domingo, 20 de maio de 2012

Giro pela Europa 4


Londres: parque olímpico livre de pobres. Os organizadores da Olimpíada de Londres esperam que 80.000 pessoas estejam no Parque Olímpico na hora de acender a tocha, mas não falam de quantos cidadãos estão sendo expulsos da área em uma “limpeza” que está sendo feita pela polícia londrina.
Segundo o jornal inglês “The Guardian” e a rede de TV BBC, milhares de pessoas estão sendo expulsas da área do parque por serem pobres ou “indesejados”. O governo está criando as chamadas “zonas de dispersão”, com o intuito de facilitar abordagens e remoção de pessoas com “comportamento anti-social” da área do Parque Olímpico. A BBC denunciou que os aluguéis na região estão sofrendo aumentos absurdos para expulsar os moradores de aumentar o lucro dos proprietários que esperam faturar com os turistas.
A zona leste de Londres, local onde está o Parque Olímpico e uma das áreas mais pobres do país, foi o bairro visitado e estudado por Friedrich Engels quando escreveu seu conhecido livro “A situação da classe operária na Inglaterra”. Agora é palco de especulação imobiliária e perseguição aos pobres.
A irritação com as medidas do governo britânica é evidente em Julian Cheyne, entrevistado pela BBC. Ex-morador de um condomínio social, o Clays Lane Peabody Centre, em Stratford, ele foi despejado e o conjunto, demolido para dar lugar ao Parque Olímpico. O Clays Lane, construído em 1977 e composto por 57 casas, era conhecido como a maior co-operativa de moradores do Reino Unido e a segunda maior da Europa. Todos foram removidos para outras áreas.
Olimpíada diferente. O jornalista Dave Zirin, do jornal especializado inglês Edge of Sports, acaba de fazer um balanço dos preparativos para a Olimpíada de Londres. Serão 48.000 homens da força de segurança inglesa, 13.500 soldados, mísseis terra-ar montados no alto de prédios residenciais, armas sônicas para dispersar multidões e aviões sem tripulantes (drones) para vigiar os céus! Além disto, uma cerca eletrificada de 18 quilômetros, cercada de agentes de segurança e 55 equipes com cães de ataque! E vale lembrar que Londres, normalmente, já possui mais câmaras de vigilância de rua “per capita” do que qualquer outra cidade no mundo.
Não, isto não é um balanço das forças da OTAN no Oriente Médio. São os preparativos ingleses para a Olimpíada. O jornalista Stephen Graham, do jornal Guardian, diz que a situação é como um “Cerco de Londres” e a maior mobilização de forças militares e de segurança do Reino Unido. Ele afirma que a quantidade de soldados mobilizados é maior do que a quantidade de soldados ingleses no Afeganistão.
Crise cortou 21 milhões de emprego desde 2008. A crise econômica mundial já comprometeu, desde seu início, em 2008, 21,3 milhões de emprego nas vinte economias mais dinâmicas do planeta mais a União Europeia, bloco conhecido como o G20. A conclusão é o resultado de um relatório realizado em conjunto pela OIT (Organização Mundial do Trabalho) e a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), divulgado nesta quinta-feira (17/05).
O relatório faz referência “a gravidade” da taxa de desemprego juvenil e lembra que em alguns países esse índice é três vezes maior entre a população jovem. A taxa média de desemprego juvenil nos países do G20 é de 19,2%, mas existem grandes diferenças entre as distintas nações que formam o grupo: enquanto em alguns este índice é 7%, em outros esse número chega a quase 50%. “Adotar políticas que favoreçam a inserção dos jovens entrem no mercado de trabalho com educação adequada, formação profissional, experiência inicial de trabalho e orientação é essencial para nossas sociedades integrarem a nova geração”, disse o diretor-geral da OIT, Juan Somavia.
Derrota eleitoral de Angela Merkel é um aviso. No último domingo (13), o SPD (Partido Social-Democrata Alemão) ganhou as eleições legislativas no estado federado da Renânia do Norte-Vestfália, superando amplamente a CDU (União Democrata-Cristã) da chanceler Angela Merkel. Os social-democratas obtiveram 38,3% dos votos e a CDU, até agora a primeira força política regional, 25,8%, o pior resultado de sua história nesse território.
Alemanha está apoiando oposição a Chávez. A notícia foi dada em Berlim, na segunda-feira (14). O governo alemão está apoiando abertamente a oposição venezuelana e seus diplomatas defenderam esta posição durante a reunião do Grupo de Trabalho do Conselho da União Europeia sobre a América Latina.
Enquanto Portugal, Polônia e França pediam que o apoio acontecesse de forma “discreta”, os representantes de Angela Merkel defenderam que o apoio deve ser direto, sem ocultações. E isto ficou claro em uma viagem recente de parlamentares alemães que estiveram na Venezuela, mas se reuniram apenas com os opositores de Chávez.
Grécia vive agora crise política. Os gregos irão às urnas mais uma vez em junho para escolher um novo Parlamento, em uma eleição que deve definir o futuro político e econômico do país nos próximos anos. Após o fracasso na formação de um governo, devido ao impasse envolvendo os principais partidos, o presidente Karolos Papoulias confirmou nesta terça-feira (15) a convocação do novo pleito. Em jogo, estará a opção por continuar ou não com as políticas de austeridade fiscal impostas pela União Europeia que tem penalizado a população, e a manutenção do país na Zona do Euro.
Enquanto isto, a Grécia permanece sem um governo oficial, já que nenhuma das forças políticas conseguiu maioria parlamentar para indicar os integrantes do gabinete. O novo pleito colocará mais uma vez em lados opostos os partidos tradicionais (Pasok e Nova Democracia), que defendem o cumprimento das medidas de austeridade fiscal impostas pela União Europeia para equilibrar as contas públicas do país, e as legendas que querem romper o acordo por considerá-lo injusto com a população grega. Dentre eles, destaca-se a frente de esquerda Syriza, que foi a principal surpresa das eleições de 6 de maio, alcançando o segundo lugar.
Como um país deixa o euro? Pelas legislações vigentes na Europa, um país não pode ser “expulso” da zona do euro. Mas pode ser pressionado a sair. Para os países da zona do euro, a saída da Grécia ainda é uma preocupação, porque pode gerar pânico nos mercados. O maior medo deles é que os investidores podem pensar: “se a Grécia sucumbiu, Portugal, Irlanda, Espanha e Itália também vão sucumbir”. Mas há outra face desta moeda. Para os líderes europeus estarem falando abertamente na saída da Grécia, é por que já têm algum plano para isso. Os países de economia mais fraca teriam disponíveis, por exemplo, os 240 bilhões de euros prometidos para a Grécia. É tudo uma questão de “negócios”, sem qualquer preocupação com o povo grego.

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