segunda-feira, 6 de maio de 2013

O poder das grandes empresas.


 Um estudo de grande importância, realizado por três pesquisadores da área de sistemas complexos do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça, está mostrando pela primeira vez de forma abrangente como se estrutura o poder global das empresas transnacionais. É um trabalho muito importante para o estudo do que ocorre na atual crise mundial porque mostra a o poder das participações cruzadas entre as empresas, que permite que um núcleo muito pequeno (na ordem de centenas) exerça imenso controle sobre a economia mundial. Por outro lado, os interesses estão tão entrelaçados que os desequilíbrios se propagam instantaneamente, representando risco sistêmico.
O estudo analisou as relações entre 43.000 grandes empresas transnacionais e concluiu que um pequeno número delas, principalmente bancos, tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global.
A análise usa a mesma matemática empregada há décadas para criar modelos dos sistemas naturais e para a construção de simuladores dos mais diversos tipos. Agora ela foi usada para estudar dados corporativos disponíveis mundialmente. E o resultado é um mapa que traça a rede de controle entre as grandes empresas transnacionais em nível global.
Trabalhando os dados recolhidos pelos pesquisadores, o modelo final revelou um núcleo central de 1.318 grandes empresas com laços com duas ou mais outras empresas - na média, cada uma delas tem 20 conexões com outras empresas. Mais do que isso, embora este núcleo central de poder econômico concentre apenas 20% das receitas globais de venda, as 1.318 empresas em conjunto detêm a maioria das ações das principais empresas do mundo - as chamadas blue chips nos mercados de ações. Ou seja, elas detêm um controle sobre a economia real que atinge 60% de todas as vendas realizadas no mundo todo.
Quando os cientistas desfizeram o emaranhado dessa rede de propriedades cruzadas, eles identificaram uma “super-entidade” de 147 empresas intimamente inter-relacionadas que controla 40% da riqueza total daquele primeiro núcleo central de 1.318 empresas! (A matéria está em Carta Maior)

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