segunda-feira, 19 de março de 2012

Morre uma grande lutadora.


 Depois de uma longa luta contra o câncer de pulmão, Domitila Barrios de Chungara faleceu na quarta-feira (14) aos 75 anos em sua humilde casa em Cochabamba. Em 1976, entrevistada pela brasileira Moema Viezzer, ela havia gravado um depoimento de sua longa luta e o livro foi publicado no Brasil com o título “Se me deixam falar”.
Domitila tinha vivido e resistido ao chamado massacre de San Juan, em 1967, sob as mãos do ditador René Barrientos, o general que ordenou a morte de Ernesto Che Guevara. Mais tarde, em 1977, começou uma greve em frente à Arquidiocese de La Paz exigindo eleições e anistia. O movimento tomou força e obrigou Hugo Banzer a sair do poder. Domitila foi presa, deportada e exilada, a última vez sob a narco-ditadura de Luis García Meza nos anos 80.
Domitila Chungara foi operária nas minas bolivianas e se formou lutando contra os aumentos do açúcar e do arroz, e pelo abastecimento das mercearias mineiras. Em 2007, foi condecorada por Evo Morales junto a outras quatro mulheres mineiras que acenderam a faísca que acabou com a ditadura. 

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