Depois de uma
longa luta contra o câncer de pulmão, Domitila Barrios de Chungara faleceu na
quarta-feira (14) aos 75 anos em sua humilde casa em Cochabamba. Em 1976,
entrevistada pela brasileira Moema Viezzer, ela havia gravado um depoimento de
sua longa luta e o livro foi publicado no Brasil com o título “Se me deixam
falar”.
Domitila tinha vivido e resistido ao chamado massacre
de San Juan, em 1967, sob as mãos do ditador René Barrientos, o general que
ordenou a morte de Ernesto Che Guevara. Mais tarde, em 1977, começou uma greve
em frente à Arquidiocese de La Paz exigindo eleições e anistia. O movimento
tomou força e obrigou Hugo Banzer a sair do poder. Domitila foi presa,
deportada e exilada, a última vez sob a narco-ditadura de Luis García Meza nos
anos 80.
Domitila Chungara foi operária nas minas bolivianas e
se formou lutando contra os aumentos do açúcar e do arroz, e pelo abastecimento
das mercearias mineiras. Em 2007, foi condecorada por Evo Morales junto a
outras quatro mulheres mineiras que acenderam a faísca que acabou com a
ditadura.
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