A arquiteta e urbanista brasileira Raquel Rolnik
viajou em missão oficial da ONU a Israel e aos Territórios Palestinos Ocupados
(TPO) entre os dias 30 de janeiro e 12 de fevereiro. Na terça-feira (06), ela
faz uma exposição ao Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre o início dos
trabalhos.
Na Cisjordânia, o relato
mais impressionante, segundo Rolnik, foi a da vila beduína de al-Jahalin, a
cinco quilômetros de Jerusalém. “Ela está encravada no assentamento de Maale
Adumin, que foi crescendo sobre esse território, que ficou confinado. Além
disso, a vila tem sofrido constantes ordens de demolição. Como um todo, está
ameaçada de realocação. O projeto inicial seria levar a população a uma área de
aterro de lixo, inadequado do ponto de vista do direito à moradia.”, diz.
As demolições de casas são
levadas adiante por um conjunto de leis militares israelenses. Na Cisjordânia,
“em 2011, um total de 622 estruturas palestinas foi demolido por Israel e cerca
de 1.094 pessoas foram deslocadas, o dobro em relação a 2010”, conta.
Na Faixa da Gaza, as
políticas são limitadas pelo cerco. “Tanto reconstruir e expandir a
infraestrutura como as casas que foram demolidas, tudo é limitado pelo
bloqueio. O esgoto vai direto para o [Mar] Mediterrâneo. Há o projeto de
construção de uma estação de tratamento, mas isso depende da aprovação dos
israelenses, que demora muito. Depois, é preciso autorizar a entrada de
material de construção, o que demora mais ainda e eleva o custo. Na
reconstrução das casas, a mesma coisa.”
Ernesto Germano
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