terça-feira, 16 de março de 2010

Alguns dados da situação econômico-social das mulheres

  1. Em 2009 a Organização Internacional do Trabalho — OIT previu um aumento do desemprego mundial de até 51 milhões de pessoas sendo, destes, 22 milhões de mulheres;
  2. O relatório da OIT sobre "A evolução do trabalho decente no Brasil entre 1992 e 2007" aponta que a jornada semanal média das mulheres, incluindo o trabalho doméstico, soma 57,1 horas e ultrapassa em quase cinco horas a masculina (52,3 horas);
  3. Em 2007, enquanto que a taxa de desemprego masculina era de 6,1% a feminina estava situada em 11%;
  4. Dados da Unesco de 2009 apontam que 776 milhões de adultos em todo o mundo não sabem ler nem escrever, o que significa 16% da população mundial. Dois terços desses analfabetos são mulheres;
  5. Dados da Fundação Seade/Dieese de 2009 apontam que as mulheres paulistas são maioria entre os desempregados naquele estado e, quando empregadas, têm salário menor. De acordo com o estudo da Fundação, o rendimento médio real por hora das mulheres empregadas teve uma pequena queda em relação ao ano anterior (-0,9%) e passou a corresponder a R$ 5,76. O valor equivale a 76,4% do que é ganho pelos homens (R$ 7,53);
  6. Nos últimos 15 anos, o número de famílias chefiadas por mulheres aumentou mais de 10 vezes no Brasil e saltou de 301 mil, em 1993, para 3,6 milhões, em 2007. Os dados divulgados em 2009 fazem parte do estudo "Retrato das desigualdades de gênero e raça", realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em parceria com a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem);
  7. Relatório da Federação Internacional de Planejamento Familiar (IPPF, na sigla em inglês), divulgado em 2007 estimava que 19 milhões de abortos clandestinos seriam realizados no mundo naquele ano, provocando a morte de 70 mil mulheres, além de deixar sequelas em milhares de outras. O estudo estimava que mais de 96% das gestantes que perdem a vida ou sofrem danos à saúde por causa de abortos inseguros vivem nos países mais pobres do planeta, a maioria na África;
  8. No Brasil, os abortos ilegais são responsáveis pela morte de 180 a 360 mulheres por ano;
    Os abortos clandestinos são a quarta causa de morte materna no Brasil. Em 2006, 230.523 mulheres fizeram curetagens pós-aborto em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). O procedimento é indicado tanto para mulheres que sofreram aborto espontâneo quanto para quem sofreu complicações decorrentes da interrupção induzida da gravidez;
  9. Infecções, hemorragias vaginais e outras complicações decorrentes de abortos ilegais foram responsáveis por cerca de 1,2 milhão de internações de mulheres em todo o país entre 2002 e 2007.

2 comentários:

Andressa Buckentin disse...

Há muitos pontos na sociedade que me revoltam. Às vezes contribuo com algum deles sem mesmo perceber, mas se há um que me deixa extremamente indignada e me motiva a debater, a mudar algo é o papel da mulher. Como ainda somos vistas inferiores e menos capazes? Depois de tantas conquistas, tanta luta nossa no século 20, depois de tantos dados expostos como esses, é triste e revoltante saber que ainda somos o "sexo frágil". Eu não quero ser o sexo frágil, quero ser a mulher que alcançou os seus objetivos porque lutou por eles, porque enfrentou quem tinha que enfrentar e teve seus méritos. Se somos capazes de organizar uma família, uma casa e até de sustentá-la, por que nos julgam incapazes de fazer a mesma função que os homens? Por que nossos salários não são os mesmos? Por vezes acho que as pessoas estão com amente mais aberta e começam a se livrar de preconceitos. Porém, logo me deparo com situações as quais contradizem meu pensamento ou impressão otimista. Torço para que a sociedade mude não só em relação ao julgamento da mulheres. Aliás, não só torço, faço o possível sempre que posso para reverter essa idéia secular de que mulher é submissa e incapaz. Sempre acabo discutindo com pessoas que insistem em conversar comigo em tom machista e às vezes nem é em tom agressivo, mas esse preconceito já está tão impregnado que falamos sem perceber o nosso discurso machista. Isso vai mudar, um dia vai.

Vozes da América disse...

Andressa, fico feliz em te ver por aqui e esperançoso que você não desista da difícil luta contra o machismo. Siga adiante!