A Corte de Apelações de Santiago recebeu, na tarde de
segunda-feira (09), um processo que pode levar a julgamento mais de 1.500
pessoas acusadas de colaborar com o principal órgão de repressão da ditadura
de Augusto Pinochet (1973-1990), a antiga DINA (Direção Nacional de
Informações).
A ação movida pela AFDD (Agrupação de Familiares de
Detidos Desaparecidos) e pelo Partido Comunista do Chile está baseada em
um ofício emitido em agosto de 2008 pelo ministro Alejandro Solís, da mesma
Corte de Apelações, quando investigava documentos oficiais do exército chileno
referentes às atividades praticadas pela DINA em Villa Grimaldi e outros
antigos centros de tortura identificados na capital chilena. O próprio Sólis compareceu
ao tribunal para acompanhar a entrega do processo.
Entre os 1.500 ex-agentes e colaboradores da DINA que
foram indiciados estão o filho mais velho do ditador, Augusto Pinochet Hiriart,
o deputado Rosauro Martínez (do partido Renovación Nacional, o mesmo do presidente
Sebastián Piñera), Jaime García Covarrubia, assessor do Instituto de Defesa
Hemisférica dos Estados Unidos, e o prefeito de Providência, Cristián Labbé,
que foi guarda-costas pessoal de Pinochet durante a ditadura – Labbé foi quem
organizou, em novembro de 2011, a polêmica homenagem ao brigadeiro Miguel
Krassnoff, chefe da DINA.
Ernesto Germano
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