Ele
acha que foi pouco... O jornalista
argentino Ceferino Reato entrevistou longamente, na prisão onde se encontra, o
ditador argentino Jorge Rafael Videla. Desses encontros resultou um livro
intitulado “Disposição Final, a confissão de Videla sobre os desaparecidos”.
Parte do livro foi publicada neste sábado pelo jornal La Nación e traz
declarações surpreendentes.
Jorge Rafael Videla admitiu
que matou “sete ou oito mil pessoas” durante a ditadura militar. Friamente, o
ditador afirmou que as vítimas estavam detidas ou sequestradas e que fez
desaparecer seus restos “para não provocar protestos dentro e fora do país”.
“Cada desaparição pode ser entendida certamente como a maquiagem, ou
dissimulação de uma morte”, diz Videla.
Segundo o jornal La Nación,
o repressor descreve de forma detalhada o “método” utilizado durante a repressão
ilegal, justifica o uso da tortura e destaca a influência da “Doutrina
Francesa” usada na Argélia, na luta contra as guerrilhas. “Não havia outra
solução, (os militares) estávamos de acordo em que era o preço a pagar para
ganhar a guerra contra a subversão e necessitávamos que não fosse evidente para
que a sociedade não percebesse. Havia que eliminar um conjunto grande de
pessoas que não podiam ser levadas à justiça nem tampouco fuziladas”, afirmou o
ditador.
Em tempo: O ditador em questão, Jorge Videla, foi preso pela justiça e sua pena é prisão perpétua. Viva a Argentina!
Ernesto Germano e Chico Baeta
Nenhum comentário:
Postar um comentário