domingo, 13 de maio de 2012

Escravidão em área arrendada para a Klabin.


 A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Santa Catarina (SRTE/SC) libertou doze pessoas de condições análogas à escravidão na fazenda Pelotinhas, localizada no bairro rural de Morrinhos, em Lages (SC). A fazenda de 800 hectares pertence a empresa Arruda Rodrigues Participações Ltda. e está arrendada para a Klabin S.A., gigante no setor de papel e celulose. 
Os trabalhadores realizavam os serviços de corte de madeira e foram encontrados utilizando motosserras sem qualquer treinamento e sem equipamentos de proteção individual. Eles declararam que os poucos EPIs que possuíam foram comprados por eles. O empregador Marcos Antonio de Barba não disponibilizou água potável e nem instalações sanitárias aos funcionários, que bebiam água de uma sanga, espécie de brejo, e utilizavam o mato como banheiro. A água, de cor e origem duvidosa, também era usada para tomar banho preparar as refeições. Os empregados disseram que é comum os cavalos beberem água no mesmo local.
Um galpão e um trailer eram usados como alojamento. O galpão estava escorado por madeiras e apresentava grandes frestas e buracos no chão. No ambiente também eram armazenados sacas de cereais, maquinários, fogões e botijões de gás. Os empregados dormiam em colchões ou espumas próprios, em péssimo estado de conservação. “Um dos maiores absurdos que a equipe constatou foi que tábuas foram improvisadas no forro do galpão, e um colchão foi colocado, sobre a fiação elétrica, para que um dos empregados dormisse”, conta Lilian Carlota Rezende, coordenadora da operação.

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