Mas
antes devemos nos detalhar nas definições, separadamente, de cada termo acima.
A
VIOLÊNCIA: (parte 3)
Segundo
o Houaiss, Dicionário da Língua Portuguesa, violência é “ação exercida com
ímpeto, força”, ou ainda “coação”.
Independente
das causas dos diversos tipos de violência a que o cidadão está exposto, desde
o útero até a idade mais avançada, cabe algumas análises sobre a violência e o
Estado. Mas antes, vamos deixar claro o que é o Estado: um produto do
antagonismo inconciliável de classes sociais, sendo, obviamente, comandado pela
classe social de maior poder. E o Estado (ou o grupo que estiver exercendo a
função do mesmo) sempre foi violento com a classe de menor poder.
Foi assim nas épocas
do Império Romano, do Feudalismo, da formação dos Estados Absolutistas, da
Inquisição (onde a Igreja Católica exercia algumas funções do Estado), nas
novas e antigas Repúblicas, nos governos ditos “de esquerda” (Stalin é nosso
maior exemplo), etc.
Mas, no caso do
Brasil, teve seu maior auge institucional na época do Governo Militar, onde
simplesmente se podia fazer de tudo em nome da “preservação da ordem pública”.
E não só a eliminação física d@s sujeit@s que eram contra o governo instalado,
mas a sua eliminação moral, através das torturas. E esta não servia apenas para
arrancar informações (justificativa canalha para tal ato), mas também para
satisfazer o prazer sádico dos torturadores. Os registros de estupros, de
pessoas violentadas com cassetetes e outros aparelhos fálicos, de choques em
diversas regiões sexuais, etc, deixam mais que provado que havia um prazer
doentio nestas práticas (por parte de quem executava a tortura, obviamente).
Para piorar, a anistia dada a ambos,
torturadores e torturados, fez incutir na mente de boa parte da população o fim
da frase “nada justifica a violência”. Pelo contrário. Nunca ela foi tão
justificada como agora.
Quem
tem o poder, dado pelo Estado, pelo cargo político ou pela “ascensão social”,
vai usar este poder. Se tiver uma arma então, será melhor ainda.
Hoje
“se mata” por briga de trânsito, por tênis, por não atender ao chamado do
segurança bancário (mesmo que seja surdo, como foi o caso de um vendedor de
livros dentro de um banco), por não se ter o dinheiro para o assalto, por usar
o cavalo sem pedir, por não querer mais o companheiro, por ser impedido de
entrar no mercado após o horário de fechamento, por furar barreira policial, por
exigir seus direitos, etc, etc, etc.
E
não é apenas o tráfico de drogas o “violento”. A violência por “disputa de
pontos de venda de drogas” não é muito diferente da disputa por pontos de venda
de jogo do bicho, de cervejas, de tintas, ou qualquer outro bem material, guardada
as devidas proporções.
Em
países onde a Lei da Anistia foi revisada, e os militares estão sendo punidos
por excessos cometidos durante as ditaduras, houve uma queda brutal da
violência policial. Infelizmente, não é (ainda) o caso do Brasil.
J.J.
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