O ex-secretário de Direitos Humanos do Departamento de
Estado dos EUA entre 1981 e 1985, Elliot Abrams, admitiu nesta quinta-feira
(26) que sabia que os militares argentinos tinham um plano para o roubo e
apropriação ilegal de bebês nascidos em centros clandestinos de prisão durante
a ditadura do país (1976-1983). “Estávamos a par de que algumas crianças tinham
sido roubadas quando os pais estavam presos ou mortos”, afirmou, em depoimento,
feito por meio de vídeo-conferência entre juízes de um tribunal oral federal de
Buenos Aires e o consulado argentino em Washington. “Sabíamos que não eram só
uma ou duas crianças, mas que existia um padrão, um plano, porque havia muita
gente que estava sendo assassinada ou presa”, complementou.
Calcula-se que 500 bebês tenham sido roubados e a
identidade ocultada durante a repressão argentina. Para encontrá-los, um grupo
de mães de presos clandestinamente na época, por razões políticas, se juntaram
em uma associação conhecida como “Avós da Praça de Maio”, para tentar encontrar
seus netos desaparecidos.
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