Mas
antes devemos nos detalhar nas definições, separadamente, de cada termo acima.
A
FAVELA: (Primeira Parte)
A
favela é, para quem quiser enxergar, um misto de quilombo e senzala. De
quilombo, pois muitas delas serão ocupadas por negr@s em busca de um local de
moradia, e ali desenvolverão sua cultura. De senzala, pois para lá são enviad@s
@s negr@s “livres”, escravizad@s agora pelo mercado de trabalho, pelo
Capitalismo. Onde há o poder Negro, podemos chamar de Quilombo. Onde este poder
acaba e é o branco, a elite, ou o Estado quem mandam, ali começa a senzala.
Assalariad@s ou não,
empregad@s ou desempregados, cidadãos ou (?) mendigos (como se estes não fossem
também aqueles), tod@s estão incluíd@s em algum degrau (sempre baixo) da nossa
sociedade capitalista burguesa.
Segundo
algumas fontes, a primeira favela (a da Providencia, localizada atrás da Central
do Brasil) foi formada por Negr@s ex-combatentes da Guerra dos Canudos.
Independente da origem de tais Negr@s, o fato é que foi o morro o local
destinado a estas pessoas, como prova do “reconhecimento” por sua força de
trabalho, local que recebeu o nome de favela, e há controvérsias sobre a origem
de tal nome.
Estas
controvérsias a respeito do nome não causam controvérsias a respeito da realidade
que tal nome revela. Não todos os morros serão chamados de favela, mas apenas
aqueles destinados aos Negr@s, com ausência quase total de saneamento básico,
educação, saúde, segurança, etc.
Esgoto em morro é
mais fácil de fazer do que no asfalto, pois pra descer todo santo ajuda, mas
não o fazem; e a água só tem dificuldade de vencer a tal “Lei da Gravidade” nas
favelas, pois nos lados ricos de Santa Teresa, Alto da Boa Vista, etc, parece
que revogaram tal lei, pois lá a água não falta.
Enfim,
locais onde “viver pertinho do céu” nunca foi apenas uma característica
geográfica (dada pela altura), mas também uma característica religiosa, pois o
índice de mortalidade infantil, devido a doenças plenamente evitáveis com
fornecimento de água tratada e esgoto; o índice de tuberculose, causada pela má
nutrição e alta aglomeração humana; mortes por “PAF” (perfuração por arma de
fogo, eufemismo para “tiro”) e outras tantas “causa mortis” fazem com que seus
moradores estejam, realmente, mais “pertinho do céu” do que o restante da
população urbana das grandes cidades.
J.J.
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