• Escravos libertados no Mato Grosso do Sul. Mesmo com pista de pouso e mais de 42 mil hectares, a
fazenda Campinas, que pertence a Annibal Zacharias, não tinha sequer
alojamentos ou instalações sanitárias para seus funcionários, de acordo com
informações do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e
Emprego (MTE) e Polícia Federal. Em ação conjunta iniciada em 27 de março para
averiguar denúncia de trabalho escravo, as autoridades constataram condições
bastante irregulares e libertaram dez pessoas na propriedade, localizada no
município de Miranda, na região do Pantanal sul-mato-grossense.
Segundo Rafael Salgado, procurador do Trabalho, os dez
trabalhadores libertados na fazenda dormiam em barracos de lona, aplicavam
agrotóxico sem nenhum equipamento de proteção individual (EPI), e consumiam
água guardada em recipientes de óleo mineral lubrificante. De acordo com a
Norma Regulamentadora nº 15, a manipulação de óleos minerais é considerada
atividade insalubre de grau máximo.
Havia água, mas apenas na sede da fazenda Campinas.
Para tomar banho, os trabalhadores recorriam a um açude próximo. Localizada a
cerca de 260 quilômetros de Corumbá (MS), a propriedade estava sendo preparada
para servir como pasto para gado.
• Trabalho escravo em Minas Gerais. O Grupo Móvel de Fiscalização
libertou 31 trabalhadores, entre eles dois adolescentes de 15 e 17 anos, de
condições análogas à de escravos no cultivo de seringueira para extração de
látex, segundo informações do Ministério do Trabalho e Emprego. Os empregados
estavam na Fazenda Projeto Jatobá, situada na Região Bonfim dos Coqueiros, zona
rural do município de União de Minas (MG). A propriedade pertence a empresa São
Domingos Agro Industrial Ltda., que mantinha contrato de arrendamento com uma
de suas sócias-proprietárias, Célia Alves da Silva Domingues.
A maior parte do grupo foi submetida à servidão por dívida. A
fiscalização constatou que 25 empregados estavam devendo valores referentes à
compras de alimentos e despesas com passagens. Seis resgatados estavam alojados
em condições degradantes. Os adolescentes catavam sementes da seringueira sem
nenhum Equipamento de Proteção Individual (EPI).
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