segunda-feira, 4 de junho de 2012

Grécia: A saída está virando a primeira à esquerda!


Grécia: a esquerda que pode chegar ao poder. A Syriza, Coligação da Esquerda Radical da Grécia, surgiu em 2004 e resulta de um processo de diálogo iniciado em 2001. Participaram muitas correntes da esquerda grega, de inspiração socialista, eurocomunista, ecologista, maoísta e trotskista. Atualmente, a Coligação que tem chances de chegar ao poder na Grécia, é composta por doze organizações e muitas personalidades independentes, entre elas algumas figuras que se afastaram do PASOK (Partido Socialista) nos últimos anos.

A coligação disputou pela primeira vez uma eleição em 2004 e conseguiu passar a barreira dos 3% para eleger seis deputados. Em 2006 durante as eleições autárquicas, a Syriza lançou um jovem de 32 anos, Alexis Tsipras, líder estudantil nos anos 90. Ele alcançou uma votação expressiva e transformou a Coligaçào na terceira força política na capital grega.

A corrente majoritária na Syriza é o Synaspismos, uma antiga coligação entre comunistas que se transformou em partido. As outras organizações são a AKOA (Esquerda Comunista Ecológica e Renovadora); DEA (Esquerda Internacionalista dos Trabalhadores, próxima da tendência trotskista internacional IST, fundada por Tony Cliff); DKKI (Movimento Democrático Social, corrente que saiu do PASOK em 1995); KOE (Organização Comunista da Grécia, de inspiração maoísta, integrou a Syriza em 2007); Kokkino (Vermelho, corrente de inspiração trotskista); Ecosocialistas da Grécia; Cidadãos Ativos (corrente fundada pelo herói da Resistência Manolis Glezos); KEDA (Movimento pela Esquerda Unida na Ação, cisão do PC grego em 2000); Rizospastes (Radicais, cisão dos Cidadãos Ativos, sublinham o patriotismo no discurso); Omada Roza (Grupo Rosa, esquerda radical); e APO (Grupo Político Anticapitalista, corrente de inspiração trotskista).

O programa do Syriza. Em documento divulgado no início da semana passada, a coligação de esquerda grega (Syriza) apresenta seu programa eleitoral. Redigido de forma simples, o programa tem 40 pontos. Vamos ver alguns: 1) realizar uma auditoria da dívida pública, renegociar e suspender os pagamentos até que a economia tenha se recuperado; 2) mudar a Lei Eleitoral para que a representação parlamentar seja verdadeiramente proporcional; 3) adotar um imposto sobre transações financeiras e sobre produtos de luxo; 4) abolir os privilégios fiscais da igreja e dos armadores (donos de estaleiros); 5) acabar com o segredo bancário e a evasão de capitais; 6) cortar os gastos militares; 7) devolver ao salário mínimo o seu valor antes dos cortes exigidos pelo Banco Central Europeu (751 euros brutos mensais); 8) nacionalizar os bancos; 9) nacionalizar os hospitais privatizados e eliminar toda a participação particular no sistema de saúde; 10) retirar as tropas gregas do Afeganistão; 11) romper os acordos militares com Israel e 12) fechar as bases militares estrangeiras na Grécia.

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