segunda-feira, 19 de março de 2012

Relatora da ONU critica política israelense em territórios ocupados.


 A arquiteta e urbanista brasileira Raquel Rolnik viajou em missão oficial da ONU a Israel e aos Territórios Palestinos Ocupados (TPO) entre os dias 30 de janeiro e 12 de fevereiro. Na terça-feira (06), ela faz uma exposição ao Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre o início dos trabalhos.
Na Cisjordânia, o relato mais impressionante, segundo Rolnik, foi a da vila beduína de al-Jahalin, a cinco quilômetros de Jerusalém. “Ela está encravada no assentamento de Maale Adumin, que foi crescendo sobre esse território, que ficou confinado. Além disso, a vila tem sofrido constantes ordens de demolição. Como um todo, está ameaçada de realocação. O projeto inicial seria levar a população a uma área de aterro de lixo, inadequado do ponto de vista do direito à moradia.”, diz.
As demolições de casas são levadas adiante por um conjunto de leis militares israelenses. Na Cisjordânia, “em 2011, um total de 622 estruturas palestinas foi demolido por Israel e cerca de 1.094 pessoas foram deslocadas, o dobro em relação a 2010”, conta.
Na Faixa da Gaza, as políticas são limitadas pelo cerco. “Tanto reconstruir e expandir a infraestrutura como as casas que foram demolidas, tudo é limitado pelo bloqueio. O esgoto vai direto para o [Mar] Mediterrâneo. Há o projeto de construção de uma estação de tratamento, mas isso depende da aprovação dos israelenses, que demora muito. Depois, é preciso autorizar a entrada de material de construção, o que demora mais ainda e eleva o custo. Na reconstrução das casas, a mesma coisa.”

Ernesto Germano

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