Em entrevista para a revista espanhola Cambio 16, o
criminoso que comandou a última ditadura argentina, Jorge Rafael Videla,
defendeu a tomada do poder pelos militares, em 1976, e disse que o país estava
com “vazio de poder, paralisado institucionalmente e sob risco de anarquia”.
Fez questão de destacar o apoio prestado pela Igreja Católica e se disse
“orgulhoso” da excelente relação dos militares com ela. Confirmou o paoio e a
colaboração dos empresários.
Em certa parte da entrevista
ele critica duramente a reabertura dos julgamentos de militares por crimes de
direitos humanos e chamou o casal Kirchner de “revanchista” por apoiar esses
processos. Videla disse que se considera vítima de uma vingança. “Nosso pior
momento chegou com os Kirchner”.
Vale lembrar que Videla vive desde outubro
de 2008 em uma cela da prisão de Campo de Maio, um antigo cárcere militar,
agora sob o comando do Ministério da Justiça. Lá estão os acusados e condenados
pela prática de crimes contra a humanidade.
O ex-ditador foi julgado e
condenado a prisão perpétua, em 1983, com perda da patente militar por numerosos
crimes contra a humanidade cometidos durante a ditadura. Estava cumprindo a
pena em dependências militares ou em prisão domiciliar. Mas uma ação movida
pelas Abuelas de Plaza de Mayo, por causa do plano sistemático de roubo de
bebês, fez com que perdesse as regalias. Mais tarde, em 22 de dezembro de 2010,
foi condenado à prisão perpétua em cela comum pelos fuzilamentos na unidade
penitenciária de San Martín, ocorridos entre março e outubro de 1976.
Outra lembranças em tempo: Na Argentina, diferente do Brasil, a justiça funciona nos crimes contra a humanidade e os direitos humanos, apesar de toda campanha subterrânea dos grupos de mídia abutres de lá.
Ernesto Germano e Chico Baeta.
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