domingo, 4 de março de 2012

A Ilha do Comodoro, o último feudo a ser derrubado.

Na idade média, havia um feudo situado numa ilha em algum lugar entre o pólo sul e o pólo norte, onde os desmandos e a política coronelista se aplicava com generosidade. Havia privilégios para os lacaios que se submetessem aos Senhor Feudal Joseff Searom e perseguição para todos aqueles que se metessem em seu caminho.
Como todo senhor poderoso, fazia do capital sua religião e da política seu altar. Seus descendentes, não raro, saíam às ruas para arrecadar impostos utilizando a força como linguagem. Eram tão frequentes as ações que muitos jovens da nobreza desta Ilha imitavam os filhos desta dinastia. Saíam pela Praia da Torneira espancando jovens que não tinham sangue azul, surravam camponeses que moravam nas ruas ou todos aqueles que defendiam os direitos ir e vir, pois na Ilha do Comodoro só os escolhidos podiam tudo e aos restantes, sobrava o medo.
Numa manhã de Domingo, chegaram a fazer uma manifestação pelo direito de espancar, crimanalizando os espancados, negando que espancavam. Tinham aversão a tatuagens, desde que estas contivessem fogo ou dragões. Tinham uma predileção por "purificar" "vagabundos" que só estudassem e não lhes dessem contribuição no formato de impostos. Acreditavam na verdade e sentenciavam: "o Senhor nos guiará até a vitória", diziam os novos Cruzados.
 Em outros lugares da Europa, nesta mesma idade média, o crime mais comum era queimar as bruxas em praça pública, mas na Ilha do Comodoro não, a execução que se reivindica por aqueles que se julgam nobres é o espancamento, ou até a morte ou até os 60 pinos no rosto.
Como era triste a vida na Idade Média... A Ilha do Comodoro até hoje espera por uma mudança e parece já haver ventos que sopram neste sentido, pois os insulanos não andam mais olhando para o chão e falando de lado. Dizem que até já ocupam praças com suas vozes e artes e acenam para dias melhores naquela bucólica Ilha que, numa manhã como a de hoje, pode resplandecer com o frescor de uma estranha brisa.

Chico Baeta

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