domingo, 25 de setembro de 2011

Raro, mas aponta para esperança de que nem tudo está perdido.

Goiânia, 25 de Setembro de 2011. Em tempos de futebol globalizado e de esporte popular elitizado, onde as cifras milionárias são banalizadas em continentes famintos ou emersos a profundas crises, surge o inusitado.
O jogo era Atlético Goianiense e Palmeiras e antes de começar o jogo fez-se um minuto de silêncio. Até aí normal. Pois basta morrer um sócio importante (quase sempre rico ou politicamente influente), alguém famoso, ex-jogador que tenha conseguido não cair no esquecimento, que este tipo de prática acontece: o juíz apita o tal respeito antes de começar a peleja.
Mas hoje não. Morreram quatro trabalhadores da construção civil, pedreiros, num edifício que se ergue em Goiânia. E o silêncio solene foi feito para pessoas simples, sem rostos e sem nomes, mas foi feito.
Nessas horas volto a ter a singela impressão muito recorrente em minha infância de que todos somos iguais. Será? Ojalá sejamos, pois nos segundos que antecederam mais um empate do Palmeiras, nós fomos.

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