domingo, 12 de fevereiro de 2012

Ato contra o fascismo!


Metáfora. A natureza no dia 10 de Fevereiro nos ensinou de maneira metafórica, aquilo que estávamos querendo dizer. O dia foi lindo, claro, ensolarado como toda semana. Parecia que todo o curso da história acompanhava esta impressão de que nada precisaria ser transformado, pois aparentava 'tranquilidade', 'estabilidade'. Às 17h45m, faltando quinze minutos para começarmos a manifestação, fez-se as trevas. O tempo fechou, o céu acinzentou-se, os raios cortavam de luz nossas cabeças, o vento deitava as Palmeiras Imperiais, os galhos caíam, as árvores caíam e a tempestade assustava. Parecia que a natureza queria testar-nos. Ela reproduzia as feições bravias daqueles que combatemos, que fecham suas caras, vivem de nos amedrontar sem nos dar o direito de defesa. Assustam e por isso afugentam. Nos espantam e assim nos desmobilizam pois calam nossas vozes.
Mas não. Passamos no teste do medo. Pois sabíamos que éramos mais fortes e que nossas vozes não poderiam ser emudecidas. Pisamos em ruas inundadas, sentimos o esgoto. Pulamos galhos caídos, driblamos árvores no chão. Enfrentamos a fúria da natureza como se enfrentássemos a fúria dos bárbaros. E vencemos. Pois ainda que tenhamos sofrido com a falta de pessoas que não conseguiram chegar por razões óbvias, ainda assim conseguimos 50 pessoas para nosso ato, numa praça que estava ilhada por águas que não respeitavam seus limites e que queriam chegar ao mar ainda que passassem por nossos pés.
Se pudemos enfrentar a tempestade, juntos podemos enfrentar o fascismo social e para isto, todos de volta à praça no dia 04 de Março, com ou sem metáfora, pois chegou a hora de falarmos, atuarmos, contarmos...    

Chico Baeta.

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