domingo, 8 de abril de 2012

Neonazismo no Brasil.


 Depois das incríveis declarações racistas e homofóbicas do deputado Jair Bolsonaro no programa CQC, em abril de 2011, e do surgimento de grupos que incitam o ódio contra nordestinos pela internet, a onda neonazista vem ganhando adeptos no Brasil.
Hoje, o Brasil tem cerca de 300 células neonazistas. Segundo a antropóloga Adriana Dias, mestre pela Unicamp e que estuda o tema há dez anos, cerca de 150 mil brasileiros baixam mensalmente mais de cem páginas com conteúdos nazistas. Desse total, 15 mil são líderes e coordenam as incitações de ódio na internet.
A pesquisa de Adriana Dias identificou o perfil do neonazista brasileiro: desses 300 grupos, 90% se concentram em São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina; são brancos, homens, jovens, a maioria com ensino superior (completo e incompleto); para se inserir nas células, é necessário ritual de iniciação. Geralmente, espancar gratuitamente um negro ou judeu na rua, e que pode levar à morte; depois de aceito, o nazista recebe senha para acessar manual, que lhe dirá, entre outras coisas, como reconhecer um útero branco – a mulher perfeita para procriação de um neonazista; todos eles enfrentam dificuldades de socialização; muitos apresentam frustrações sexuais: o próprio Emerson Rodrigues afirmou em seus vários sites e perfis, que sua ex-namorado havia o deixado por um “negão”(sic); muito se sentem ressentidos por supostamente terem perdido poder, com a entrada do PT, associado à esquerda, no governo – esse aspecto está ligado, sobretudo, ao preconceito contra nordestinos e à ascensão de uma nova classe média; são fundamentalistas religiosos – o que pode ajudar a confundir liberdade religiosa com crimes de ódio.

Ernesto Germano

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