva Frida! Viva Ariano Suassuna! Viva a todo o povo anônimo de nossa América que resiste em ser "quintal"!

Nenhum comentário: