domingo, 24 de março de 2013

O Paraguai e o retrocesso


Paraguai: avanço da direita, com ajuda de brasileiros. Dias depois do golpe da direita no Paraguai, depondo o presidente legitimamente eleito, Fernando Lugo, um pequeno grupo de proprietários brasileiros do Mato Grosso do Sul foi a Assunção levar uma “mensagem de confiança e apoio” aos golpistas.
A perseguição política e a repressão aos movimentos organizados fez avançar a política dos grandes proprietários e da direita no país. Desde o golpe, a esquerda está desarticulada e dividida, facilitando ainda mais o trabalho a favor da desagregação e entrega do país ao grande capital.
Pesquisas recentes revelam que a divisão da esquerda (Mario Ferreiro, da coligação Avança País e Aníbal Carrillo, apoiado pelo ex-presidente Fernando Lugo e pela Frente Guaçu) torna ainda mais fácil o trabalho dos conservadores “amigos de Washington”. O mais certo, até agora, é que os setores da direita que perpetraram, em junho do ano passado, o golpe de Estado que destituiu Lugo, deverão conquistar a presidência.
Horacio Cartes, do Partido Colorado, encabeça as pesquisas eleitorais. Empresário, sua fortuna econômica é polêmica. Dono de 26 empresas, a maioria delas do setor de tabaco, é acusado de ligação com o narcotráfico e lavagem de dinheiro, tendo sido investigado no Brasil por contrabando de cigarros.
Vitória para o agronegócio. Ao que tudo indica, o grande vencedor nas eleições paraguaias será o setor de agronegócios, envolvendo, é claro, os grandes proprietários brasileiros que são vizinhos dos paraguaios. Nos debates presidenciais na televisão, os candidatos da direita se apresentam como exemplares administradores do modelo do agronegócio. Entre outros compromissos de campanha, juram que não cobrarão impostos diretos sobre a exportação de soja bruta. No Paraguai, a exportação não paga nenhum guarani ao Estado.
Se os gigantes do agronegócio pagassem 15% de impostos na exportação de soja, o Estado teria 225 milhões de dólares por ano para destinar à reforma agrária, à saúde e à educação, considerando a exportação de US$ 1,5 milhões de dólares como em 2011. Em 2010, de acordo com o departamento de Agricultura dos Estados Unidos, as exportações paraguaias foram de mais de seis milhões de toneladas de soja.

Nenhum comentário: