domingo, 8 de abril de 2012

Uma surpresa na França.


 Para os que pensavam que a esquerda estava esquecida no planeta, a França está surpreendendo a poucos dias das eleições presidenciais. A grande revelação francesa chama-se Jean-Luc Mélenchon que, com um discurso elogiando o que os governos na América Latina fizeram para combater os males do neoliberalismo, alcançou 15% nas pesquisas eleitorais. A Frente de Esquerda que o apoia reúne desde o velho partido comunista francês, passando pela esquerda antineoliberal até os ambientalistas consequentes.
O programa da Frente de Esquerda defende um forte controle estatal do sistema financeiro e isto já causou mudanças no eleitor francês. Em janeiro, Mélenchon tinha 6% dos votos e, no último final de semana, as pesquisas já indicavam que ele se aproxima dos 15%, deixando para trás a extrema direita (Marine Le Pen) e se apresentando como um possível voto de minerva de um 2º turno (Sarkozy X Hollande).
As eleições na França. O primeiro turno das eleições francesas acontecerá no próximo dia 22 de abril. Segundo as pesquisas, a final será disputada entre dois candidatos: o atual presidente Nicolas Sarkozy, e o socialista François Hollande. E todos os analistas apontam uma vitória de Hollande no segundo turno.
Pouco conhecido no mundo político, Hollande é considerado um “burocrata” por ter sido durante mais de onze anos (1997-2008) o primeiro secretário do Partido Socialista. E sua indicação foi tumultuada pois o preferido do partido seria Dominique Strauss-Kahn, impossibilitado de competir depois dos escândalos envolvendo seu nome.
François Hollande é um social-liberal de centro, conhecido por suas habilidades como negociador e sua dificuldade em tomar decisões. Ele é reprovado por ser demasiadamente tímido e manter-se permanentemente em situações confusas. Seu programa econômico não se distingue nitidamente, nas questões de fundo, do programa dos conservadores. Após ter afirmado em um discurso eleitoral que “o inimigo principal” era o setor financeiro, ele se apressou em ir a Londres para tranquilizar os mercados lembrando a eles que ninguém privatizou e liberalizou mais que os socialistas franceses.

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