domingo, 15 de abril de 2012

O ditador Videla, um réu confesso que não se arrependeu


Ele acha que foi pouco... O jornalista argentino Ceferino Reato entrevistou longamente, na prisão onde se encontra, o ditador argentino Jorge Rafael Videla. Desses encontros resultou um livro intitulado “Disposição Final, a confissão de Videla sobre os desaparecidos”. Parte do livro foi publicada neste sábado pelo jornal La Nación e traz declarações surpreendentes.
Jorge Rafael Videla admitiu que matou “sete ou oito mil pessoas” durante a ditadura militar. Friamente, o ditador afirmou que as vítimas estavam detidas ou sequestradas e que fez desaparecer seus restos “para não provocar protestos dentro e fora do país”. “Cada desaparição pode ser entendida certamente como a maquiagem, ou dissimulação de uma morte”, diz Videla.
Segundo o jornal La Nación, o repressor descreve de forma detalhada o “método” utilizado durante a repressão ilegal, justifica o uso da tortura e destaca a influência da “Doutrina Francesa” usada na Argélia, na luta contra as guerrilhas. “Não havia outra solução, (os militares) estávamos de acordo em que era o preço a pagar para ganhar a guerra contra a subversão e necessitávamos que não fosse evidente para que a sociedade não percebesse. Havia que eliminar um conjunto grande de pessoas que não podiam ser levadas à justiça nem tampouco fuziladas”, afirmou o ditador.

Em tempo: O ditador em questão, Jorge Videla, foi preso pela justiça e sua pena é prisão perpétua. Viva a Argentina!

Ernesto Germano e Chico Baeta


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